Final Destination - Risk Of Death escrita por Paul Oliver


Capítulo 2
Olhos Bem Fechados


Notas iniciais do capítulo

Eae gente! Antes de tudo valeu pelo carinho nos reviews, valeu mesmo! :D
Bom gente, demorei mais do que pensei q demoraria para postar o cap, mas foi extamente pq demorei para começar a escrêve-lo! XD
Sim, também me assustei com a quantidade de palavras, mas slá, isso pode ser bom, não? :B
O acidente está aí e mais algumas revelações IMPORTANTÍSSIMAS sobre os persons!

Bom, leiam e aproveitem! :D



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Carl acabara de acordar, estava próximo à janela de seu quarto. Este ficava no sexto e último andar do hospital. O rapaz contemplava a paisagem daquela manhã, mas não necessariamente contemplava, apenas observava: O céu estava escuro e com poucas nuvens, as pouquíssimas nuvens que se via, eram negras e carregadas de chuva. Era notável que uma tempestade estava a caminho. Não entendo como podem existir pessoas que gostem desse tipo de clima, é tudo tão frio e sombrio. Quando a manhã começa assim, parece que tudo vai dar errado no decorrer do dia. Carl sentiu um arrepio após pensar aquilo.

Do alto da janela do quarto do hospital, Carl pode observar quando uma mulher saiu de seu carro no estacionamento do prédio. Automaticamente o rapaz viu sua mente fazer um flashback forçado. Aquela mulher do estacionamento, lembrava a sua mãe.



XX-XX-XX

Janeiro de 2004.

— Mamãe, posso perguntar uma coisa? — O pequeno Carl ainda com oito anos de idade, estava sentado no sofá de uma casa. A casa era extremamente simples. O garotinho ainda tinha muito cabelo, e usava-os numa franja, e a todo momento a ajeitava com um passar de mãos.

— Pode sim, meu filho. — A mãe de Carl respondera. A mulher era bela. Tinha traços simples, porém leves e suaves, a mulher transpirava gentileza. Parecia ter uma ótima índole.

— Mamãe, o que é que eu tenho?

— Como assim Carl?

— Eu vi um dia o médico falar que eu tinha algo aqui na cabeça, o que é mamãe? — O garotinho disse olhando-a com seus grandes olhos azuis acinzentados.

A mulher estava surpresa com a pergunta do filho, não sabia direito como reagir a isso. Sentiu um nó na garganta. Meu Deus, como eu explico pra uma criança que ela pode morrer a qualquer momento? Como... Pra uma criança... Pro meu filho!

— Querido... — A mulher respirou. — No momento certo, quando você estiver bem grandão, você entenderá melhor tudo... Por enquanto, eu quero que você saiba que o que você tem na cabeça é muito pequeno perto do que você tem no coração. Perto do que a mamãe tem no coração. — Os olhos da mulher se encheram de lágrimas. — Não me importa nada, nada que as pessoas digam, o que eu tenho aqui... — Disse apontando em seu peito. — A minha fé, é maior que qualquer palavra, que qualquer "não" que possam me dizer.

A mulher falava enquanto o garoto a olhava meio confuso. — Carl, eu só quero que você tenha sempre fé. Que você só guarde sentimentos bons no coração, que não fique com raiva do papai... Ele é um bom homem, só não é tão forte como nós. E o que importa é que todos estaremos juntos um dia. No final. — A mulher disse enxugando as lágrimas que escorriam de seus olhos.

Ela então abraçou o filho o mais forte que pode. O garotinho ainda confuso, apenas podia sentir todo o sentimento e carinho presente naquele abraço, ele apenas queria que aquela sensação boa durasse para sempre.



XX-XX-XX

Selly entrou no quarto de Carl com uma bandeja em mãos, interrompendo os pensamentos do rapaz, que agora estava sentado na beira de sua cama.

— Bom dia, querido. — A senhora falou e não pode deixar de notar o quanto o garoto estava pensativo.

— Bom dia, Selly. — O rapaz disse meio cabisbaixo.

— Querido, você está bem?

— Estou. Eu só ando lembrando muito da minha mãe. E aquela entrevista com a Louise acabou me fazendo recordar de coisas, tem também a cirurgia e...

—Carl... — Selly o interrompeu por um momento. — Eu te conheço há muito tempo. O que eu estou vendo nos seus olhos hoje, é algo que eu não me lembro de ter visto antes. Conte-me o que você está sentindo...

— Mas aí que está Selly, eu não sei! Eu não sei se é saudade, medo...

— Medo do que, Carl? — A senhora perguntou e o garoto não soube o que responder. Então teve uma ideia.

— Vamos fazer o seguinte, toma o seu café da manhã, que depois eu volto aqui pra te levar para um lugar. — Olhou o relógio na parede do quarto, que marcava seis e meia da manhã. — Meu turno acaba daqui a pouco, então se apresse, querido. Vista aquela roupa que o Dr. Cook te deu, tá bom? — Selly propôs com um sorriso no rosto.

