No Amor E No Futebol Vale Tudo! escrita por Jade Potter


Capítulo 41
Capitulo 40


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora pra postar, gente. Minha vida está uma correria só e tive que dividir o capitulo que eu queria fazer, pra vocês. Espero que gostem!!!



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Eu preciso fazer isso. Já está na hora. Não, eu não posso. Não vou conseguir. Estava andando de um lado para o outro no salão tentando encontrar forças pra me demitir. Afinal daqui a uma semana eu irei me mudar para a Inglaterra. Meu tempo aqui estava acabando.

–--Meu Deus. Como vou fazer isso? ---murmurei para mim mesma enquanto respirava fundo. Eu tinha que fazer. Por que Marcus estava cantando uma musica tão triste?! Essa era a hora que ele escolheu para cantar “ Sozinho” de Caetano Veloso?

Fui andando determinada até o escritório de Cleandro. Meus amigos. Marcus... Vou sentir muita falta de todos eles. Mais do que eu acreditava. Mas era apenas um dos sacrifícios que eu estava fazendo.

Bati na porta da sua sala e esperei ele permitir minha entrada.

–--Pode entrar! ---gritou de dentro. Entrei receosa e sorri ao dar de cara com o melhor chefe de todos os tempos. Ele me encarou surpreso. ---Sofia?

–--Oi. ---falei meio embargada. ---Eu posso falar com você?

–--Claro. O que foi? ---perguntou franzindo o cenho. ---Não me diga que foi Victor e Jorge mais uma vez? Sente-se.

Sentei, me sentindo estranha. Nunca tinha me demitido antes. Como se faz isso? Principalmente se não tiver um motivo real pra isso?

–--Não. ---respondi. ---Eu gostaria de falar com você.

–--Achei que já estivéssemos fazendo isso. ---sorriu ele. Vamos lá, é agora ou nunca.

–--Cleandro, eu... Eu não tenho motivo pra fazer isso, quero dizer, eu adoro trabalhar aqui e nunca me demitiria se realmente não fosse necessário...

–--Se demitir? ---perguntou chocado. ---Do que está falando?

–--... Mas eu preciso fazer isso. Sinto muito.

Parei pra respirar. Ufa. Ele me olhou abismado.

–--Está se demitindo? ---perguntou.

–--Estou. ---respondi triste. ---Sinto muito.

–--Por que está se desculpando? ---perguntou.

–--Por que... ---Por que?!–--Eu não sei.

–--Sofia, se não quer trabalhar aqui tudo bem. Eu entendo. ---disse sorrindo docemente. Fiquei decepcionada por algum motivo desconhecido. Eu esperava que ele me implorasse pra desistir?

–--Certo. ---murmurei. -

–--Eu sei que ser garçonete não é o emprego dos sonhos. Eu sei disso.

–--Ah. Mas eu sou feliz trabalhando aqui. ---falei suspirando me sentindo péssima.

–--Então por que está se demitindo? ---perguntou confuso.

–--É complicado. ---murmurei.

–--Não sei por que, mas imaginava que ia dizer isso. ---revirou os olhos e me encarou sério. ---Você é que é uma garota complicada.

–--Pode ser. ---suspirei. ---Gostei muito de trabalhar aqui, Cleandro. Você é legal.

–--Você também, Sofia. Você transformou esse lugar. As pessoas ao seu redor. ---disse e suspirou. ---É claro que estou triste por perder você. ---admitiu. ---Mas sei que está fazendo o que acha certo.

–--Obrigado, Cleandro. ---funguei contendo as lagrimas.

–--Posso te dar até sexta. Depois de manhã. ---disse e vi que estava com voz embargada.

–--Tudo bem. ---sorri tristemente. ---Vou sentir saudades.

–--Eu também. ---sorriu e nos abraçamos. Ele se afastou depressa, meio constrangido. ---Amanhã te passo o cheque.

–--Ok. ---respondi e me dirigi até a porta, e então olhei pra trás. ---Tchau.

Saí depressa do sala sentindo meu coração se apertar no meu peito. Mas uma porta se fechando para o amanhecer de uma nova vida.

