Os lábios deles nos meus são uma das melhores sensações que se pode ter, é maravilhoso... É perfeito, mais estranhamente errado.

O beijo ficou de calmo para mais urgente e caloroso e eu fui andando de costas até encostar-se à parede e Paulo e puxou mais pra ele pela cintura e o segurei pela nuca o puxando pra ficar mais colado a mim – como se isso fosse possível.

–Licia? – Paulo estala os dedos na minha frente – oque você tem?

–O que?

De repente tudo aquilo avia sumido e eu estava na frente de Paulo com ele me olhando confuso

–Paulo... Ah... - eu não sabia o que dizer

–O que houve?Você parou de falar de repente

–E o que eu disse? – estava confusa

–Eu perguntei se eu havia tocado bem, aí você disse sim e de repente ficou que nem uma estatua aí parada, tudo bem?

–Eu fiquei parada? – disse olhando em volta – meu deus eu estou ficando louca – sussurrei

Eu tive uma alucinação?Como assim?Isso é coisa de louco!E por que eu tive beijando o Paulo?

–Alicia!Paulo! – Nina chamava do andar de baixo – o almoço esta pronto

–já vamos! – Paulo falou de volta e me olhou – tudo bem?

–Claro, eu acho...

Ele saiu e fiquei lá parada que nem uma escada e então Paulo voltou pra porta e sorriu torto

–Não vem?

–Ah claro – disse atrapalhada

Descemos as escadas e fomos pra cozinha, ela bem maior que a da mansão dos Guerra's e agora "Gusman's", a cozinha tava mais pra um restaurante mesmo tendo só uma mesa e ela era grande com cerca de 10 cadeiras.

Jorge e Rene estavam sentados enquanto Helena colocava a comida na mesa e Nina ajudava e eu acabei ajudando também enquanto Paulo sentava. Eu fui a última a sentar e me sentei na cadeira ao lado da de Paulo.

(...)

Já tínhamos todos acabado o almoço e conversamos sobre os mais variados assuntos, disso acabei descobrindo que Helena é consultora de moda e Rene é dono de uma empresa de mobílias daqui de São Paulo

–Diga Alicia– Helena diz – você não disse muito sobre você, qual será sua profissão?

Coro um pouco por causa da atenção que todos tinham em mim e começo

–Pretendo ser arquiteta, minha também é e eu acabei aprendendo a gostar

–Ah... – ela sorri – E você hum... Pratica esportes?

–No momento não, mais pretendo voltar a montar ainda hoje

–Você é Amazona? Estou impressionada!Se você não fosse meia irmã de Paulo já te indicaria e ele

Paulo na hora acabou engasgando com a sobremesa e começou a tossir enquanto eu engoli em seco lembrando sexta passada

–Desculpe – ele pede

–Ah tudo bem Paulo – ela diz – Estudam no colégio de Paulo e Nina ? – ela falava comigo e Jorge

–Estudamos – Jorgeresponde

–Ótimo! – ela diz animada – Espero que os 4 sejam bons amigos, aliás Alicia fique de olho em Nina pra mim

–Mãe! – Nina a repreende

–O que foi?É crime saber o que minha filha anda fazendo?

Nina riu revirando os olhos e eu fiz o mesmo que ela encontrando os olhos castanhos de Paulo em mim e logo depois desviou o olhar me fazendo corar

O meu celular no bolso começou a tocar e eu fiz sinal pra todos e em seguida saí da cozinha com tempo de atender o celular

–Alô?

–Allie?

–Majo! – disse reconhecendo a voz – como vai?

–Vou bem, mais eu preciso te dizer algo – ela disse meio preocupada

–O que foi?Tem algum problema?

–O trovão sumiu

–O que? – berrei e abaixei o tom de voz depois – como assim?Ele fugiu?

–Agente não sabe, hoje eu fui escovar ele a porta do estábulo tava aberta

Um único nome sobrevoou em minha mente

–Bibi– suspirei

–Bibi?Por que ela faria isso?

