The Devil's Daughter escrita por Ninsa Stringfield


Capítulo 1
Capítulo 1




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Seus olhos ainda estavam vendados quando Katherine acordou pela segunda vez, e agora ela percebia que seus pés e seus pulsos também estavam amarrados, ela praguejou e tentou se soltar, mas os nós estavam muito fortes. Ela tentou virar a cabeça , mas percebeu que essa não era uma boa ideia quando bateu seu queixo em uma estrutura sólida.

Não havia saída, e ela estava com o corpo dormente, assim como sua língua. Ela não conseguia gritar, e por estar com a venda nos olhos, ela não fazia ideia de onde estava.

Katherine apenas se lembrava de estar andando pelo beco que ela sempre usava para chegar em sua casa quando seis homens apareceram atrás dela vestido com jaquetas rasgadas e muito bem armados com facas e afins. Ela tinha tentado correr, mas eles a alcançaram com uma rapidez sobre humana e colocaram as mãos em sua boca, ela só não sabia o porque, mas ela havia desmaiado.

Da primeira vez que acordou, Katherine apenas percebeu que estava sendo carregada nas costas de um de seus sequestradores antes que mergulhasse na escuridão outra vez. Mas agora ela não estava mais sendo carregada; mesmo com os olhos vendados ela conseguia perceber que estava no porta-malas de algum carro, e como suas pernas estavam parcialmente esticadas, era provável que era um carro grande, pelo menos o porta-malas era.

O carro deu uma virada brusca para a direita, e Katherine reprimiu um grito quando seu corpo foi jogado com força pro lado e ela bateu o estômago em algo pontudo. Ela sentiu um líquido escorregar por debaixo de seu vestido branco, ela só não tinha certeza se era seu sangue ou parte do suor que cobria seu corpo todo. Aquele lugar era quente, e seja qual for o objeto que bateu em seu estômago, ela tinha certeza de que não era o único.

O carro parou e Katherine ouviu as quatro portas do carro serem abertas e alguns murmúrios de conversa.

– Finalmente conseguimos encontrar essa garota! - Ela ouviu um dos homens falando.

– Com certeza, agora eu quero ver se nós não pegamos esse maldito Diabo. - Respondeu outro.

– Será que é ela mesmo? - O porta-malas havia sido aberto, e um dos homens emburrava a bochecha da garota com a ponta dos dedos finos.

– Se não for nós iremos descobrir agora. - Ela sabia que ele tinha sorrido, então ela tentou gritar novamente, mas um dos homens bateu em seu rosto.

– Quieta garota - disse ele - A não ser que você queira morrer.

– Se ela for a garota certa ela não vai morrer - disse outro com triunfo - Mas eu sei que é ela, olhem essa foto, é ela!

Ela percebeu que um de seus sequestradores havia tirado uma foto do bolso, e pela reação dos outros, com certeza era uma foto dela.

– Você tem razão, é ela.

Eles a tiraram do porta-malas enquanto ela esperneava e tentava se soltar, ela começou a ficar desesperada, o que esses homens queriam com ela?

Katherine sentiu seu corpo sendo jogado no chão com força, e pelo cheiro, eles haviam jogado-na em um lugar com não muita grama, e sim em terra, e ainda por cima molhada. Eles arrancaram a venda de seus olhos e ela piscou com força. Já estava de noite, e eles estavam no meio de uma floresta, as árvores eram muito altas, e ela não conseguia ver o céu sobre sua cabeça.

– O que você querem de mim? - Sua língua formigava, mas ela não se importava.

– O que você acha? - Um deles se aproximou dela, ela sabia que era em seu ombro que ela havia sido carregada, e Katherine teve que lutar contra o impulso de socar seu rosto. Ele era alto e robusto, na casa dos 20 anos e tinha olhos verdes, seu cabelo era preto e estava desarrumado. Ele poderia ser bonito se não a estivesse sequestrando - Nós a procuramos por muito tempo Filha do Diabo, e finalmente nos encontramos.

– Filha do diabo? - Katherine estava dolorida e cansada, com quem eles a haviam confundido?

– Não finja que você não nos conhece - Outro homem se aproximou, ele parecia ser mais velho, e carregava uma espada em seu cinto - Nós, Caçadores do Diabo a procuramos a muito tempo, e você já escapou de nós uma vez, isso não vai acontecer de novo.

– Eu não sei do que vocês estão falando! - Katherine gritava, ela precisava sair dali, mas como?

O garoto que aparentava ter uns 20 anos franziu o cenho, ele acreditava nela.

– Você realmente acha que nós vamos acreditar em você? Pensei que você era mais esperta do que isso Niah, pelo menos você foi na última vez - O velho sorriu para Katherine antes de se virar para o garoto de vinte anos - Está tudo pronto, Blake?

– Sim - ele respondeu tirando os olhos de cima de Katherine - Sim, mas Carl, acho que temos um problema.