–--Que foi, Sofia? ---perguntou Marcus sorridente enquanto os bêbados aplaudiam.

–--Acabei de me demitir. ---murmurei.

–--Quê?! ---perguntou chocado e seu sorriso murchou, o que me deixou mais triste.

–--Por favor, não fale nada. Eu sei. ---falei logo.

–--Por quê? ---perguntou confuso tentando em vão disfarçar o choque.

–--Você mesmo disse que esse não é o emprego dos sonhos. ---falei sorrindo. Vai ser horrível deixar Marcus, além de que ele vai pensar que sou uma péssima amiga quando eu for embora sem dizer a ninguém.

–--Certo, mas você precisava do dinheiro pra comprar o seu teclado. ---disse.

–--Christian me deu. ---resolvi omitir o fato de que era um piano não um teclado.

–--Christian o que? ---ele me olhava chocado. Eu provavelmente fiquei com essa cara quando recebi a noticia também, mas acho que foi pior.

–--Eu o que? ---perguntou Christian agarrando minha cintura por trás e me dando um beijo casto na bochecha. Olhei para os lados. Ninguém conhecido a não ser os funcionários do bar. Analisei os rostos e não vi ninguém nos encarando. De qualquer forma, me desvencilhei do seu abraço e o olhei, irritada. Ele sabe que não pode ficar me agarrando em lugares públicos.

Ele me fuzilou, irritado.

–--Você deu um teclado pra ela?! ---perguntou Marcus chocado.

–--É, mas foi um piano, não um... ---bati nele. ---Hei, o que...

–--Um... Um piano? ---pronto, todo meu esforço em vão.

–--É. ---disse Christian massageando o lugar em que o bati.

Olhei pra Marcus tentando transmitir meu desagrado com essa conversa. Ele pareceu entender.

–--Você sabia que ela se demitiu? ---perguntou Marcus mudando de assunto. Christian me encarou, pensativo e então olhou pra Marcus.

–--Não. ---disse com o cenho franzido.

–--Pois é, o que vai ser desse lugar sem ela. ---resmungou Marcus, e eu sorri.

–--Sem quem? ---perguntou Jorge chegando perto da gente.

–--Sem Sofia. Ela acabou de se demitir. ---explicou Marcus com a cara enfezada. O olhei carrancuda. Caramba!

–--Mais que merda! Por quê? ---exclamou Jorge olhando pra mim, chocado.

–--Por que sim. ---resmunguei depois me arrependi. ---Desculpe, eu simplesmente não tenho mais por que continuar trabalhando aqui.

–--Então é isso? Vai abandonar a gente? ---perguntou ele e parecia verdadeiramente magoado.

–--Por favor, gente, vocês tem que entender, eu preciso fazer isso. ---eu ia chorar se eles não parassem de me torturar.

–--Precisa fazer o que? ---perguntou Victor, confuso. Revirei os olhos, me sentindo um lixo de repente. Eu vou abandonar essas pessoas.

–--Se demitir. Ela acabou de fazer isso. ---explicou Jorge. Vitor me olhou indignado. Vitor! Logo ele!

–--Cara, por quê? Eu pensei que gostasse daqui! ---disse magoado.

–--Eu gosto, mas...

–--Que alvoroço é esse aqui, gente? ---perguntou Marcelo acompanhado por Carlos. Ai Deus...

–--Sofia se demitiu. ---disse Vitor, irritado.

Os dois rostos viraram pra mim. Indignados. Pra variar.

–--Por quê?! ---perguntou Carlos. Marcelo ficou me olhando sem entender.

–--Por que eu quis, será que vocês não conseguem entender isso?! ---gritei e saí correndo do salão, entrando na sala de espera.Eu não queria ser grossa, não queria magoar eles, mas quem eu quero magoar pelo amor de Deus? Eu só queria poder viver em paz com o amor da minha vida.

Christian entrou na sala e fechou a porta atrás de si, trancando logo em seguida. Eu estava sentada no sofá e ele se ajoelhou na minha frente, limpando as lagrimas que eu nem sabia que tinham descido.

–--Estou cansado de limpar suas lagrimas. ---disse e parecia realmente exausto. E triste, muito triste.

