Hurricane escrita por Rocker


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Estamos quase chegando na reta final, então devo lembrar que nem tudo na fic seguirá à risca como no filme, pois eu encaixei Lena e para isso eu precisei mudar algumas coisinhas.



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Capítulo 18

Edmundo estava embriagando-se na sensação de ter os lábios de Lena aos seus quando ouviu um barulho. Foi obrigado a separar-se dela e olhou para os campos em frente à fortaleza e viu algo que realmente Pedro iria querer saber. As tropas telmarinas saiam por entre as árvores ao longe.

– Eddie, precisamos avisar a Pedro! - ele ouviu a menina dizer e soube que ela também havia percebido.

Edmundo logo se levantou e ajudou-a a também se levantar.

– Onde ele pode estar? - o moreno se perguntou.

– Eu tenho uma leve ideia. - ela respondeu, puxando-o pela mão e ambos correram lado a lado até a câmara da Mesa de Pedra.

Há alguns metros no corredor do túnel, puderam ouvir vozes vindas de lá.

Eu só queria que ele tivesse... Me dado algum tipo de prova.– ouviram a voz de Pedro no fim do corredor úmido e souberam que estavam indo pelo caminho certo. Apressaram o passo.

Talvez nós é que tenhamos que dar alguma prova.– quando Lena ouviu a voz doce de Lúcia dizer, ela estacou no mesmo lugar, deixando Edmundo ir sozinho.

A pequena dera voz aos pensamentos que viram-lhe rondando muito a cabeça. Lena estava sempre pensando em por que viera parar ali. Naquele mundo magnífico. Se Aslam realmente existisse, e Lena estava ali por alguma razão como todos diziam que estava, ele ao menos deveria dar algum tipo de prova a ela. Certo? Bem, ela achava que sim. Achava que ele deveria ao menos mandar alguma coisa, nem que fosse sinal de fumaça, avisando "olha eu aqui, eu existo e sei o por que de você também estar aqui"! Mesmo que as coisas não funcionassem dessa maneira, ela queria alguma garantia de que não parara naquele mundo paralelo apenas por puro acaso.

Mas assim que Lúcia disse algo que realmente martelou em sua cabeça, Lena parou e reviu seus conceitos. E se não fosse Aslam a dar um sinal de que Lena fora parar ali por um propósito, mas sim ela desse-lhe uma garantia de que, por mais que ele soubesse um motivo importante e desconhecido para ela, Lena merecia estar ali? Uma garantia de que ela merecia ter um objetivo ali? Provavelmente, mas se fosse esse o caso, o que Lena teria que fazer? Ela não sabia nem mesmo por onde começar. E, no momento em que ela se fez esse questionamento, pode ouvir o som de duas vozes distintas.

"Você já me deu a garantia, querida."

Pedro. É melhor vir logo.

Lena ficou meio assustada, pois por mais que fosse algo estranho, ela reconhecia a primeira voz. Era Aslam, pois reconhecera a voz grave de seu sonho de algumas noites antes. E ela não fazia ideia de como ele conseguira se comunicar com ela.

– Lena! - ela ouviu a voz de Edmundo a chamando e ela foi rapidamente de encontro a ele, segurando sua mão e entrelaçando-lhe os dedos inconscientemente.

Ela sorriu e viu pelo canto do olho, enquanto iam atrás de Pedro e Lúcia, que ele também sorria. Correram por entre os túneis da fortaleza da Mesa de Pedra até que chegaram ao local onde estiveram anteriormente. Caspian já estava ali, analisando a multidão telmarina que emergia da floresta.

– Eles estão vindo!

– Eles estão ali!

Gritos narnianos puderam ser ouvidos e Lena, ao perceber a quantidade de soldados que possivelmente enfrentariam, sentiu suas pernas bambearem. Pedro postou-se ao lado de Caspian, com uma expressão indecifrável. Lena apertou fortemente a mão de Edmundo. Edmundo, percebendo o desconforto dela diante daquela situação, apertou-lhe levemente a mão, tentando passar-lhe coragem através deste gesto.

Mas é claro que não foi o suficiente.

~*~

– Com meu bom anjo! - dizia NCA, no momento em que estavam todos os oficiais em volta da Mesa de Pedra para discutir os próximos passos. - Qual seu próximo grande plano? Mandar uma menina à parte mais escura da floresta? Sozinha! - insinuou, apontando para Lúcia, que estava mais afastada, ao lado de Susana.

– É a nossa única chance. - disse Pedro.

– E ela não estará sozinha. - disse Susana a NCA.

