Armadilhas Do Amor escrita por Lady Mary
Acordei cedo. Me olhei no espelho. Meu Deus, eu estava horrível. Meus cabelos estavam bagunçados e arrepiados. Tinham olheiras enormes sob meus olhos, pois não consegui dormir direito na noite anterior. Meu rosto parecia uma batata, de tão inchado.
– Toc toc - era minha mãe, na porta - Bom dia querida, dormiu bem?
– Claro. - menti. - Quanto tempo?
– Sairemos daqui a uma hora, não esqueça de tomar seu café. - Disse ela, saindo do quarto.
Era hoje. Minha mãe iria fazer um roteiro maluco de viagens pelo continente com o noivo e eu iria morar com meu pai. Meu pai é um advogado, mora no Rio de Janeiro. Então eu tinha uma hora para dar um jeito no meu rosto, no meu cabelo, tomar uns goles de café e entrar num avião rumo a uma viagem de mais de 800 Km.
Prendi meu cabelo num rabo de cavalo (não tinha outro jeito), passei uma base no rosto, desci as escadas e tomei uns goles de café. Não tinha estômago para comer nada, ainda mais que dali a meia hora embarcaria num avião. Escovei os dentes, passei um rímel, gloss, e vesti meus bons e velhos jeans e moletons. Calcei meu velho All Star, e peguei minhas malas.
– Vou sentir saudades, querida. - Disse minha mãe, na porta do avião.
– Eu também, mãe.
– Eu te amo, querida.
– Também te amo.
E com isso, embarquei no avião e procurei minha poltrona.
Dormi a maior parte da viagem, li um pouco e quando finalmente chegamos, tentei tirar um pouco da cara de sono. Quando cheguei, Deus, estava muito quente, tirei meu moletom, ficando com uma regata por baixo, e me arrependi por ter vindo de calça. Desci as escadas, e procurei o lugar onde combinei de encontrar meu pai. O aeroporto era enorme e, pra variar, me perdi. Passaram uns 20 minutos do meu desembarque, e meu pai me ligou.
– Lu, aonde você está?
– Eu não sei pai. - Disse eu, já estava desesperada mas tentei soar como se não me importasse.
– Como assim não sabe, Luana?
– Ah, sei lá, estou na frente do Café da Tati.
– O que? Mas você está do outro lado do aeroporto!
– Opa.
– Ai meu Deus, já estou indo aí, querida, não saia de onde você está!
– Ta. - e ele desligou. Sentei em uma mesa e esperei o que parecia uma eternidade, mas logo vi meu pai, como sempre, num terno risca de giz.
– Pai! - eu disse, talvez um pouco alto demais, e o abracei. Ele pareceu um pouco surpreso, mas baixou a mão nas minhas costas e deu tapinhas, como os homens fazem quando se sentem desconfortáveis com uma demonstração de afeto. Então meu pai soltou-se de meu abraço, dizendo:
– Querida, eu gostaria de lhe apresentar uma pessoa.
– Quem? - eu nem imaginava quem poderia ser, talvez um amigo de meu pai? Ele vivia me apresentando para os amigos, mas, no aeroporto? Então saiu uma mulher baixinha, com cabelos pretos e olhos também pretos, quase assustadores. Ela era bonita, vestia um vestido azul e saltos pretos. Ela se aproximou de mim, e imaginei que fosse me estender a mão. Mas fui pega de surpresa. Ela me puxou para perto dela me dando um forte abraço. Depois de me largar, ela deu um passinho para trás, dizendo:
– Luana, puxa como você é linda! Meu pai falo muito de você, mal podia esperar para conhece-la!
E eu disse algo muito inteligente, tipo:
– Ahn, oi. Desculpe mas quem é você, mesmo?
– Ah, desculpe! Como e sou tola, me chamo Rosa, a noiva de seu pai. - E terminou com um sorriso de orelha a orelha. Eu não podia reclamar, ela parecia ser legal, foi simpática comigo, me tratou bem. Me indicou onde estava o carro e em cerca de quinze minutos eu já sabia metade da vida dela. Me pai prosseguiu quieto, dirigindo. Ele tinha mais alguma coisa para me contar, e eu não sabia o que era. E estava com medo de descobrir.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Espero que gostem, essa é minha primeira história aqui! Críticas construtivas serão sempre bem vindas, obrigada. Espero que tenham gostado, por enquanto!