Harmony Of Dissonance escrita por Andreia Johansen Franco


Capítulo 3
Capítulo 03 - Discoveries


Notas iniciais do capítulo

Essa fic é movida a reviews por isso mandem muitas para eu saber se estão gostando e se devo continuar a escrever.
Perdoem qualquer erro de português e Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/340522/chapter/3

Sozinho o vento irá soprar

Sentimentos para quando eu acordar

A resposta não está em lugar algum

Apenas chame o nome que lembrar

Como você, o amor sempre é um presente

Certamente um dia você irá voar nesse céu livre

Não se importe com quantas vezes você tropeçar

Só há uma coisa importante para poder sonhar

Não fechar o seu coração.

Azu (For You)

Loki olhou atentamente cada detalhe do ser em sua frente e mesmo que não quisesse o espanto estava evidente em sua fase, não havia como negar que a jovem era de uma beleza única, quase angelical. Os olhos eram de um azul tão profundo que mira-los por certo tempo dava a estranha sensação de calmaria, igual quando se observa por muito tempo o mar. Os cabelos eram literalmente dourados chegando a brilhar, como se alguns fios fossem feitos realmente de ouro, a pele tinha um tom diferente lembrando o mel e o corpo era bem modelado. Suas mãos eram quentes e empurraram de leve Loki para que se deitasse novamente.

– Não fique nervoso, ninguém vai fazer nada para machucar você. Agora descanse.

Aquela voz doce era irresistível, Loki simplesmente obedeceu fechando os olhos lentamente e se entregando ao sono novamente.


Um estranho calor tomou conta do lugar e Loki pode sentir o desconforto que aquilo lhe causava, abriu os olhos devagar se acostumando lentamente com a luz do local, levantou-se devagar se sentando na beira de uma espécie de mesa feita de madeira. Deu uma boa olhada ao redor e achou até bonito o exótico local onde se encontrava, era pequeno, porém bem aconchegante. Havia duas cadeiras feitas de madeira em volta da mesa onde Loki estava sentado, notou que o móvel lhe serviu de cama já que no ambiente esse item não existia, havia um armário feito de madeira e ferro no canto esquerdo perto de uma porta que quase não se notava por se assemelhar com o resto da parede que por sua vez também era de madeira, no lado direito um gaveteiro também de madeira e ferro era enfeitado com um vaso de barro cheio de flores coloridas e havia no que seria o centro do ambiente uma espécie de chaminé, pequenina mais bonita. Ele colocou os pés descalços no chão calmamente sentindo o corpo titubear, se deu conta então que trajava apenas suas calças de couro preto e os braceletes dourados da armadura. Olhou para o próprio peito e notou uma estranha marca preta parecida com uma tatuagem bem no local onde deveria haver a cicatriz do golpe recebido pela adaga de Malekith, mais uma vez olhou ao redor, mas não viu nenhuma peça de sua roupa pelo ambiente, ouviu sons abafados vindo em direção da porta e se pondo imediatamente em posição de alerta esperou que ela abrisse, mas quando essa se abriu a postura defensiva de Loki se desfez, pois o anjo dourado foi o que seus olhos viram.

– Bom Dia Príncipe! Disse a jovem com um sorriso gentil.

Quase que por reflexo Loki respondeu. – Bom Dia!

Ela se aproximou lentamente com uma cesta feita de palha nas mãos, no rosto um olhar curioso.

– Esta se sentindo bem?

– Sim, quem é você? Um olhar sério se formou no rosto de Loki.

– Sou quem salvou sua vida, por um momento até pensei que você fosse morrer, mas acho que você é mais forte do que parece.

– Morrer? Onde eu estou, ou melhor, onde estão as minhas vestes?

Loki falou com uma voz rouca de quem literalmente tinha acabado de acordar de um longo sono.

– Eu tive que tira-las, estavam rasgadas e sujas de sangue.

Um olhar agora maroto tomou a face de Loki.

– Você me viu nu?

A garota levou os olhos ao chão numa clara expressão de timidez e respondeu sem olha-lo.

– Não tive escolha, não tinha como cuidar dos seus machucados com todo aquele pano.

Ela ouviu logo em seguida um sorrisinho e notou que Loki havia dado alguns passos em sua direção.

– Espero que tenha gostado do que viu. Falou com sua voz normal agora carregada de malicia.

Ao olhar na direção dele a jovem percebeu que esse a fitava com olhos minuciosos como se tentasse achar algo. Ele cruzou os braços e em seguida fez sua observação.

– Você tem orelhas pontudas, mas não é uma Elfa, pois não existem Elfas com seu tom de pele, eu poderia dizer que é uma Ninfa, mas eu deduzo que estamos a quilômetros do mar, você também é muito grande para ser uma Fada... Então volto à pergunta inicial, quem é você?

