Heart In Flames escrita por arya


Capítulo 21
Capítulo 21 - De volta


Notas iniciais do capítulo

TO CANSADA DE FALAR QUE DEMOREI MAS TO DE VOLTA, ENTÃO VOU DIZER QUE A EMY É LINDA, VOCÊS QUE LEÊM SÃO LINDOS, E ESPERO QUE GOSTEM!
E também, chorem porque a fic tá quase acabando :c
Terminei A Casa de Hades e decidi que vou fazer a fic totalmente independente desse livro. Eu continuei de A Marca de Atena, mas vou definir do meu jeito a partir daí, ou vai dar muita confusão.
Espero que gostem, mesmo!



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Eles estavam ficando sem tempo. Piper ainda não acordou, Nico está se esgotando, e Hazel, também estava muito cansada. Frank se perguntava quanto tempo ainda restava para chegarem à Épiro, e depois Atenas. Está no fim, pensou, Logo vamos voltar para nossos lares. Ele precisava acreditar nisso, ou enlouqueceria.

Andou a passos largos, e bateu na porta. Frank não sabia por que motivo ainda tentava falar com Leo. Era como se o amigo estivesse preso dentro de uma bolha psicológica, que resumia o mundo à Piper.

–Ei, cara...

Frank não obteve resposta. Leo apenas continuou onde esteve nos últimos quatro dias.

–É sério, Leo... Eu entendo o que você está sentindo. Quer dizer, se algo do tipo acontecesse à Hazel, eu ficaria no mesmo estado. Mas é que, veja bem, nós não temos exatamente todo o tempo do mundo. Não quero ser rude, mas a gente precisa ir. De verdade. Precisamos do nosso capitão Valdez, ou não vai ter ninguém para nos guiar para uma morte perigosa. –Não foi um discurso motivacional muito bom, mas Frank não era Piper ou Annabeth. Ele apenas esperava que o fato de que toda a missão dependesse de Leo resolver seguir em frente ou não o fizesse querer seguir em frente.

Leo finalmente olhou para trás, e quando falou sua voz estava rouca, e um pouco chorosa. Mas depois de secar uma ou duas lagrimas incômodas, ele quase parecia o Leo de sempre quando disse:

–Eu sei, eu sei. Vocês não fazem nada sem mim. Grandalhão, avise á todos que o super Leo está de volta! Precisamos deixar essa ilha imediatamente. Direto para Épiro, resolvemos as Portas, e depois a diversão começa de verdade em Atenas, certo?

Frank concordou e abraçou o amigo (mesmo não tendo o costume de fazer isso, muito menos um amigo que fazia fogo). Mas antes de realmente sair pela mesma porta pela qual entrou, deu uma olhada para trás, e viu Leo beijar aquela que amava, e depois lhe lançar um olhar melancólico.

***

Ele se levantou bem devagar, hesitando. Não queria deixar Piper, mesmo que fosse apenas por algumas horas. Na verdade, ele não estaria abandonando se a deixasse na enfermaria do navio enquanto o dirigia. Mas ele sentia como se a menor falta de atenção pudesse fazer com que a perdesse pra sempre.

Tudo isso por culpa de Jason. Como se não bastasse ter desertado, ele ainda os traiu. Logo Jason, o certo, o perfeito, o pretor. Leo não acreditava ainda que ele pudesse ter feito isso. Ou melhor, Leo não aceitava. Acreditava que a qualquer momento acordaria desse pesadelo idiota e mataria alguns monstros junto com seus dois melhores amigos. Se bem que Piper era muito mais que isso...

Isso não podia ter acontecido. Eles precisam de Jason, ele é um dos sete da profecia. Leo começou a pensar sobre o trecho ‘’Em tempestade ou fogo, o mundo terá acabado’’, e isso só o fez temer mais que Jason colocasse toda a missão, e o destino do mundo abaixo. Algo lhe dizia que Jason era a tempestade, e Leo, o fogo. Ele queria tanto poder entender o que tudo aquilo significava...

Mas o mais importante era: seu amigo. Leo não conseguiria odiar Jason nem que ele reerguesse Urano junto com Gaia, e matasse Leo por pura diversão. Eles eram uma família, e Jason é e sempre vai ser seu melhor amigo. Ele o ama demais, e é por isso que dói. Se sentia deslocado sem as duas pessoas mais importantes da sua vida. Se tinha um lado bom com o que aconteceu com Piper, é que ela não foi obrigada a ver o que aconteceu. Mas quando soubesse... Leo queria estar com ela nesse momento, para quem sabe conseguir torná-lo menos doloroso.

Afastou esses pensamentos, e depois de deixar Piper na enfermaria, dormindo como um anjo, finalmente voltou ao seu dever. Um alívio muito grande encheu seu corpo, por poder lidar com algo que entendia. Estava com muita saudade de guiar o seu navio.