–Eu te explico quando chegar aí, vou aí agora mesmo

–Ta bem, seja rápida eu serei

Fui pra cozinha e fui recebida por olhares preocupados, eu estava com uma cara tão ruim assim de desespero?Acho quem sim

–O que foi Alicia? – Paulo pergunta

–O Trovão sumiu!

–O Trovão? – Jorge diz tão preocupado como eu – como assim?Ele nunca fugiu

–Trovão? – Nina diz confusa – quem é?

–O cavalo da Alicia – Paulo diz saindo da mesa – Vamos precisar ir

–Tudo bem – Rene diz – boa sorte em achá-lo

–Obrigado – disse – vamos precisar, Jorge quer que te levamos?

–Claro – ele saia da cadeira

(...)

Depois de deixarmos Jorge, Paulo foi à alta velocidade pra fazenda, na verdade eu tenho certeza que nem o Batman ia mais rápido e quando eu menos esperei chegamos, quando eu saí do carro eu me sentia como se estivesse saindo da Montanha Russa depois de 3 voltas e foi uma completa surpresa eu não ter vomitado o almoço, mais deixei que o enjôo fosse embora a medida que me lembrava que precisava achar o Trovão

–Você esta bem? – ele me perguntou

–Já estive melhor – respirei fundo – vamos

Demos alguns passos e já encontramos Majo ofegante e vermelha correndo até nós

–Acharam ele? – pergunto esperançosa

–Não, mais achamos que ele foi em direção a floresta, estamos procurando

–Quem?

–Alec esta ali me esperando para irmos juntos, vão todos em dupla, Demitri, Felix, Santiago, Heidi, Renata, Chelsea e todos os outros estão a procura, sabe que ele é o mais veloz cavalo que temos e é um Corcel

–O que tem ser um Corcel? – Paulo me pergunta

–O Corcel é um dos mais caros e velozes cavalos que existem, se outra pessoa achar nunca vai querer devolve-lo

–Os dois podem ser uma dupla. Alicia você conhece essa floresta como ninguém, entre em uma das trilhas

–Claro, vamos Paulo – o puxei

Assim que entramos na floresta comecei a chamar por ele

–O que você ta fazendo?Ele não fala – Paulo diz

–Mais ele me entende, agora cala a boca e chame por ele! – foi uma ordem

–Ok...

Nós dois começamos a chamar e o ouvir ao longe relinchando e eu sorri

–O que foi isso? – Paulo me pergunta

–Ele esta me chamando

–Fala com cavalos? – ele brinca e ri

–Um pouco, por ali – apontei pro norte

Corri na frente e Paulo me segue logo atrás e o som começa ficar mais alto até que ele parece estar muito perto mais não ouvia nada

–Estanho, parece... – Paulo começou

Olhei pra ele pra saber por que parou de falar e o vi poucos segundos antes de cair, o segurei mais acabei caindo junto. A queda não doeu muito por que caí em cima de Paulo mais tenho certeza que para Paulo foi dolorosa

–Esta bem? – pergunto me levantando

E ele assentiu se levantando. Limpamos nossas roupas sujas e finalmente vi Trovão

–Trovão! – disse abraçando o meu belo cavalo negro

–Enfim achamos – Paulo diz sem emoção olhando pra cima

Acompanhei o olhar e vi que era alto demais o buraco para que Trovão saísse de lá, assim como para nós, estávamos presos ali

–Acho que se ele sair pode buscar ajuda – pensei alto

–Vamos tentar...

Depois de uns 10 minutos ajudando Trovão a subir ele chegou lá em cima e olhou pra mim como uma pessoa que esperasse ordens

–Trovão, procure alguém, Majo talvez e traga até aqui!

–Ta louca, ele não deve ter entendido na...

Antes que Paulo terminasse Trovão já estava correndo pra direção certa

–O que dizia? – fui irônica

–Ta bem, ele pode entender... Quanto tempo acha que vamos ficar presos aqui?

–Não sei meia hora, uma... Não tenho certeza