— A senhora não vai me contar antes que lugar é esse, não é? — Carl esboçou um leve sorriso. E Selly assentiu.

— Bom eu vou indo, e daqui a pouco eu passo aqui. — A senhora saiu do quarto. Carl respirou suavemente, de alguma forma Selly sempre o fazia se sentir melhor. A Selly é tão importante para mim, ela me faz de alguma forma ter... Fé. O garoto sorriu de lado, enquanto olhava para o sofá preto perto de sua cama.



XX-XX-XX

O estacionamento do hospital estava quase que vazio, somente alguns carros estavam estacionados ali. Uma caminhonete vermelha se aproximava.

— Filho, dá pra você explicar melhor porque você quis vir aqui no St. Mary hoje? — Leonel disse no interior da caminhonete, seu filho Oliver, estava ao seu lado.

— É um trabalho de escola pai, apenas isso. — Oliver respondeu.

— Ontem você não quis me contar... — Leonel ficou pensativo. — Mas é sobre o quê? Você ainda não falou e... — Leonel foi interrompido após ouvir um baque na parte traseira da caminhonete. Terminou de estacioná-la na vaga e saiu do veículo com sua maleta procurando o causador daquilo. Oliver pegou sua mochila e saiu também. O médico avistou próximo ao seu carro outro veículo, um carro prata de quatro portas. Dele saiu duas mulheres: Rosie e sua filha Louise.

— Ai me desculpe senhor, eu realmente... Er... Foi sem querer. — Rosie foi dizendo.

Leonel não conseguia dizer nada, estava praticamente hipnotizado pela beleza da francesa, a única coisa que ele conseguiu dizer foi um "tudo bem".

— Tudo bem nada! Olha o tamanho desse estacionamento, ele tá praticamente vazio! Como que alguém consegue bater em outro carro com tanto espaço aqui? — Oliver disse meio irritado, estava com a razão, mas falou gritando o que acabou tirando toda a verdade do seu argumento.

— Oliver, por favor! A senhora disse que foi sem querer! — Leonel gritou irritado com o filho. Oliver ficou totalmente sem reação, o pai nunca havia falado assim com ele, nunca gritou com ele sequer uma vez na vida. Como ele ousa dar a razão para uma desconhecida do que pra mim?!

Oliver saiu rispidamente de perto do local e entrou pela porta principal do hospital.

— Me desculpe pelo meu filho senhora, ele é meio problemático... Prazer, Leonel Cook.

— Senhorita... Prazer, meu nome é Rosie. Rosie Di Fontana. — Rosie olhou seduzindo o médico com o olhar. Era inegável o clima de romance que se instalara ali.

— Problemático? — Rosie então continuou. —A sua esposa deve ter muita paciência com ele.

— Eu... Eu sou viúvo. A minha esposa morreu no parto do meu filho.

— Oh! Hoje em dia está mais fácil encontrar pessoas divorciadas do que viúvas. Eu mesmo sou divorciada.

Leonel sorriu. — O que dá na cabeça de um homem para divorciar-se de uma mulher tão bela como você. — Rosie sorriu sem jeito. E acabou se lembrando do amassado que causara no carro do homem.

— Ai, me desculpe pelo amassado... Vamos fazer o seguinte, eu deixo meu telefone com você e depois você me liga... Pra conversar, quer dizer, pra gente ver como eu posso ajudar no estrago que fiz.

— Bom, nem precisava, mas tudo bem. — O médico pegou o cartão e o leu. — Advogada? — perguntou para a francesa.

— Sim. Oh, acabei me esquecendo... A Louise ali. — Apontou para filha que acompanhava a conversa sentada na lataria do carro prata, com um grande sorriso no rosto. — Minha filha.

— Ela é uma graça. — O homem disse.

— Er... Leonel, você veio passar seu filho no médico? — A francesa perguntou olhando fixamente o homem nos olhos.

— Na verdade,eu sou o médico. Meu filho veio fazer um trabalho de escola. E vocês?

Rosie ficou pensativa por uns instantes. Droga, ele trabalha aqui. Como eu vou dizer que eu vim aqui para praticamente, acertar tudo pra demolição do prédio. Ele vai ficar desempregado. Droga, droga, droga...

— A minha filha veio visitar uma pessoa, um paciente. Eu vim acompanhando. — A mulher disse omitindo a informação sobre o principal motivo por estar ali.

— Bom, tomara que dê tudo certo. Eu vou indo... Te ligo. — Leonel disse sorrindo e entrou no hospital.

— Mãe, por que a senhora mentiu? — Louise se aproximou.

— Filha, eu não menti. Eu omiti... E você queria o quê? Que eu dissesse: Oi, eu sou a Rosie. Vim aqui acabar com seu empego, mas muito prazer... — Disse ironicamente.

— Bom, eu não sei nem dizer se a senhora fez errado. — Louise disse, e reparou mais no prédio, lá na parte de cima viu um objeto grande. — Mãe, o que é aquilo lá em cima?

— Ah, deve ser o gerador do hospital. Nossa é grande... Deve ser antigo. Tenho que anotar isso também. — Dirigiu-se a porta de entrada do hospital. — Vem, filha!

