Imbranato escrita por Mari Bonaldo


Capítulo 5
Isn't home without you.


Notas iniciais do capítulo

VOOOOOOOOOLTEI! AISUASIASUSAI gente, desculpem pela demora, mas ta foda parar pra escrever. Posto na outra fic com mais frequencia porque já tá toda escrita no pc, essa aqui eu vou escrevendo ao poucos e aí fica foda :/
Mas espero que ainda queiram ler a história! Boa leitura s2



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/340009/chapter/5

 Realmente, me desculpe Sr. Hudson. – digo apressadamente, desejando que minha voz saísse mais calma e clara. – É que hoje em dia você lê tantas histórias, não é? O Sr. compreende.

Finn se resume a me lançar um olhar distante, e depois volta os seus olhos para a janela fechada do Alfa Romeo 159 no qual estávamos sentados. Eu me sentia completamente idiota: primeiro, achei que ele estava afim de mim. Depois, que era um psicopata. Mas na realidade ele não queria me amar ou me matar, simplesmente me olhava porque tinha sido mandado pelo Sr.Rudolph para me buscar no aeroporto. Para completar, desde que a vergonha pela minha pequena confusão passou, eu estou tentando me explicar a ele e reconheço que estou falando rápido demais, usando as mãos com muito fervor. Quinn sempre me dizia que esse era um vício péssimo e que eu tinha que parar. Por isso cruzei as mãos sobre o meu colo, e tentei me manter de boca fechada.

Não durou dois minutos.

- Eu...- Finn me interrompeu, com um pigarro.

- Tudo bem, Srta. Berry. – sua voz era grossa e suas frases curtas. Eu já estava me sentindo suficientemente solitária e envergonhada, e a atitude dele não me ajudava em nada. Com muito esforço, consegui me manter calada o resto do caminho até o meu novo apartamento, prestando atenção ao meu redor e ao interior do carro onde nos encontrávamos.

Eu nunca havia estado em um carro tão bonito. O interior do carro do Sr. Hudson era todo de couro, impecável e frio, exatamente como Finn. Me lembrei do carro de Ted, uma Pajero completamente bem cuidada por fora, mas suja e bagunçada por dentro. Talvez o carro das pessoas refletisse como elas eram.

Fui tirada de meus pensamentos quando o motorista de Finn parou o carro, um tanto abruptamente.

- Chegamos. – ele informou, enquanto tirava o cinto de segurança e saía do carro.

Eu engoli em seco, nervosa pelo que talvez fosse encontrar. Ao descer do carro, me vi em uma rua estreita e muito bonita. A nossa frente se erguia um prédio relativamente pequeno, se comparado aos gigantes de cimento que eu estava acostumada a ver em Nova York. Eu podia perceber que o prédio era novo e moderno, ao modo Europeu. Tinha uma cor clara e a cerca da varanda era de ferro batido, propositalmente envelhecida. Rodeando o portão, havia um canteiro com girassóis e a rua estreita possuía diversas árvores, verdes e floridas pelo Verão.

- Gostou? – perguntou Finn, parando abruptamente ao meu lado. Ele carregava as minhas malas. Aquele gesto cavalheiresco e há tanto tempo esquecido, me surpreendeu. Em partes porque em Nova York você aprende a lidar com suas malas e compras pesadas sozinha. Gentileza não é exatamente a palavra chave na Grande Maçã. E também porque aquele gesto não combinava nada com a frieza de meu chefe.

Me limitei a sorrir e assentir com a cabeça. Ele se encaminhou ao portão, apertando o interfone. Alguns segundos depois, o portão fez um clique e se abriu. Alguns lances de escada e um problema com a chave de meu apartamento (número 29, terceiro andar) depois, e estávamos parados no amplo espaço de minha nova sala de estar. Meus antigos móveis já estavam montados e instalados, e algumas caixas com coisas pessoais encontravam-se empilhadas ao lado de meu sofá.

Minha sala de estar era grande e iluminada. Uma janela larga, tipo bay window estava instalada no centro da parede branca. Um estofado era acoplado à janela, e logo pude me imaginar lendo algum clássico debaixo das cobertas em um dia frio.

Finn depositou as minhas malas no chão, quebrando o silêncio que havia se instalado.