–--Como assim? ---perguntei me endireitando e o encarando.

–--Você não vai viajar comigo. ---disse simplesmente. O olhei, perplexa.

–--O que?! ---quase gritei. Muita coisa estava acontecendo comigo. Eu até posso aguentar tudo, menos isso.

–--Você não vai. ---disse e se levantou, levantei com ele, me sentindo quase com raiva. ---Estou cansado de ver você chorando por minha causa! Cansei!

O que?!

–--Não estou chorando por sua causa! ---gritei me sentindo em pânico.

–--Está! Desde que me conheceu, eu só trouxe problemas pra você! ---gritou também. ---É simplesmente insuportável pra mim, saber que está chorando por que vai ter que fugir comigo!

–--Você esperava o que? ---gritei nervosa. ---Que eu ficasse pulando de felicidade por que vou largar as pessoas que eu amo?!

–--Então fique com elas! Ninguém está te obrigando a fugir comigo! ---gritou.

–--Eu sei, mas ficar sem você vai ser muito pior do que isso! ---gritei irritada. Muito irritada.

–--Eu fiquei observando o modo como ficou triste ao ver os garotos falando! Você não quer deixá-los! ---gritou irritado.

–--Está com ciúmes dos garotos?!

–--É claro que não! ---disse ainda um pouco alto. ---Estou com medo de perder você!

–--Você não vai me perder, Christian! ---tentei chegar até ele, mas ele se afastou.

–--Não quero que vá e depois se arrependa e queira me deixar. Prefiro que faça isso agora! ---gritou.

–--Você não sabe o que está dizendo! ---gritei completamente em pânico.

–--É provável que eu não saiba, mas prefiro sofrer agora do que depois quando...

–--Eu não vou deixar você. ---falei tentando me acalmar.

–--Como não vai, Sofia? Você vai pra um país estrangeiro. Com pessoas que não conhece. ---suspirou. ---Eu não sei se sou o suficiente pra fazer você feliz.

–--Você está falando isso só por causa da minha reação ao ouvir os garotos? ---perguntei indignada.

–--Não, quando você me afastou hoje quando cheguei, eu...

O olhei chocada.

–--Eu fiz isso por medo de que alguém nos visse e pudesse fazer algo contra você! ---exclamei.

–--Eu pensei que...

–--Você é um idiota. ---joguei pra fora e suspirei pesadamente. Lagrimas começaram a invadir meus olhos e quando eu vi já estava em seus braços, beijando seu rosto com fervor. ---Mas, eu amo você. Eu amo muito você. Entende isso, por favor.

Ele me abraçou, assustado.

–--Tudo bem. Por favor, pare de chorar, se não eu vou enlouquecer. ---implorou secando minhas lagrimas. Resolvi me esforçar pra não chorar na frente de Christian de novo. Ele estava muito sensível. Olha quem fala.

–--Eu estou triste. ---murmurei o encarando. ---Mas isso não importa. Por que é você que eu quero. Coloque isso na sua cabeça.

–--Tudo bem. ---disse e parecia aliviado e morrendo de vontade de me fazer parar de chorar. Oh, Christian.

–--Eu queria tanto ser uma namorada de verdade pra você. ---sussurrei enquanto ele me aninhava no seu abraço protetor. Ainda estávamos em pé, mas não queria sair daquela posição por nada.

–--Você é. ---disse surpreso e confuso.

–--Andar de mãos dadas na rua, conhecer seus pais, sair para o shopping juntos, sem medo de ser descobertos e acabar sendo mortos.

–--Se depender de mim, você nunca irá conhecer meus pais. ---disse e vi tensão nos seus braços.

–--Se depender de mim, você também não. ---admiti.

Não sei por que, mas comecei a rir e me agarrei a ele mais forte. Meu Deus, como eu estava ficando louca.

–--Por que está rindo? ---perguntou confuso.

–--Não sei. ---admiti.

–--Suas mudanças de humor estão me deixando maluco. ---confessou sorrindo.

–--Estão me deixando maluca também. ---sorri.

