The Neuro-SHAMY-cal Equation Of Love escrita por Fabs


Capítulo 9
The Homeostatic Ecstasy State


Notas iniciais do capítulo

*toc toc toc* Leitoras? *toc toc toc* Leitoras? *toc toc toc* Leitoras? Vocês estão aqui ainda? Não me abandonaram? Claaaaaro que não, embora eu ande merecendo! :~ /apanha

Depois de avaliações no trabalho, na pós, em casa (sério, meu gato anda me lançando uns olhares suspeitos) eu FINALMENTE consegui atualizar essa fic de ai meu deus! É vontade de escrever/ler/assistir/jogar vs. voz da consciência. Comofas?

E novamente eu agradeço MUITO os comentários de vocês! Bem vindas leitoras novas e obrigada sempre as que acompanham desde o início! ♥♥♥

Vamos a história? (com direito a trava-línguas no nome do capítulo, quem curte?) :3

Live long and prosper.



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— Que tal jogarmos “quem sou eu?” — sugeriu Amy, animada — muito bem, lá vai: sou um composto essencial, solúvel em água, metanol e etanol. Se eu não sofrer uma reação química de hidroxilização e ser convertida em outro aminoácido de cadeia aromática  posso me acumular na corrente sanguínea causando inúmeros danos à saúde.

Sheldon só olhou.

 — Embora esteja presente em diversas proteínas, sou encontrada em abundância no aspartame e outros adoçantes artificiais — ela tirou o olhar da estrada por um minuto e voltou sua atenção a ele, incentivando-o a entrar na brincadeira — então, quem sou eu? Vamos, eu sei que você tem a resposta. Pode responder em Klingon e traduzir depois se você achar que a sonoridade é melhor.

— É claro que eu tenho a resposta — alfinetou, incapaz de se conter — mas fenilalanina não soa melhor em Klingon ou em língua alguma, uma vez que meu aminoácido favorito é a lisina. Não que o fato de eu ter respondido corretamente implique no meu suposto desejo participar de uma competição amistosa de perguntas e respostas no presente momento.  

— Está bem, Sheldon, qual é o seu problema? — quis saber Amy, aborrecida com a má vontade prolongada do namorado — você está estranho desde manhã, e pessoalmente é a primeira vez que vejo você recusar um jogo de viagem — pressionou — se for por conta do carro alugado, o funcionário da locatária garantiu que os bancos são higienizados periodicamente, você até viu os papéis da companhia de limpeza automotiva.

— Não, não é por causa do carro —interrompeu, com o rosto virado para a janela do lado do passageiro — eu acho que ainda lhe devo desculpas pelo que ocorreu no hotel.

— Eu já lhe disse — repetiu Amy pacientemente, — não há motivos para se preocupar, você não fez nada de errado.

— Fiz sim — teimou — além de vir abrindo muitas concessões no que diz respeito a dar as mãos e — ele fez uma pausa significativa, como se o que estivesse prestes a falar fosse extremamente ofensivo — beijos do acordo de relacionamento, hoje de manhã eu deliberadamente invadi seu espaço sem seu consentimento...  

— Bom, que foi sem meu consentimento é evidente — tornou ela, reprimindo sem muito sucesso uma risadinha zombeteira — eu estava dor-min-do...

— Quer parar de agir dessa forma? — retrucou ríspido — no seu lugar eu provavelmente ficaria lívido de perplexidade ao acordar e me sentir como se estivesse anexado a outro objeto por um plano inclinado preso helicoidalmente a um eixo!

— Você quer dizer que eu deveria ficar brava por você ter se enroscado em mim? — contrapôs, decifrando rapidamente o intrincado conjunto de palavras utilizado por Sheldon para descrever um ato tão banal.

— E não é óbvio? — disse ele causticamente, com as sobrancelhas erguidas — no entanto, você parece ter apreciado imensamente a experiência...

— Bem, eu não posso dizer que não gostei — murmurou para si mesma, arriscando um olhar de esguelha a ele.

