Run The World escrita por Luíza AD


Capítulo 1
Capítulo um


Notas iniciais do capítulo

E aí pessoas ?



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Mônica estava grudada em seus pensamentos sem nexo, escutando sua música preferida. Hoje iria ser o dia em que Cebola á pediria em namoro.

Mas não era por isso que estava realmente feliz. O novo mangá de Skip-Beat! finalmente tinha saído, e ela estava louca para ler online. Cebola ainda não havia derrotado ela. Pelo contrário, de tanto esperar, ela estava meio que sem vontade de namorar ele.

Se revirou na cama, buscando conforto. Desde aquele dia em que ela viu Magali testar o vestido "lolita", ela tinha se apaixonado. Mas quem disse que ela contou para alguém?

Depois daquele dia no Japão, ela não conseguiu esquecer o que tinha se passado lá. O seu verdadeiro desejo era de poder voltar, aprender mais sobre a cultura, porque a união que eles tanto falaram não é só se juntar na hora do aperto.

A união verdadeira. Amor. Ela queria sentir isso de verdade. Cebola nunca proporcionou algo parecido com ela, ela percebeu isso faz alguns meses.

Todos sabiam que hoje seria o dia em que ela voltaria para ele. E surpreendentemente, ela não queria sair da cama. Se revirou de novo, até ouvir alguém bater em sua porta.

Sabia que era sua mãe. Sua querida mãe que sempre ouvia os desaforos da filha, mesmo que repetidos.

– Filha.. - ela abriu um pouco da porta. - Ora essa, ainda está dormindo?

Sua voz era macia. Mônica sentiu mais preguiça ainda.

– Mãe, não quero ir para a escola hoje. - ela disse, ainda com as cobertas em cima dela.

Sua mãe se surpreendeu, ouvira por Magali que seria hoje que Cebola finalmente cederia. Sua filhinha não deveria estar pulando de alegria? Ou de nervosismo?

– Mas filha.. - a mulher alta se sentou em sua cama. - Hoje não seria um dia especial? O que foi, está doente?

– Não quero ir hoje. Quero ficar em casa. - ela reclamou.

Luísa não entendeu sua filha.

– Mas e o Cebola? - a mãe percebeu que a filha ficou rígida ao comentar esse nome. - Ele não vai ficar triste quando você faltar á aula?

– O Cebola que vá á merda. - resmungou.

– Filha, isso tem haver com o Do Contra então?

Mônica sentiu um arrepio passar por sua coluna ao ouvir esse nome. Do Contra. Aquele que lhe deu o fora mais humilhante da sua vida. Não que ela guardasse rancor por ele, mas ela realmente gostou de passar aqueles dias com ele.

– Do Contra? - sentiu seus lábios formigarem só de falar o nome dele. - Por que seria ele?

– Não sei.. - a mãe a olhou desconfiada. - Você está estranha hoje.

– Estranha?!

Mônica se libertou das cobertas e olhou para mãe.

– O que você quer dizer com isso? Eu estou diferente? - se desesperou.

– Calma. - sua mãe riu. - Só quero dizer que normalmente você estaria pulando de alegria, nervosismo, porque hoje o Cebola vai pedir você em namoro.

Mônica suprimiu uma careta.

– Ah, filha... - sua mãe olhou com os olhos castanhos cheios de expectativas. - Eu e seu pai observamos você nesses últimos tempos..

Mônica engoliu em seco. Teria ela descoberto?

– Vi que você anda lendo esses quadrinhos estranhos..

– Mangás, mãe! - ela exclamou. - São quadrinhos japoneses, então é mangá.

– É, isso mesmo. - ela revirou os olhos. - Seu pai foi chamado para fazer um trabalho lá no Japão.

Mônica arregalou os olhos. Sentiu uma felicidade encher sua cabeça.

– O QUÊ?! - Seu sorriso aumentou.

– Nós vamos nos mudar para o Japão e.. - Mônica gritou, um grito que daria para ser ouvido pelo bairro inteiro. Luísa suspirou. Sua filha nunca mudaria.

