Meu Doce Irmãozinho escrita por Gemini Yaoi


Capítulo 2
Capítulo 2




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II

No dia seguinte, após uma não tão longa noite de sono, Kanon acordou em sua cama, tateando-a. Encontrou-a vazia.

- Mas onde diabos está ele? Saiu sem mim mais uma vez?

Procurou na casa toda. Ninguém. E quando foi ver o sol para se certificar das horas, viu que o erro não era seu: as sombras da manhã ainda estavam tão oblíquas, que mal deviam passar das seis horas. Geralmente seu gêmeo saía quando ele se atrasava muito e demorava a responder seus chamados.

Lavou o rosto, comeu algo, vestiu suas roupas de treino e saiu enfim. Ao andar, procurava com o olhar todos os locais. Nada. Acostumado a tomar os caminhos mais secretos, por conta de seu forçado ocultamento, não tinha mesmo muita chance de vê-lo por ali...

Treinou o dia todo. Sozinho. Com as pedras, com os elementos da natureza, com a forte correnteza dos atóis que ali, nas proximidades, se encontravam. Ele os vencia. A todos, como se fosse um deus. Não se afogava, não era esmagado pelo peso das pedras que ocasionalmente caíam sobre si. Ele os controlava perfeitamente. A eles resistia, a eles enfrentava. E a eles os vencia sempre.

No entanto, sentia falta de treinar com Saga. Sim: apenas ele, seu irmão, outro deus, conseguia confrontá-lo com segurança. Mais do que todos os outros que treinaram consigo, pensando ele ser Saga. Mais do que qualquer outro elemento, um terremoto ou furação, uma inundação ou uma nevasca. Nenhum deles era tão páreo a si quanto Saga.

E por isso mesmo ele tanto o amava. E por isso mesmo se sentia tão só ali, no meio daquelas pedras, daquele mar, daquele turbilhão. Queria Saga consigo. Sabia que era uma dependência, e uma dependência daninha... pois em breve teria de assumir o que queria de fato: o controle. O domínio. Nada mais de ser escravo, porém senhor de si próprio. Nada além de ser senhor de seu destino.

E como... como tirar Saga daquela vida, se ele era cegamente fiel a Atena? Como fazê-lo ficar do seu lado? Bem... uma alternativa seria quando o Grande Mestre o escolhesse como seu sucessor. Kanon tentaria controlar as coisas também, sussurrando palavras a Saga... mas talvez não pudesse ser bem sucedido. Saga era honesto demais... jamais se renderia de fato aos seus apelos!

E assim, intrigado, querendo cortar as amarras da escravidão, observando o verde mar que se estendia diante dele e desejando que o mesmo o lavasse de todo o sofrimento que oprimia seu peito, Kanon foi a procura do posto onde Saga costumeiramente vigiava Poseidon. Não; nada lá também. Nada, aliás, em lugar algum.

- Onde se meteu?

Voltou para casa, consternado. Foi tomar um banho e em seguida preparar algo pra comer. Depois, foi até a sala e finalmente o viu: recostado no sofá da sala, sem sua armadura, de olhos fechados. O semblante, apesar de cansado, parecia tranqüilo. Kanon queria satisfazer suas dúvidas rapidamente, porém decidiu fazer uma surpresa: foi pé ante pé até atrás de seu gêmeo e tampou seus olhos suavemente, com as mãos. Saga apenas sorriu, pois já sabia quem era ele desde muito antes.

- Tudo bem, Kanon, já sei.

O mais novo sorriu e levou seu rosto até ele, beijando-o no rosto.

- Onde passou o tempo todo? Nem de manhã eu o vi!

- O Grande Mestre me convocou. A mim e a Aioros.

Um espasmo de felicidade invadiu o coração de Kanon.

- Saga... ele... ele finalmente indicou a você?

- Não.

A expressão alegre do caçula imediatamente se desfez numa expressão de dúvida.

-... não? Mas...

-Aioros será o Grande Mestre.

- O que...?

A respiração de Kanon ficou ofegante. Como? Aioros? Todos queriam a Saga!

- Saga... ele...

- Deixe estar, Kanon. É melhor assim... eu não agüentaria o peso em minhas costas.

- Como "Deixa estar"? Você ouve uma mensagem dessas sem oferecer nenhuma reação? Você, que sempre se esforçou tanto?

Kanon saiu correndo para o banheiro, uma lágrima furtiva escapando de seu olho. Encheu a banheira, retirou a roupa e se banhou furiosamente. Apenas a água... apenas ela era capaz de aplacar um pouco a seus momentos de fúria.

Mas daquela vez... daquela vez havia sido muito ruim. Mau demais a si! Que esperança ele teria de obter algum controle sobre o Santuário, enfim?

Esfregava, arranhava, escoriava a sua própria pele. Com força. Saga logo entrou no banheiro e o viu naquele estado flébil, louco, insano. Nem parecia o Kanon que desde sempre ele conhecia...

- Kanon, pare com isso! Vai se machucar!

- Mais machucado do que estou por dentro não posso ficar!

- Vamos! Se eu não me importei, por que você se importaria tanto?

O mais novo olhou ferozmente ao irmão. Em seguida vomitou-lhe no rosto as seguintes palavras:

- No fundo, você se importa! Quer mentir a si mesmo e isso não acabará bem! Pensa que não conheço o brilho que vai em seus olhos?

Esperando uma reprimenda pesada da parte do primogênito, Kanon sustentou o olhar a ele, esperando uma resposta sem temer. Mas Saga permaneceu calmo.

- Fique calmo, Kanon. Não se fira. Esfrie a cabeça e tudo parecerá melhor a si...

