Because, I Love You. escrita por


Capítulo 8
Ataque ao futebol.


Notas iniciais do capítulo

Demorei deeeeemais desculpem, mas é a escola. Prometo nunca mais demorar desse jeito. Eu tentei escrever um monte porque acabei perdendo o que já tinha escrito, mas acho que desse cap vocês vão gostar *-*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/336989/chapter/8

Acordei no dia seguinte com um sol horrível entrando pela janela, puxei o travesseiro pra cima do rosto.
– Acorda! - ouvi uma voz estridente.
Não é possível pensei. Ela não pode ter vindo aqui... - levantei um pouco o travesseiro e não é que ela estava aqui mesmo, é o fim da picada.
– Temos uma tarefa pra fazer. - Ana caminhou até mim e puxou minha coberta, só tinha um pequeno detalhe, eu estava pelado. Ela arregalou os olhos e então virou de costas. - Tony! - ela gritou.
– A culpa é sua. - murmurei me sentando na cama.
– Coloca uma roupa! - ela disse com a mão em cima dos olhos. Sorri e então me levantei.
– Até parece que você nunca viu um... - ela se virou colocando a mão sobre minha boca e em seguida ela virou de costas de novo, colocando a mão sobre os olhos.
– Coloca uma roupa. - ela ordenou.
– Mas e se eu não estiver com vontade? - perguntei.
– Coloca uma roupa! - ela gritou. Fui até o guarda roupa e coloquei uma cueca e uma bermuda.
– Pronto. - suspirei, ela se virou pra mim.
– Falta a camiseta. - ela disse fazendo careta.
– Ta bom, mamãe! - rolei os olhos e coloquei uma camiseta.
– Melhor assim, então, como eu ia dizendo... - comecei a caminhar pro banheiro enquanto ela falava.
– Continua. - pedi, coloquei pasta na escova de dente e me virei pra ela encostando no batente.
– Vamos em um creche e você vai contar histórias para crianças, faz parte da sua recuperação. - ela sorriu triunfante.
– E se eu não quiser ir? - perguntei cuspindo a pasta na pia e a olhando.
– Bom, você tem que ir. - ela fez uma careta.
– Haha! - gritei, ela se assustou. - te peguei, não tenho que ir não! - sorri animado.
– Mas... - ela ia protestar, eu levantei a mão pedindo pra ela parar de falar.
– Sem meio mas. - lavei a boca e me joguei na cama de novo.
– Antony, eu não vou conseguir cuidar daquelas crianças. - ela suplicou.
– E o que te faz achar que eu vou te ajudar? - perguntei sorrindo.
– Porque você pode ficar o final de semana sem ir na ONG e ir curtir aquela sua música de louco e... - a olhei.
– Trato feito. - estendi a mão. - o final de semana todo, começando pela sexta-feira.
– Sexta-feira não é final de semana Antony. - a Ana disse irritada.
– Sexta ou nada feito. - a pressionei. Ana me olhou especulativa, como se estivesse pensando no que eu estava armando dessa vez, sorri o mais angelicalmente que eu conseguia.
– Se estiver armando algo, já vou avisando que não vou te liberar. - puxei sua mão e apertei.
– Ok, trato feito. - sorri e coloquei o tênis, peguei o boné e coloquei na cabeça.
No minimo seria uma daquelas creches cheias de criança, eu poderia sentar em uma cadeira e fingir contar uma história que logo logo isso acabava. Eu e a Ana entramos em seu carro e ela foi dirigindo até a tal creche ficava no meio de uma favela, quando ela desceu do carro um monte de garotinhas correu em sua direção e ela ajoelhou no chão abraçando as meninas.
– Tia, tia! - uma delas gritou. - você precisa ver o que eu fiz no cabelo da minha barbie... - e então ela entrou no meio da multidão, algumas pessoas me olharam meio torto e eu entrei na creche e me deparei com muitas crianças juntas correndo de um lado pro outro e só a Ana e mais duas garotas tentando controla-las.
– Gente! - a Ana gritou. - esse é o tio Tony, ele é muito legal. - sorri de lado e pela careta da garotinha meu sorriso não tenha saído do jeito que imaginei.
– Você é bonito. - uma garota loirinha se aproximou de mim.
– Você também é linda. - eu me ajoelhei na frente dela.
– Então você é meu namorado. - ela sorriu, fiquei sério e cerrei as sobrancelhas.
– Mas sou muito velho pra ficar com você. - ela pegou na minha mão.