O velho parou de arrumar a espada em seu cinto e olhou para Blake.

– Blake, hoje não é noite para brincadeiras, o que foi?

– Ela não estava mentindo - percebendo que Carl não havia entendido ele completou: - Ela não mentiu quando disse que não sabia do que estávamos falando.

Carl encarou o garoto, enquanto este encarava Katherine que começou a tremer. Blake estendeu a mão para ela e ela hesitou.

– Vamos, eu não vou te machucar - ele estava sorrindo para ela.

– O que você ta fazendo, cara? - Outro Caçador havia entrado na frente de Blake bloqueando sua visão. - Você não está caindo em cima da beleza dela não é? Por que da última vez foi por isso que ela conseguiu escapar.

– O que? - Blake empurrou o outro Caçador pro lado e olhou para mim - Ela não é a Niah, olha para ela! Vocês lembram da última vez, ela não fingiu que não sabia de nada.

– Cara, ela sabe que era isso que você ia pensar, é esse o jogo dela! - Ele pegou Katherine pelo braço e a levantou de qualquer jeito - É isso que ela faz, é isso que o diabo faz!

– Meu Santo Anjo, Henry, mesmo se ela fosse a Niah ela não agiria como o diabo - Ele parecia estar perdendo o controle - Você mais do que ninguém sabe o jeito que ela convence as pessoas a fazer o que ela quer.

Blake olhava para o Caçador que se chamava Henry maliciosamente, e Henry o encarava com raiva.

– Você sabe que não foi culpa minha o que aconteceu, e ela... - Henry apertou o braço de Katherine com mais força e a sacudiu - Ela está fazendo o mesmo agora, ela quer que você pense que ela é uma coitadinha, que ela não sabe de nada.

– Mas eu não sei de nada, eu juro, por favor me deixem ir - Todos os Caçadores menos Blake começaram a rir.

– Você acha mesmo que nós vamos cair na sua? - Era Carl falando - Você nunca mais vai conseguir enganar nenhum Caçador, pelo menos mais nenhum de nós.

Carl pegou um ramo de rosas brancas do bolso e deu para Blake de má vontade.

– É melhor você fazer isso direito, ou você já sabe o que vai acontecer. - Blake encarou o outro caçador com raiva, ele acreditava nela, Katherine percebia isso.

Henry tirou sua faca do cinto e se dirigiu a Katherine. O sorriso que estava em seu rosto era ainda pior do que o resto de seu rosto, ele tinha uma cicatriz em diagonal que dividia seu rosto em dois.

– Se lembra disso? - Ele apontou para seu rosto com a ponta da faca - Lembra que você fez isso? Pois é, agora é a minha vez.

Katherine gritou, mas Henry segurou seu pescoço e fez um corte no pulso da garota. Quando o sangue começou a fluir Katherine teve que se segurar para não desmaiar ali, bem na frente de todos eles. Blake pegou a rosa que ele segurava e segurou o meu braço, fazendo com que meu sangue escorresse e parasse entre as pétalas da rosa.

A rosa começou a ficar vermelha, mas não como se apenas umas gotas de sangue tivessem derramado nela, ela começou a se tornar uma rosa vermelha e depois passou a ficar preta. Henry olhou para a rosa com triunfo, mas Blake olhou para ela confuso.

– E agora? Tem certeza de que esta não é a nossa querida Niah?

– Não - Tentou Katherine - Eu não sou essa garota, acreditem em mim, eu juro, essa não sou eu, por favor! - Katherine estava chorando, ela sentiu o gosto do lápis preto que ela havia passado em seus olhos assim que ela saiu de casa naquela manhã.

Ela se lembrava de tudo como se o que havia acontecido de manhã tivesse sido a anos, a muito tempo. Ela se lembrava de seu namorado, Chris, de como eles estavam juntos a pouco tempo e de como ela estava feliz quando ela saiu de manhã para ir para a escola.

– Acho que agora já é tarde - Carl sorria loucamente.

Henry a jogou no chão e ela caiu batendo o topo de sua cabeça no chão ainda molhado. Os Caçadores começaram a fazer um circulo ao redor dela, e pela primeira vez ela percebeu que eles estavam perto de um lago. Ele não parecia ser fundo, até Katherine chegar perto da borda e ver quão preta a água estava.

Assim que terminaram o círculo, Henry pegou algo de seu bolso, e Katherine percebeu que era um esqueiro.

– Será que ela pega fogo rápido? - Os Caçadores riram, e Katherine tentou achar Blake, sua única esperança, entre eles, e quando o encontrou olhou para ele pedindo piedade. Eles iriam queimá-la viva.

Katherine devia pular no lago, ela sabia disso, mas algo naquela água a fazia estremecer, como se no fundo ela fosse encontrar o pior de seus pesadelos.

Henry tacou o esqueiro no círculo sem nem ao menos jogar nada inflamável e o círculo pegou fogo ao redor dela, mas Katherine não se queimou, ela olhou para o lago, era agora ou nunca.