Embora tivesse uma grande tendência a apresentar episódios de terror noturno quando dormia fora de casa, Amy absolutamente não podia reclamar de sua estadia no La Calientíssima. Já havia sido um encanto para ela a forma como o hipocondríaco, obsessivo e germofóbico Dr. Cooper vinha se comportando em relação ao contato físico, de forma que já se dava por satisfeita em ir para um motel com ele... dormir. Porém, para sua surpresa, ao amanhecer, encontrava-se em uma posição bastante singular na cama em que dividiam: em algum momento da noite, Sheldon parecia ter se cansado tanto de sua rigorosa posição dorsal quanto do bem delimitado espaço entre os dois, de modo que Amy, ao acordar, deparou-se com o rosto dele completamente afundado em seu busto, os braços contornando sua cintura com impressionante vigor para alguém adormecido, trazendo-a para perto dele com tanta firmeza que logo ficou claro o motivo do curioso sonho que tivera minutos antes, de estar fortemente presa na teia de uma aranha de pernas muito compridas e magras.

Ainda que seu sistema endócrino disparasse sinais químicos ao cérebro exigindo imediatamente que ela aproveitasse a circunstância para fazer o maior número possível de experimentos envolvendo a anatomia masculina, sua racionalidade ponderou o evento de forma mais lógica: tratando-se de Sheldon, não era nada menos que óbvio que se ele havia assumido aquela posição...íntima... durante o sono fora algo completamente inconsciente e possivelmente motivado por ele estar em um ambiente ao qual não era acostumado. Sacudindo a cabeça com o propósito de clarear as ideias e livrar-se do inebriante aroma de talco de bebê que exalava do rapaz adormecido, a neurobiologista concluiu que o melhor que podia fazer era sair delicadamente do apertado espaço que compartilhavam antes que ele acordasse em pânico e de alguma forma a culpasse pela aproximação excessiva. Entretanto, no momento em que conseguira heroicamente escorregar alguns centímetros na direção oposta Amy ouviu o namorado resmungar sons ininteligíveis e escorregar a mão preguiçosamente da cintura para seu gluteus maximus, apalpando a região com uma pressão dolorosamente agradável. Naturalmente, a já familiar interjeição de excitabilidade que por vezes teimava em lhe escapar nas horas mais impróprias se fez presente na determinada situação de forma tão intensa que Sheldon sofreu um retorno um tanto brusco à realidade .

“HOOOO!”

Embora Amy se apresentasse durante toda a viagem indiferente à situação para confortar o físico, a lembrança daquela manhã sem dúvidas ocuparia um lugar dourado em sua memória.

O mesmo acontecia com Sheldon. E o deixava mortificado.

— Enfim, chegamos — anunciou ela, após vários minutos de silêncio constrangedor.

— Quê?! Ah sim, é claro — respondeu Sheldon, ligeiramente assustado ao perceber que já estava em frente ao seu prédio — hm... ouça, Amy — ele pigarreou, aparentemente preparando-se para o que falaria a seguir — estive pensando e acredito que tenha chegado a um método eficiente de suplantar os eventos anteriores e dar início ao que eu chamaria de...

— Sheldon, está tudo bem — ela tomou a frente, num tom tranquilizador — eu compreendo que seu comportamento no hotel foi involuntário e que você não tem qualquer intenção de tornar a repeti-lo —suspirou — bem como o impulso que o levou a me beijar na sala da segurança  provavelmente seja fruto de um estado emocional afetado pelo acidente que você sofreu recentemente. Gostaria de deixar claro que fico agradecida por você ter feito a gentileza de me buscar no aeroporto e contente de termos resolvido nosso desentendimento, todavia, imagino que o melhor a se fazer nas atuais circunstâncias seja retornarmos as condições habituais de nossa convivência.

— Então você sugere que tudo volte a ser como antes? — questionou ele, incerto — eu imaginei que depois dos últimos acontecimentos o protocolo social a ser seguido fosse o de avançar em determinados quesitos no atual paradigma do nosso relacionamento.

— Acho que o protocolo social não se aplica a uma ligação, digamos, única como a que temos — ela comentou, séria — em todo caso, proponho que retornemos a homeostase, o equilíbrio anterior de nossa relação — ela virou-se no banco do motorista para encará-lo — o que me diz?

Sheldon engoliu em seco. Por um momento, Amy teve a impressão que ele desejava acrescentar algo que ela não tivesse dito.

— Muito bem, eu aceito — disse ele por fim, omitindo seja lá o que tenha se passado pela sua mente.