–--Quando formos pra Londres, poderemos ser um casal de verdade. ---disse e suspirou. Ele sabia que não seria a mesma coisa. Nunca será a mesma coisa. Seremos sempre o casal proibido. A lembrança dos nossos pais sempre estará conosco.

–--Contanto que esteja seguro, eu não me importo. ---falei suspirando.

–--Está psicótica com isso, não é? ---sorriu e parecia secretamente aliviado.

–--Estou, por que eu sei que se meu pai descobrir não poderei fazer nada pra te proteger, não sou igual a certas pessoas que acham que são invencíveis e que poderão deter o pai se ele descobrir. ---revirei os olhos.

–--Eu vou proteger você com a minha vida. ---disse sério. ---Não estou brincando. Eu faço o diabo pra manter você segura.

–--Eu sei. Eu sei, não precisa dizer isso. ---sorri encantada com o fato de meu humor ter mudado tanto de uma hora pra outra. Ele sorriu e beijou levemente meus lábios.

–--Então vocês estão mesmo juntos? ---perguntou uma voz familiar.

Eu e Christian nos afastamos e encaramos Matheus sem acreditar. O que ele estava fazendo aqui?

–--O que você quer? ---perguntou Christian com cara de poucos amigos. Seu rosto relaxado tinha sumido.

–--Eu vim falar com a Sofia, mas parece que está ocupada. ---disse Matheus com nojo.

–--O que você quer falar comigo? ---perguntei. ---Achei que já tivéssemos resolvido tudo naquele dia.

–--Eu sei.

–--Como assim naquele dia? ---perguntou Christian irritado. Ele também estava mudando de humor muito rápido. ---Você não me disse que tinha visto ele!

–--Não foi importante então não achei que tinha necessidade de te contar. ---me defendi.

–--Problemas no paraíso? ---sorriu Matheus. Christian deu um passo em sua direção. Matheus se contraiu.

–--Fique longe dela. ---rosnou Christian, estava perto demais de Matheus. ---E sim, isso é uma ameaça.

–--Quem você pensa que é pra me dizer o que fazer? ---perguntou Matheus, mas vi que estava com medo.

–--Sou o namorado dela. Isso responde a sua pergunta?

–--Eu sempre soube! ---exclamou e se desvencilhou de Christian, parando na minha frente. ---Você mentiu pra mim!

–--Você sempre soube o que eu sentia por Christian, alias, todos sabiam e você não é uma exceção. ---falei nervosa.

–--Ele não é o cara certo pra você! ---disse alto, e Christian me empurrou pra trás.

–--Agora já chega. ---rosnou e quase deu um murro em Matheus se eu não tivesse segurado seu braço. ---Sofia, me solte.

–--Não.

–--Deixa, Sofia, ele é apenas um covarde que diz muita coisa, mas não faz nada. ---esnobou Matheus. Soltei o braço de Christian e o deixei dar um murro na cara de Matheus. Bem, ele merecia. Matheus voou pra trás com o golpe certeiro e vi que ficou surpreso com o ataque de Christian. ---Você ficou louco?!

–--Saia daqui antes que eu quebre a sua cara! ---rosnou Christian.

–--Você já quebrou meu nariz! ---exclamou Matheus perplexo.

–--Vou quebrar muito mais que o nariz se não sair daqui agora. ---ameaçou Christian.

–--Matheus, vá embora. ---sussurrei com medo de Christian dá louca de novo.

–--Não, eu preciso falar com você. ---disse segurando o nariz que sangrava.

–--O que você precisa falar que já não tenha falado? ---perguntei.

–--Nossa... Então vocês devem ter conversado muito... ---resmungou Christian me encarando. Suspirei sabendo que ele não vai esquecer isso.

–--Eu posso falar com você? ---perguntou Matheus.

–--Não. ---disse Christian por mim. Olhei pra ele. ---Com certeza não. Nem adianta.

–--Christian...

–--Sofia, eu não vou deixar vocês dois sozinhos. ---disse de braços cruzados.

–--Você não confia em mim? ---perguntei magoada.

–--Confio. ---disse sinceramente, me olhando preocupado. ---É nele que eu não confio.


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Notas finais do capítulo

Obrigado por acompanharem minha história! Comentem, por favor.



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