Louise congelou-se por um momento, reparando na placa com o nome do hospital na fachada do prédio. Por incrível que pareça era uma placa moderna, o nome, Hospital St. Mary Of Nazareth, estava iluminado com um azul brilhante. Louise viu quando a palavra Mary se apagou por alguns segundos. Mary? O inglês para Marrie... Meu segundo nome.

A garota então entrou no prédio. — Bom Carl, vamos conhecer essa tal de Angel, então.



XX-XX-XX

O carro de Angel ia à alta velocidade pela estrada próxima ao hospital. A loira estava atrasada, e dava para notar que a moça não dormira bem na noite anterior. A maquiagem de seus olhos estava mais carregada do que de costume, provavelmente para disfarçar as olheiras.

— Droga, não devia ter ficado assistindo aquele filme até tarde. Quantos anos você tem, Angel? Treze? — A loira falava sozinha, enquanto parecia acelerar cada vez mais seu veículo.

— Que raiva! Aquele filme ainda foi uma merda! Detesto esses filmes de terror que no final todos morrem. — Deu uma pausa. — Dá a sensação de que você foi feito de otário por horas, torcendo por aqueles personagens "super" bem desenvolvidos, viver. Argh! — Fez uma careta.

A moça continuou dirigindo. A loira reparou por um momento, em seu reflexo no retrovisor do carro. Carl... Porque ele me compara sempre com um anjo? Se comparar a um anjo é muita prepotência. Também, meu nome remete a isso... Angel não gostava quando faziam essa comparação, porque isso fazia lembrar-se de seus pais.

Angel morou junto dos pais numa cidadezinha pequena. Filha única, Angel sempre foi paparicada, seus pais faziam de tudo para ela. Eles me chamavam de pequeno anjo. O pai da loira era um pastor evangélico e sua mãe também era muito religiosa, e claro que faziam de tudo para Angel se interessar por religião também. Durante a infância Angel sempre acompanhava os cultos com os pais, gostava disso. Mas na adolescência, Angel mudou um pouco. A loira passou a interessar-se também por rock, por filmes, tudo o que seu pai repudiava nos cultos... A partir daí, Angel, já adolescente, sempre brigava com os pais. O pai alegava que era impossível ter uma filha como ela, que o pequeno anjo fora tomado por um demônio.

Foi no auge de uma discussão, que seu pai a expulsou de casa. Foi aí que a loira foi morar com a madrinha em outra cidade, onde estudou e formou-se enfermeira. Após a morte da madrinha, Angel ganhou parte da herança, incluindo joias e algum dinheiro. Mas a loira nunca mais retornou a sua antiga cidade, e nunca mais viu os pais. E consequentemente acabou se distanciando da igreja, não por vontade, mas por exclusão. Já que toda igreja que ia, seja no interior ou na capital, não era aceita.

Angel tinha uma vida diferente agora, era rodeada por pessoas que a aceitavam do jeito que ela era, mesmo que não tivessem o seu sangue, considerava-os a sua família.

— Ah, Angel chega de pensar nisso, garota! — Disse pegando um cd para ouvir. — Meu Slayer! — A loira disse enquanto colocava o disco no suporte do carro. A loira colocou no modo aleatório e começou a tocar uma música, logo reconheceu o nome da faixa.

Angel Of Death? — A loira se assustou por um segundo, e então riu, fazendo uma careta.



XX-XX-XX

Phil ajudava o irmão a subir os poucos degraus da entrada do St. Mary. Poucos degraus, que para uma pessoa normal seriam facilmente superados, mas para uma pessoa como Wen, paraplégica, era desconfortante.

— Nossa Wen, hoje está tão frio! — Phil constatou olhando para ao céu redor.

— Eu gosto desse clima, eu gosto quando o céu está assim. Não suporto o Sol, o calor...

— Credo Wen, eu não trocaria nada por uma tarde bem ensolarada, com o céu bem azul.

— Cada um tem seus gostos, não é? — Wen disse, enquanto Phil pegou seu celular no bolso, havia recebido uma mensagem.

— Bom, vamos entrando. — O rapaz disse e deu um sorrisinho após ler a mensagem no celular. Ele gosta de mim, o Jeff gosta de mim.

Ambos passaram pela porta principal, Phil pode avistar algumas pessoas sentadas na sala de espera, e estranhamente naquela manhã, o hospital estava relativamente cheio. A maioria das pessoas estava ali, era devido a uma epidemia de gripe que rondava a cidade. O rapaz de cabelos castanhos passava sorrindo e cumprimentando a todos, enquanto Wen mantinha a expressão fria, como era de praxe. Eles conheciam muito bem o hospital. Desde que mudaram de cidade, todas as consultas de Wen eram feitas no St. Mary. Embora o cadeirante nunca tenha escondido o seu desejo de começar a fazer consultas no Hospital do Centro. Phil sabia o motivo, já que o Dr. Cook, que era o médico que cuidava de Wen, sempre se negou a fazer a cirurgia para ele voltar a andar. Alegando ser extremamente perigoso. Wen mantinha certo rancor para com o médico.

