Capítulo 41 - Confiar Ou Não? És A Questão!

Amu estava deitada no banco de trás, com uma coberta sob seu corpo. Abriu uma pequena brecha para poder encarar o garoto que dirigia sem preocupação alguma. Depois de alguns minutos, Lucca para de frente de uma casa, Amu retirou o pano branco que se cobria e sentou-se no banco, olhando para os lados.

– Onde é que a gente tá? - Perguntou ela

– Um lugar por ora, seguro. - Respondeu Lucca olhando para trás e vendo ela.

O Criado dele abre o portão e Lucca entra com o carro no jardim da frente. O garoto acompanha Amu em sua casa e fecha a porta. Amu para e olha tudo em sua volta, viu uma mesa com uma fruteira e uma faca ao lado. Lucca vai para perto da janela, fechando ela e todas as outras que estavam abertas, depois se virou para a garota que a mesma o encarava.

– Vou pegar roupas limpas. - disse ele

Lucca passa por perto dela, Amu se vira rapidamente e o prende contra uma parede próxima a eles, com sua mão esquerda segurava uma faca que segundo atrás estava ao lado da fruteira e que agora estava no pescoço do mesmo.

– Quem é a outra pessoa? Fala! - Perguntou Amu, Lucca a olha.

– Não posso falar. Ela disse que apareceria no momento certo. - falou Lucca. - Ouve muitas falhas! Se isso não tivesse acontecido, Marley não teria te pegado.

Amu abaixou o olhar e depois de alguns segundos, voltou a encara-lo, ela empurra um pouco mais a faca em seu pescoço.

– E qual é a jogada?

– Se você acha que é uma jogada, por que fugiu? - Perguntou ele.

– E eu tinha outra escolha?

– Nem sempre temos o luxo da escolha. - sorriu de leve.

Amu aproxima o seu rosto do dele, o encarando friamente nos olhos.

– Com exceção de você...

Ela puxa ele pela a gola da camisa, e o prende novamente em uma coluna de madeira bem grossa, sem tirar a faca do pescoço do mesmo.

– Por que você tá fazendo isso? - Perguntou ela.

– Ainda há uma chance para você, Ikuto e os outros.

– Eu quero saber por que me traiu e agora está nos ajudando.

– Você não iria acreditar se eu contasse.

– Então fala. - Disse ela

Amu levantou a faca, a deixando entre o pescoço e o queixo dele, o incentivando a falar. Ou obrigando..

– Por você.– Disse a olhando nos olhos. Ela pode sentir pelo menos uma batida do seu coração falhar, e novamente voltou a olhá-lo sério. - Estava cansado de saber que você se culpava de coisas que não estava envolvida. Talvez, por querer te ver...

– Que que foi, agora ta arrependido, é?

Lucca a encara, e com um movimento rápido, ele pega na mão que ela segurava a faca, e gira a garota, ficando assim por trás da mesma.

– Eu só quero acabar com isso. - Falou ele, perto do ouvido dela.

Lucca a solta e a empurra de leve. O garoto sentou-se na cadeira que estava do lado da mesa que tinha a fruteira.

– Traindo seus amigos? - Perguntou Amu o olhando.

Lucca suspira

– Assassinos pra mim, devem morrer.

– Como é? Alguns dos meus recrutas com certezas, agora estão mortos! E outros estão matando para me protegerem em nome do Diamante Negro! Pra mim você é o assassino traidor, já que com certeza já matou alguns dos meus recrutas por capricho do Marley! - Disse Amu, colocando fortemente as duas mãos sob a mesa.

Lucca olha para chão, sabia que aquilo era verdade. Levou uma de sua mão para trás de suas costas, retirando uma arma, Amu olha para a mesma, o garoto olha para a arma e depois para a garota de cabelos róseos.

– Se você pensa assim... - Começou ele falando. - Pode se vingar de seus companheiros agora.

Ele pôs a arma na mesa, e a empurra um pouco, deixando de frente para a garota. Amu olha para o objeto e depois para o rapaz, ela pega a arma e encosta na cabeça de Lucca, e o mesmo vira o rosto para o lado. Ela o encara.

– Seria fácil demais. - Disse ela. - Vai continuar vivo e enfrentar a própria culpa.

Ela abaixa a arma, Lucca voltou a olhá-la.

Lucca mostrou um banheiro para a ela, e logo em seguida saiu, deixando-a sozinha. Amu liga o chuveiro. Lucca estava no andar de baixo, bebendo algo e ouviu o barulho da água. Amu deixou o chuveiro ligado e saiu da miniatura de banheiro e vai até uma janela que havia no quarto, olhou para os lados e sai da sacada, andando pela a borda da mesma, até conseguir chegar no chão. Amu vai até o portão e o abre com cuidado para não fazer nenhum tipo de barulho, quando a mesma ia saindo, um cachorro da raça pastor-alemão, latiu quando a viu, tentando avisar para os homens, que provavelmente trabalha para o Marly, que havia achado a foragida. Amu volta e fecha o portão, Lucca parece por trás e olha por uma pequena brecha no portão.

– Não sabe que estão atrás de Você! - Reclamou Lucca voltando a olhá-la.

– Preciso encontrar o Ikuto e os outros.

– Vai precisar de mim para sair daqui.

Amu o olha e depois volta com ele para dentro da casa. O rapaz deu um meio sorriso.

Dentro da casa, Amu agora tomava banho, de vez ter uma porta de madeira como todos os cômodos, era uma cortina de miçangas (pedrinhas) entre cores marrom e bege.

Lucca coloca um disco em sua radiola, a música era calma, mas ele não prestava atenção na melodia e sim no barulho da água que caia no chuveiro sob o corpo da garota.

Amu estava nua, tomando um bom banho de chuveiro, a mesma estava de costas para a cortina de pedrinhas, a garota passa as suas mãos nos cabelos róseos que agora estavam molhados. Lucca separava uma roupa para ela, e depois as colou em cima da cama. De longe, ele viu a parte de trás nua da garota através daquela cortina de miçangas, Amu passava a mão esquerda sob sua marca do diamante no ombro direito. Lucca suspirou e saiu do quarto e deixou Amu sozinha, o mesmo foi para a sala.

Amu se vestiu e ficou olhando o quarto. Abriu uma gaveta de uma cômoda e retirou uma foto, nela havia dois garotinhos parecidos e no meio de ambos, uma garotinha de cabelos rosa com uma mecha presa de lado. Amu guardou a fotografia no mesmo lugar e fechou a gaveta. Ela olhou as outras coisas pelo o quarto e pôde ver que Lucca tinha coisas do seu irmão, Denny. Talvez essa casa fora de Denny primeiro, e depois de Lucca...

Amu desce as escadas e para no meio, ao ver Lucca dormindo na mesa, ela o olha por alguns segundos, desvia o olhar e fita o chão com um olhar triste. Depois volta para o quarto.