A garota fez uma cara de surpresa, não acreditava que Loki a havia analisado de forma tão perfeita em tão pouco tempo que a tinha visto. Ficou em silencio por alguns minutos e viu Loki suspirar impaciente, ele queria uma resposta e suas feições mostravam que ele não desistiria até obtê-las, então dado as circunstancias ela respirou fundo e falou de uma vez só.

– Eu sou uma Dríade e me chamo Irisviel.

Os olhos de Loki brilharam.

– Uma Dríade... Isso é fabuloso... Falou com a voz mais amena e com um sorriso de canto de boca.

Deu mais dois passos em direção da jovem ficando ainda mais próximo dela, fechou os olhos e respirou o ar como se sentisse algum perfume no mesmo, reabriu os olhos e passou a caminhar em volta da jovem a avaliando. Ela observava a tudo com certo ar de curiosidade e medo, afinal, mesmo quando não queria Loki era meio intimidador.

– Devia ter pensado nisso quando senti esse aroma de rosas vindo de você.

A garota tentou mudar o foco de Loki.

– Está com fome? Tenho coisas bem gostosas aqui.

Ela caminhou em direção da mesa e tirando de lá o pedaço de pano com o que Loki havia se coberto imitando um lençol ela pós a cesta em cima da mesma e começou a tirar de dentro várias frutas e verduras.

– Onde eu estou? Loki perguntou novamente ignorando completamente a ação da jovem.

Ela o olhou com um brilho nos olhos e com um sorriso maroto nos lábios respondeu debochada.

– A quilômetros do Mar.

O meio sorriso no rosto de Loki sumiu dando lugar a uma face séria, ele não estava com humor para brincadeiras. Puxou a jovem pelo braço com força e falou com uma voz grave.

– Não faça piadas comigo Dríade, me diga logo onde eu estou.

O movimento brusco fez a menina se assustar e derrubar algumas maças no chão. Ela o olhou com raiva e puxando o braço com força se soltou dele, o que o deixou desconfiado, ela tinha mais força do que aparentava.

– Você esta na Floresta Negra de Valtorr em Norheim, satisfeito?

Ela respondeu com certo ar de desgosto e em seguida abaixou-se para pegar as frutas que haviam caído no chão.

– Que maravilha, com tantos lugares nos Nove Reinos eu venho parar logo em Norheim.

– Você tem algum problema com os Norns? A voz da jovem evidenciava sua curiosidade.

– O que posso dizer... Eu e a Rainha Karnilla não nos damos muito bem e seu casamento com meu irmão Balder só piorou sua simpatia por mim.

– Tá explicado então. Ela falou mais pra si mesma que para Loki.

– O que está explicado? Loki fez uma cara de interesse.

– Quando te achei você tinha de acabado de derrubar cinco soldados Norns, mas ficou tão machucado que desmaiou...

Ela parou e olhou no fundo dos olhos de Loki o fazendo sentir certo desconforto, algo parecido com vergonha, Loki só não entendia por que.

– Pensei seriamente em deixar você lá na floresta sozinho e machucado, mas não seria digno...

– Digno?

– Sim, todos merecem uma morte digna, honrosa, com algum significado e ser deixado inconsciente na floresta não é uma delas.

Loki a encarou abismado.

– Você me trouce aqui para que eu morresse dignamente?

– Sim.

As palavras da jovem foram calmas como se aquilo fosse algo extremamente normal.

– Se esperava minha morte por que cuidou de mim? A voz de Loki saiu baixa, serena.

– Porque toda vida é valiosa até mesmo a sua e eu notei depois do terceiro dia que você queria viver.

– Terceiro dia? Quanto tempo eu estou aqui? Havia agora preocupação na voz do Deus.

– Faz um mês hoje.

Loki recebeu a noticia com espanto, realmente devia ter se machucado bastante na luta com os soldados Norns, pois se lembrava bem que tirando a punhalada certeira de Malekith e uma estranha magia lançada contra ele por Nalizera, Loki não havia sofrido mais nenhum golpe durante a invasão de Asgard. Mas por que ele não conseguia lembrar-se desses tais soldados?

Mais uma vez olhou para o próprio corpo e notou que tirando a estranha marca em seu peito não lhe havia nenhum ferimento, deduziu rápido que a Dríade trabalhava muito bem com a arte da cura. Tentou criar roupas com magia, pois já estava se sentindo desconfortável naquela condição desnuda, uma camisa preta de couro cobriu-lhe o peito seguido de um colete curto e bem leve em tons de verde, mas ao executar tal truque sentiu seu peito arder como se brasas quisessem sair dele. Levou a mão a ele e notou que a marca em seu peito é que estava quente causando essa estranha dor.

– Você esta bem? A jovem perguntou se aproximando e segurando em um dos braços de Loki numa evidente preocupação.

– Não foi nada. Loki respondeu dando alguns passos pra trás numa tentativa de quebrar o contato.