Os irmãos iam em direção à recepção do hospital, a sala principal do St. Mary era grande. Logo após entrar pela porta de entrada, se via a grande sala, de ambos os lados havia fileiras de cadeiras onde os pacientes aguardavam serem atendidos. E indo mais a frente, era localizada a bancada da recepção, onde dependendo do horário, duas recepcionistas ficavam no local. Perto da recepção era localizado um elevador para os pacientes, nele poder-se-ia às salas de cirurgias, quartos dos enfermos, gestantes e etc. Dos dois lados da bancada da recepção, se seguiam dois corredores, neles se encontravam os consultórios de pediatria e etc. Além da porta de entrada da cozinha do hospital.

— Bom dia Johanna, a consulta do meu irmão já foi agendada. — Phil disse se aproximando da bancada, onde a ruiva estava se preparando para ir embora.

— Ok, é só você esperar ali. Qualquer coisa você pergunta pra outra moça que irá me substituir aqui, eu já estou de saída.

— Tudo bem. — O rapaz de cabelos castanhos disse, e viu quando um homem se aproximou da bancada, deu um sorriso.

— Jeff! Bom dia! — Phil disse alegremente.

Jeff ou Dr. Torres, era um médico recém-formado, e trabalhava há alguns meses no hospital, e era ele o cara que Phil estava conhecendo melhor. Eles se conheciam do colégio, mas foi no hospital que se reencontraram, mas foi depois de um bom tempo que a amizade evoluiu para algo maior. Phil achava-o um homem muito atraente, o médico tinha os olhos castanhos e pequenos, os cabelos pretos curtos e arrumados num pequeno topete, sua boca e nariz eram pequenos e suas orelhas eram um pouco grandes e abanadas. O moço era branco e um pouco magro, usava uma leve camada de barba sobre o rosto.

— Bom dia Phil. Bom dia... Wen, não é? — Jeff perguntou olhando pra Wen.

— Sim. — O cadeirante respondeu seco.

— Você não está com o uniforme, Dr. Torres? — Phil disse encostando sua mãe sobre o ombro de Jeff.

— Não, meu tempo aqui praticamente se acabou. — O médico disse rindo. — Eu posso falar com você, por um segundo? Pra gente combinar melhor o lance...

— Claro! Errrr... Johanna! — Phil disse assustando um pouco a recepcionista.

— Que foi?! — A rua realmente se assustou.

— Você pode ficar um pouquinho com o meu irmão? É só por um segundo.

Droga eu tô de saída! Não está vendo, sua bicha histérica? — Claro, será um prazer. Principalmente se for pra ajudar meu priminho Jeff a encontrar sua outra metade, mesmo que essa metade seja igual a ele. — A mulher disse sendo bem sarcástica.

— Você está aí, querida? Nem percebi. — Jeff lançava um olhar fuzilante para a prima, que retribuiu com um sorriso amarelo.

— Muito obrigado, você é um doce, Johanna. — Phil agradecia sem notar o sarcasmo na fala da ruiva.

— Eu sou um doce mesmo, estou até pensando em mudar meu nome para Johanna Sweet Steverson.

— Bom vamos indo, Phil. — O médico disse ignorando a fala da ruiva, enquanto Phil se despedia do irmão.

— Já volto. — Phil e Jeff saíram e entraram no corredor do lado esquerdo da bancada. Johanna então se aproximou de Wen.

— E aí gatinho na cadeira de rodas, você não joga no mesmo time do seu irmão, né?

— Não, sou hétero.

— Que bom, mas e aí? Tudo aí embaixo funciona direitinho, ou tá tudo paralisado? — Johanna disse tentando ser sexy.

— Funciona sim, mas só pra mulheres bonitas... O que não é o seu caso, querida.

— Eu só não te respondo a altura, porque a vida já te penalizou, queridinho...

Johanna saiu de perto de Wen, pegou suas coisas e entrou no corredor do lado direito. Wen guiou sozinho sua cadeira de rodas para próximo do bebedouro, tentou pegar o copo no suporte, mas não conseguiu.

— Deixa que eu pego pra você, fofinho. — Shaniqua se aproximou pegando o copo pra Wen.

— Obrigado. — Wen agradeceu. — Você trabalha aqui né?

— Sim, eu sou a Shaniqua. — A negra o cumprimentou.

— Meu nome é Wen... O Dr. Cook já chegou?

— Olha eu acho que ele está se arrumando, já ele começa a atender os pacientes. — A negra deu um pausa. — Bom, eu vou indo... Meu turno já acabou. Tchauzinho.

— Tchau. — Wen disse vendo a negra se distanciar. Ela sim é uma bela mulher.



XX-XX-XX

Kurt estava sentado no banco da frente de seu carro, um carro esportivo vermelho. Dora colocou suas malas no porta-malas do veículo e entrou, sentando ao seu lado no banco do passageiro. Kurt rapidamente ligou o carro, e acelerou.

