Graças ao motorista particular da família Tachikawa, Yusuke rapidamente chega em casa, carregando a irmã inconsciente em seus braços. Junto com ele, estão Mimi e, Darien, que não quis ir embora sem saber o que irá acontecer com a jovem.

Além desses três, Saori, Sylia e Mina acabaram também vindo junto, pois, como elas é que viram tudo acontecer, precisam contar a mesma história e, fazer com que todos acreditem que Rey caiu das escadas do templo e, todos os seus ferimentos são provenientes desta queda.O grupo adentra o hall de entrada da mansão e, imediatamente, Yusuke grita pelos pais, que não tardam a aparecer.

― O que aconteceu, Yusuke? – a voz de Kurama se faz ouvir.

Yusuke não precisa responder a pergunta de seu pai, pois, os olhos de Kaoru se fixam no corpo desfalecido da filha nos braços do primogênito e, ela não consegue conter um grito de surpresa.

― Parece que a Rey caiu. – Yusuke consegue dizer – Eu não sei direito a história, mas, Saori e estas duas meninas viram tudo, elas podem contar como tudo aconteceu.

― Podem contar depois. – Kurama volta a falar – Agora vou levar a minha filha até o quarto dela. Enquanto isso, Kaoru, ligue para o médico da família e peça que ele venha imediatamente.

― Farei isso no mesmo instante.

E, enquanto Kaoru liga para o médico da família, Kurama tira a sua filha dos braços de Yusuke e a leva até o quarto dela, acompanhado do filho mais velho e de Mimi. E, Saori, Sylia, Mina e Darien resolvem ficar na sala, pois, em momentos como esses, acham melhor não atrapalhar e, ficar apenas para contar o que viram. Já Darien, por algum motivo desconhecido, quer apenas ter certeza de que Rey ficará bem.

Não demora nem meia hora e, o médico da família chega à mansão Tachikawa, indo diretamente para o quarto de Rey, que, já está devidamente banhada e trocada, vestindo uma camisola. O médico a examina e, em seguida pede para conversar com Saori, Mina e Sylia, que contam a mesma história que elas inventaram.

― Bom, não me parece que esses ferimentos tenham sido causados por uma queda de escada. – a voz do médico se faz ouvir – Principalmente quanto à perna quebrada, mas, se é o que dizem, terei de acreditar.

Em seguida, a atenção do médico se volta para Kaoru e Kurama, e, ele volta a falar:

― Senhores Tachikawa, receitei alguns remédios para a filha de vocês que, ajudará a combater as dores, pois, quando ela acordar, sentirá dor em demasia. E, quanto à perna, sinto, mas tem duas fraturas na altura do fêmur, e, levará cerca de um mês para cicatrizar, enquanto isso, o que recomendo é repouso absoluto, além de seguir à risca os horários das medicações do receituário.

― Não se preocupe, doutor, nós faremos isso. – a voz de Kurama se faz ouvir.

*****

Na manhã seguinte, Rey, lentamente, vai abrindo os seus olhos e, percebe que está em casa, em seu quarto. Sente muitas dores e, ao tentar se levantar, não consegue, pois sente mais dor ainda e, além do mais, sente sua perna pesada.

― Aí! – reclama Rey, sentindo uma dor em forma de fisgada.

Nesse momento, a porta do quarto se abre e, surge Kurama, dizendo:

― Nem se atreva a levantar, mocinha.

― Papai! – Rey se força a sorrir.

A jovem levanta o cobertor e, percebe a perna engessada, fazendo uma careta para o gesso em sua perna. Kurama se aproxima e nota a careta da filha.

― O que foi, filha? – a voz de Kurama é gentil – Acaso não está se sentindo bem? Sente dor?

― Um pouco. – responde Rey – Mas não é a dor que me incomoda, papai, e sim essa coisa horrível na minha perna. Quanto tempo tenho que ficar com isso?

― Um mês.

― Tudo isso? – Rey faz uma careta – Céus, papai, como sou azarada!

― Rey...!

― O que foi?

― Minha filha, por que não me conta a verdade?

― O que o senhor quer dizer?

― Filha, eu sei que não caiu de uma escada, seus ferimentos são muito mais sérios e profundos. Minha filha, o que realmente aconteceu noite passada?

Ao ouvir as palavras de seu pai, um sentimento de tristeza toma conta de Rey, pois, por mais que ela deseje, não pode contar a ele a verdade, isso é um segredo e, ela precisa guarda-lo custe o que custar.

― Papai, eu peço que me desculpe, mas, eu não posso dizer... Eu queria, mas, infelizmente, este é um segredo que não me pertence...

Kurama sente uma grande tristeza e sinceridade nas palavras de sua filha e, decide não força-la. Quando ela estiver pronta, sabe que pode contar para ele tudo o que quiser. A porta do quarto se abre e, surge Kaoru, trazendo uma bandeja com um farto café da manhã e, a deposita na cama, sentando em seguida.

― Bom dia filha, como está se sentindo? – pergunta a matriarca da família Tachikawa.

― Bom dia, mamãe. – Rey responde, sem desviar o seu olhar do café da manhã – Eu estou um pouco melhor, embora ainda sinta muita dor.

― É normal. – Kaoru responde a filha – Se seguir à risca todas as recomendações médicas, irá se recuperar direitinho.

Rey começa a tomar café da manhã e, espera que a mãe faça a mesma pergunta do pai, mas, um olhar de Kurama dirigido a sua esposa, olhar este que Rey não percebe, faz com que Kaoru não pergunte nada a filha.

Rey termina o seu café da manhã e, Kaoru e Kurama deixam o quarto, para que ela possa descansar e, levam a bandeja de café da manhã.

Sozinha, Rey se recosta melhor nos travesseiros e, pega o seu aparelho de telefone celular. Ela está ligar para Saori e saber como estão as coisas quando a porta de seu quarto se abre e, surge Yusuke dizendo:

― Bom dia, irmãzinha. Parece bem melhor hoje.

― Bom dia, Yusuke. – responde Rey, sorrindo – Apesar de sentir dor, estou melhor sim, obrigada por se preocupar.

― Costumamos nos preocupar com quem nós amamos, sabia?

Rey apenas sorri, o que faz com que Yusuke perceba que a irmã está realmente melhor e, se sinta até mesmo um pouco aliviado.

― A propósito, irmãzinha, tem uma visita para você. – Yusuke não deixa de sorrir.

Rey não tem tempo de perguntar quem é a visita, pois, adentrando o seu quarto, chega Darien, com um sorriso e, uma rosa cor de rosa em suas mãos.