Lena então, com algo martelando alto em sua mente, fez o que realmente não esperava de si mesma. Soltou a mão de Edmundo e atravessou a câmara, parando próxima às irmãs.

– Eu irei também.

NCA aproximou-se das três e, olhando implorante para Lúcia, disse.

– Mas já não morreram muitos de nós?

– Nikabrik era meu amigo também. - disse o texugo, chamando a atenção dos demais. - Mas ele perdeu a esperança. A Rainha Lúcia não. E muito menos eu.

Ouviu-se então o som de uma pequena espada sendo desembainhada, e Lena virou-se instantaneamente para Ripchip.

– Por Aslam. - o ratinho disse, empunhando a espada em frente ao corpo pequeno.

– Por Aslam. - concordou o urso.

– Então eu vou com você. - disse NCA a Lúcia.

– Não. Precisamos de você aqui. - disse Lúcia, colocando a mão em seu ombro de maneira amigável.

– Temos que segurá-los até as três voltarem. - disse Pedro a NCA.

– Com licença... - disse Caspian timidamente, sentando em um canto ao lado do professor que resgataram no ataque ao palácio. Quando a atenção de todos foi dirigida a ele, continuou. - Miraz pode ser um tirano assassino, mas como rei, está sujeito às tradições e expectativas de seus súditos. - ele dizia, aproximando se Pedro. Mas ao anunciar sua próxima frase, olhou diretamente para as três garotas que iriam enfrentar em pouco tempo a floresta. - Existe uma em particular que pode nos dar algum tempo.

– O que sugere que façamos? - perguntou Edmundo, levantando-se de onde estava.

– Enquanto Lena, Susana e Lúcia vão pela floresta atrás de Aslam, você, Edmundo, vai até o acampamento de Miraz. - disse Caspian.

– E o que eu faria lá? - ele perguntou novamente, ainda mais confuso.

– Pedro iria escrever um pergaminho, com um pedido a Miraz, e você o anunciaria. Acho que poderia dar tempo o suficiente para elas, caso eles aceitem. O que acha, Pedro?

– Se for para arranjar tempo para elas, eu aceito. - o loiro disse firmemente, acompanhando o príncipe para arranjarem um pergaminho.

Lena então virou-se para Edmundo, confusa.

– Não vai dizer nada? - ela perguntou, vendo ele se aproximar.

– Dizer o que?

– Ah, não sei! - ela respondeu ironicamente, vendo todos ao seu redor se dispersando para, provavelmente, preparar-se para a batalha iminente. - Talvez algum surto do tipo "você não vai nem por cima do meu cadáver"!

Edmundo riu, parando em frente a ela e segurando o rosto delicado em suas mãos como se fosse feito de porcelana e a qualquer toque poderia se quebrar.

– Já parou para pensar que talvez eu só estou concordando com você ir com Lúcia e Susana porque seja mais seguro do que permanecer aqui?! - ele disse suavemente, acariciando a maça do rosto de Lena com o polegar.

Lena riu. - Não, eu não parei para pensar.

– Ótimo, ao menos agora você sabe o porque. - ele disse, sorrindo.

Edmundo aproximou seu rosto do de Lena e uniu seus lábios aos dela em um breve selinho, sentindo seu coração disparando. Ele tinha a intenção de aprofundar caso não fosse interrompido.

– Desculpa atrapalhar o casal, mas precisamos arrumar as coisas para irmos, Lena. - Lena virou-se surpresa ao ouvir a voz de Lúcia chamando-a e acordando-a do transe que permanecia a cada vez que tinha os lábios de Edmundo junto aos seus.

Viu Lúcia com um sorrisinho vitorioso e Susana, muito mais atrás, não aguentando segurar a risada, que ecoava por boa parte daquela câmara. Segurou a mão de Lúcia e correram para fora da camâra, sem olhar para Edmundo, que permanecia abobalhado ali. Susana vinha logo atrás delas, rindo juntamente com Lúcia das bochechas coradas de Elena.

– Parem de rir! - Lena implorou, sentindo suas bochechas mais do que queimando.

– Desculpe, Lena, mas Susana me obrigou! - disse Lúcia, levantando as mãos em forma de rendição.

– Como assim? - perguntou Lena a Susana.

– Desculpe, mas eu precisava saber se a Lu teria mesmo coragem de fazer isso! - respondeu a mais velha.

– Vocês apostaram?! - Lena agora estava incrédula.

– Sim. - responderam as duas juntas e voltaram a rir de toda aquela situação.

– Vocês não prestam! - Lena exclamou, continuando a andar e ouvindo as risadas seguindo-a.

Eu mereço!


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