Mônica fez sua higiene matinal correndo. Vestiu uma mini-saia xadrez, uma blusinha decotada colorida, e seu tênis de cano super longo preto. Hoje era um dia especial.

Ela ia se mudar para o Japão. Cada vez que pensava nisso sentia mais animação. Enquanto engolia seu café da manhã, seu pai se sentou á sua frente.

– Ficou sabendo da notícia, filhinha? - seu pai sorriu.

Sim. - ela terminou de engolir a torrada. - Estou tão feliz! Ureshii!(estou tão feliz)

– Nós vamos no domingo.

Ela engasgou com o suco de maçã. Seria tão cedo. Ela teria de se despedir de todos, porque hoje era sexta. Pensou nisso enquanto fazia sua caminhada para á escola.

Se ela fosse embora, várias pessoas sentiriam raiva, e pena. Mas se ela não fosse, ela ia perder a oportunidade de ouro. Bufou de incompreensão.

E ainda tinha o Cebola. Ele iria pedi-la em namoro hoje, pela primeira vez em meses. Deveria dizer que estava animada, mas não conseguia.

No início do namoro dos dois, tudo ocorreu ás mil maravilhas. Ela realmente gostava dele.Sim, gostava. Porque ela era apaixonada por ele, mas no entanto, não havia muita paixão.

E quando eles se distanciaram, ela deixou de sentir aquele frio na barriga, e toda vez que eles se beijavam.. Bem, ela só sentia os lábios dele contra os dela.

Seria isso namorar? Seria isso? Ela deixaria de sentir aquela mágica pelo Cebola. Sem perceber, não sentiu Magali ao seu lado o tempo inteiro.

Levantou o olhar, e encontrou sua amiga com os olhos roxos e lágrimas escorrendo. Rapidamente engasgou e falou:

– Magali! - parou de andar. - O que houve? O que o Quim fez? Foi o Cascão? Fala!

– Não.. - ela passou a mão debaixo dos olhos. - Eu fiquei sabendo que você vai se mudar.

Abraçou ela. Ela explodiu em lágrimas em seu ombro. É claro que ela queria ir para o Japão, mas iria sentir saudades dos seus amigos. Toda escolha tem seu sacrifício.

– Calma, calma Magali... - afastou ela de seu ombro e a olhou nos olhos. - Só porque eu vou me mudar, não significa que eu vou esquecer de você, entendeu?

– S-Sim. - ela limpou um pouco das lágrimas.

– Olha.. - pensei. - Poderia manter em segredo? Vai ficar tudo bem, entendeu?

Magali olhou para sua amiga com medo. Os planos da Mônica podiam ser um pouco melhores do que os do Cebola, mas mesmo assim.

– E o Cebola? - ela perguntou, ainda com a voz trêmula. - Vai embora sem dizer nada para ele? Ele te ama Mô...

– Eu sei Mága. - falou, tristonha. - Mas olha... É diferente agora... Eu quero ir para o Japão.

– Você quer mesmo ir? - Magali a olhou novamente, tentando encobrir sua dor. Quando Mônica assentiu, ela disse: - Então compra alguma coisa legal lá para mim!

Elas conversaram banalidades até chegar na escola. Magali já estava sentindo saudades antes de Mônica ir. Tudo estava estranhamente animado hoje.

E a cada vez que Mônica pensava no porquê disso, sentia um peso no coração. Cebola a amava, ela sabia disso. Mas o sentimento que ela sentia por ele antes estava desaparecendo, e agora que estava se mudando... Tudo iria desaparecer?

Sem perceber, o sinal para hora do intervalo foi tocado e ninguém mexeu um músculo. Era agora. Cebola iria falar com Mônica. Mônica se levantou, sem esperar ninguém atrás dela e saiu.

Denise, a menina que fazia as fofocas a seguiu. Todo o rolo tinha que ser gravado para todos os outros aprenderem como conquistar uma menina, mesmo fazendo ela esperar meses.

Mônica chegou no bebedouro e sentiu uma pessoa atrás dela. Se virou rapidamente e viu Cebola, com seu sorriso bobão habitual. Não sentiu animação, nem vontade de fazer nada.