Ainda com olhos de preocupação a jovem puxou uma cadeira e se sentou puxando a outra em seguida fazendo um movimento indicando que queria que Loki se sentasse também.

Ele obedeceu e assim que se sentou ela falou rápida e mortal.

– Você foi amaldiçoado se ficar usando sua magica sem cuidado vai acabar morrendo.

– Como? Loki tomou outro choque, mas não tão grande como o que ele tomaria em seguida.

– Antes que pergunte como eu sei disso é porque eu também fui. A jovem puxou para o lado uma parte da gola da estranha camisa de pele que usava deixando a mostra uma marca no pescoço bem parecida com a que Loki tinha no peito.

Os olhos de Loki se arregalam, seria muita sorte ou muito azar encontrar alguém na mesma situação que ele? Antes que pudesse se decidir sobre a questão a jovem falou novamente interrompendo sua linha de raciocínio.

– Mas eu sei como você pode se livrar disso.

Os olhos de Loki brilharam em interesse.

– Como?

– Você precisa primeiro fazer um pacto comigo, depois conversamos sobre sua cura. Os olhos da Dríade brilharam ficando ainda mais azuis numa obvia excitação.

Loki a encarou desconfiado, a aura que ela emanava agora o intimidava coisa que dificilmente alguém conseguia.

– Que pacto?

– Bem, você sabe que uma maldição imposta por um Drow só pode ser removida por um Drow?

Loki ficou em silêncio, pois era vergonhoso para ele que era tão inteligente não saber de algo assim, conviverá tanto tempo entre os Elfos Negros e nem sabia que os mesmos podiam rogar maldição.

A jovem deu um sorriso maroto como quem entenderá o silêncio do Deus.

– Em algum lugar de Alfheim existe um Drow que dedica seus dias a desfazer maldições, basta acha-lo.

– Simples assim? Loki perguntou desdenhoso

– Claro que não. Ela fez uma careta.

– Ele cobra como pagamento algo equivalente ao pecado da pessoa.

– Pecado? O Deus mais uma vez foi pego por algo que não conhecia.

– Sim, um selo amaldiçoado rouba da criatura aquilo que ela tem de melhor e que o Drow que rogou a maldição considerou um abuso, um pecado.

– Como sabe de tudo isso? Ele perguntou realmente interessado.

– Porque eu já falei com esse Drow uma vez, mas o que ele me pediu foi algo que eu não pude pagar.

– Certo... Eu já sei o que você deseja.

– Já? A menina perguntou surpresa.

– Claro. Loki respondeu com seu tom de voz arrogante.

– Você quer que eu te leve e pague pela sua liberdade.

A menina sorriu e balançou a cabeça em afirmativa.

– Absurdo! Loki rosnou se levantando da cadeira em um pinote.

– Eu não arrastarei uma criatura inútil como você de Norheim até Alfheim apenas para lhe dar uma cura, isso é ridículo.

– O quê? A menina fechou o rosto e também se levantou num pinote.

Deu dois longos passos na direção de Loki e com um tom de voz imponente ela cutucou os peitos do Deus sem nenhum medo.

– Se não fosse pela criatura inútil aqui você estaria morte Loki Laufeyson então demostre algum respeito e pague pelo meu trabalho.

– Pagar? Loki a olhou com fúria nos olhos.

– Sim pagar, pois eu sei muito bem que a maioria das pessoas deixaria você na floresta, ou melhor, terminaria o serviço dos soldados Norns.

Loki sempre dizia que a verdade é mais afiada que qualquer espada e ele tinha razão, as verdades nas palavras da Dríade o desarmaram completamente, não tinha como discutir com aquela logica.

– Justo!

Ela o encarou por um momento avaliando suas palavras e em seguida se afastou.

– Quando vamos então?

Ele olhou para a pequena janela no canto direito da pequena casa e com um sorriso extremamente travesso respondeu com satisfação.

– Eu não sei você, mas eu já dormi demais acho que agora seria a melhor hora.

Ela olhou para a janela e percebeu que o sol brilhava a toda do lado de fora, a manhã estava apenas começando e uma caminhada com certeza faria bem, principalmente que essa caminhada a levaria pelo caminha de sua salvação. Ela olhou para ele que havia pegado uma maçã verde no cesto que ainda estava em cima da mesa e a estava mordendo satisfeito indo em direção da porta e sorriu.

Loki olhou para trás e perguntou ainda mastigando a fruta.

– Você não vem?

Ela sorriu mais ainda e respondeu dando pulinhos em direção da porta.

– Sim.

Era estranho mais algo naquela cena agradou Loki que sorrio verdadeiro da alegria da Dríade.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

*Dríades - Quando um Elfo tem filhos com outra raça esse raça se chama Dríade se for menina e Fauno se for menino, são como elfos da floresta, extremamente inteligentes e otimos curandeiros.