- Suponho que a Srta. possa conhecer o resto de seu apartamento depois. – ele olhou o relógio em seu pulso, e em seguida colocou as mãos nos bolsos. – Tenho que lhe apresentar a redação, e depois Giuseppe irá trazê-la de volta para casa. E estou com pressa.

Me peguei, de repente, sentindo falta do Sr. Rudolph enquanto descia as escadas na companhia do Sr. Hudson.

-

A redação da Vita era uma loucura. Havia muito mais funcionários do que na redação da Sweet. Uma mulher negra, com aproximadamente a minha idade, arrumava as roupas de uma modelo loira muito bonita. A mulher usava um sapato que imediatamente reconheci como sendo um Louboutin, coleção outono-inverno 2013. Mal havia saída nas lojas! Eu estava tentada a perguntá-la como havia o conseguido, quando o Sr. Hudson pigarreou ao meu lado.

- Como vê, na Vita não acreditamos que um trabalho artístico e criativo possa ser efetuado sem total coordenação de toda a equipe. Não trabalhamos com barreiras entre os funcionários. – conforme Finn falava, eu observava o local. Realmente, não havia divisória alguma e todos trabalhavam lado a lado, se comunicando.

Finn começou a andar, as mãos trançadas nas costas, uma postura perfeita. Tudo nele era mecânico e milimetricamente disposto. Para um homem que se dizia efetuar um trabalho artístico, sua aparência não era condizente. Resolvi segui-lo. Logo estávamos dentro de uma sala relativamente espaçosa.

- Essa é sua sala. – eu o olhei, intrigada.

- Achei que não acreditávamos em divisões...

- Não acreditamos, mas obviamente eu e você temos um trabalho que exige maior concentração. Não podemos exercê-lo no meio daquela zona. Sejamos realistas, Srta. Berry.

-

- Ele é horrível. – eu disse, horas depois, sentada no chão do meu apartamento com meu notebook no colo. Eu devorava um miojo de queijo, vestindo o pijama mais surrado que pude encontrar. Enquanto o fazia, conversava com Quinn e Blaine pelo Skype.

Minha sala ainda era uma bagunça de caixas por todos os cantos, mas eu estava cansada e desanimada demais para arrumar minhas coisas. Os móveis depositados contra as paredes brancas deixavam o apartamento sem identidade, frio e nada aconchegante. Eu sentia saudades de casa. Ver Quinn e Blaine dividindo comida chinesa no apartamento de Blaine só piorava as coisas. Eu sentia saudades dos meus amigos. O que havia me dado na cabeça para embarcar nesse novo emprego, nessa nova vida?

- Ele me parece excitante. Um bofe frio e calculista. Ui. Faria um estrago nesse perfeccionismo todo do seu chefe! – disse Blaine, bebericando uma taça de vinho e me fazendo sorrir.

- Você não diria isso se estivesse no meu lugar. – minha voz sôo um pouco triste.

Blaine deu um sorrisinho desanimado, e Quinn deitou a cabeça no ombro dele.

- Sentimos sua falta também. Sabe, você pode achar que está pior pra você porque além de não estar perto dos seus amigos você não tem nada de familiar. Está em um novo país, um novo cargo, uma nova casa. – disse Quinn, de uma forma doce. – Mas está péssimo pra gente também. Você fazia parte da nossa rotina, e sem você as coisas mudaram drasticamente.

Eu me surpreendi com Quinn. Ela não era o tipo de pessoa que conseguia expor os seus sentimentos com facilidade, e vê-la falando de modo tão desinibido sobre o que sentia por mim me emocionou. Aquele era o jeito da minha amiga de dizer que me amava.

- Eu te amo também, Quinn. – eu disse, sorrindo e observando os lábios perfeitos dela se curvarem em um sorriso também.

Blaine colocou a mão no peito, fingindo um choro exagerado.

- E eu, divas? E eu? Mereço um “te amo” também, desnaturadas!

Nós duas rimos. Blaine sempre deixava as coisas mais leves. Entre a gente era assim: eu era a parte sensível, Quinn a parte dramática e Blaine era quem deixava tudo mais leve para não desabar.

- Ah, relaxa aí sua biba afetada! – disse Quinn, o abraçando logo em seguida. Todos rimos, e de repente me senti em casa de novo. Não importava a quantas milhas de distância eu estivesse dos dois, eles sempre estariam comigo. Sempre.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

A partir do próximo cap prometo uma interação maior entre Finchel KKKK