Tomando um pouco da água com as mãos, molhou o peito e os ombros de Kanon. Ao perceber a intenção de carinho que Saga tinha sobre si, ele recomeçou a chorar.

- Sei que é patético a um homem do meu tamanho, um guerreiro, chorar por isso. Mas... eu desejava tanto vê-lo como o novo Grande Mestre, Saga!

- Não... não é patético. O que você preferia: prender toda a energia desse pranto dentro de si, ou colocá-lo para fora, como faz agora? Não há problema... você é homem, e homem o suficiente pra assumir o que sente. Isto é digno de muitos guerreiros mais antigos do que nós...

Tomou da água morna e limpou os olhos do gêmeo. A seguir Saga também se despiu e entrou na banheira. Vendo-o tão triste, passou as mãos por seus cabelos e o acariciou no rosto. Kanon não aguentou muito tempo sem o contato estreito que ele podia lhe proporcionar: trouxe-o para si e beijou de leve seus lábios.

- O mundo se mostra muito cruel, Saga... e ao que parece, conforme o tempo passa, eu só posso confiar plenamente em você... meu doce irmãozinho.

Ambos se abraçaram e não demoraram a se beijar e acariciar com intensidade. O mais velho parecia querer transmitir sua energia vital a Kanon através das carícias, pois sentia-o exaurido por dentro... e queria ajudá-lo. E realmente o mais novo já se sentia melhor, como se o mundo inteiro pudesse ruir, e ele e Saga pudessem sobrar no meio de tal "ilha": contanto que houvesse ele, todo o resto poderia sumir, desaparecer ou traí-lo. Saga era a única coisa que lhe importava de fato.

Continuando daquele modo por mais tempo, logo viram que não conseguiriam sair da banheira sem se entregarem um ao outro novamente. Saga estranhava um pouco o fato de, todos os dias agora, os dois fazerem amor. Não eram tão "assim" há uns meses atrás, mas a coisa andava de tal maneira, que eles simplesmente não se continham. "Bem, de qualquer maneira indica que somos unidos, e que queremos bem um ao outro...", pensou ele, entre uma e outra mordiscada no lóbulo da orelha de seu gêmeo.

Após algum tempo de estimulação, Kanon passou as pernas pelos quadris de Saga.

- Pensei que quisesse me tomar hoje, Kanon...

- Não... quero que você desempenhe esse papel.

- E por que?

- Porque desejo ser guiado por você... e sentir-me seu... completamente seu... abandonar-me aos seus cuidados e simplesmente desfrutar deles.

Sorrindo, o mais velho beijou o companheiro nos lábios e direcionou o membro para dentro do caçula. Ele gemeu, segurando firmemente em seus braços. Devagar, Saga iniciou os movimentos dentro dele e o masturbou, usando o bom e velho óleo de amêndoas que eles guardavam no banheiro. Sempre se preocupava muito com o que o irmão sentia também... não apenas com o seu próprio orgasmo. No entanto, era mais calmo e controlado por natureza e, portanto, muitas vezes quem demonstrava reações exacerbadas era Kanon.

Enquanto o penetrava, agora já com um pouco mais de intensidade, acariciava seu corpo com a mão livre e continuava a masturbá-lo. Kanon gemia, arranhava suas costas e movia seus quadris com ardor, como se intentasse se aproximar desesperadamente do irmão. Conforme o ato foi evoluindo e sua tensão aumentando, ele começou a parecer estar louco, descontrolado: quase gritava, entre emocionado e altamente excitado que estava.

As reações de Saga foram mais brandas, como já era de se esperar: ele apenas gemeu baixo algumas vezes, mordeu os lábios e aumentou um pouco o ritmo das investidas dentro do outro.

Antes que pudesse dar conta de algo, Saga ouviu seu nome ser proferido com intensidade pelo companheiro e em seguida a cavidade dele se contraiu em seu membro, seguida da familiar seiva branca que acompanha o clímax dos homens. Era quase sempre assim... quando não gozavam juntos, Kanon sempre "ia" primeiro, tão exaltado era.

Movendo-se já bastante rápido no irmão, Saga também não se conteve por muito tempo: atingiu finalmente o orgasmo, repetindo o nome do gêmeo assim como o companheiro fizera. Em seguida, suspiraram de exaustâo e, também, satisfação.

- Meu doce irmãozinho... - repetiu Kanon, deliciado, sentindo-se seguro de uma forma que não sentia com mais nada ou ninguém. Era como pisar em um solo firme e saber, apenas pela intuição, que aquele era o seu lugar, o seu território, a sua base definitiva e certa, e nela podia construir a sua casa, o seu lar, pois ela jamais o atraiçoaria ou desabaria. Assim era a sua amizade e relacionamento com Saga.

Demorou um pouco para o mais velho sair de dentro do irmão, acarinhando-o ainda, beijando de leve seus ombros, seu peito, seu rosto.

Após fazerem mais um pouco de companhia um ao outro, eles se levantaram e foram tomar banho. Após tal momento, porém, Kanon lembrou-se, como se houvesse voltado de uma amnésia, que Saga não havia se tornado o Mestre. Seu semblante tornou-se furioso e maligno outra vez. Se Saga o visse, estranharia sem titubear.

"Deixa estar", disse para si mesmo em pensamento. "Antes senti-me derrotado, triste. Mas com esta energia vital que Saga me doou durante nosso ato de agora, me sinto forte... sim, renovado! Com raiva, porém renovado. E capaz, muito capaz, de executar uma vingança...

Sorriu lugubremente e foi vestir sua roupa, preparado para a parte vespertina dos treinos.

To be continued

OoOoOoOoOoOoOoO

Mais um capítulo e essa fic acaba. Curtinha mesmo. xD

Beijos a todos e todas!


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