— Calma Kurt! Não precisa ir tão depressa assim. — Dora disse vendo que Kurt estava indo rápido demais.

— Porra, Dora! Você não tá vendo que vai cair uma tempestade! Não dá pra ir devagar! — O negro gritou com a moça.

— Tá bom, mas não precisa gritar assim comigo. — A moça disse acuada.

— Me desculpe querida, não foi a minha intenção.

Dora ficou calada por um tempo, pensando na decisão que tomara. Será que eu decidi certo? A moça estava sentindo que estava indo pra um caminho sem volta, um caminho que não poderia mais sair. Ela não estava simplesmente fugindo com o namorado da amiga, estava também roubando as joias dela. Estava cometendo dois crimes. Um crime que pode me fazer ir pra cadeia e outro que vai me fazer perder uma amizade...

— Dora... — Kurt começou a dizer, mas a moça continuava pensativa. — Dora... Deodora! — Nessa última vez a moça dos olhos castanhos voltou de seus pensamentos. — O que você está pensando aí, meu amor?

Dora suspirou antes de responder. — Nessa situação toda... Eu tô pensando em mim, em você, na Angel, nessas malditas joias... E no meu irmão.

— Calma meu amor, a gente vai conseguir tirar seu irmão da cadeia. Pelo que eu vi das joias, o dinheiro dá e sobra.

— Eu me sinto tão mal de ter deixado meu irmão levar a culpa... Era pra eu estar presa! — Lágrimas tímidas já caiam do rosto da moça. — O David está a mais de sete anos preso! Sete anos pagando por uma coisa que eu fazia! Eu tenho tanta vergonha disso, que eu nunca contei isso pra ninguém, só pra você.

De novo esse drama? Ai, eu não aguento. Kurt pensava enquanto tentava fazer o papel de compreensivo para Dora. — Bom, eu acho que ele te amava muito e não queria te ver presa, por isso quis levar a culpa. Digamos que foi uma prova de amor.

— O David é um homem tão bom... Nossos pais ficaram tão chocados... Eu não quis contar a verdade pra eles, tive medo de eles me mandarem confessar tudo, de eu ir pra cadeia. Desde aí, eu não iria conseguir viver com os meus pais mais, olhar na cara deles e mentir, os ver chorando todos os dias, se culpando pela educação que deram pro meu irmão... Eu não consegui viver mais com eles. — A moça soluçava. — Eu fugi deles Kurt, do meu pai, da minha mãe, do meu irmão... Fugi vindo pra essa cidade. E estou fugindo de novo. A realidade é que eu não passo de uma grande covarde.

Dora se calou. Kurt se calou também, nem mesmo ele tinha resposta pra aquilo. A morena encostou seu rosto no vidro do carro, com os olhos vermelhos via as árvores e casas passando por ela rapidamente. E mesmo que dessa vez fosse para consertar algo do passado, Dora estava deixando tudo para trás, mais uma vez.



XX-XX-XX

Angel saiu de seu carro no estacionamento. E guiou-se até a entrada do St. Mary, a chuva já começava a cair timidamente na cidade. Angel entrou depressa no hospital e de longe avistou Shaniqua e foi de encontro à amiga.

— Oi, Angel! — As duas se cumprimentaram com um abraço e um beijo no rosto.

— Oi, amiga! Menina, o que você está fazendo aqui ainda? Já é mais de sete horas!

— É que rolou um babado, que você não a-cre-di-ta! — A negra disse pausadamente. — Acredita que pegaram o Dr. Fisher dando uns pegas na Allie naquele quarto vazio no sexto andar?

— Mentira! — Angel disse chocada, e as duas continuaram conversando em pé mesmo perto da porta de saída do prédio.

Carl e Selly saíram do elevador, a senhora não estava mais usando o uniforme de enfermeira e nem o rapaz o seu pijama. Selly usava uma blusa roxa clara com um casaco marrom, e Carl usava uma camisa xadrez vermelha de botões e uma calça jeans. Um pouco próximo a eles, Oliver pode notar sua antiga camiseta no corpo do rapaz do elevador. Meu pai deve ter dado a ele, ficou bonita...

— Carl!

Louise conseguiu avistar o rapaz do lugar que estava sentada, e correu para próximo dele, Rosie sem entender direito foi atrás da filha. A francesa acabou esbarrando sem querer em Angel, interrompendo a conversa da loira com Shaniqua.

— Nossa, que mulher bonita Angel, olha o cabelo dela! Ai que inveja! — Shaniqua disse rindo. — Olha o Carl, vem Shani, quero falar com ele. — Angel disse e assim as duas foram de encontro com o garoto.

Louise então chegou próxima a Carl, deu um beijo e um abraço no garoto. — Você está bonito Carl! — A garota disse elogiando a roupa do rapaz.

— Obrigado, Louise! Nossa eu... Me esqueci completamente que você viria hoje, eu estava até de saída com a Selly. — O rapaz disse apontando para a senhora ao seu lado.

— Me desculpe, eu sou a Louise. Eu acho que já vi a senhora por aqui. — A garota disse cumprimento à enfermeira chefe do St. Mary.

