Blue Eyes escrita por Kayotic


Capítulo 18
Capítulo 17 - Nathan


Notas iniciais do capítulo

Bom, gatas que leem minha fic, como vão vocês? Me desculpem a demora, mas eu ando tão ocupada que mal dá pra escrever! Espero que esteja bom e me avisem se tiver algum erro, porque eu não tive tempo pra revisar.
PS: Leiam as notas finais, tem um aviso importante lá.



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Cinco meses se passaram desde aquele baile. Liam havia pedido Andy em casamento há duas semanas. É claro que ela quase teve um ataque do coração e chorou tanto que quase inundou o apartamento dele. Desde então eu comecei a pensar se devia fazer o mesmo com a Julie. Quer dizer, nós estamos juntos há pouco tempo pra pensar em casamento, não é? Só de pensar na possibilidade de casar, eu já fico aterrorizado. Eu sou muito novo, nós estamos juntos há pouco tempo, não estou preparado pra nada tão sério assim. Até pedi-la em namoro foi difícil pra mim, que dirá casamento! Mas, por outro lado, eu tenho plena certeza de que a amo. Nunca senti nada desse tipo por ninguém. Quer dizer, eu me importava muito com ela, talvez mais até do que comigo mesmo às vezes. Só de pensar na possibilidade de um dia perdê-la, eu já sentia um aperto muito forte no coração. É, aquela baixinha acabou se tornando tudo pra mim. Acabei me acostumando ao cabelo preto, ao jeito esquisito, ao fato de que ela é uma garota que odeia usar vestidos, maquiagem ou qualquer outra coisa que as garotas adoram, aos casacos de couro e calças rasgadas, à mania implicar comigo por tudo o que eu faço... É, ela é realmente perfeita pra mim. Sorri ao pensar nisso, enquanto dirigia até sua casa. Eu nunca pensei que poderia realmente sentir isso por alguém. E ainda ficava apreensivo em pedi-la em casamento.

Ela me recebeu com um abraço apertado e um beijo curto, como sempre. Me puxou pra sala e perguntou se eu estava com fome.

– Acabei de pedir pizza - ela sorriu. É, ela não sabia cozinhar um ovo. Mais uma coisa à qual eu já me acostumei.

– Eu comi antes de vir pra cá - falei, retribuindo o sorriso.

– Ah, claro.

Notei um caderno e um lápis no outro sofá. Uma página do caderno estava toda escrita e rabiscada. Quando fiz menção de pegar pra ler, ela segurou minha mão.

– Não ta pronto ainda.

– O que é? - perguntei.

– Só uma coisinha... hum... na qual eu tenho... ahn... trabalhado.

– E que tipo de coisinha seria essa?

– É... bem, eu pretendo que seja... uma música.

– Uma música? Não sabia que você compunha.

– Eu não componho nada, é só uma coisa boba que me deu na cabeça... nada de mais.

– Vai me mostrar quando estiver pronto?

– Se eu terminar, vou.

– Ótimo. Porque eu to curioso.

– Mas, bem, eu não te chamei aqui por isso.

– E por que foi, então?

– Porque, bem... minha mãe me ligou e... vai ter meio que um almoço em família em duas semanas, pra comemorar o noivado da minha prima e eu queria que você fosse comigo.

– Almoço em família?

– É... não é exatamente um encontro legal, não é? - ela riu. - Eu chamei a Andy e o Liam. Eles vão também. Por favor, vai comigo.

– Claro que vou. Vai ser um prazer conhecer sua família - ela abriu um sorriso enorme e eu retribuí. - Eu nunca tive a chance de realmente conhecer sua mãe.

– É, isso é verdade...

– E nunca vi o seu pai, pra falar a verdade.

– É, ninguém o vê mais há uns quinze anos. Ele simplesmente sumiu. Largou minha mãe e sumiu.

– Ah... desculpa, eu não sabia...

– Ta tudo bem. Já faz um tempo que isso não importa mais.

A campainha tocou e ela voltou a sorrir.

– Chegou a pizza - e foi atender.

Almoço em família... não sei se espero uma coisa boa ou ruim disso.

*****

Estava parado em frente ao portão do prédio da Julie, esperando os três aparecerem. Já tinha avisado tanto à ela quanto ao Liam que eu estava aqui e eles provavelmente estavam arrumando as últimas coisas. Quando elas apareceram, acabei admitindo que valeu à pena esperar. Tanto a Julie quanto a Andy estavam incríveis. É, eu não sou o único que tem sorte por aqui. Ri quando percebi que a calça que a Andy estava usando foi emprestada pela Julie, a não ser que as duas tenham calças exatamente iguais. Os três entraram no carro e me cumprimentaram e eu logo arranquei. A viagem até Londres não é tão longa, e, ultimamente, eu a tenho feito tantas vezes que já é quase natural.

