Harmony Of Dissonance escrita por Andreia Johansen Franco


Capítulo 5
Capítulo 05 - The Shadow Of Danger


Notas iniciais do capítulo

Finalmente consegui terminar esse capitulo e peço desculpa a todos pela demora. No fim do texto eu deixei umas informações adicionais para melhor entendimento dos 'Bichos' presentes nesse capitulo, gostaria também de agradecer pelos Reviews mandados pela BabiProngsPotterSalvatoreStark,Menta,Kaline Bogard,Leticia G,Jé Thorki,Bacci, Rafha-Chan,Highway Unicorn e Lorenak vocês me incentivaram a proceguir OBRIGADO!!
Bem sem mais delongas Boa Leitura a Todos.



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Eu nasci do útero de um feitiço venenoso

Espancado, machucado e perseguido desde a toca

Mas eu me ergo acima disso e vejo

Que fui enforcado na árvore feita das línguas dos fracos

Os galhos eram ossos de mentirosos e ladrões

Ergo-me acima e lá vejo

Reze para o seu Deus

Abra seu coração

O que quer que você faça

Não tema o escuro

Cubra os olhos

O mal está por dentro

Uma noite do caçador

Um dia eu terei minha vingança

Uma noite para lembrar

Um dia onde tudo acabará.

30 Seconds To Mars (Night Of The Hunter)

Loki e Irisviel andavam em largos passos floresta á dentro, a jovem dríade já havia contado a ele que a cidade mais próxima Avdor ficava á pelo menos três dias de viagem. Observando atentamente cada pedaço da floresta por onde passavam Loki não deixou de sentir certa nostalgia ao percorrer aquele exótico lugar, a constante sensação de que já havia estado ali antes o incomodava. As árvores eram extremamente altas com troncos grossos em uma cor marrom muito escuro quase negro, a grama no chão tinha um tom acinzentado como se estivesse sempre sujo por fuligem, o vento que corria ali era extremamente refrescante e o sol que agora já abandonava o céu parecia meio alaranjado. Estranhas criaturas que Loki não conseguia identificar pulavam de uma árvore para outra como se estivem seguindo os andarilhos, de repente a dríade chamou por Loki com um tom de voz cansado.

– Ei Loki, vamos dar uma parada eu não aquento mais andar meus pés estão doendo.

Loki a olhou com total desinteresse e continuou andando como se ela não tivesse lhe dito nada.

– Olha, eu sou sua guia e como tal quero descansar, afinal, não vamos chegar a Avdor hoje mesmo.

Loki parou se virou e olhou bem nos olhos da menina que já estava sentada no chão massageando os pés e percebeu que não custava muito deixa-la descansar por meia hora pelo menos. Deu um leve suspiro e encostou-se numa árvore cruzando os braços. A menina deu um leve sorriso e com uma voz suave perguntou.

– Você está com fome?

– Agora que você tocou no assunto eu estou sim com um pouco de fome. Respondeu um pouco sem vontade.

A jovem levantou num pinote.

– Que tal comermos uma belezinha daquelas? A menina apontou para cima onde estavam as estranhas criaturas.

Loki olhou e fez cara de nojo.

– Ei o gosto é melhor que a cara, com um bom tempero eles dão um belo assado, o que acha? A menina parecia bem convicta de sua afirmação.

– Que bichos são esses? Nunca os vi antes. Loki perguntou com um olhar curioso.

– São Sellumes, eles são nativos desse lugar.

– Hum... Dispenso, eu não como carne.

– Você não come carne alguma ou não quer comer a deles? Agora era a Dríade que tinha um olhar curioso.

– Eu não como carne alguma.

A menina franziu o cenho.

– Por quê?

– É coisa de Feiticeiro você não entenderia.

– Me explica e eu vou entender. A voz dela saiu levemente alterada.

Loki olhou para sua expressão séria e por algum motivo desconhecido achou melhor responder a questão.

– Elfos Místicos não comem carne.

Mas uma vez ela franziu o cenho num ar de desconfiança.

– Você não é um Elfo.

