A Vida de Um Miojo escrita por silensce


Capítulo 6
5º Episódio - A Família da Noiva


Notas iniciais do capítulo

Minha vida andava de vento em polpa. Certa noite, pedi Parafusa em casamento, e ela, feliz, aceitou. Só havia uma condição: Conhecer a família da Noiva!



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 Buenas Noches sociedade brasileira! Lá vou eu de novo postar mais um capítulo da minha terrível e lamentável vida de miojo.

Bom... O meu relacionamento com Parafusa estava indo muito bem. Todas as noites nós saíamos escondidos do supermercado e iamos para o clube, ou para algum restaurante, ou para a danceteria. Rezávamos e fazíamos muitos terços, para que ninguém, absolutamente ninguém, quisesse nos comprar no grande centro capitalista financeiro.

 Com o tempo, me apaixonava mais e mais. Certa noite (se não me engano, foi em 11 de Setembro), estavamos tomando café no Cantral Park, quando um dos prédios perto de onde comiamos foi atingido por um idiota suicida pilotando um avião, e fez um enorme estrondo.

 -Amoréco, eu falei que você não devia ter comido toda aquela coca-cola hoje de manhã. - falou minha amada.

 Da próxima vez vou me lembrar de COMER A COCA-COLA. Expliquei para ela que eu não havia peidado, e que um prédio havia desabado. Com medo de morrermos, acabei pedindo sua mão em casamento.

 -Sim, eu aceito, se você for almoçar na casa dos meus pais no próximo Domingo!

 O prédio ao lado desabou, a terra começou a tremer, TODOS NÓS IAMOS MORRER! Eu não tinha (ou achava que não tinha) nada a perder.

 -Sim, eu aceito.

 NNNNÃÃÃÃÃÕOOOOO. Foi o pior erro da minha vida ter aceitado ir na casa daquela puta velha no domingo! Mas tudo bem... Eu não havia morrido.

 No domingo, estavamos nós. Eu (vestido com a minha melhor embalagem da Nissin) e Parafusa (com a embalagem da Knorr) apertando a campainha da casa de minha futura sogra. Depois de poucos segundos, a porta abriu-se. Era um macarrão-fêmea enorme, do tamanho da porta, com a embalagem da Knorr, e muitos parafusos dentro.

 Atrás dela havia o meu futuro sogro: um pato-velho tarado que se dizia "galanteador" e se achava gostoso só porque era um anorme pacote de sopa de letrinhas. Ao lado havia o irmão de Parafusa: usava óculos escuros, cabelo moicano ruivo e braços incrivelmente musculosos. Ao lado dele havia ainda o bisavô Geraldino, era tão velho que nem embalagem o infeliz tinha. Além de surdo, estava pelado.

 -Bem Vindo a Família - Disse a minha futura sogra. Pensei bem e não sabia se estar naquela família era uma boa. Mas eu ia me casar com a Parafusa, e não com eles.

 Fomos todos para a sala de jantar. Toda a comida, e os pratos, estavam organizados. Cada um sentou em seu lugar e foi pegando a comida. A mesa era retangular e o pai de parafusa sentou-se bem na ponta da mesa, ao meu lado. Começou a entrevista:

 -O que você faz da vida?

 -AAh, eu trabalho num supermercado.

 -Você ouviu isso meu benzinho - falou o meu sogro, para a minha sogra - ele trabalha no supermercado.

 -E então, você e a minha filhinha estão juntos há quanto tempo?

 -Umas três semanas.

 Todos da família se entreolharam perplexos. O irmão musculoso de Parafusa começou a tremer e caiu da cadeira.

 -Você é sempre assim tão calminho? - perguntou a mãe.

 -Senhora, eu sou um Miojo!

 -Esqueci que os miojos não pensam muito- disse o sogro, rindo.

 Comecei a me enfezar, enfezar, e a ficar muito irritado.

 -Com toda a confusão, vocês não se apresentaram para o meu amorzinho. - disse Parafusa.

 -A, é - disse meu sogro - Eu sou o Digolão. Minha esposa se chama Cleudinéia, aquele cara alí é o irmão de Parafusa, e se chama Karolino, e aquele é o avô, Geraldino.

 -Eu sou o Edgar.

 -Edgar? Isso lá é nome de homem? - falou a sogra.

 -E Cleudinéia é nome de mulher? Parece nome de vaca! Digolão então...

 -Como essa coxinha esta gostosa - disse o bisavó.

 -Olha o respeito, moleque - falou a sogra.

 -Parafusa! Pare de coçar o saco, filha!

 -Desculpa, papai, é o costume.

 -Edgar, se você não comer toda a salada, eu te estrangulo!

 -Vai me estrangular nada, sua puta velha!

 -Velha é o cacete!

 -Qual? O do papai ali?

 -Com licencinha... - disse o irmão de Parafusa.

 Dessa vez, seu irmão começou a tremer mair e mais.

 -Mamãezinha, Papaizinho, eu preciso falar uma coisa para vocês!

 Mamãezinha? Papaizinho? Essa não, na minha frente não... O homem parecia que iria revelar alguma coisa muito estranha.

 -Eu sou lésbica!

 Todos abriram as bocas e arregalaram os olhos de susto. Como assim lésbica?

 -Comecei a namorar umas garotas numa festa ontem a noite e me apaixonei por elas! Vocês me perdoam!? Olha, eu percebi que eu gostava de mulheres há muito tempo, mas tinha medo de contar.

 Todos se entreolharam novamente.

 -Filho, você é um homem.

 -Mamãezinha! Eu não tenho testosterona sulficiente.

 -Não é questão de testosterona, filho...

 -Mas mãe, eu mijo sentado!

 -Mas, filho...

 -Eu não tenho mangueira, pronto, falei!

 

 :O (emoticon representando o meu espanto)

 

MINHA NOSSA! Ele era ela! Como isso pôde acontecer? Todos ficaram em silêncio por alguns instantes. Bisavô foi o primeiro que falou alguma coisa.

 -Quando sai o casamento?

 -Daqui há três meses - falei, ainda perplexo.

 -Ótimo! Terminei de comer - falou o velho, levantando-se da mesa, enquanto todas ainda estavam com as bocas abertas de espanto - Cleudinéia, vai ter sobremesa?

 -Está...Está na geladeira.

 -Oba.

 -Coma o resto do alface, Edgar.

 -Já terminei de comer tudo - falei.

 -Bom, acho que nós já vamos - disse Parafusa.

 -Obrigado por terem vindo. Você é um partidão, Edgar, espero te ver aqui na semana que vem.

 AAAAH, CLARO QUE EU NÃO PODERIA RECUSAR O CONVITE. Aquela foi a única vez que comi na casa de minha sogra, e a única que vi o bisavô Geraldino ouvir a resposta de alguém corretamente.

 


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Notas finais do capítulo

ESPERO que tenham matado a saudade depois de tanto tempo sem postar, e espero que tenham gostado do episódio.
e mandem review.
QUEM NÃO MANDAR REVIEW, VAI levar um pedala robinho da bunda!
Até o próximo capítulo :D