Blessed With A Curse escrita por Mari Bonaldo, WaalPomps


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

BAS NOITES GATAS O/ voltei mais cedo da facul, cap pra vocês *-* s2



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- Hey Q. – disse Rachel animada, pelo microfone do notebook. – Como ta?

- To legal, B. E você? – Quinn respondeu. Mas ela não estava legal, e Rachel sabia disso. Seu rosto dizia uma coisa, mas a sua voz estava totalmente estranha. Sem contar que Quinn não usava gírias. Só em casos de muito estresse.

- Fala o aconteceu, Quinny. – disse Rachel, repentinamente séria.

Quinn olhou para os lados, e depois se aproximou mais ainda da web cam. Involuntariamente, Rachel fez o mesmo. Quando percebeu, ela segurou uma risada: As duas estavam agindo como se estivessem frente à frente e fossem compartilhar um segredo, mas na verdade estavam a milhas de distância.

- Vou matar o Puckerman. E não vai demorar muito.

Rachel a olhou. Nem precisou dizer nada, e a amiga já passou a contar sobre seu jantar na noite anterior.

Quinn olhou-se no grande espelho de seu quarto meticulosamente arrumado, e sorriu com o que viu. Ela havia passado o resto do dia sem comer, desde que Puckerman lhe fizera o convite, portanto sentia-se magra. Seus cabelos estavam soltos e ondas loiras caiam por seus ombros. Ela usava um vestido branco, reto e clássico. Nos pés um Jimmy Choo maravilhoso da última coleção. Uma clutch da Gucci carregava o necessário: celular a maquiagem. Para arrematar tudo com chave de ouro, ela usava os lindos brincos que ganhara mais cedo no mesmo dia. Eles fechavam o look, que era meio romântico, meio sensual e totalmente elegante. Seu celular fez um pequeno bip. Ela abriu a clutch e leu a seguinte mensagem: “Para uma princesa, meios de transporte reais. Te espero aqui embaixo. Puckerman”. Ela sorriu involuntariamente. Puck viera se comportando como um anjo durante todo o dia. Lhe dera os brincos, fizera reservas no melhor restaurante de Nova York, a ajudara a falar com Rachel (Tudo o que ela queria era contar à Rachel sobre o jantar. Nada sério para os homens, mas para as mulheres era um grande evento), e agora havia vindo busca-la. Ela mal podia esperar para ver o meio de transporte. Burrificou se Ricci Ricci em lugares estratégicos e  pegou o elevador. Quando saiu nas ruas gélidas de Nova York, surpreendeu-se.

Puckerman estava parado em frente ao hall do condomínio de luxo onde Quinn morava. Ele usava uma calça social, camisa social com um lindo terno de inverno feito sob medida. Mas não fora isso que a impressionara. O transporte real que ele havia comentado era um Rolls Royce.

- Como no casamento de Willian e Kate. – ele disse quando a viu, sorrindo. – Com a diferença de que você está mais bonita do que ela estava.

- Calma aí, Q. Pode parar. – Rachel interrompeu o relato da amiga, sem entender nada. – Pode me explicar porque decreto, razão e circunstância você quer matar o Puckerman, por favor?

- Me deixa terminar, Berry. Vou encurtar um pouco a história.

Quinn e Puck haviam acabado de sair do restaurante. Tudo ocorrera perfeitamente bem: A comida era maravilhosa, o ambiente também, e Puckerman fora um verdadeiro cavalheiro o tempo todo: Abrira as portas, afastara as cadeiras, dera o braço para Quinn... Tudo o que um homem maduro e pronto para um relacionamento faria. Então eles foram passear pelo Central Park. Começara a cair pequenos flocos de neve. Puck tirara o paletó para dar à Quinn. Aproximara-se dela no momento certo e do jeito certo. E então...

- Puckerman! – uma voz feminina aguda gritou. Quinn e Puck separaram-se rapidamente, olhando intrigados para frente. Uma mulher de cabelo loiro platinado, alta e magra o olhava com lágrimas nos olhos.

- Lise! – ele respondeu, assustado.

Quinn olhou a cena, sentindo um enjôo revirar-lhe o estomago. Que não fosse o que parecesse...

- Quem é ela, Puck? ME DIZ QUEM É ELA? – Quinn olhou Lise, assustada demais para falar.

Puck olhou o rosto de Quinn se contorcer em uma careta confusa e ao mesmo tempo, irritada.

- Quinn é uma amiga, Lise.

Naquele momento, a louca Lise pareceu acalmar-se um pouco. Mas não Quinn. Ela sentiu o enjôo voltando novamente, todo aquele nojo de Puck, toda aquela primeira impressão que ele havia conseguido retirar durante a noite. Tudo de volta.

Ela não pediu explicações. Tinha esse direito, mas não era esse tipo de garota. Simplesmente tirou o paletó que ele havia lhe dado, jogou-o  no chão – agora com uma fina camada de neve – e saiu sem dizer nada. Puckerman gritara seu nome, não só uma vez, várias vezes. Mas não ela não respondera. Não tinha porque. Simplesmente pegara um táxi e viera para casa.

- Quinn... Lise era namorada do Puck? – Rachel perguntou, surpresa.

- É óbvio, B! – Pelo vídeo, Rachel viu a expressão azeda na face da amiga. – Hoje ele veio para cima de mim, cheio de historinhas sobre a baranga. Me disse que ela era uma ex-namorada, muito obcecada por ele. Ele disse que havia deixado claro que os dois haviam terminado, mas ela continuava correndo atrás. E que ontem, ele só disse que eu era uma amiga porque queria que Lise se convencesse e fosse embora para não estragar a noite que fora perfeita.

