Os Segredos De Lord Henry escrita por H F Rufino


Capítulo 11
Capítulo 11 - Os segredos de Lord Henry


Notas iniciais do capítulo

Não sei bem quantos capitulos terá, mas o fim esta próximo...
Eu particularmente amei o capitulo, espero que vocês também!



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Harry fumava na sala, estava ainda desorientado devido ao pesadelo. Ouviu os passos de Cibele na escada, mas apenas a encarou.
            A jovem Cibele estava bem, sorriu ao olhar o retrato, os olhos quase brilharam, sentia o coração quente e calmo:
            - Bom dia Harry.
            - Bom dia...
            O fato de ela estar tão feliz, o fez lembrar-se de seu pesadelo, como se fosse possível que houvesse alguma relação entre as duas coisas, mas logo viu que era insensatez de sua parte:
            - Não parece bem. – Observou à jovem sentando-se no sofá.
            - Tive um pesadelo perturbador.
            - Foi muito real?
            - Hora?! Que pergunta! Sempre são! – Respondeu mal humorado. Cibele deu de ombros.
            - Hei Henry, isso já estava aqui? – Perguntou a moça, pegando uma carta de aparência antiga que estava sobre a mesa.
            - Como posso saber Cibele? – Harry virou-se e voltou a prestar atenção na janela, na chuva que caía.
            - Hum... Acho que não estava! – Disse Cibele ignorando as arrogâncias de Harry.
            Ao virar a carta não havia nada escrito a não ser “Sr. Wotton” a mão:
            - Como não sabe? Pertence a você?
            - Á mim? – Harry voltou à carta e a tomou nas mãos, como se fosse tolice:
            Abriu a carta com certo receio, seu pesadelo não saía de sua cabeça, tinha medo que o passado pudesse mesmo se comunicar:
            - Bom dia... – Disse Baron de forma arrastada e cansada.
            - Bom dia, vejo que não dormiu bem. – Observou Cibele, Baron confirmou com a cabeça e se sentou ao lado da moça.
            - O que é isto? – Perguntou Baron a Harry notando o papel velho em suas mãos.
            - “Os segredos de Lord Henry Wotton. “ – Disse.
            - Mas que indelicadeza a minha. –Disse Baron. – Desculpe-me.
            - Não... Escute-me. – Disse Harry para ressaltar algo mais importante.
            - O que é? – Cibele parecia confusa.
            - “Venho agora, em meu leito de morte confessar as minhas gerações futuras, os meus segredos obscuros. Eu fui tolo ao interpretar de maneira errada que nada é totalmente errado, o que define o certo e o errado, é o efeito das nossas ações, e principalmente, agora eu vejo que mais importante é o efeito que se ocorre na alma a cada novo ato realizado.
            Neste momento sou um velho resmungão a beira da morte, mas já fui lord um dia e nem era capaz de perceber a importância que isso ostentava.
            Tudo começou quando vi pela primeira vez um belo e jovem rapaz, seu nome era Dorian Gray. Meu amigo pintor Basil, fazia um lindo retrato para eternizar a beleza do jovem.
            Naquele momento ocorreu-me uma infeliz idéia de transforma aquele jovem em algo que nem mesmo eu havia ousado ser na minha mocidade. Claro que não tive conhecimento algum do que fiz o jovem fazer naquele dia, eu não sabia que as forças exteriores aceitaram a minha oferta da alma do Gray pela juventude eterna, de fato meus idéias lhe pareceram bem a partir daquele momento.   
            Um jovem atriz, Sibyl Vane quase estragara meus planos para Dorian, com seu amor e noivado repentino, mas uma noite tive o prazer de assistir seu rompimento, aquilo era uma obra minha, mesmo que tenha feito  Dorian pensar que era algo inteiramente dele  não o era.
            Claro que ao pensar com nitidez, reconsiderou escreveu-lhe uma carta de amor, mas a jovem grávida já havia se jogado no rio, tirando a própria vida. Pobre garota!
            Eu, com toda minha influência o convenci que não havia parte dele nisto, que era apenas um importuno, mesmo quando o irmão violento da jovem quis vingá-la, o convenci que não era sua culpa.
            Anos se passaram e nenhum sinal de envelhecimento passou por Dorian, cada vez mais aprofundado em minhas teorias e conselhos. Após a morte de Basil, o jovem não ficou muito viajou pelo mundo sempre reportando a mim sua infelicidade através de cartas.
            Minhas filha Emily era já um mulher incomum quando Dorian retornou, para o meu desespero eles se apaixonaram. O pior é que cheguei a pensar que somente Dorian era o culpado de tudo isso!
            Um dia quis acabar com a história de vez, achando estar protegendo minha filha, quase perdi minha vida naquela noite, quando pude ver o retrato tão horripilante, a alma pura do jovem havia apodrecido dentro daquela moldura dourada, arranquei Emily com força da casa após iniciar um incêndio que supostamente matou Dorian Gray. Cujas marcas carrego em meu rosto.
            Emily foi embora com minha esposa lady Victoria,  nenhuma das duas nunca mais voltou a falar comigo. Mesmo depois da repentina gravidez de Emily.
            Tive tempo de ver o irmão desconhecido de Sibyl Vane construir uma família sem ciência do que ocorrera a sua mãe que outrem possuía 3 filhos. Pude também conhecer uma francesa que atendia por Achille Lestrange, amiga de Basil, que tinha um filho muito parecido com ele no final.
            O retrato totalmente recuperado como sempre fora, fica em meu sótão, eu ia vê-lo às vezes, me lembrava de tudo que eu fizera e dos meus segredos sujos que ninguém jamais descobriu. Basil me disse uma vez que havia muito dele no retrato, agora eu entendo que de certa forma sua alma pura iluminou o retrato ainda hoje, e espero que isto um dia seja suficiente para dar uma segunda chance a todos nós, principalmente aos jovens vitimas de um destino ruim e de ideais de um homem cruel.”

            - Oh! – Exclamou Cibele. – Tudo agora faz sentido!
            Em uma mistura de medo e ansiedade, os 3 se voltaram para o retrato com certo pavor.
            Muito se podia esperar daqueles dias de chuva intensa!


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