Uma Criança Com Seu Olhar escrita por Miss Desaster


Capítulo 12
Capítulo XII


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Como se não restasse assuntos pendentes, aparentemente alguém ainda tentava piorar sua imagem. Que já não era das melhores e mais limpas.

Ótimo.

— Podemos falar por um instante? – Damon nem se deu ao trabalho das apresentações formais com o amigo de Elena.

Falando nela. Elena olhou da cama para Damon como se implorasse não fazer nada que pudesse se arrepender mais tarde ou algo assim. Ela lançava o mesmo olhar anos atrás quando ele estava prestes a arrumar uma confusão com um cara duas vezes maior do que ele em um bar qualquer.

Damon não se incomodou com os olhos do estranho o analisando. Ele sentia isso o tempo inteiro em suas entrevistas e sabia que seus fãs estavam em análise constante de seus atos, suas expressões e seus gestos.

— Se você quer conquistar a Elena não precisa se basear no que os outros fazem. Ainda mais se tratando de mim.

— Isso é uma ameaça?

— Ameaça é para os fracos. Eu escolheria o fator surpresa. – Damon tirou o chiclete do bolso da jaqueta e ofereceu para o homem loiro parado à sua frente. – Sei que está assustado com um cara como eu voltando pra vida da mulher que você gosta, mas faça por seus próprios méritos e não destacando o que tenho de pior. Ela não gosta disso!

Os olhos verdes do estranho estavam a ponto de saltar das órbitas.

— Não me importo com você e quem disse que gosto dela?

— Julgando pela sua postura durante a conversa, suas palavras e o jeito que você tentou me pichar. Se quiser um conselho, não vá por esse caminho! Ele não gosta de desonestidade. – Damon desviou o olhar para a vista do que o sexto andar proporcionava.

— Não preciso de seus conselhos e se você soubesse tanto a respeito dela, ainda estariam juntos.

O moreno deu um meio sorriso:

— Se eu tivesse escolhido diferente ainda estaria com ela.

— Ser um idiota egoísta ajudou. – O loiro deu um sorriso vitorioso como se desafiasse Damon a negar.

— O idiota egoísta é pai do filho dela. Isso é algo que você não tem e talvez seja sua desvantagem, mas você ainda pode compensar de outras maneiras. Só não me envolva nisso.

— Damon! – Elena apareceu na porta do quarto.

— Só fique longe do meu caminho. – O moreno finalizou antes de se virar para entrar no quarto novamente.

— Está preocupado?

— Não. Se quer manter o que tem com ela ou construir algo, me deixe longe desse assunto. Eu não me importo! – Damon continuou andando até entrar no quarto de Elena e o estranho sumir de seu campo de visão.

O que o subconsciente de Damon não concordava. Uma voz no fundo da sua cabeça gritava descontrolada que ele se importava sim e gostaria de dar um soco naquele cara. Até onde conseguiu notar, eles não deviam ser mais do que bons amigos e não um namorado em potencial. David nunca falou sobre ele, o cara nunca aparecia nas visitas do hospital e Elena parecia normal ao lado dele.

Não era assim que ela se comportava ou parecia quando estava apaixonada. Mas afinal de contas, o que é que ele sabia sobre isso? Quando ele e Elena estavam apaixonados eram dois “adolescentes”, cheios de sonhos e a idade muitas vezes trata de minar um pouco das fantasias.

Ele não sabia nada a respeito da mulher que Elena havia se tornado. Esse era um pesadelo que o assombrava até quando acordado.

— Não seja um adolescente inconsequente com o Klaus. Ele é um bom amigo! – A morena estava sentada na cama com a postura ereta de uma conversa séria.

— Apenas amigos? – Damon não gostava de parecer curioso, mas poderia perguntar.

— Isso não te envolve. – Ela suspirou. – Mas se realmente importa é apenas isso.

— Por que?

— Eu não o amo desse jeito e ele merece mais do que posso dar.

Aquilo pegou Damon de surpresa. Não o fato dela não amar o loiro arrogante e sim ela declarar abertamente esse tipo de confissão.

— Achei que estaria me esperando com uma seringa na mão. – O moreno sorriu e sentou na cama com Elena.

Ela deu um sorriso:

— Estava. Acontece que as enfermeiras são mais espertas e encontraram debaixo do meu travesseiro. E então?

Damon contou da perseguição dos fotógrafos em sua vida, a conversa com Stefan e de ter levado David para Los Angeles.

— Vou ser sincera com você e dizer que não gosto que leve o David sem me avisar ou pedir. E precisa resolver essa obsessão com a sua vida agora que o nosso filho está envolvido.

— Acho que só existe um jeito de resolver e é contando a verdade sobre ele. Se alguém descobrir antes que eu tenha a oportunidade de contar, vamos viver um frenesi com a impressa e é a última coisa que você quer na vida.

— Eu não acho que seja a melhor ideia.

Damon acenou com a cabeça:

— Concordo e te colocar nessa maluquice é uma das coisas que eu não gostaria.

A expressão de Elena vacilou por um momento, para ela depois colocar a mesma expressão séria que a conversa merecia. Foram apenas alguns segundos, mas Damon notou.

— Digo no sentido de te envolver com esse tipo de loucura. Acho que você gosta de ser uma pessoa normal e esse assunto te tornaria a mãe de um filho meu. O que seria ruim até para sua carreira. Preciso te alertar sobre as desvantagens e são essas, mas acho melhor não corrermos esse risco de que alguém descubra e use contra nós.

Elena ficou calada por alguns minutos e fez uma careta:

— Desse jeito parece as duas escolhas vão ser ruins pra mim.

— Estar envolvida comigo é ruim.

— Você está usando ou pretende usar a imagem do David pra melhorar a sua? – A morena o olhou dentro dos olhos com uma proximidade que não era segura.

O moreno engoliu seco e respirou para acalmar os nervos.

— Jamais faria isso. Me responsabilizo com a reputação que criei.

Seus dedos pareciam ter vontade própria e tocaram a mecha que caía no rosto de Elena. Ela piscou várias vezes e permaneceu imóvel.

— Eu...hãn você pode contar ao mundo. Com uma condição: Quero que leve o David para fazer o exame de DNA enquanto eu me recuperar da cirurgia.

Damon não acreditava que Elena estivesse mentindo sobre David. Ela não era uma pessoa interessada no seu dinheiro, fama e benefícios. Se fosse, ela teria procurado um meio de achá-lo para contar logo de início e não deixaria passarem cinco anos.

— Acredito na sua palavra.

— Você também me parece sincero, só não quero as dúvidas deixando sombras no futuro.

— Então nós temos um futuro? – O moreno questionou com um sorrisinho nos lábios.


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Notas finais do capítulo

Agora a bruxa má não demorou tanto. Estou dando um pouquinho do que vocês tanto me pedem x) mereço algum chocolate? Seria muito bom. Senti falta de algumas leitoras no capítulo passado, cadê vocês? Sei que estão aí :DD Enfim, obrigada por me manterem animada com o desenvolvimento da história. Até o próximo!