– Eu sei bem disso, mas aprendi os conceitos básicos de magia com um, então como tal devo seguir certas regras.

A menina continuou olhando para ele como se esperasse por mais.

– Os Elfos acreditam que ingerir carne fecha alguns circuitos mágicos e dificultam a evocação de algumas magias mais complexas, por isso os místicos se tornam vegetarianos.

Loki percebeu pelo brilho nos olhos da garota que o que ele julgava uma informação boba ela apreciara como uma grande descoberta.

– Tá certo então, você não vai se incomodar se eu comer um bichinho desses vai? Ela o encarou como quem pedisse permissão.

Loki apenas balançou a cabeça indicando que não e moveu o braço numa indicação de ‘Pode Prosseguir’.

A Dríade retirou a bolsa que carregava e colocou no chão, logo em seguida começou de forma desajeitada tentar subir numa árvore, Loki ficou ali observando aquilo segurando a vontade de rir.

– O que realmente você esta tentando fazer? Loki fez uma voz de deboche.

– Estou tentando pegar um Sellume, eles nunca dessem então a gente tem que subir.

– Você vai acabar caindo daí. Ele falou com um meio sorriso no rosto.

– Vou nada, eu faço isso sempre.

Mal a garota acabou a frase suas mãos se apoiaram em um galho velho que simplesmente quebrou, a menina despencou de quase dois metros caindo toda torta no chão. Loki soltou uma gargalhada alta e andou na direção da garota que agora passava uma das mãos numa parte da bunda e a outra na cabeça. Ele estendeu a mão para ajuda-la a levantar, mas não consegui tirar o sorriso da face. Ela o encarou séria notoriamente ofendida pela risada dele com sua queda.

– Você realmente quer muito comer um bicho desses? Loki tentou soar gentil apesar da notória repulsa em seu olhar.

Antes que a Dríade pudesse responder seu estômago respondeu por ela roncando alto a deixando completamente encabulada.

Loki sorriu mais uma vez só que dessa vez de uma forma um pouco mais doce, marota e caminhou em direção as árvores visivelmente analisando o terreno.

– O que você vai fazer? Ela perguntou curiosa ainda esfregando a cabeça com a mão.

– Vou pegar um bicho desses pra você. Loki respondeu sério.

– Até parece que um príncipe criado dentro de um palácio tendo tudo na mão sabe subir em árvores. Agora era a Dríade que tinha na voz um ar de deboche.

– Olhe e Aprenda.

Loki deu um passo para trás e com um impulso literalmente quicou de uma árvore para outra subindo como um ninja sem nenhuma dificuldade chegando à copa rapidamente, já lá em cima deu um salto seguido de uma cambalhota que o fez cair no chão graciosamente como um ginasta com um Sellume na mão.

Irisviel ficou literalmente de boca aberta com a proeza de Loki, nunca havia visto movimentos tão ágeis e precisos, Loki caminhou em sua direção deixando o estranho bicho já morto no chão com um visível sorriso de triunfo no rosto.

A menina andou até sua bolsa e começou a revira-la, enfim achou uma faca e começou a limpar o animal que em alguns minutos se tornaria seu jantar. Loki notou que a menina guardara um pouco do sangue do animal, achou curioso, porém não perguntou o motivo do ato, apenas chegou mais perto e com as mãos juntou alguns gravetos que estavam jogados no chão e ateou fogo criando uma fogueira. A menina o olhou sério, mas ele fingiu não notar, afinal no momento que ateou fogo nos gravetos havia sentido a marca em seu peito arder, mas fingiu não sentir nada não iria ser subjugado por uma maldição qualquer. Depois de alguns minutos o assado estava pronto e a Dríade comeu com gosto a iguaria exótica enquanto Loki saboreava algumas tâmaras que encontrará perto dali enquanto esperava o assado da Dríade ficar pronto. Quando ambos estavam satisfeitos resolveram que já era hora de continuarem sua caminhada, a menina pegou sua bolsa e saiu na frente para mostrar o destino a seguir, Loki que ia apagar a fogueira simplesmente desistiu do ato, algo dentro dele pediu para que ele não fizesse aquilo e como sempre confiava em sua intuição saiu do local deixando para trás a chama magica acesa.