Quando chegamos em frente à casa da mãe da Julie, eu fiquei surpreso. A casa era enorme, tinha um jardim enorme, com uma piscina (por favor, que tipo de pessoa tem uma piscina em casa em plena Londres?) enorme e era tudo muito lindo. No jardim, uma mesa imensa com uns 50 lugares estava posta e cheia de gente. Assim que entramos, a mãe dela veio nos receber. Olhou tanto pra todos nós de cima a baixo, nos avaliando muito bem. Percebi um olhar nada aprovador quando olhou para a Julie. Bem, eu entendo que ela não é exatamente um exemplo de filha e tudo o mais, mas isso não parecia um olhar de mãe ao rever sua filha depois de tanto tempo. O cabelo preto, as roupas, o recém-adquirido piercing na boca (principalmente esse último) não pareciam agradá-la em nada.

– Juliette - ela falou, simplesmente.

– Mãe - a outra respondeu. - Esses são Andy, minha melhor amiga, Liam, o noivo dela, e Nathan, meu namorado.

– Prazer. Achei que você tivesse me dito que estava noiva pelo telefone.

– Não disse isso.

– É, talvez eu tenha entendido errado.

Impressão minha ou isso soou como um "é, eu sei que você nunca vai se casar"?

– Pode se sentar na mesa - a mãe dela continuou. - Tem lugar pra todos lá.

Julie assentiu e nos puxou pra longe da mãe e da mesa também. Ela deu a volta na casa, nos levando a uma parte do jardim ainda mais bonita do que aquela, e sentou em um banco que tinha lá.

– O que foi aquilo com a sua mãe? - Andy perguntou.

– Nós não nos damos muito bem. Ela queria que eu fizesse uma coisa da vida, eu escolhi outra... e, bem, minha mãe é muito... como posso dizer? Ultrapassada. Ela é daquelas que pensam que uma mulher tem que usar vestidinhos fofos, maquiagem, coisinhas rosas, ter cabelo claro e super bem cuidado, se comportar como uma dama e casar no máximo até os vinte. Eu odeio vestidos, maquiagem, rosa, adoro meu cabelo preto e bagunçado ao máximo, sou exatamente o oposto de uma dama e, o pior, tenho 23 anos e ainda nem fiquei noiva. Isso é meio que um castigo pra ela - ela deu de ombros. - Ela ta fazendo com a Gio tudo o que não conseguiu fazer comigo.

– Pra mim, as mães tinham que amar os filhos do jeito que eles são - Liam falou, sentando ao lado dela.

– Com a minha mãe não é bem assim. Mas, bem, acho que todos sabia o que ia acontecer desde que eu tinha uns 10 anos. Digamos que eu puxei meu pai em todos os aspectos. Ele sempre foi meio... rebelde, sabem? Sempre desobedeceu os pais e tudo o mais. Quando eu fiz oito anos, ele e uns amigos montaram uma banda e ele foi embora de casa. Nunca mais voltou, ou deu notícias. Por isso que, quando eu decidi cursar música na faculdade, minha mãe brigou comigo. Acho que ela tinha medo de me perder igual perdeu meu pai. Mas não deu nada certo, né? Só que ela é idiota e não percebe que a culpa de ter me perdido é toda dela. Mas, anyway... sem dramas familiares, por favor.

– O que acham de ir lá e socializar um pouco? - Andy perguntou.

– Talvez seja uma boa ideia - concordei.

– É. Aposto que a comida vai estar ótima - Julie disse, rindo fraco.

Ela e Liam levantaram do banco e nós voltamos para onde estavam as pessoas. Agora é só encarar cinquenta desconhecidos que te olham tipo "de onde esse menino surgiu?". Mas isso é fácil.


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Notas finais do capítulo

Meus lindos e belos cupcakes que leram as notas iniciais e viram que eu faria um anúncio importante aqui, sinto informar, mas a fic está indo pros capítulos finais. Depois desse, só vão ter mais três (aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhh, que droga! - sqn) e um epílogo mais ou menos curtinho no final. É triste, eu sei, mas a fic não pode ser infinita, não é? E eu pretendo postar outras, futuramente.
Bem, o anúncio era esse, então fiquem com Deus e até o próximo (e anti-penúltimo) capítulo.