— Seu nome é lindo. E eu acho que também já te vi por aqui... É sua mãe aquela? — Selly disse apontando para Rosie que se aproximava do trio.

— Bom dia, eu sou a mãe dela sim. Rosie Di Fontana, prazer. — Rosie estendeu a mão e Selly firmou o cumprimento.

— Meu nome é Selly. Rosie... Di Fontana... — A senhora ficou pensativa. — Você é a advogada do prefeito, não é?

— É o quê? — Angel tinha acabado de se aproximar do grupo com Shaniqua ao seu lado. — Então você é que vai ajudar aquele idiota a demolir o prédio?!

— Bom, sim. Mas é que...

— Mas é que nada! Você não está vendo não o quanto de pacientes e funcionários depende do St. Mary para viver? Como que alguém pode ousar acabar com dezenas de empregos? Você tem alguma ideia de quantos pais e mães de família sustentam suas casas com o salário daqui?! Olha que eu só estou falando dos faxineiros e cozinheiras! — A loira dizia furiosa.

— Não, eu não tenho ideia disso, senhorita. Mas é por isso que eu vim aqui hoje, eu não sou uma pessoa cruel, eu não concordo com isso, mas é o meu trabalho e eu também tenho uma família para sustentar e...

— E nada! — Angel gritou chamando a atenção dos pacientes na sala de espera. — Pra mim, uma pessoa que se sujeita a ser cúmplice de algo sujo, é suja também!

— É mesmo, eu retiro tudo o que eu disse do seu cabelo! E agora que eu estou vendo mais de perto, ele é cheio de pontas-duplas! — Shaniqua disse se intrometendo na conversa.

— Agora chega, Angel! Shaniqua! — Selly gritou para conter os ânimos das garotas. — Eu quero conversar com a senhora, Doutora Fontana. — Selly continuou. — Seria muito te pedir para conversarmos num local mais reservado?

— Não, sem problemas, Dona Selly... Mas eu faço questão que a loirinha vá junto. — Rosie olhou para Angel. — Meu nome é Rosie, e eu não tiro a razão de nada de que você disse, eu só quero conversar.

— Tudo bem, meu nome é Angel. E ela é a Shaniqua.

— Eu vou também, né? — Shaniqua disse empolgada.

— Claro que não! Você vai ficar aqui com o Carl. — Selly advertiu.

— Mas eu tenho certeza que a senhorita Rose não liga! Não é Rose?

— É Rosie. — A francesa corrigiu.

— Foi o que eu disse...

— Vai amiga, fica aqui com o Carl. Depois eu te conto tudo. — Angel disse e a negra concordou.

— Angel leve a Rosie na sala, que eu vou chamar o Leonel. — Selly disse despedindo-se de Carl. — Já volto.

Leonel? Droga. Rosie pensava enquanto Angel a levava para a tal sala.

— Nossa Carl, agora eu entendo porque você riu de mim ontem, essa tal de Angel não é nada doce. — Louise disse para Carl.

— Ela... Nem me deu um bom dia... — Carl falou cabisbaixo.

— Carl, ela estava de cabeça quente. Toda essa situação com a minha mãe...

— Você é filha da Rose, garota? — Shaniqua perguntou depois de voltar de algum lugar.

— Sim... e é Rosie. Prazer, eu sou a Louise. — Ambas se cumprimentaram rapidamente.

— Rosie, Louise, Fontana... Mas quanta frescura pra nome! Eu sou a Shaniqua, e... Me desculpe por falar mal da sua mãe... — A negra se desculpou.

— Não tem importância não, eu compreendo a situação de vocês. Normal você perder a cabeça, Shaniqua.

— É... Louise, você se incomodaria de ficar com o Carl um segundo? Eu vou ao banheiro.

— Vocês me tratam como se eu tivesse sete anos! — Carl disse rindo.

— Não me incomodo não Shaniqua, o Carl é um amor. — Shaniqua deu um gritinho comemorando e saiu entrando em um dos corredores. Louise e Carl foram sentar-se nas cadeiras, Carl acabou sentando ao lado de Oliver, e rapidamente o reconheceu. O filho de Leonel estava lendo uma revista um tanto antiga, Carl pode ler uma notícia: Desabamento no Maiden’s Garden deixa dezenas de mortos... O rapaz sentiu uma arrepio.

— Carl quer ver como ficou a entrevista? Deixa-me procurar aqui na minha bolsa o gravador. Só um segundo. — Louise passou a procurar em sua bolsa. — Droga não tô achando... Espera aí Carl. — A garota passou a procurar com mais insistência.

Carl começou a reparar no ambiente que estava. Via algumas pessoas sentadas nas cadeiras esperando o atendimento médico. Pôde ver uma senhora tossindo muito, e próxima a ela um casal, sendo que a mulher carregava em seus braços um bebê que chorava muito. Mais adiante nas outras fileiras, o rapaz viu quando um garotinho brincava com um carrinho amarelo com o número seis estampado, sua mãe gritava algo para o garoto, que ria sem parar. Mais adiante Carl viu quando um rapaz sorridente de cabelos castanhos sentou perto de um homem na cadeira de rodas, o tal cadeirante encarava Carl, fazendo o rapaz sentir-se acuado.

