In Your Words (romione) - HIATUS escrita por Nicole Marcon


Capítulo 3
Capítulo II


Notas iniciais do capítulo

Olá! Desculpem a demora para entregar esse capítulo, é que eu me empenho em completar mil palavras pra não ficar capítulo chato.
Boa leitura!!



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Na manhã seguinte de escola, Hermione estava com olheiras tão profundas que resolveu ir de óculos escuros. Ninguém mandou ficar acordada até quatro horas da manhã destacando partes importantes dos livros. E acabando Água para Elefantes.

Os corredores estavam mais frios e o aroma de velas inundava o ar. A cada dia a escola ficava mais assustadora, não sabia se era pelos alunos bagunceiros que iam chegando, pela revisão que incluía assuntos que nunca vira ou se era porque ela tinha impressões esquisitas.

- Oi! - diz a morena para o mais novo amigo.

- Ah, olá! Desculpe, mas eu lhe conheço? - fala Vitor.

- Sim, sou eu, Hermione!

- Ah, olá, Herrmione! Não lhe reconheci com estes óculos.

- Tudo bem. - ela sorri - De que turma você é?

- Trrezentos e dois.

- Que pena, separados por um número. Sou da trezentos e um.

- Mas fica ao lado de minha porrta.

- É, é verdade. - Hermione cora e dá mais um sorriso - Então, em que parte do livro está?

- Já estou no final, na parrte em que [SPOILER] Jacob e Marrlena fogem [/SPOILER]. E você?

- Acabei ontem.

- Ah, que ótimo, acabo hoje e poderremos converrsarr a respeito do livrro.

- Isso. - Hermione sorri de novo. Vitor era tão fofo!

- Vai sairr hoje a noite? - pede o búlgaro, dando um sorriso esquisito.

A morena corou. Nunca foi chamada para sair.

- Na verdade, sim... Desculpe. - fala, correspondendo o sorriso.

- Ah, que pena. Bom, tudo bem, marrcamos parra outrro dia.

- Olha, pensando bem... - mudara de ideia - Dá pra remarcar o compromisso que tenho hoje.

Vitor era um cara legal. O primeiro cara legal que conhecera e que gostara dela. Deveria aproveitar a oportunidade.

- Que ótimo! Então... Onde você vai querrerr irr? Não conheço o lugarr...

- Podemos ir em algum restaurante, ou no shopping.

- O quê? Cho-pi-an?

- Shopping... É tipo um lugar fechado cheio de lojas.

- E o que se faz lá? - pergunta Vitor, inocente.

- Ah, a gente pode ver um filme. Gosta de filmes?

- Gosto! Então, combinado! Só me mande o enderreço desse cho-pi-an.

- É no centro, conhece? Qualquer coisa é só pedir informação.

- Tudo bem, então. Obrrigado!

- Imagine. - Hermione sorri e logo o sinal toca.

O tumulto de sempre para entrar nas salas de aula, nada mais justo.

O dia foi mais radiante hoje, não porque seria o primeiro dia de aulas extras com Dumbledore, mas porque...

Ah! As aulas extras! Tinha aulas extras para fazer e foi difícil conseguir... Não é fácil conseguir aulas extras de português de graça, tratando apenas de assuntos específicos e com um professor separado.

No entanto, não podia deixar Vitor zanzando pelas ruas sem saber o que é shopping e pedindo informações tratando de "cho-pi-an".

E agora, oh...

Acho que o encontro pode esperar. Não, não, não! Era seu primeiro encontro com alguém sem ser os pais e as primas. Mas, apesar de tudo isso, ainda tinha as aulas... E se conversasse com Alvo Dumbledore e adiasse o início das aulas?

Não poderia fazer isso, já tinha dito que começaria as aulas, e disse que as queria desesperadamente. Era difícil aceitar, mas precisava abrir mão de uma das duas coisas.

Foi até a sala dos professores e perguntou por Dumbledore. O idoso de cabelos e barba longos apareceu á porta.

- Sim, senhorita Granger?

- Então... Será que é possível que... Será que poderia iniciar minhas aulas só amanhã?

- Bom... Amanhã não terei tempo livre. Mas vou pensar. Volte para a sua aula, conversamos mais tarde.

Hermione agradeceu e foi até o bebedouro. Já era esperado que o destino tinha lhe pregado uma peça e que teria que escolher entre um e outro.

Mas não sabia o que fazer.

**

O clima na casa Weasley era de tensão. Todos os movimentos faziam barulho na casa incomumente silenciosa, e isso não era bom.

Na manhã anterior, parte das minas haviam desmoronado e enterrado meia dúzia de trabalhadores, incluindo Fred. Os outros cinco conseguiram se salvar, mas muitas pedras acertaram a cabeça e o corpo de Fred, fazendo fendas se abrirem por todo o seu corpo e fazendo o sangue jorrar de forma incontrolável.

A televisão falava incansavelmente sobre esse desastre, e, sinceramente, não era legal ouvir. Cada canal tinha uma versão da história. É incrível a forma como a televisão e a mídia inventam coisas.

Todos choravam, deixando marcas permanentes no chão de madeira barata. A enorme casa também chorava, mas com seus sentimentos inexistentes. O mundo inteiro, para a família, chorava. Menos Fred, pois ele não podia fazer isso.

Jorge, o irmão gêmeo de Fred, não chorava, também. Deitou-se em sua cama, em um beliche, e ficou lá. Apenas lá, de olhos abertos, o corpo estirado, pensando em como prosseguir.

Gina e Rony lavavam a louça, deixando lágrimas tristes jorrarem pelos olhos em direção da pia.

Molly, nem se fala. Estava sumida, no seu jardim. Sentou-se lá e ficou. Os olhos fechados, apenas frestas abertas para não estancar as lágrimas, respirando o ar puro. A brisa leve mostrava que Fred ainda estava vivo, mas em um lugar que só os que realmente o amavam guardaram para ele.

Arthur colhia laranjas para fazer suco com a mesma vontade que adolescentes têm para ir à escola. Derramava lágrimas como se estivesse bebendo água, mas suas lágrimas não expressavam um décimo do que sentia.

Por cada minuto e segundo, essa angústia prosseguia. Todos chorando incansavelmente, sem razão para fazer qualquer coisa a não ser continuar a lamentar.

Os familiares viriam esta noite a um jantar de luto, mas ninguém estava com vontade pra isso. Poderiam adiar o jantar para cinquenta anos, mas não seria possível.

Molly entra em casa e começa a montar a mesa longa. Coloca duas madeiras grandes ao longo da mesa de jantar comum. Sim, a família Weasley era grande.

O céu azul vai ficando rosado.

Arthur faz o suco de laranja, Gina ajuda a mãe na cozinha, Rony rega as plantas do interior da casa e Jorge respira.

O luto atingiu todos os conhecidos e não conhecidos e pairava sobre o ar da cidade, o desastre nas minas virou notícia e todos se importavam com o que havia acontecido. Cartões com mensagens de força eram enviados todos os dias da semana para a família, que aceitava com gratidão. Os cartões realmente ajudavam com a parte da força.

Mas tudo iria mudar.


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Notas finais do capítulo

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