Em silêncio ele retirou o cinto de segurança e apanhou a sua bolsa no banco de trás do carro. Antes, porém de sair do veículo bateu de leve no ombro dela, com uma expressão incomum no rosto.

— Nos vemos mais tarde, então?

— Ora, mas já? — interrogou, confusa — acabamos de passar uma noite inteira na companhia um do outro. Imaginei que você quisesse ir a loja de quadrinhos ou jogar com seus amigos...

— Hoje é o dia que Wolowitz e Koothrappali costumam sair juntos e Leonard fica até mais tarde na Fábrica do Cheesecake,  esperando por Penny. A noite dos quadrinhos foi ontem — resmungou aos arrancos, num tom ligeiramente acusatório — francamente, me impressiona você propor que retornemos aos parâmetros anteriores do nosso acordo e sequer se atentar ao fato que hoje é a terceira quinta-feira de um mês com cinco quintas, logo, noite do encontro — bufou ele, ainda incrédulo, embora a mão pousada no ombro de Amy lhe concedesse um aperto gentil  — então, nos vemos mais tarde sim ou não?

— É claro que sim — ela confirmou, feliz.

Retribuindo com um sorriso breve ele desceu do carro e rumou para a portaria do edifício. Imediatamente Amy grudou os olhos no relógio.

— Três minutos e quarenta e cinco segundos — murmurou para si mesma — com uma margem de erro de um minuto para mais ou para menos... é, imagino que seja o suficiente...

E após ter calculado o tempo que Sheldon usualmente gastava chegar em seu apartamento a cientista disparou escadaria acima, ansiosa para dividir com a melhor amiga cada segundo de sua vida desde que ouvira pelo sistema de som do aeroporto que namorado a aguardava na sala de segurança.


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— Só um minuto! — anunciou, largando a caneta que utilizava para escrever em seu quadro e distraidamente ajeitando os cabelos na testa enquanto se encaminhava para atender a convidada.

— Boa noite, Sheldon — cumprimentou Amy parada a porta.

—Amy — retribuiu educadamente com um meneio de cabeça, dando espaço para ela entrar.

Bem diferente da última vez em que visitara o apartamento em um impressionante e nada característico vestido azul, ela agora retornara ao padrão de inúmeras camadas de lã e listras, cabelos lisos caindo livremente sobre as costas e os óculos de sempre. Ele usava a combinação habitual de calças cáqui e camiseta vermelha do Flash sobreposta em mangas-longas azuis. Nada de especial.

A falta de novidades era um deleite para Sheldon.

— Posso lhe oferecer uma bebida?

— Chá verde com limão seria ótimo, obrigada.

O físico assentiu e colocou a água para ferver na chaleira enquanto ela se demorava em frente à área de trabalho de Sheldon, observando com atenção.

— Veja só, parece que obteve algum avanço em sua equação — Amy comentou, apontando o quadro — sem dúvidas houve um progresso desde a última vez que eu estive aqui.

 — Você está certa, hoje eu consegui isolar algumas variáveis essenciais da fórmula... mas ainda não é o bastante — disse ele da cozinha, com um ligeiro suspiro.

— Entendo... mas não se preocupe, você é um profissional exímio na sua área — respondeu a cientista com um sorriso inspirador — confio que logo chegará ao resultado que deseja.

Sheldon concordou com a cabeça, satisfeito com a observação. Era verdade que apenas o fato de ter se reconciliado com a namorada e contar novamente com sua presença, ao contrário do que imaginara semanas antes, fora o suficiente para dar uma guinada bastante substancial em seu trabalho. Entretanto, mesmo com o avanço alcançado ele ainda classificaria o andamento de sua pesquisa como “adequado” ou “satisfatório” o que ainda era um motivo de frustração, já que nunca um projeto seu fora apenas aceitável.

Faltava algo novo, ousado, além dos padrões convencionais. Faltava um toque de Cooper naquilo...

— Então, o que quer fazer? — soou a voz de Amy despertando-o de seu transe, que agora refletiam uma série de devaneios entre o fato de ela acreditar inabalavelmente em seu potencial  e recordação da suavidade dos lábios dela sobre os seus no dia anterior... — pensei em vermos um filme ou episódios de algum seriado, que tal?

