Armadilhas Do Amor escrita por Lady Mary


Capítulo 13
Pesadelos...




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- Oê tá fá, tem ... cama, Luna. Aorda... - Eu escutava alguém murmurando ao meu lado. Eu estava dormindo, cansada, as palavras não me ficavam nítidas e não estava afim de acordar. Fiquei com vontade de mandar a pessoa ir à merda mas ignorei para ver se ela desistia. Não desistiu. Aliás, pareceu perder a paciência, e ouvi Leo gritando:

- ACORDA PORRA!

- Ah, me deixa. - Murmurei, tampando o rosto com as costas de uma mão.

- Tudo bem, mas não diga que eu não avisei se amanhã você mal conseguir andar de dor nas costas.

Eu bufei, lembrando-me que havia adormecido no sofá em uma posição nada confortável. Apenas 50% de mim havia acordado, para falar a verdade. Por isso, assim que levantei, cambaleei e caí novamente no sofá. Credo, eu parecia uma bêbada de pijama.

Leo pareceu revirar os olhos e colocou-me sobre seus ombros, segurando-me pelas pernas, o que não era muito melhor que dormir no sofá. Mas como eu disse, 50% de mim ainda estava adormecida, impedindo-me de protestar. Leo colocou-me na cama e me cobriu, e eu adormeci no mesmo instante.

Acordei novamente, dessa vez, por vontade própria. Procurei meu celular para ver as horas mas não o encontrei. Olhei então para a janela, para ver se o sol já raiava mas não reconheci a janela. Aliás, o que vi foi um garoto de cabelos pretos bagunçados, bronzeado, sem camisa, músculos definidos (não exagerados) e lábios finos dormindo tranquilamente com uma das mãos pousada em meu quadril, como se fosse a coisa mais normal do mundo. Ah, então é assim? Ele me acorda, me sequestra de meu sono no sofá, me leva para a cama dele e agora estava ali dormindo tranquilo como se nada fosse nada? Resolvi deixar a discussão para depois e me levantei, indo em direção ao meu quarto. Bem, eu quase levantei, pois logo tinha um braço forte segurando em minha cintura. 

- Aonde pensa que vai moça? 

- Para Nova York. - Respondo, irônica.

- Ah, mas não assim tão fácil. 

O garoto puxou me para mais perto, me dando um beijo maravilhoso, sem fim. Ele colocou uma das mãos na minha coxa enquanto descia com os lábios deliciosamente para meu pescoço. Um despertador tocou ao lado da cama.

- Um instante. - Ele pediu, sorrindo, enquanto se virava para desligar o despertador. Virou-se novamente para mim, e perguntou:

- E então, onde paramos?

Mas havia um problema. O garoto não era mais Leo. Era Jean.

- NÃO! - Eu acordei gritando. Percebi que fora só um pesadelo, e abracei minhas pernas, assustada, enquanto tentava separar  que fora sonho do que realmente acontecera.

- Lu? Lu você está bem? O que houve? - Perguntou Leo, ainda sonolento, mas assustado.

Ok, então a parte de Leo ter me sequestrado fora verdade.

- Eu... eu tive um pesadelo, só isso.

- Como foi?

- Prefiro não comentar.

- Hum, ok.

Eu sequei as lágrimas que caíram com medo de que Leo houvesse percebido, e foi aí que caiu a ficha e fiquei irritada. 

- Peraí - falei - ei você se aproveitou de mim!

- Quê? - Leo perguntou, confuso.

- Você me tirou do sofá e em vez de me colocar na minha cama você me colocou na sua! Você se aproveitou da minha inocência! - Completei.

Leo deu um sorriso safado, colocando-se sobre mim.

- E vai dizer que não gostou?

"Dã, é claro que sim, quem não gostaria de dormir nos braços nus de um gato como esse?" Pensei.

- Não! - Respondi empurrando-o.

- Ei calma aí Lu.

- O que foi? - Perguntei irritada.

- Por que você está assim comigo, posso saber? Ontem mais cedo era só amor, só beijos, e agora tá assim, toda irritadinha?