Carl dispersou-se quando ouviu a recepcionista chamando mais um paciente para a consulta com o médico:

— Número seis! Número seis! Número seis! — A moça insistia. O rapaz olhou para a tela que marcava o número da ordem de consulta dos pacientes, ela estava quebrada. Carl podia ver na máquina quebrada o número um, um oito e um zero, mas não tinha certeza.

Por um momento, o rapaz pôde jurar que estava ouvindo ruídos vindo do teto. Foi quando avistou de longe, perto da bancada da recepção, um quadro que ele já vira muitas vezes ali, mas que naquele momento chamou sua atenção. Nele uma enfermeira fazia um gesto para ficarem calados, com a legenda: Silêncio.

O coração de Carl gelou.

— Achei, Carl! Nossa a gente ficou vinte e três minutos conversando ontem. — Louise disse enquanto checava a contagem dos minutos no gravador. Carl nada disse, e voltou a reparar na sala de espera, viu quando uma moça ruiva saiu do elevador. Johanna. O garoto se lembrou.

— Mas que droga de elevador! — Johanna disse já que a porta do elevador emperrou um pouco. Shaniqua chegou próxima a eles, com um fone de ouvidos, ajeitou o cabelo e cantarolou uma música:

— Ricochet, you take your aim. Fire away, fire away. You shoot me down but I won't fall... I am Tittanium...

Pouco tempo depois, saíram do corredor esquerdo Rosie, Selly e Angel. Mais atrás Leonel vinha com uma pasta em mãos. — Eu acho que devemos fazer essa reunião com o próprio prefeito, não faz sentido nos fazermos com a advogada dele. — Leonel disse olhando Rosie com um pouco de raiva.

— Me desculpa se eu não te falei nada no estacionamento, olha a minha situação! — Rosie tentava se explicar.

— Não, não tem nada a ver com isso. Eu só acho que devemos guardar nossas opiniões para uma pessoa mais... — O médico procurava as palavras.

— Mais o quê? Vai me ofender agora?! — Rosie disse um tanto brava.

— Uma pessoa que não falte com a verdade!

— Eu não menti, Dr. Cook! Eu disse que vim com a minha filha para visitar um paciente e isso verdade! — Rosie disse. — Eu omiti, é diferente!

— E por que omitiu? Você veio só para anotar tudo o que acontece aqui, para depois usar tudo isso contra a gente! — Leonel revidou.

— Por favor, parem com isso. Eu concordo com o Leonel, sem desmerecer o seu trabalho Rosie, mas acho melhor continuarmos a reunião com o prefeito presente. — Selly disse calmamente.

— É bom que ele venha mesmo! Vai conhecer quem é a Angel! — A loira ainda próximos aos três, advertiu.

POW!

O barulho vindo do teto fez todos os presentes na recepção se assustarem. E todos ficaram em silêncio por alguns segundos.

— Que diabos foi isso?! — Angel falou guiando-se para fora do prédio, do lado de fora a loira desceu alguns degraus e olhou para cima, não via muita coisa devido à neblina, mas via algo grande se movendo no terraço.

Carl então levantou-se da cadeira, mas apenas a tempo de ver o exato momento que o grande gerador do hospital acertou Angel em cheio, esmagando-a por completo. — Angel! — O rapaz gritou quase que no mesmo momento que Shaniqua e os outros.

O pânico já tomava conta das pessoas ali presentes, foi quando o barulho no teto começou a ficar cada vez mais alto, o teto estava começando a ruir.

Jeff saiu do corredor direito de encontro com as pessoas da sala principal, queria ver o que estava acontecendo. Foi quando uma parte do teto caiu e esmagou o médico e outras pessoas próximas à bancada da recepção. Johanna tentou correr, mas um pedaço de concreto a fez ficar presa da cintura para baixo.

— Alguém me ajuda! — A ruiva gritava.

Rosie pegou na mão da filha e saíram correndo pela a porta principal do St. Mary, e Leonel não pensou outra coisa e fez o mesmo com o filho. Os quatro conseguiram sair do prédio um pouco antes do teto cair e tampar a única saída do local, outas pessoas tentaram sair mas não tiveram a mesma sorte e foram esmagadas pelo teto que caia.

As pessoas gritavam e corriam para todos os lados. Carl estava perdido, foi quando sentiu a mão de Selly segurando a sua, e o puxando para algum lugar. Enquanto corria com Selly, o rapaz pode ver o moço de cabelos castanhos empurrando a cadeira de rodas do cadeirante para o corredor esquerdo, o único que ainda estava intacto, muitas pessoas faziam o mesmo, procurando uma saída. Pórem Selly levava Carl para perto da saída principal, na parede havia uma brecha entre os escombros. O buraco era um pouco pequeno e Selly fazia o máximo para tentar alargá-lo. Foi quando se lembrou de Shaniqua. Meu Deus!