Katherine pulou segurando a respiração. A água fria a envolveu de uma vez, e só agora ela se lembrou que seus pés e seus pulsos continuavam amarrados. Algo agarrou seu pé e ela começou a se debater, ela iria morrer afogada, era isso. Ela olhou para cima, mas a água era muito escura para que ela visse qualquer coisa, ela só conseguia ver um clarão que ela sabia pertencer ao círculo de fogo.

Antes de desistir de se debater Katherine pensou na cara dos Caçadores quando eles descobrissem que ela estava morta. Em como sua mãe, seu namorado e Ivy, sua melhor amiga ficariam, ela imaginou todos indo ao seu enterro e se perguntou se achariam seu corpo. Ela não poderia deixar todos eles sozinhos, pelo menos não agora, não desse jeito.

Quando ar já não mais restava em seus pulmões Katherine sentiu uma dor interna, como se ela estivesse queimando de dentro para fora, e sentiu uma mão segurando seu braço, ela tentou ver quem era, mas ela não conseguia. Ela foi arrastada para cima depois que seu salvador desprendeu seu pé do toco de madeira que se prendera nas cordas que amarravam suas pernas.

Ela sentiu sua cabeça saindo de dentro d'água, e o alívio era tão grande que ela quase esqueceu que deveria respirar, seu coração estava a mil e ela não tinha certeza se realmente estava viva, ou se estava tendo alucinações.

Alguém a puxou para fora d'água e desamarrou as cordas que prendiam seus pulsos e suas pernas.

– Niah, você está bem?

Era seu salvador, Katherine olhou para o lado pensando que seira Blake, mas não era. Em seu lugar um garoto todo vestido de preto e com uma jaqueta de couro a encarava preocupado. Ele tinha os olhos pretos assim como o cabelo, que possuía alguns cachos enrolados, seu cabelo estava todo molhado e algumas mechas prendiam em seu rosto. Katherine se viu querendo tirar as mechas de seus olhos, mas ela nem ao menos conseguia se mexer.

– Estou - Disse ela ofegante - Quer dizer, mais ou menos, mas obrigado.

– Vem! - Ele a puxou para que ela ficasse em pé, mas ela caiu e o garoto teve que segurá-la, ela estava muito próxima dele, e conseguia sentir seu cheiro, era uma mistura de terra molhada com a da água suja do lago - Niah, nós temos que ir, rápido, eles estão vindo. Como foi que você deixou eles te pegarem?

Antes que Ktherine pudesse dizer que ela não era essa tal de Niah alguém gritou um nome.

– Finn, é você? - Ela olhou para trás era Blake.

– É claro seu idiota, quem mais poderia ser?

– Eu vou saber? - Ele apoiou um dos braços de Katherine em seu ombro e ajudou o tal de Finn a carregá-la.

Quando eles estavam quase chegando ao final do contorno do lado alguém gritou o nome de Niah, e Blake largou Katherine sem jeito e correu para o centro da mata.

– Idiota desgraçado - praguejou Finn - Sua perna ta melhor agora?

– Acho que sim, a gente precisa correr! - Respondeu ela.

– Eu sei, agora por favor, tenta andar mais rápido.

Ela assentiu e os dois começaram a correr. Katherine corria tropeçando no ar, sua perna ardia, e todo vez que seu pé esquerdo tocava no chão ela tinha vontade de arrancá-lo fora de tanta dor.

Uma faca passou voando entre Katherine e Finn, e ele tropeçou caindo no lago e levando Katherine, que segurava sua mão, junto. Ela se debateu de novo, mas a água não parecia ser a mesma, ela ainda estava gelada, mas não estava tão escura.

Finn levantou o corpo dos dois até a superfície, e Katherine quase não se aguentava de tanta dor. Ela ouviu Finn murmurar alguma coisa e pensou ter ouvido algo parecido com "Demônios de Caçadores imprestáveis". Ele se virou para ficar de barriga para cima e ela copiou seu movimento.

Só quando o rosto de Katherine estava na direção do céu ela viu que não estava no mesmo lugar de antes. Ela se sentou assustada e olhou ao redor. Ela ainda estava numa floresta, mas não era a mesma de antes. Havia mais espaço entre as árvores, e mesmo assim elas deixavam-na com medo, a maior parte do chão estava coberto de gelo, e estava nevando, pouco, mas nevando. Ela levantou as palmas das mãos para cima boquiaberta, estava nevando!

Finn se apoiou em seus cotovelos e encarou a garota.

– Você... - Começou ele - Você não é a Niah.

Katherine balançou a cabeça.

– Finalmente alguém percebeu isso - Ela se deitou no chão novamente e piscou - Mas afinal, onde estamos?

Finn sorriu e estendeu os braços para mostrar todo o lugar antes de responder:

– Bem-vinda ao Inferno!







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