A noite era estranhamente clara devido ao brilho intenso da Lua de Norheim que deixava toda a floresta com um tom prateado, não havia estrelas no céu que tinha uma cor Lilás, uma imagem digna de um quadro algo que Loki admiraria com mais gosto se não fossem as circunstancias, realmente aquele lugar lhe era familiar, mas não conseguia se lembrar de porque, finalmente chegaram a um enorme vale onde não havia mais árvores apenas flores e estranhas formações rochosas. Enquanto a Dríade caminhava despreocupada Loki parou curiosamente para olhar de perto as estranhas rochas espalhadas pelo local e se deu conta que eram estátuas, animais e pessoas estavam retratados ali com formas e expressões bizarras e algumas estavam até quebradas como se algo as tivesse mordido. Loki chamou pela Dríade e fez sinal com as mãos para que ela parasse. Quando a jovem ia perguntar o que estava acontecendo os dois ouviram um estranho barulho similar a um chocalho, Loki percorreu com os olhos o local e se surpreendeu ao ver da onde vinha tal barulho. Havia uma enorme serpente na cor de pedra com enormes olhos vermelhos chacoalhando sua calda e se preparando para um bote certeiro em Irisviel. A menina olhou para trás e se deparou com a criatura assustadora ficando completamente sem ação, a serpente era tão grande que com certeza iria engoli-la numa bocada só. Quando o animal atacou Irisviel apenas gritou com todo o seu desespero e fechou os olhos esperando pelo pior, sentiu o corpo se mover de um lado para outro e parar, mas não teve coragem de abri-los, ouviu a voz de Loki ordenando que corresse e no susto abriu os olhos, estava a metros de distancia da criatura salva, porém não viu o príncipe. Levantou-se do chão na intenção de obedecer à ordem dada, mas não conseguiu ao ouvir um grito de agonia, olhou na direção do monstro e percebeu que esse tinha Loki aprisionado em sua longa calda e com algo parecido com patas tentava desarmar o mesmo que lutava bravamente com uma lança em mãos, nesse instante a Dríade se perguntou da onde surgirá aquela arma. Loki feriu com um ataque preciso um dos olhos da criatura que o jogou longe em reflexo ao ferimento, se aproveitando da liberdade conquistada o Juton saltou e cravou a lança de maneira certeira na cabeça do animal que se balançou de todas as formas numa débil tentativa de se livrar de Loki, porém o esforço foi em vão, pois Loki criou cinco cópias suas com lanças na mão que as cravaram no corpo do animal o deixando totalmente imobilizado e berrando de forma medonha. Aproveitando da fragilidade da criatura Loki enfiou mais ainda sua lança no crânio do ser literalmente varando sua cabeça fazendo o bicho cair morto no chão. Onde o sangue da criatura batia rapidamente tudo se tornava rocha, vendo isso Loki saltou da cabeça do animal o mais longe que conseguiu se virando para a Dríade e gritando.

– Vamos sair logo daqui essas coisas nunca estão sozinhas.

Irisviel finalmente se recuperará do choque de quase ser devorada e sem hesitar correu dali com Loki o mais rápido que suas pernas conseguiram. Depois de pelo menos uns vinte minutos correndo a toda as pernas da Dríade falharam a fazendo tomar um tombo no chão sem conseguir se levantar por estar totalmente sem folego.

Uns cinco minutos se passaram e Irisviel recuperou o folego, porém não via mais Loki e de imediato imaginou que ele a tivesse abandonado, caminhou lentamente olhando agora com atenção para o local, não queria tomar outro susto como esse, a sensação de quase morrer foi algo pela qual ela esperava nunca mais passar novamente, sentiu uma brisa leve perto de si e um vulto, quando se virou para olhar se deparou com Loki a encarando, no susto soltou um gritinho.

– Shhhii... Silêncio! Loki disse com um sussurro.

