POV Alicia

Tirei as roupas molhadas e coloquei outra roupa, deixei meu cabelo solto já que ele ainda estava molhado e desci. Paulo estava perto da porta e eu olhei o sofá que já estava enxuto e com novos lençóis, sorri e saí logo atrás de Paulo

Ele trancou a porta e entramos no carro e ele dirigiu até um restaurante. Saímos e entramos, então Paulo fez nosso pedido, mais depois disso nossa mesa ficou em um silêncio cortante e eu comecei a olhar pela grande janela que estava do lado da mesa e dava a vista pra rua calma

Foi quando entrou pela porta uma garota, ela era muito bonita, de pele branca, com longos cabelos pretos, corada, com olhos castanhos e um sorriso amigável, ela veio em direção a nossa mesa sem tirar os olhos de Paulo que não havia visto ela

Ela chegou por trás dele e lhe cobriu os olhos

–Advinha quem é?

–Nina? - Paulo sorria

–Acertou – ela sorriu o abraçando e ele devolveu o abraço

–Olá! – ela sorri pra mim – quem é ela Paulo?

–Essa Alicia Gusman, filha da minha madrasta, a Veronica

–Ah – ela ri – você é linda, parece com sua mãe

–Ah – corei – obrigado, Nina não é?

–Sim

Ela se sentou ao lado do Paulo,seria ela uma namorada?Nossa ele não perde tempo

–Eu imaginava que você estivesse aqui, eu vim te trazer seu caderno e mamãe te convidou e a filha da Veronica nesse caso a Alicia – ela sorriu pra mim – pra irem a minha casa no domingo, pode ser?

–Claro – ele sorriu – Ia ser demais e pra você Alicia?

–Não tenho nada pra fazer, posso ir sim, mais é que eu não conheço ninguém da sua família... – disse sem graça

–Tudo bem – ela sorriu – você pode levar um amigo ou seu namorado

Corei novamente

–Ótimo – sorri – sendo assim vai ser um prazer Nina

–Demais – ela deu um pulo do banco – tchau Alicia e tchau Paulo

Ela deu um beijo na bochecha de Paulo e foi embora

–Como ela sabia que você ia estar aqui?

–Por que agente sempre vinha aqui quando éramos pequenos e eu adoro esse lugar

–Quando eram pequenos? – disse sem entender

–É, Nina é minha prima, o que pensou que ela fosse?

–Desculpe – corei – é que a Nina é tão bonita e achei que fosse uma namorada ou sua ficante, já que você tem fama de pegador

–Ah bom – ele riu – nunca que eu ia ficar com ela, gosto dela e muito, mais é minha prima

–Nossa – fiquei ainda mais corada, se é que é possível – devia ter percebido a semelhança, o cabelo dela tem quase o mesmo tom que o seu

A mesa ficou no silêncio de novo até que ele rompeu

–Quem você vai levar?

–Jorge é claro, como disse ele é meu melhor amigo e depois do que você fez deve odiar você

–Acho que não é só por isso que ele me odeia – ele suspira

–Por quê?

–Não é obvio, por que nós dois moramos sozinhos em uma mesma casa, e ele gosta de você. Um homem e uma mulher não podem ser tão amigos assim sem ter outro interesse

–Podem sim – temei – Jorge é meu amigo e apenas isso

–E por que acha isso?Por que ele disse?Você é ingênua demais

O garçom chegou e serviu a comida e depois foi embora

–Não sou ingênua. Não sou mais, olha o Jorge é meu amigo desde que eu cheguei em São Paulo, somos como irmãos, foi ele que ficou no meu lado quando... Abelardo terminou comigo.

Abaixei o olhar pra minha comida e comecei a comer

–Você falou ontem sobre esse Abelardo, me conta o que ele fez pra você

– Paulo eu acabei de conhe...

Levantei meu olhar e tomei um grande susto, vi Abelardo do outro lado da rua e ele e a atravessar

–Meu Deus é ele...

Paulo se virou e viu ele a tempo de ele atravessar a rua

POV Paulo

Alicia rápido se levantou, como o banco era na verdade um grande banco vermelho e comprido com costas ela passou por cima de mim – aliás sentir o corpo dela passar por meu colo é uma tortura – e se sentou do meu lado esquerdo

Quando eu ia dizer isso o tal Abelardo passou por nós e se sentou em uma mesa ao fundo do restaurante

Ela puxou o prato dela e começou a comer em silêncio e eu continuei a comer. Depois de um tempo ela terminou primeiro, mais não pareceu comer direito e eu a sentir tremer do meu lado e isso já estava me preocupando, mais o que ele fez?

Ela parece tão abalada quanto como eu fiquei quando... Bem é melhor eu parar por aqui, eu já estou bem e não to a fim de pagar de gay e chorar no meio do restaurante, é mico até demais, eu me recuso.

– Paulo você ainda vai demorar? – ela me pergunta baixo

–Não, espera só um pouco

Alicia não parava quieta ao meu lado e eu tinha certeza que o que ela queria era fugir daqui o mais rápido possível.

Depois que eu terminei o garçom veio e levou os pratos, eu paguei e esperei o troco, quando eu vi que Abelardo notou que ela estava lá quando se virou

Alicia pareceu perceber por que de repente pegou minha mão e apertou e me lançou um olhar de súplica para que fossemos embora

–Espera um pouco, deixa chegar o troco

–Ok tudo bem – ela respira fundo

Tudo vai por água a baixo quando Abelardo se levanta e vem na nossa direção e sorri ironicamente para Alicia que parecia paralisada do meu lado

–Ola Alicia, ah quanto tempo...

–Não o suficiente – ela responde – por favor, Abelardo saia daqui

–É assim que você trata um antigo amigo – ele ri se sentando a nossa frente

–Ela disse pra você ir embora – digo rígido, quem ele pensa que é?Ele não ta vendo que ela ta comigo?

–Ah é? – ele se levanta – E o que você vai fazer se eu não sair?

–Eu tiro você daqui a força - me levanto e ficou cara a cara com ele

Abelardo ao meu lado parecia um anão, ele devia ter cerca de 1,77, quanto eu tenho 1,92 Ele não pareceu se intimidar com a minha altura ou meu porte, o que é esquisito, muito idiota desiste de me enfrentar só por causa do meu 1,92, só não quem sabe o Jorge, o cara deve ter 2 metros.

– Paulo não – Alicia se levantou e me puxou pelo braço e em seguida olhou com um olhar superior para Abelardo - acho que ele ainda tem as marcas da última vez que o Jorge bateu nele

Abelardo lançou um olhar de raiva pra Alicia que a fez tremer do meu lado

–Seu troco Sr – garçom me deu o troco

Pego sem nem olhar pro garçom e sim pro Abelardo

– Paulo – Alicia me chama atenção e aperta a mão dela na minha – vamos, por favor,

Abelardo parece perceber a mão dela na minha e me olhou com ódio, eu resolvi provoca-lô e passei o braço pela cintura de Alicia de forma protetora

–Vamos então – digo ainda olhando pra ele

Nós viramos e fomos juntos pra fora e entramos no carro