Ventrí-louco escrita por Equinox


Capítulo 1
Único.


Notas iniciais do capítulo

Bom, outra fic simplista, um pouco incomum, mas enfim... Espero que gostem.
Boa Leitura.



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Não sou Gepeto, mas poderia jurar que às vezes via minhas marionetes mexendo-se. Trabalhava como ventríloquo para um famoso circo. Rodava o mundo com meus bonecos e quando dormia tinha certa impressão de que eles conversavam entre si.

 Sou mais especial que tu.  proferiu o boneco ao qual eu dera o nome de Heinz.

 Não, eu é quem sou mais especial. O público me adora e se pensar bem, sou melhor ator que tu.  — retrucou o outro boneco de nome Dimitry.

— Não és coisa alguma, és apenas um pedaço de madeira mal esculpida.

— Ora se não é senhor o cedrinho.

— Minha madeira é muito melhor que a sua.

As marionetes discutiram por dias e dias o mesmo assunto e uma delas havia cansado-se dessa rotina.

— Eu sou...

 Chega, chega! — Heinz a marionete falou séria.

— O que?

— Confesso, és mais especial do que eu... — deu-se por vencido.

— Viu só?! Até tu sabes disso.

— Fique quieto, eu não acabei.  se marionetes pudessem suspirar, ele o teria feito. — És mais especial, pois o público te ama mais do que a mim e eu... Amo-te mais do que a mim mesmo.

A outra marionete ficou boquiaberta e aproximou-se da outra.

— Se pudesse chorar agora, choraria. Se pudesse te abraçar, abraçaria. Se pudesse te beijar, beijaria. Mas sou uma marionete e não consigo chorar, sou uma marionete e não sentirei um abraço, sou uma marionete feita de madeira e não possuo lábios.  Dimitry concluiu, enquanto fitava o chão.

 Sou uma marionete, mas estou apaixonado. Isso significa que sou de madeira, mas tenho coração.

— Então, também tenho um?

Se houver um motivo pelo qual tu mereças um, então acho que o tens.

— Amar-te faz me ter um coração.

 Sim, queria poder aquecê-lo com seus toques.

.

.

.

Certa manhã acordei e olhei para duas de minhas marionetes. Lembrei-me que noite passada elas estavam penduradas, mas agora as via ali no chão, parecendo estarem abraçadas. Peguei-as do chão com cuidado e depois as coloquei no balcão, desenrolei os fios e as pendurei novamente. Peguei minhas chaves e fui para fora de casa.

— Heinz, ele se foi.

— E de que adianta? Sairmos do lugar pra ele nos olhar assustado e depois ficarmos apenas a nos encarar. Não gosto mais de ter um coração.

 Às vezes só queria ser um humano.

Seu desejo é uma ordem.

— Dimitry, o que é isso em teu rosto?

— Isso o quê?

— Parece uma lagrima.

— Estou me sentido estranho.

Talvez eu tenha lido muito Pinóquio ou talvez esteja louco, mas minhas marionetes haviam se tornado garotos.

— Dimitry, és um humano.

— Heinz, digo o mesmo de ti.

Os dois estavam chorando e talvez até um pouco assustados, mas a sensação de estar vivo era realmente intrigante.

É tão bom poder chorar. — Heinz chorava de felicidade.

— Melhor ainda é o que quero fazer.

— O quê?

Dimitry prensou-o na parede e tomou seus lábios. Doces, macios e com um sabor. Ele jamais havia sentido sabor algum, mas agora o sabor que invadia sua boca era o sabor do beijo com o qual havia sonhado, mas afinal marionetes podem sonhar?

 Sou mais especial que você. – Disse o boneco ao qual eu dera o nome de Frank.

– Não, eu é quem sou mais especial. O publico me adora e se pensar bem, sou melhor ator que você. – Retrucou o outro boneco de nome Gerard.

– Não é coisa alguma você é apenas um pedaço de madeira mal esculpida.

– Ora se não é senhor o cedrinho.

– Minha madeira é muito melhor que a sua.

As marionetes discutiram por dias e dias a mesma coisa e uma delas havia se cansado dessa rotina.

– Eu sou...

– Chega, chega! – Frank a marionete falou sério.

– O que é?

– Confesso você é mais especial do que eu... – Deu-se por vencido.

– Viu só?! Até você sabe disso.

– Fique quieto, eu não acabei. – Se marionetes pudessem suspirar, ele o teria feito. – Você é mais especial, pois o publico te ama mais do que a mim e eu... Eu te amo mais do que a mim mesmo.

A outra marionete ficou boquiaberta e aproximou-se da outra.

– Se eu pudesse chorar agora, choraria. Se eu pudesse te abraçar, abraçaria. Se eu pudesse te beijar, beijaria. Mas sou uma marionete e não consigo chorar, sou uma marionete e não sentirei um abraço, sou uma marionete feita de madeira e não possuo lábios. – Gerard concluiu enquanto fitava o chão.

– Eu sou uma marionete, mas estou apaixonado. Isso significa que sou de madeira, mas tenho coração.

– Então eu também tenho um?

– Se houver um motivo pelo qual você mereça um, então acho que você tem um.

– Amar você me faz ter um coração.

– Sim, queria poder aquecê-lo com seus toques.

Certa manhã acordei e olhei para duas de minhas marionetes. Lembrei-me que noite passada elas estavam penduradas, mas agora as via ali no chão, parecendo estarem abraçadas. Peguei-as do chão com cuidado e depois as coloquei no balcão, desenrolei os fios e as pendurei novamente. Peguei minhas chaves e fui para fora de casa.

– Frank ele já foi.

– E de que adianta? Sairmos do lugar pra ele nos olhar assustado e depois ficarmos apenas nos encarando. Não gosto mais de ter um coração.

– Às vezes só queria ser um humano.

Seu desejo é uma ordem.

– Gerard, o que é isso no seu rosto?

– Isso o quê?

– Parece uma lagrima.

– Estou me sentido estranho.

Talvez eu tenha lido muito Pinóquio ou talvez eu esteja louco, mas minhas marionetes haviam se tornado garotos.

– Gerard você é um humano.

– Frank você também.

Os dois estavam chorando e talvez até um pouco assustados, mas a sensação de estar vivo era realmente intrigante.

– É tão bom poder chorar. – Frank chorava de felicidade.

– Melhor ainda é o que eu quero fazer.

– O quê?

Gerard prensou-o na parede e tomou seus lábios. Doces, macios e com um sabor. Ele jamais havia sentido sabor algum, mas agora o sabor que invadia sua boca era o sabor do beijo com o qual havia sonhado, mas afinal marionetes podem sonhar?


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Notas finais do capítulo

Alguém leu?