Ela, pois as mãos na boca e falou com as mesmas ainda ali, a voz saindo abafada.

– Tem mais daquelas coisas aqui?

Loki colocou a mão direita no ombro da Dríade e a fez abaixar e com a esquerda apontou na direção de uma caverna que estava bem afrente. A menina viu uma enorme criatura peluda de pé bem em frente à caverna como se tomasse conta do lugar e ao contrario do que Loki pensou ela sorriu se levantou e caminhou sem medo da direção do animal, os olhos do príncipe se arregalaram, de imediato pensou que a jovem tivesse enlouquecido, a chamou, mas ela ignorou, Loki já estava se preparando para um ataque certeiro e mortal no estranho animal quando notou que o bicho já havia visto a Dríade, porém não tomará nenhuma postura ofensiva, pelo contrario, abaixará a cabeça em uma estranha reverência a jovem em sua frente. A menina se aproximou mais e acariciou a enorme cabeça do animal logo em seguida disse algo em uma língua que Loki não conhecia e o ser simplesmente saiu tanto da frente da caverna como também do local. O jovem Jotun observou a tudo aquilo admirado, a menina fez sinal para ele e adentrou a caverna sem medo, percebendo que o único perigo ali era a enorme criatura que agora nem mais ali estava Loki levantou-se e seguiu a jovem.

Lá dentro era bem escuro, mas bastante quentinho e aconchegante, Irisviel enxergava muito bem no escuro e notou que Loki tateava as paredes procurando um local para sentar.

– Vem aqui.

A menina segurou nas mãos de Loki e o conduziu para o fundo da caverna onde o ajudou a sentar.

– O que foi aquilo lá fora com aquela coisa? Loki perguntou curioso.

– Coisa de Dríade você não entenderia. A menina respondeu claramente marota no seu tom de voz.

– Se você me explicar eu vou entender. Havia certa diversão no som da voz de Loki.

A menina encostou-se no ombro de Loki e com a com a voz baixa quase um sussurro explicou o acontecido.

– Dríades podem se comunicar com qualquer animal, desde que esse esteja disposto a conversar o que era o caso daquele Gurahl.

– Mais um animal que eu não conheço o que é esse lugar? Uma espécie de Zoológico bizarro? Havia um claro desgosto nas palavras de Loki, não conhecer a fauna local o estava irritando profundamente.

– Não chamam Karnilla de Rainha Louca atoa, todas as vezes que ela viaja para algum reino e encontra algum ser exótico ela o trás para Norheim e depois o larga aqui em Valtorr, seu jardim particular.

– Então posso esperar por mais coisas medonhas como aquele Basilisco que vimos antes certo?

– Sem dúvida.

O silêncio se fez e depois de alguns minutos Loki pode notar que a Dríade adormecerá, era engraçado, pois a menina não roncava era mais como o ronronar de um felino, pensou em acorda-la para prosseguirem com a caminhada, mas percebeu que devido à evocação de sua arma e a utilização de seus clones na luta contra o Basilisco também tinha ficado cansado, algo que ele atribuiu ao selo em seu peito que no momento ainda ardia, depois de alguns minutos pensando em como estar ali naquela caverna com aquela estranha figura ao seu lado o deixava relaxado o mesmo acabou por ceder à força do sono e adormecer.



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Notas finais do capítulo

Glossário:
Sellume - Uma especie de bicho prequiça que só existe em Norheim, são extremamente mansos e só descem das árvores para morrer.
Basilisco - esse animal tem varias versões, mas no geral é uma grande serpente com enormes olhos vermelhos e 4 ou 8 patas, são extremamente perigosas e podem transformar em pedra quem olhe muito tempo para seus olhos, seu sangue também tem essa capacidade além de sua pele ser ótima para fazer casacos, pois esses bichos são extremamente resistentes ao frio.
Gurahl - Um Urso enorme com chifres na cabeça, são nativos de Vanaheim e só atacam quando ameaçados.

Espero que tenham gostado e espero muitos Reviews beijo a todos e até o próximo Capitulo.