— De acordo — respondeu Sheldon, guiando sua mente para pensamentos menos perigosos — suponho que como estamos no meu apartamento você queira propor o título a ser assistido? Sugiro que escolha com sabedoria, embora eu imagine que em breve serei punido com horas inacabáveis de “Quatro Amigas e um Jeans Viajante” ou da série “Blossom”...

— São boas opções — comentou Amy, animada, aproximando-se da bancada da cozinha — mas pensei em começar acompanhar aquele Galactica que você fala tanto...

Sheldon, que no momento estava virado de costas providenciando as bebidas ficou muito quieto, aparentemente espantado com o que acabara de ouvir.

— Battlestar Galactica é uma excelente escolha — comentou sério, ainda sem encará-la — mas é uma franquia de filmes e séries de televisão sobre naves de combate e seres não humanos que se passa no espaço sideral — explicou — e até onde sei, você odeia esse gênero de entretenimento...

— Eu nunca odiei o gênero, mas confesso que não me empolgava muito a princípio — admitiu ela, brincando distraidamente com a caneca sobre o balcão — ainda não posso falar que sejam meus filmes preferidos mas sabe... acho que você me fez começar a gostar de ficção científica. Tenho estudado a respeito e acho fascinante a forma como...

O que exatamente andara estudando sobre os filmes espaciais ninguém jamais chegou a saber. Deixando a lata metálica de chá cair com estrépito no chão, o rapaz girou o corpo num movimento único, atirando-se para ela. Antes porém que Amy se preparasse para ganhar o que imaginou ser um dos descoordenados abraços de Sheldon Cooper, ele a envolveu de uma forma que jamais fizera antes, a mão direita posicionada sobre a sua nuca trazendo o rosto dela para perto ao mesmo tempo que a esquerda casualmente encontrava-se apoiada em sua cintura.

E novamente ele a beijou. A princípio apenas permitiu que seus lábios se tocassem, como fizera a menos de 24 horas atrás, em meio a adrenalina de seu episódio com a motocicleta no aeroporto, mas então, assim como os cálculos escritos sobre o quadro branco, a representação numérica de suas faculdades intelectuais, Sheldon compreendeu que aquilo já não era o suficiente.

Ele queria mais.

Não, ele precisava de mais.

Sem refletir sobre o porque daquilo ou no que tal ato implicaria, sua língua timidamente abria espaço pela boca fechada de Amy, ansiando para provar por completo o sabor de seu beijo. Assim que obteve passagem, ele virou o rosto com suavidade, até encontrar o encaixe perfeito entre seus lábios. Espontaneamente sua língua se entrelaçou à dela, enquanto explorava a boca quente, úmida, deliciosa de sua namorada, estimulando terminações nervosas locais que causavam arrepios em ambos. Não demorou nada para perceber que aquela era uma atividade puramente instintiva, e a sua falta de experimentos anteriores em nada afetavam a performance atual. Inspirado por um toque hesitante de Amy na altura de seu tórax, Sheldon intensificou a carícia, empurrando-a devagar sobre a bancada da cozinha, seus corpos cada vez mais próximos, de modo que podia sentir a palpitação acelerada do coração dela sem precisar buscar o pulso em uma das artérias localizadas na região do pescoço. A mão que inocentemente descansava sobre a cintura da cientista imediatamente parecia dotada de vontade própria ao percorrer a curvatura delicada do quadril dela, aproveitando para aproximá-lo mais ainda do seu. O ato que havia começado como uma acanhada extrapolação de afeição de Sheldon agora tornava-se cada vez mais imperativo, urgente e vertiginoso, de forma que logo ele desejava empregar novas técnicas, comprazendo-se  com cada resposta fisiológica manifestada por Amy a cada vez que seus dedos deslizavam pelos cabelos longos, a cada meneio suave de sua cabeça, a cada mordidinha leve e  ao mesmo tempo desejosa que ele depositava nos lábios dela...

E foi nesse ponto que Sheldon atentou-se ao fato que, enquanto não pudesse fundir o seu intelecto a um sistema robótico que dispensava as necessidades corporais mais elementares ele ainda, precisava respirar.