***

Piper sonhou com seu pai, Tristan McLean. Ele estava seguindo sua vida normalmente. Olhando para ele, Piper notou que tinha as feições tristes. Andou pelo camarim, e puxou uma foto antes grudada no espelho. Uma lágrima teimosa escorreu, e Piper notou que o mesmo aconteceu com ela ao se dar conta da saudade que estava do seu pai. Na foto, estava com oito anos. Foi tirada na praia, enquanto ela corria para o mar, de mãos dadas com o pai. Ele guardou a foto, saiu do camarim para atuar em algum novo filme, e o sonho mudou.

Ela teve uma visão das Portas. Exércitos de monstros, uma atmosfera hostil, tóxica, e antiga. Um poder maligno irradiava. Não saberia dizer de onde, dos monstros, ou do próprio Tártaro. Estava se tornando insuportável ficar ali, escondida, atrás daquelas árvores espinhosas de ferro estígio impregnado de ódio. A névoa escura lhe sufocava, e sentia tanto frio que cogitou abraçar as árvores para se aquecer. Ouviu alguém/algo conversando, e decidiu que precisava ouvir. Porque sonhos de semideuses nunca podiam ser tranqüilos e normais? Ela já estava cheia de ficar vislumbrando passado, presente, e futuro. Já não basta ter uma adaga que ama mostrar sua morte?

–O garoto de Gaia vai impedir os sete. Ele tem poder suficiente para isso. E aqueles romanos, eles serão úteis também, fáceis de serem manipulados. Mataremos os dois que estão vindo fechar as Portas, e depois rumamos para Atenas. O Banquete da Esperança está bem próximo, é melhor você se preparar.

O sonho mudou novamente, bem quando alguém responderia algo, e a garota não sabia se ficava com raiva ou agradecida por isso. Agora ela via Percy e Annabeth, tentando andar lado a lado. Pareciam mais cansados e machucados do que nunca, e ela tirava de tempos em tempos um cookie, ou um cupcake da Cornucópia que Piper emprestou. Apenas com a tênue luz do bronze que carregavam, Percy não conseguia ver, mas toda a comida que estavam comendo era azul. Por algum motivo, isso fazia Annabeth sorrir com certa nostalgia. Como Piper sabia que eram azuis? Já estava muito ligada ao objeto que conseguiu à tanto custo de Aqueloo.

Eles se abraçaram, e andaram lado a lado por algum tempo. Mas o caminho que estavam seguindo era traiçoeiro, assim como todo o Tártaro, e em segundos eles foram atacados por aranhas estranhas. Filhos de Aracne, Piper deduziu, que queriam vingança pelo assassinato de sua mãe. Annabeth tremia de medo, mas mesmo assim fez um ‘’Tudo OK’’ quando Percy perguntou se ela queria que ele resolvesse isso. Pegou sua faca de bronze, e se juntou ao namorado na luta, que não cansava de dizer que cuidaria disso sozinho por ela. Mas Annabeth, teimosa, tentava destruir as aranhas apesar do medo. Logo uma delas lançou teias no seu tornozelo e ela não agüentou. Desabou no chão, chorando, ao se lembrar da teia que fez com que ela e Percy caíssem no Tártaro. Para piorar, a teia apertava o seu tornozelo que tinha se quebrado e ainda não estava completamente bom.

Percy corria e matava as aranhas o mais rápido que podia. Ele estava com raiva. Com raiva do Tártaro e dos deuses, e também dos titãs, e dos gigantes. Raiva de Gaia, e das Parcas que eram tão cruéis com os meio-sangues. Quando ele terminou, ajudou Annabeth a se levantar, e a andar. Continuaram seu caminho, ainda com a dor. E Piper acordou.

Não no Tártaro, e sim em outro lugar. À primeira visa ficou desnorteada, seus olhos estavam tão acostumados com o escuro implacável do Tártaro, que nem percebeu a enfermaria do Argo II. No mesmo momento em que sua ficha caiu, ela abriu um sorriso tão grande que daria para ver de costas, e tentou se levantar, procurando Leo. Mas não conseguiu.

Ela gritou o nome daquele que amava, contando os segundos para ele aparecer. Cada um a mais parecia uma eternidade. Felizmente, ele só precisou de cinco.

Leo não foi muito esperto em dar um abraço de urso em alguém que acabou de voltar pro mundo dos vivos. Apesar de quase ficar sem respirar, Piper chorou. Estava tão feliz, em ter ele de volta.

E então fizeram algo que estavam com vontade há muito tempo. Um beijo doce e apaixonado, que durou tempo demais e tempo nenhum. Que foi a eternidade e um segundo. E depois outro. E outro. E tantos que ela perdeu a conta. O mundo foi resumido à Leo de novo. Seus cachos macios, sua carinha de elfo sexy, e a regata gasta exibindo seus novos músculos. Piper já não o achava feio quando era um garotinho magrelo, mas agora ele era algo que não deixava nem que ela desviasse o olhar. Apenas continuou naquele ritmo, e esqueceu da dor e do cansaço, e até do sonho. Pelo menos temporariamente. Depois ela lembraria. Agora seu mundo era Leo. Seu mundo, sua vida, seu corpo, sua alma.


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Notas finais do capítulo

É isso gente! Até mais!