– Oi, Mônica! - ele falou, e a abraçou sem jeito. Mônica nem correspondeu ao abraço.

Sem os dois saberem, além de Denise, outra pessoa também espiava. A turma toda poderia estar ali, mas Denise estava filmando com o celular tudo ao vivo. Então, somente o mais corajoso foi assistir tudo de camarote.

– Cebola, eu... - mas ele colocou um dedo nos lábios dela, fazendo ela calar.

– Mônica, eu te amo. - ele se ajoelhou e Mônica sentiu o coração dela desabar. - Desde pequeno eu gostei de você, das nossas brigas eu só queria chamar a sua atenção. Eu sei que fiz muitas burradas com você, e peço desculpas. Sei que demorei muito para fazer isso.

Foi quando ele tirou uma caixinha vermelha de veludo do bolso que Mônica sentiu seus olhos lacrimejarem.

– Namora comigo? - ele perguntou, só que a expressão dele era de tédio. - Fica comigo? Promete ser minha namorada?

– Eu... - ela olhou para ele, depois para caixa, depois para cima. Seu coração parecia que iria parar. Não estava batendo fortemente como antes. - Me desculpa Cebola, mas eu preciso de um tempo.

Viu os olhos dele se arregalarem antes de sair correndo. Sentiu um laço antigo dos dois ser arrancado do coração dele. Sim, ele a amava, de um jeito sem noção, mas a amava do mesmo jeito.

Mônica se escondeu em um dos corredores e sentou-se no chão. Não ia chorar. Porque se chorasse, não seria porquê deu um fora nele, mas sim porque quebrou o coração de seu melhor amigo.

Ouviu passos distantes e colocou a mão nos ouvidos. Ela precisava de paz.

– Eu já disse Cebola. - ela não olhou para pessoa que estava lá. - Eu quero um tempo. Não sei se devo aceitar, ainda mais porque eu vou embora. Acho que meu sentimento por você se esvaiu e...

– Eu não sou o Cebola. - a voz rouca do garoto fez Mônica se arrepiar da cabeça aos pés.

– Do Contra. - falou, com a voz trêmula. - Vá embora, estou em um momento difícil.

– Eu sei. Só que não me importo. - ele se sentou ao lado da dentuça. - A escola toda já sabe do que houve com você e o Cebola.

– Mas como que..?! - a pergunta pareceu idiota depois de três segundos e Mônica bufou. - Eu ainda mato a Denise.

– Olha Mônica, eu sei que você parece em dúvida sobre o Cebola. - Ela olhou no fundo dos olhos dele, e ver aqueles olhos castanhos a confortando, se sentiu muito melhor. Mas os olhos dele tinham a dor estampada. - Mas vocês dois se amam, vocês tem que ficar juntos.

Sentiu um pequeno incômodo na garganta. Seria apenas dor de garganta, ou seria a incompreensão por Do Contra estar falando isso para ela?

– Do Contra. - ela falou com uma voz autoritária. - A última pessoa que eu quero ouvir falando isso é você. Olha, se eu falei aquilo para o Cebola, é porque eu quero pensar em como dizer NÃO para ele sem machucá-lo tanto.

– Mas o que...

– Percebi que não sinto nada por ele, e que não quero namorar alguém assim. - falou, se lembrando de como seria ruim namorar com o Cebola por distância.

Em um reflexo rápido, abraçou Do Contra para se despedir. Ela não iria embora sem dar um abraço nele. Mas logo se arrependeu. Não que fosse ruim. É que foi muito melhor do que esperava. Quando colocou os braços por volta do pescoço dele, sentiu toda sua pele formigar.

Quando ouviu a respiração dele em seu ombro, Mônica quase desmaia. Aquelas sensações eram novas até para ela. Nunca se sentira assim.

E para sua surpresa, ele correspondeu. Sentiu os braços dele passando por sua cintura e entrelaçando suas costas, e ela se estremeceu. Uma força que nem ela conhecia nele. O cheiro amadeirado, o cheiro dele...