— Carl, continua alargando o buraco aqui... Vai tirando as pedras, eu não sei... Eu vou procurar a Shaniqua. — A senhora ainda bastante zonza com tudo aquilo, saiu de perto do garoto. Ele fazia o que senhora pedira á ele, com algumas lágrimas no rosto. Angel...

Do buraco, Carl pode ver Oliver e Louise do lado de fora do prédio, Leonel e Rosie tentavam passar também mas o gerador estava atrapalhando. Foi quando viu o rosto da garota de óculos tomar uma expressão horrível. Louise viu quando a placa com o nome do hospital pendeu para frente, a garota gritou alto quando a placa se soltou e caiu sobre sua mãe. Rosie estava sendo eletrocutada pela placa. Foi quando a francesa parou de se debater, que seu corpo e a placa pegaram fogo. Um segundo após isso, o gerador também estava em chamas, Leonel correu para escapar, mas viu seu corpo pegar fogo. O homem caiu sobre os degraus da escada e aos poucos foi parando de se debater. Estava morto.

Carl pode assistir as mortes de um ângulo privilegiado, avistou Louise ajoelhada no chão gritando, e o filho do médico em pé, em estado de choque.

— Mãe! — A garota gritava e chorava desesperadamente. Foi quando uma ambulância surgindo da parte de trás do estacionamento acertou os dois jovens em cheio. Silenciando-os para sempre. Carl gritou.

Johanna continuava caída debaixo de uma parte do teto. Sentia uma dor descomunal erradiar de suas pernas. Ainda implorava por ajuda. — Por favor... Alguém?!

Foi quando Shaniqua apareceu. — Calma, eu vou tentar te tirar daí, calma! — A negra tentou empurrar a grande pedra de concreto. De longe Carl pode ver o que estava prestes a ocorrer. — Shaniqua!

A negra empurrou a pedra com toda a força que tinha, Johanna conseguiu sair. Foi aí que Selly conseguiu se aproximar de Shaniqua, mas foi a tempo de ver um pedaço de metal cair em direção ao pescoço da negra, a decapitando. "Meu Deus", foi tudo o que a senhora conseguiu dizer, enquanto sangue espirrava em sua face.

Johanna tentou se levantar, mas suas pernas estavam quebradas. A ruiva se rastejava em direção ao corredor direito.

Selly correu para perto de Carl, o garoto estava horrorizado com tudo o que estava vendo. —Vai Carl! Tenta passar por esse buraco!

— Eu tenho medo, Selly! — Selly então foi na frente, conseguiu colocar metade de seu corpo para fora. Mas foi quando um baque fez o resto da parte de cima do buraco cair, fechando a passagem... E partindo o corpo da senhora em dois. A parte de cima do corpo de Selly caiu do lado de fora e a outra caiu sobre os pés de Carl. O garoto ficou estático e correu para mais adentro da grande sala. Enquanto corria o teto da sala principal desabava atrás dele. Carl passou por Johanna que ainda se rastejava, chegando à entrada do corredor direito.

— Me ajuda, Carl! — A ruiva gritou. Quando Carl ia voltar para ajudá-la, viu que todo o teto da sala principal terminou de cair, e uma grande pedra de concreto esmagou Johanna. Carl pode ouvir o seu último grito.

O garoto entrou no corredor e avistou de longe várias pessoas tentando sair pela janela no final dele. Como todas as pessoas tentavam sair ao mesmo tempo, ninguém conseguia escapar. Carl pode ver o rapaz de cabelos castanhos e o moço cadeirante perto da porta da cozinha do St. Mary. Foi quando o rapaz de cabelos castanhos o avistou e virou a cadeira de rodas do irmão e por algum motivo, que Carl não sabia, estavam vindo em sua direção. Foi quando uma explosão vindo da cozinha fez explodir todo o corredor, o fogo tomou todos as pessoas, inclusive Phil e o irmão. E com a com a força da explosão, o corpo de Wen voou da cadeira de rodas sobre Carl o empurrando nos destroços da entrada do corredor esquerdo, fazendo com que o garoto fosse empalado por dois ferros, um em sua cabeça e outro em seu peito.

Com a vista um tanto turva, Carl pode ver o corpo queimado do cadeirante sobre o dele, os olhos de Wen estavam fechados e seu corpo estava inerte e irreconhecível. Carl não tinha mais o que fazer, estava tudo se acabando. Com o ferro enfincado em seu cérebro e o outro em seu coração, Carl sabia que não iria mais viver, uma lágrima caía de seus olhos, e a única coisa que o garoto podia e conseguia fazer era mantê-los bem fechados, enquanto tudo terminava de ruir à sua volta.




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Notas finais do capítulo

Bom é isso aí, continua no cap 3 obviamente, e o próximo capítulo prometo que não vou demorar tanto assim para postá-lo, porque já até comecei a escrevê-lo, mas não vou dar nenhuma data certa, pq naum sei o dia de amanhã... #momentoCarl
Espero que tenham gostado e deixem reviews. please! XDD
Abs! o/