Tão subitamente como começara a intensa troca de estímulos sensoriais iniciada por Sheldon teve seu fim, com a sensação que poderiam ter se passado incontáveis minutos ou talvez tempo algum. Pela primeira vez na vida ele se viu simultaneamente desnorteado, confuso, triunfante, estático...

— S-Sheldon — Amy arquejou, trêmula. Seus lábios, Sheldon notou, estavam vermelhíssimos e a respiração pesada e ruidosa podia indicar que ela havia acabado de subir correndo as escadarias para o apartamento 4A— Sheldon você, digo, n-nós...

— Sim... — foi a única afirmação concreta que sua falta de fôlego lhe permitiu vocalizar.

Ela pousou a mão sobre o peito, ainda ofegante, mirando com intensidade o rosto cada vez mais ruborizado do namorado.

— Isso foi... inesperado... — disse ela, num atropelo de palavras — eu só não sei, quero dizer, não estou reclamando, só não consigo...

— Eu também não sei... — Sheldon interrompeu, olhando desconfortavelmente para os lados e afastando o rosto do dela, embora ainda se mantivesse inconscientemente próximo de seu corpo — lamento se a ofendi, eu simplesmente fui tomado por um impulso incontrolável que... bem, esqueça...  

— Não, Sheldon. Não me peça para esquecer — a cientista respondeu em voz baixa, puxando-o levemente pela camiseta e procurando seus olhos — conte o que você está sentindo.

— Você não entenderia — ele emendou, angustiado — afinal, todas as quebras de restrição ao contato físico no acordo de relacionamento partiram de mim e eu sei que isso não está certo, mas, eu percebo que é cada vez mais difícil evitar isso — desabafou — quando estou com você, Amy, algo se apodera de mim e eu experimento uma euforia que nunca senti antes, uma necessidade primal de... de... estar perto de você, de tocar você, como se... como se...

Sheldon olhava para os lados, vasculhando sua mente em busca das palavras certas. O gênio considerado emocionalmente atrofiado por todos que o conheciam agora estava num devastador conflito interior, incapaz de exprimir o que sentia. Injustamente, sua eloquência costumeira e o vocabulário arrojado pareciam ter o abandonado.

— Calma, me deixe tentar ajudá-lo a explicar utilizando um cenário familiar a você — ofereceu Amy, solícita, embora não pudesse negar o quanto era adorável a visível desordem do homem à sua frente — como em Star Trek, sua inquietude lembra muito o desequilíbrio neuroquímico sofrido pelo personagem Spock, quando ele se vê diante da miríade de sensações orgânicas e emocionais relacionadas ao Pon Farr, a condição fictícia de excitabilidade retradada na série... estou certa?

Sheldon prendeu a respiração. Uma coisa era ela declarar que estava começando a se afeiçoar pela ficção científica, outra coisa era ela simplesmente citar, com precisão, passagens de sua série favorita. Aquilo era demais para ele...

— Você tem alguma noção do que acaba de dizer, mulher? — interrogou rouco, com a voz vacilante, quase falha.

— Hm... bem, foi só uma tentativa de amenizar sua agitação — arriscou ela, insegura — me desculpe se você não gostou da referência, só achei curiosa a semelhança... Dr. Cooper, Dr. Spock... é engraçado.

E simpaticamente ela ergueu a mão e imitou o cumprimento Vulcano.

Vida longa e próspera.

Sheldon não precisava de mais nada no mundo.

—Oh meu deus! — exclamou ele, mordendo o lábio inferior e fechando os olhos, uma expressão genuína de êxtase tomando suas feições em geral inquestionavelmente serenas— você está me matando, Amy Farrah Fowler!

E sem aviso mergulhou novamente sobre ela, chutando para o lado a lata de chá que jazia sobre o piso e guiando-a com firmeza pelos ombros, sem impedir que o caminho até seu quarto afetasse minimamente a desenvoltura do beijo que eles trocavam.


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Notas finais do capítulo

HOOOOO!~ As coisas estão ficando como o ponto de fusão dos metais, meninas: quentes! Ou o certo seria "calientíssimas"? *O*

Já estou sofrendo antecipadamente sobre como eu vou descrever as próximas cenas! Mantenho o formato? Me arrisco num +18? AIMELDELS, Shamy ainda me mata!

Beijos e até lá! :*