Audaciosos - Interativa escrita por Norrie


Capítulo 21
Uma Vez Careta...


Notas iniciais do capítulo

Olá, como vai você?
Enfim, trouxe o cap de vocês! - Tenho prova de química hoje, tirei um tempo dos estudos para fazer esse cap. Se eu ficar a culpa é de vocês! (E das estrelas :3 Sério eu to gamada nesse livro e ninguém perguntou então klbk pra mim)
Espero que estejam gostando!



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Luz.

Luz intensa e branca, cegou sua visão. Olhou para os lados, com os olhos lacrimejando pelo impacto luminoso, e se viu em um laboratório. Tentou se sentar na bancada em que estava deitado, mas talas em seus pulsos, pés e tórax limitaram seus movimentos.

– Mas o quê diabos...? - Puxou os pontos presos com violência na tentativa de se soltar, mas apenas esfolou sua pele.

No mesmo momento uma enfermeira de cabelos tingidos entrou na saleta com uma bandeja de medicamentos, porém ao notar que o paciente tinha acordado, correu de volta para o corredor de onde tinha vindo.

– Ei! Ei, volta aqui! - O rapaz gritou, mas não obteve resposta. - O quê está acontecendo? - Baixou a voz, apenas para que ele mesmo escutasse. - Onde estou?

– Está acontecendo uma análise, Alex. E você está no departamento do Selp. Dentro daquele prédio de vidro que viu no tour de chegada, lembra? - Uma sombra saiu da porta em que a enfermeira tinha chegado. Os traços rígidos de Quatro, assim como seus olhos faiscantes, se tornaram nítidos sob as luzes.

– Lembro - Assentiu, partindo para a outra - Mas espere... Análise? Que análise?

O mentor suspirou, puxando com o pé um banquinho e se sentando no mesmo.

– Você não faz ideia do que fez, não é? - Alex franziu o cenho, tentando se lembrar. Sua expressão frouxou quando as memórias retornaram á conciência. Sua força sobrehumana atacar as costelas de Owen. Seus dedos se enlaçarem na garganta do outro.

Seu quase assassinato.

– Ah, não... - Ele ofegou, fechando os olhos. O quê tanto temia veio á tona. - Vocês pensam que sou um maníaco agora.

– Eu não penso nada a esmo até ter certeza de o quê estou pensando é o correto. - Quatro se acomodou no banco, pondo os pés em cima da bancada. Tirou de uma pasta ao seu lado um papelado médico. - E de acordo com os dados que tenho aqui, o quê tenho a pensar não é algo muito caloroso pro seu lado.

– Você não entenderia. - Balbuciou.

– Então você está mesmo inclinado a ser chamado de maníaco - Quatro fuzilou Alex com os olhos, chacoalhando os papéis - Como quer que eu entenda que há uma droga mutante em você, se não me explicar o porquê?

Alex apoiou a cabeça na cobertura gelada da bancada, fechando os olhos. Ele nunca falou aquilo para ninguém. Ninguém...

– Essa porcaria não está nas minhas veias, porque eu quis que estivesse. - Quatro se inclinou para frente, interessado. Alex suspirou - Meu pai que a colocou em mim.

Houve silêncio. Pensou que o mentor iria gargalhar ou tacar o banco em que estava sentado nele e chamá-lo de mentiroso.

Ao invés disso, ele permaneceu imóvel.

– Seu pai? - Perguntou, com aquela pitada sarcástica de dúvida - Seu pai é um careta, não um cientista.

– Ele é um cientista. - Retrucou, irritado com a pressão das talas - Se transferiu da Erudição para a Abnegação pois meus avós não aceitavam seus experimentos. Sendo um careta, então, quem iria importuná-lo?

Quatro cogitou as palavras de Alex, pousandoa mão no queixo e acariciando a barba rala que brotava dali.

– Você ainda não chegou ao ponto. - Disse.

– Ele não tinha cobaias para esses experimentos idiotas - Alex continou, se torturando internamente com as lembranças que seu relato lhe causava - Usou minha mãe para um que dilatava os movimentos humanos. Ela morreu por causa disso e ele não achou uma morte o suficiente. Injetou em mim a mesma droga também. - Suspirou, com a voz fanhosa - Preferia ter morrido como ela, do que sair matando os outros.

– Você não parece maníaco agora - Quatro comentou - Tem algo que ativa essa droga ou o quê?

– Raiva. - Respondeu - Foi por isso que meu resultado do teste de Aptidão deu... - Mordeu a língua, assassinando as próximas palavras.

Nunca conte á ninguém, ele dissera.

– Deu o quê? - Quatro pressionou.

– Audácia. Deu Audácia - Engoliu em seco - Me irritei com o cachorro e o matei. Pronto, satisfeito?

– Eu? Estou sim. Esclareceu muita coisa, como por exemplo, ter apontado a arma no treinamento. - Os seus olhos azuis escuro se estreitaram - Mas parece que você não. Não foi o resultado que você queria, não é?

– Não... Não sei. - Confessou - Parecia uma ideia boa até correr o risco de matar as pessoas aqui.

Quatro assentiu e se levantou, levando a pasta consigo.

– Vou mandar te liberarem, mas vai ter que se contentar com os últimos lugares na tabela desse estágio. Não vamos correr o risco de te colocar no ringue novamente. - Piscou em seguida - Mas não se preocupe, tenho certeza que vai se dar bem nos próximos estágios.

– Como assim, você tem certeza? - Alex perguntou.

Quatro apenas se virou para o parapeito da porta, soprando tão baixo que apenas eles dois conseguiram escutar.

– Uma vez careta, sempre careta, meu amigo.

E cruzou o corredor, deixando um Alex antônito para trás.


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