Ventrí-louco escrita por Equinox
Notas iniciais do capítulo
Bom, outra fic simplista, um pouco incomum, mas enfim... Espero que gostem.
Boa Leitura.
Não sou Gepeto, mas poderia jurar que às vezes via minhas marionetes mexendo-se. Trabalhava como ventríloquo para um famoso circo. Rodava o mundo com meus bonecos e quando dormia tinha certa impressão de que eles conversavam entre si.
— Sou mais especial que tu. — proferiu o boneco ao qual eu dera o nome de Heinz.
— Não, eu é quem sou mais especial. O público me adora e se pensar bem, sou melhor ator que tu. — retrucou o outro boneco de nome Dimitry.
— Não és coisa alguma, és apenas um pedaço de madeira mal esculpida.
— Ora se não é senhor o cedrinho.
— Minha madeira é muito melhor que a sua.
As marionetes discutiram por dias e dias o mesmo assunto e uma delas havia cansado-se dessa rotina.
— Eu sou...
— Chega, chega! — Heinz a marionete falou séria.
— O que?
— Confesso, és mais especial do que eu... — deu-se por vencido.
— Viu só?! Até tu sabes disso.
— Fique quieto, eu não acabei. — se marionetes pudessem suspirar, ele o teria feito. — És mais especial, pois o público te ama mais do que a mim e eu... Amo-te mais do que a mim mesmo.
A outra marionete ficou boquiaberta e aproximou-se da outra.
— Se pudesse chorar agora, choraria. Se pudesse te abraçar, abraçaria. Se pudesse te beijar, beijaria. Mas sou uma marionete e não consigo chorar, sou uma marionete e não sentirei um abraço, sou uma marionete feita de madeira e não possuo lábios. — Dimitry concluiu, enquanto fitava o chão.
— Sou uma marionete, mas estou apaixonado. Isso significa que sou de madeira, mas tenho coração.
— Então, também tenho um?
— Se houver um motivo pelo qual tu mereças um, então acho que o tens.
— Amar-te faz me ter um coração.
— Sim, queria poder aquecê-lo com seus toques.
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Certa manhã acordei e olhei para duas de minhas marionetes. Lembrei-me que noite passada elas estavam penduradas, mas agora as via ali no chão, parecendo estarem abraçadas. Peguei-as do chão com cuidado e depois as coloquei no balcão, desenrolei os fios e as pendurei novamente. Peguei minhas chaves e fui para fora de casa.
— Heinz, ele se foi.
— E de que adianta? Sairmos do lugar pra ele nos olhar assustado e depois ficarmos apenas a nos encarar. Não gosto mais de ter um coração.
— Às vezes só queria ser um humano.
Seu desejo é uma ordem.
— Dimitry, o que é isso em teu rosto?
— Isso o quê?
— Parece uma lagrima.
— Estou me sentido estranho.
Talvez eu tenha lido muito Pinóquio ou talvez esteja louco, mas minhas marionetes haviam se tornado garotos.
— Dimitry, és um humano.
— Heinz, digo o mesmo de ti.
Os dois estavam chorando e talvez até um pouco assustados, mas a sensação de estar vivo era realmente intrigante.
— É tão bom poder chorar. — Heinz chorava de felicidade.
— Melhor ainda é o que quero fazer.
— O quê?
Dimitry prensou-o na parede e tomou seus lábios. Doces, macios e com um sabor. Ele jamais havia sentido sabor algum, mas agora o sabor que invadia sua boca era o sabor do beijo com o qual havia sonhado, mas afinal marionetes podem sonhar?
Sou mais especial que você. – Disse o boneco ao qual eu dera o nome de Frank.
– Não, eu é quem sou mais especial. O publico me adora e se pensar bem, sou melhor ator que você. – Retrucou o outro boneco de nome Gerard.
– Não é coisa alguma você é apenas um pedaço de madeira mal esculpida.
– Ora se não é senhor o cedrinho.
– Minha madeira é muito melhor que a sua.
As marionetes discutiram por dias e dias a mesma coisa e uma delas havia se cansado dessa rotina.
– Eu sou...
– Chega, chega! – Frank a marionete falou sério.
– O que é?
– Confesso você é mais especial do que eu... – Deu-se por vencido.
– Viu só?! Até você sabe disso.
– Fique quieto, eu não acabei. – Se marionetes pudessem suspirar, ele o teria feito. – Você é mais especial, pois o publico te ama mais do que a mim e eu... Eu te amo mais do que a mim mesmo.
A outra marionete ficou boquiaberta e aproximou-se da outra.
– Se eu pudesse chorar agora, choraria. Se eu pudesse te abraçar, abraçaria. Se eu pudesse te beijar, beijaria. Mas sou uma marionete e não consigo chorar, sou uma marionete e não sentirei um abraço, sou uma marionete feita de madeira e não possuo lábios. – Gerard concluiu enquanto fitava o chão.
– Eu sou uma marionete, mas estou apaixonado. Isso significa que sou de madeira, mas tenho coração.
– Então eu também tenho um?
– Se houver um motivo pelo qual você mereça um, então acho que você tem um.
– Amar você me faz ter um coração.
– Sim, queria poder aquecê-lo com seus toques.
Certa manhã acordei e olhei para duas de minhas marionetes. Lembrei-me que noite passada elas estavam penduradas, mas agora as via ali no chão, parecendo estarem abraçadas. Peguei-as do chão com cuidado e depois as coloquei no balcão, desenrolei os fios e as pendurei novamente. Peguei minhas chaves e fui para fora de casa.
– Frank ele já foi.
– E de que adianta? Sairmos do lugar pra ele nos olhar assustado e depois ficarmos apenas nos encarando. Não gosto mais de ter um coração.
– Às vezes só queria ser um humano.
Seu desejo é uma ordem.
– Gerard, o que é isso no seu rosto?
– Isso o quê?
– Parece uma lagrima.
– Estou me sentido estranho.
Talvez eu tenha lido muito Pinóquio ou talvez eu esteja louco, mas minhas marionetes haviam se tornado garotos.
– Gerard você é um humano.
– Frank você também.
Os dois estavam chorando e talvez até um pouco assustados, mas a sensação de estar vivo era realmente intrigante.
– É tão bom poder chorar. – Frank chorava de felicidade.
– Melhor ainda é o que eu quero fazer.
– O quê?
Gerard prensou-o na parede e tomou seus lábios. Doces, macios e com um sabor. Ele jamais havia sentido sabor algum, mas agora o sabor que invadia sua boca era o sabor do beijo com o qual havia sonhado, mas afinal marionetes podem sonhar?
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