Os Sobreviventes escrita por Bruno Almeida


Capítulo 4
Mais um pesadelo


Notas iniciais do capítulo

Pra quem tinha lido incompleto, podem terminar de ler!



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— Precisamos ir à cozinha — sussurrei, para não sermos ouvidos por alguns zumbis que caminhavam do outro lado da porta. O pátio. Eles me lançaram um olhar do tipo "Você tá maluco?" — Pra pegarmos facas... ou acha que vamos passar deles — apontei para os zumbis — numa boa?

— Certo — falou Carol. — A cozinha fica à dois corredores daqui!

Ela estava certa. Onde estávamos tinham três corredor. O que agente veio, o da direita e o da esquerda. O da cozinha era o da esquerda. Acenei com a cabeça para esse corredor e fomos rapidamente por ele. Outra vez a luz voltou ofuscando meu olhos. Continuamos. Dobramos para a direita e pronto! A porta da cozinha estava à nossa frente. Peguei na maçaneta com as mãos suadas. Girei e abri rapidamente. Nada.

— Parece vazia — sussurrei. — Vamos entrar!

Eu fui na frente. A cozinha era um cômodo de tamanho médio, que mais parecia um refeitório com algumas mesas e cadeiras dobráveis. Segurei com força o cabo de vassoura em minha mão e comecei a andar. Denny encostou a porta. Continuei caminhando até que de um pequeno corredor — onde ficavam as comidas, provavelmente — a velha senhora da cozinha salta sobre mim.

Um de seus braços estava completamente mastigado e o outro faltava alguns dedos. O cabo de vassoura havia saltado de minha mão, que agora segurava o pescoço da velha. Fiquei ali olhando para os olhos acinzentados daquela senhora que abria e fechava a boca para me morder. Algo bateu na cabeça dela e fez com que ela caísse para o lado. O que foi tempo suficiente para eu me colocar de pé e pegar uma pequena cadeira dobrável de ferro e começar a bater na cabeça dela até que enfim desmaiou. Carol McGreavy, quem acabara de me ajudar pegou seu cabo de vassoura e enfiou na cabeça da mulher.

Desviei meu olhar. Minha pele suava e eu estava com a cara babada daquele monstro que acabara de morrer. Sentei-me para recuperar o fôlego.

— Essa foi por pouco — sussurrou Carol.

— Acho... acho que sim! — falei trêmulo.

Levantei-me e fui para as gavetas que estavam a uns 5 metros. Abri a primeira. Apenas talheres. Abri a segunda. Apenas facas de serra. Abri e terceira e por fim facas de verdade. Peguei a maior com uma ponta afiada. Virei-me para meus parceiros.

— Vocês preferem ficar com esse cabo de vassoura ou essas facas? — falei apontando para a gaveta. Eles soltaram seus cabos de vassoura no chão e correram para escolherem uma faca. — Ok. Agora vamos dar o fora desse inferno!

Voltamos a caminhar em direção do cadáver. Passamos por cima dele. Eu ia na frente. Eu aparentava muito mais coragem do que sentia. Por que na verdade minhas axilas estavam bastante suadas pelo medo, e pelo terror. Passamos pela porta em direção do corredor por onde vimos, quando um grito cortou aquela silêncio mortal. Ahhhhhh... Todos paramos na mesma hora olhamos para a frente em direção ao outro corredor e vimos algumas formas humanas correndo na nossa direção. Um garoto muito malhado com o uniforme do colégio — uma camisa azulada com um pequeno símbolo de leão e a calça cinza — e duas garotas também com o uniforme — uma blusa azul com um pequeno leão e uma saia rodada cinza — todos muito suados. Mas o problema é que tinha no mínimo 10 formas deformadas — zumbis, sem dúvidas — atrás deles no mínimo 10 metros. O problema é que na vida real os zumbis são rápidos, tanto quanto quem não está infectado.

Viramos as costas e entramos novamente na cozinha. Carol, Denny e Samantha entraram na frente. Fiquei na porta segurando esperando pelo momento em que os 3 entrassem eu a fechasse. Saí para fora fora e gritei:

— Venham! Rápido! — não sei por estava ajudando eles. Talvez eu ainda tivesse um pouco de humanidade, diferentemente daquelas coisas mordedoras. Voltei para dentro da sala já me preparando para fechar a porta. O garoto malhado entrou, e as duas outras garotas entraram no seu encalço. Fechei. BU BU BU! Os zumbis estavam batendo com bastante força tentando entrar. Samantha e Carol correram para me ajudar a segurar a porta. Denny correu para o corpo sem vida da velha cozinheira. Arrancou as chaves do colar que ficava no pescoço dela e correu para trancar a porta. Quando ele fechou a porta eu caí de costa para ela. Olhei para os nossos novos "amigos" respirando dificilmente. Levantei-me e olhei para eles.

— Bem vindos ao inferno. — sussurrei.


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