-Darin? – A voz amorosa de Amy despertou os rapazes da história quando foi ouvida no corredor.
            Um silêncio conduziu o local, enquanto os olhos se fixavam na porta fechada:
            - Conversemos depois. – Disse o Sr. Adams se levantando.
            - Mê de uns minutos eu darei um jeito niss...
            -Basta Sr. Gray, de forma alguma um convidado incomoda. Sem contar que meu tempo é muito precioso, preciso coordenar esta casa, conversemos de novo a noite, quando a mansão dormir. – Sua voz não parecia severa desta vez mais risonha.
            Contrariado, mas sem escolhas, o jovem Sr. Gray saiu:
            - Darin onde esteve? –Perguntou Amy ao vê-lo sair para o jardim com tamanha raiva.
            - Não interessa a você! – Disse o jovem com grosseria.
            - O que deu nele? – Perguntou Cibele docemente descendo as escadas.
            - Desculpem-me estive um pouco perturbado... – Disse o jovem reconsiderando.
            As jovens queria saber o que o afligia, mas acharam melhor não o fazer, preferiram deixá-lo sozinho. 
            No início da tarde o jovem Darin se sentia mais calmo, sentia-se aliviado ao expressar para o Baron, o que o afligia, naquela manhã, o ambiente a seu redor se tornara até mais leve e cômico. O jovem Gray não entendia o quanto se sentia intrigado com seu amigo anos mais velho, apenas sentia, quase que como um alívio de outra vida.                 Baron não podia esconder seu fascínio tão evidente pelo belo rapaz, de fato a cautela o perseguia, sentia-se determinado e empolgado quando Darin o quisesse, mas quando o via estressado, sentia-se quase claustrofóbico não importa o lugar, como se algo dentro dele estivesse pronto para reagir a um ataque do jovem. Sem dúvidas Baron não compreendia seus sentimentos pelo aluno, e de certo vos digo que jamais entenderia, mal sabia que suas dúvidas com um Gray vinham de muitos anos atrás, desde um certo pintor que jamais regressara de Paris, e que o corpo fora encontrado em águas...
            - Baron?
            - Sim?
            - Acha que me portei mal com Amy? – Perguntou Darin regressando ao seu raciocínio.
            - Não, vos digo com sinceridade que foi um infortuno o que lhe aconteceu, ela viu sua pior face. – Respondeu Harry se juntando a conversa com total intromissão e falta de senso.
            - Em minha opinião, diria que não foi um bom cavalheiro. –Disse Baron tentando em vão influenciar Darin.
            - Para haver cavalheiro, precisa haver dama. – Disse Harry com um sorriso cruel.
            - Por favor Harry é sua irmã?! – Repreendeu Baron.
            - É por isso que é tão difícil de dizer, já que optei pela verdade de expor sentimentos verdadeiros e não me esconder atrás de falsos sensos de moral e ética julgados pela sociedade hipócrita que vivemos. – Disse Harry em um tom cômico, mesmo sem haver graça alguma. – Ao menos uma coisa restou a mim, eu posso dizer que sou eu mesmo e não me escondo muito menos os meus sentimentos, coisas que nem todos dessa sala podem fazer!
            Sim, sim Harry estava fascinando o jovem Gray, como determinara sempre o garoto riu levantando- se do sofá. Baron por sua vez, se enrijeceu no sofá, digerindo em seco as indiretas de sentimentos de Harry. Ambos ali notaram que Darin só entenderá o suficiente para achar Harry fascinante, mas mesmo assim Baron sentia-se constrangido e temeroso:
            - Baron? – Chamou Violet sorrindo. – Desculpe eu interromper. Mas Baron vamos ao jardim?
            - Claro que pode interromper minha querida, estávamos todos no fim, Darin irá ver minha irmã, e Baron novamente lhe dará atenção! – Disse Harry com maldade, saindo da sala sem qualquer emoção de remorso.
            O jovem Gray subiu as escadas com calma e elegância, esperava encontrar Amy e ansiava por isso, ele mesmo ainda não havia notado que sua intenção não era pura, abriu a porta sem ao menos bater e a cena chocou-lhe.
            Quem ali foi pega desprevenida foi Cibele e não Amy. Rapidamente a moça pegou o lençol de seda que pairava sobre a cama para cobrir sua nudez:
            - Primeiro Harry e depois você, eu tenho privacidade para um banho! – Disse a moça com um ar sério.
            Darin logo entendeu, Harry não queria que ele se desculpa-se com Amy e sim com Cibele, por isso a encenação que dera na frente de Baron. O jovem sorriu e se aproximou da garota, colocando a mão no pescoço da moça e afastando os cabelos logo depois:
            - Se quisesse privacidade deveria ter trancado a porta! – Darin a beijou no pescoço, fazendo a moça sentir um arrepio percorrer seu corpo.
            - Tenho medo dessa casa... – Respondeu timidamente olhando pro chão, sentindo se mal por desejar tanto o rapaz.
            Darin a beijou com intensidade, dessa vez nos lábios, deslizando as mãos nas costas nuas da jovem. Ela olhou em seus olhos negros por um segundo procurando razões para parar, mas não encontrou, apenas deixou-se hipnotizar.
            O jovem se afastou virou-se para a saída e trancou a porta...