Da janela de seu apartamento, uma jovem mulher admirava a lua. Como já era inverno, não era de se espantar os pequenos flocos de neve que caíam tão serenamente.

A paisagem daquela cidade na Inglaterra era algo quase divino com suas ruas brancas, cobertas por neve e iluminadas pela luz da lua, refletindo a tranqüilidade da noite.

Porém, para essa mesma jovem de nome Kaho Mizuki, mesmo com toda a beleza que a cercava, uma lágrima teimava em escorrer por sua face.

A lágrima percorreu as delicadas formas de seu rosto até cair sobre a foto que suas trêmulas mãos estavam segurando.

A foto era de um jovem rapaz de cabelos negros, que posava com um doce sorriso e um profundo olhar. Seu nome era Eriol Hiragizawa.

O simples fato de ver a imagem dele ali, era o suficiente para que seu coração agonizasse.

Mas não era por ódio, rancor ou mesmo tristeza... era medo. Sim, medo de perdê-lo.

Nas últimas semanas em que estiveram juntos, estranhamente ele se sentia mal, desmaiava diversas vezes e em outras até perdia completamente os sentidos.

Preocupada, diversas vezes ela insistiu para que Eriol fosse ao médico. Mas ele, teimoso como sempre, se negava a ir, dizendo que estava bem.

Eis então que, no início da noite, Kaho soube que seu amado esteve muito mal e havia sido mandado para o hospital, correndo o risco de ser internado ou algo mais grave...

Agora, ali estava ela, parada sob a luz da lua, paralisada com seus sentimentos.

Por um lado, desejava mais que tudo estar junto de seu amado, mas por outro lado... tinha medo, muito medo de perdê-lo. Não suportaria se em sua ânsia de vê-lo acabasse presenciando a morte dele em seus braços.

O amor, aquele sentimento que arrebata a nossa alma com toda a força do universo, pode ser também muito cruel quando é perdido, principalmente sendo interrompido tão bruscamente em uma aliança com a morte. Era exatamente isso que Kaho temia.

Uma nuvem negra passou pela lua, escondendo seu brilho momentaneamente.

Nessa hora, um terrível mau presságio passou pelos olhos de Kaho: Uma ligação, um aviso de que a morte estava prevista...?

Não! Como poderia ter tanto medo... se nunca mais pudesse vê-lo? Nunca mais pudesse sentir seu sorriso...?

Finalmente, tomada por um misto de coragem e algo que não conseguia identificar, correu para o hospital com o coração fervendo.

Pelo caminho, flocos de neve continuavam a cair, denunciando a queda contínua de temperatura. Mas era estranho... não sentia frio ou o que quer que fosse, apenas conseguia sentir aquela quente ansiedade.

Quando por fim chegou ao hospital, se dirigiu ao local onde Eriol se encontrava o mais rápido que pôde.

Mas acabou tendo uma infeliz surpresa...

Continua...