Meus ombros caíram e minha expressão mudou de "vou-assassinar-você-lenta-e-dolorosamente" para a de "não-me-julgue-estou-assustada-e-com-medo". O que era verdade. Eu estava assustada e com medo, nunca me sentira assim em relação a um garoto. Leo pareceu perceber meu estado e também mudou as expressão de "dá-pra-parar-com-essa-porra?" para a de "calma-o-que-houve?".

- Lu, você não está bem, né? O que está acontecendo?

- Leo, você tem que entender uma coisa, nós...

Fui interrompida por Rosa batendo na porta.

- Filho?

Eu me joguei debaixo do edredom e Leo ficou meio na minha frente, meio em cima de mim.

- Ah, oi mãe.

- Hoje uns amigos de trabalho do Marcos vem jantar aqui, ok? Gostaria que você e a Luana fossem. Só vim avisar que...

- Vai ser do tipo "churrasco-descontraído-e-divertido" ou do tipo "jantar-chato-de-terno-e-gravata".

"Jantar-chato-de-terno-e-gravata". - Ela respondeu, e ouvi a porta se fechando. Saí de debaixo do edredom, e Leo me perguntou:

- O que você estava dizendo mesmo?

- Nada, acho melhor eu ir para o meu quarto e fingir que acabei de acordar ok?

- Hum, beleza. 

Leo se aproximou para me dar um beijo, mas eu virei o rosto e saí furtivamente de seu quarto. 

Ao entrar no meu, joguei-me na minha cama de barriga para cima, em uma espécie de monólogo:

"- Se você está tão afim dele, por que não fica com ele de uma vez?

- Porque agora somos irmãos, e nada que fizermos vai mudar isso!

- Tecnicamente vocês não são irmãos, a única coisa é que seu pai e a mãe dele vão casar e...

- E meu pai e Rosa são um casal lindo que nunca vai se separar,  POR ISSO não posso ficar com o Leo!

- Ah, mas o Leo é tão gatinho, divertido e...

- Ah, cale a boca."

Ótimo, agora eu estava mandando a mim mesma que calasse a boca.

Levantei da cama e troquei de roupa, tirando o pijama. [ look ]  

Desci as escadas, e encontrei uma cena típica de um seriado americano: Meu pai estava sentado, com uma das pernas dobrada sobre o joelho bebendo suco de laranja e lendo o jornal; Rosa trazia queijos quente para a mesa e Leo comia alguns biscoitos.

- Olá, família. - Falei.

Tomamos café da manhã e eu, como boa garota, fui estudar para uma prova de segunda feira.

- Marcos, que horas exatamente vai ser o jantar? - Perguntou Leo, durante o almoço.

- 19:30, Leo. Algum problema?

- Não, nada, só queria então convidar a Lu para ir hoje a tarde no hospital. O Rafa vai ganhar alta, mesmo não sabendo, e depois a gente vai comemorar.

- Ah, que ótimo, Leo! - Comentei.

- É, o Dudu me ligou avisando.

- Só gostaria que não chegassem em casa atrasados... ou bêbados... ou os dois, ok?- Interrompeu meu pai, num daqueles momentos que você não sabe se ele está brincando ou não.

Depois do almoço eu tomei um longo e relaxador banho. Eu não precisava ter pressa, só sairíamos 15:30 de casa e ainda faltavam 2 horas para isso. Ao sair do banho, espalhei creme hidratante por todo o corpo, vesti as peças íntimas e sequei meus cabelos loiros e rebeldes. Vesti um vestido azul e fiz uma maquiagem não muito elaborada, apenas o básico: corretivo para as olheiras da noite que não fora muito boa, rímel, uma sombra clarinha, lápis delineador preto não muito forte e um batom rosa. Coloquei os brincos, a pulseira e o colar que ganhara de minha mãe no aniversário de 16 anos, tudo com toda a maior calma do mundo. Vesti um  blazer estampado, calcei meus sapatos, coloquei um chapéu sobre a cabeça, peguei meus óculos de sol e minha bolsa. Estava pronta [look]. Olhei-me no espelho: eu até que estava bonita. Não, não era narcisismo e eu não sou metida nem nada disso. Apenas gosto de me sentir bonita, bem comigo mesma e esse era um desses dias.

Desci as escadas, dando de cara com um Leo dormindo relaxadamente sobre o sofá. Opa, uma ótima chance de fazer uma pequena "vingancinha" pelo o ocorrido durante a noite.


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