Rachel ficou quieta por alguns segundos.

- Vou dar minha opinião e prometa que vai pensar nela com carinho, tudo bem?

Quinn assentiu com a cabeça.

- Honestamente, Quinny, eu não conheço e nunca conheci algum cara que comprasse diamantes para uma garota, fizesse reserva no melhor restaurante da cidade e alugasse um Rolls Royce igual ao do casamento real da Inglaterra somente para passar uma noite meio selvagem com ela. Na minha opinião ele está dizendo a verdade. Ele gosta de você, Q. Pensa nisso. Não deixa o amor passar batido por você. Você é jovem e linda, pode ter quem quiser, mas as vezes no meio de tanta gente a única pessoa que você precisa é aquela que despreza. – Rachel disse, sem pensar, olhando para baixo.

Quinn a olhou, desconfiada.

- E essa teoria se aplica pra você também, Rach?

Rachel levantou o olhar, rapidamente.

- É claro que não! Finn é um demônio, e apesar de Puck não ser nenhum santo, não dá nem pra comparar os dois.

- Sabe o que é engraçado, Rach? – Quinn ria gostosamente. – Em momento algum eu toquei no nome do Finn.

Rachel olhou para a web cam, sentindo o rosto corar violentamente. Aquilo havia sido somente um devaneio de sua parte, devido a tudo o que acontecera recentemente entre os dois. Havia, não havia?

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Finn usou a visão periférica para observar Rachel. Ela estava distraída olhando algumas informações que Quinn havia conseguido sobre Gian Belssario. Seu cabelo estava preso em um coque desarrumado e ela usava um shorts tipo boyfriend meio rasgado e uma camisa xadrez. Além disso, não usava sapatos. Estava tão simples e descontraída, como se aquela realmente fosse sua casa e Finn não fosse um inimigo com o qual ela havia transado há uma semana. Mesmo negando, ele invejava aquilo em Rachel. Ela tinha uma capacidade natural de se adaptar à novas pessoas e novas situações. Rachel não tinha medo de deixar ninguém entrar.

Os dois haviam brigado e se enfrentado sobre a noite da bebedeira diversas vezes, um culpando o outro. Mas então eles perceberam que a culpa não era de nenhum deles. A tensão sexual entre os dois era natural. Então eles prometeram que não deixariam mais aquilo influir em seu trabalho. Não estava sendo fácil, mas era necessário. Rachel não queria mais sentir-se tão usada quanto havia se sentido na noite do ato e Finn não queria dar à ela espaço para entrar em sua vida. Eles brigavam todos os dias, mas sempre por coisas idiotas, como a mania de Finn de deixar copos sujos na pia e a inegável necessidade de Rachel de provar que era melhor que ele.

Subitamente, Finn lembrou-se do que o velho Giuliano havia contado à ele na noite da confraternização de Giorgio.

- Rach, pare um pouco. Preciso te falar uma coisa séria. Já faz um tempo, mas eu havia me esquecido.

Rachel deixou de lado as fotos de Gian, que observava com demasiado interesse. Ele podia ser um criminoso, mas era tão lindo que seria impossível não pensar nele de outra forma.

- Na noite da festa do Giorgio, eu conversei com um senhor de meia idade chamado Giuliano Pallermo. – Finn pigarreou. – A mulher dele é uma velha amiga de Giorgio, mas o Sr. Pallermo não compartilhava do mesmo gosto pelo homem, ao contrário de sua mulher. Após algumas taças de champanhe, Giuliano me disse que a busca de Giorgio pela cura do HIV era doentia e que ele nunca distribuiria a cura gratuitamente, como havia dito tantas vezes para a imprensa.

Rachel olhou Finn e mordeu os lábios levemente. A essa altura do campeonato, ele havia aprendido que ela fazia isso quando estava pensando e apesar de ser um ato totalmente sensual, ele conseguia controlar seus pensamentos para que não tomassem o rumo errado.

- Finn... Precisamos invadir a casa de Giorgio. E se o informante estava errado? – ela se levantou da cadeira onde estava, e começou a andar.

- O que está querendo dizer? – Finn se levantou também, em um ato falho.

- E se não for o vírus da varíola que ele estiver potencializando? – a voz de Rachel era um pouco falha. – Escute com atenção o que eu vou te dizer. Pode parecer loucura, mas quero que me escute.

Finn balançou a cabeça, assentindo. Rachel parecia nervosa.

- Giorgio estudou o vírus do HIV durante toda sua vida. E se ele achou uma cura, Finn?

- Então ele vai cobrar uma fortuna por ela. Mas ainda não entendi o que isso tem a ver com o vírus da varíola.

- É isso, Hudson. Você não vê? Não tem a ver. Por isso, minha opinião é de que ele não está potencializando o vírus da varíola. Ele não está potencializando vírus algum, e o informante foi só uma estratégia para tirar a atenção do que ele planeja.

- Espera, acho que entendi. Se Giorgio descobrir a cura e lançar isso ao mundo de repente, todos os portadores vão querê-la. Então ele a vende por uma fortuna, alegando que estabelecer a cura é complicado, leva tempo e é muito caro.

- No mundo, há milhões de portadores do vírus do HIV, Finn. Imagine o caos que iria se abater sobre o nome de Giorgio. Ele conseguiria toda a atenção e sua fortuna novamente.

Finn olhou para Rachel. Os dois estavam quietos e com um brilho de terror nos olhos. Uma pessoa como Giorgio merecia mais do que a morte. Merecia uma eterna tortura.

- Vamos achar Giorgio, Rach. E vamos pega-lo.


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