Reencontro

Fechada em meu mundo de trevas

Num cenário cheio de morte

Onde só há escuridão

A cruel escuridão

Ao longe... Tão distante de mim

Uma silhueta masculina

Tão pálida... tão triste... tão doce

Quando aproximei meu olhar

Vi aquele homem

Vagando pelo cemitério

Olhando para todas as estátuas

O que aqueles rostos tristes

E petrificados despertavam nele?

Gostaria de saber, mas apenas o observei

Ele se ajoelhou diante de um túmulo

Olhou para a foto na lápide 

Seus dedos percorreram a fotografia

O que pensava? O que sentia?

Eu não sabia, apenas olhava para ele

Até que finalmente ele olhou para mim

Seus olhos perderam a luz

Sua boca ficou entreaberta

Sua pele ficou mais pálida

Me assustei e num piscar de olhos...

Eu não estava mais perto daquele rapaz

Estava em outro lugar, longe dali

Vi o homem correr em minha direção

Desesperei-me e sumi novamente

Desta vez, eu estava diante daquela lápide

A tão querida por aquele homem

E eu vi...

A minha fotografia ali

Como é possível?

Então tudo me pareceu tão claro

Ele estava lá, com seu olhar pousado sobre mim

Sorrindo... O brilho voltou ao seu olhar

Ah, querido, se soubesse que estava triste

Não evitaria a vida por banalidades

Se eu pudesse voltar atrás

Eu queria ter você novamente

Você me encontrou

Neste mundo morto

Porém a ti não posso me prender

Tente entender, meu amor

Aqui, ao seu lado

Já não é mais meu lugar