Os dois se encaixavam perfeitamente. Mas esse encaixe foi quebrado quando Mônica rapidamente se soltou, com medo de que ela se descontrolasse e fizesse algo mais embaraçoso.

Quando a pele dos dois se afastaram, os dois sentiram um arrepio. Mônica se despediu com um aceno de cabeça e foi correndo. Muitas descobertas para um dia só!

A aula correu silenciosamente, e Mônica sabia o porquê disso. Algumas pessoas ficaram chocadas, umas felizes, mas a maioria estava decepcionada com ela.

Mas o que ela fez de mal? Só deu um fora nele. Quantos foras ele já tinha dado nela? E o que as pessoas tiveram? Pena! Pena dela. Mas com ele, todos estavam comovidos.

Mônica queria enfiar sua cabeça em um buraco, isso sim. Toda vez que lembrava do Do Contra, de seu cheiro, dos seus olhos, do jeito que o maxilar se movia quando falava com ela... Ela pensava coisas indecentes.

E isso não era bom para a cabeça dela. Não, de jeito algum. Não falou nada com ele depois de sair correndo atrapalhadamente. Tinha medo do Do Contra. Sim, se só com um abraço ele já podia fazer ela se sentir assim, imagine com um beijo, com... Pensamentos indecentes de novo.

A aula acabou e ela arrumou a mochila de cabeça baixa. Não por vergonha, ou medo de encarar as pessoas. Com uma animação que fazia o coração dela quase explodir.

Só que Do Contra não estava melhor que Mônica. Ele não parava de pensar nisso. Muito clichê, para a opinião dele. Mas aquela sensação. Ele achava que sempre tinha gostado dela, mas era maior que isso. DC não quer admitir isso.

Percebeu que Mônica estava calada a aula toda. Ela tinha se arrependido de abraçar ele. Só podia ser isso, porque ele sentiu ela se arrependendo quando o soltou. Ele respirou fundo e olhou ela arrumando os materiais.

Ela era tão sexy, mesmo de cabeça baixa. Sem perceber, os dois ficaram sozinhos na mesma sala. Quando eles perceberam, sentiu-se crescer uma tensão.

Mônica sentiu-se uma partidora de coração. Que mulher tem coragem de dizer não para dois garotos no mesmo dia?

– Do Contra. - ela sussurrou.

Ele se aproximou dela. Mônica se levantou, jogou a mochila nas costas e deixou uma lágrima escorrer, logo limpada por ela mesma.

– Não posso ficar com você. - suas palavras cortaram o coração dos dois.

– Quem te disse que eu quero ficar com você? - as palavras dele esquartejaram os dois corações. - Pare de ser tão convencida, Mônica.

Ela se agachou, ficando de joelhos.

– É claro que eu gosto de você, Do Contra. - ela sussurrou para ele. - É claro. Mas.. Não quero nada tão superficial assim. Não quero namoro á distância.

Ele se abaixou, e ficou da altura dela.

– Namoro á distância? - ele fez sua aura de incompreensão, e só fez o coração de Mônica doer mais. - Do que você está falando?

– Meu pai recebeu uma proposta de trabalho. - ela explicou, suprimindo as lágrimas. - No Japão.

– Ah. - ele ficou mais branco.

Foi só esse barulho que ele conseguiu emitir. Não olhou nos olhos dele. Arrancou o colar com pingente de coração, um que havia ganhado á pouco tempo. do pescoço e estendeu para ele.

– Não se esqueça de mim. - ela conseguiu falar sem desabar.

– Não. - ele cruzou os braços, esperando que ela saísse correndo e chorando.

Ao contrário, ela segurou o braço dele, abriu a mão dele á força. Colocou o colar lá e gritou:

– Porra! - e desabou. - Fica com isso! Não se esquece de mim! Porque eu não vou me esquecer de você!

E saiu correndo. Mônica ficou surpresa. Dc ficou chocado. E a cada minuto que passava para Mônica, era uma tortura. Mas ainda sim queria se mudar.

A vida dela ia mudar. Só isso que ela podia pensar.


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Notas finais do capítulo

Desculpem gente, ficou meio pequeno.. :// Comentem!