– Eu gosto de garotos mais velhos sabe? - então ela saiu me puxando e sentamos no sofá. - eu quero uma bala de presente de namoro... - comecei a rir, ela me encarou com as suas mãos na cintura, tão pequena e tão bonitinha, achei a maior gracinha. - qual o problema? - eu não conseguia parar de rir. Tomei uma golfada de ar e encarei ela.
– Como você chama princesa? - ela sentou do meu lado e cruzou as perninhas pequenas.
– Laura. - ela disse me encarando.
– Laura, eu sou seu tio. - ela fez bico. - não posso ser seu namorado. - ela levantou e saiu dali irritada, fiquei olhando os seus movimentos, ela foi até a Ana e falava alto, - infelizmente não consegui ouvir o que ela dizia. - ela gesticulava com as mãos e apontava pra mim, por fim quando ela começou a chorar a Ana a pegou no colo e a trouxe pra mim.
– Tony! - a Ana me gritou, eu a olhei.
– O que? - perguntei a encarando.
– Peça desculpas a ela. - ela colocou a Laura no chão e a garota limpou as lágrimas.
– Pelo o que? - eu me levantei.
Ana me encarou irritada e segurou no meu braço me agachando na altura da Laura. - Mas que diabos? Eu ia pedir desculpas pra essa garota pelo o que? Me expliquem? Pelo o que?
– Mas Ana... - eu a olhei.
– Peça! - ela gritou, eu encarei Laura e murmurei as palavrinhas mágicas.
– Desculpa. - ela sorriu e saiu pulando dali, a Ana sorriu satisfeita e eu puxei meu braço me levantando. - o que ela disse?
– Que você usou ela e depois se cansou terminando todo o relacionamento de vocês! - ela disse séria, eu a olhei chocado.
– Mas eu não... - ela deu de ombros.
– Garotos sem coração. - ela sorriu e então começou a gargalhar. O choco ainda era explicito no meu rosto, como uma garota de apenas cinco anos conseguia ser tão dramática e pior que isso, como ela conseguia ser tão mentirosa?
ERA UM DOM!
Só podia ser um dom, as mulheres tinham esse dom, absolutamente.
– Espera. - eu puxei seu braço. - isso não é verdade, quer dizer... - ela sorriu.
– Calma Tony, a Laura é assim mesmo. Estamos acostumados com ela. - ela afagou meu rosto.
– Essa menina vai ter uma mente maligna. - eu murmurei baixo.
– O que? - ela perguntou franzindo as sobrancelhas.
– Hãn? - mudei de assunto. - quando vamos comer? - ela sorriu.
– Ah, logo logo... - vi um sorriso brincar pelos lábios dela e então ela saiu para ir brincar com outras crianças, eu fiquei ali estático procurando fazer alguma coisa.
Não que eu odiasse crianças, eu não odiava. Acontece que elas eram muito... Elétricas, estranhas, elas tinham muita energia e eu como um adolescente fumante e totalmente sedentário, elas me davam cansaço só de olha-las. Todas corriam e gritavam o tempo todo, algumas caiam e choravam por alguns minutos, outras caiam e começavam a rir, os meninos jogavam bola, subiam em escorregadores e faziam tudo isso AO MESMO TEMPO! Não me lembro de ter sido uma criança tão enérgica assim, eu era mais para aquela criança fora do seu tempo, esperta demais. Gostava de ficar com meninas mais velhas e escorregadores e bonecos de super heróis sempre foram infantis demais pra mim, até os meus dezoito anos quando comprei todos os super heróis de um leilão pela internet por quase cem mil reais, é uma relíquia!
– Tio! - um menino gritou na minha frente, abaixei os olhos até encontra-lo.
– Oi? - perguntei.
– Vamos jogar futebol? - fiz uma careta e vi a Ana me olhando de longe, como especulativa...
Pense no seu final de semana, final de semana...
– Vamos. - sorri, então saímos para uma pequena quadra que tinha do lado de fora, tinha grama sintética e tudo mais, era muito legal. Havia alguns garotos um pouco maiores, mas nada além de oito anos. Claro, esqueci de citar um fato não muito importante, é que eu não sei jogar futebol! Podem rir e tudo, acharem isso idiota e tudo mais, mas eu não sabia jogar futebol, eu nunca tive amigos para levar para um campinho e nem pais para me ensinar essas coisas que vocês pais ensinam aos filhos, eu era uma negação em qualquer esporte. Ah não ser que esse esporte fosse sinuca.
O jogo tinha começado e eu me manti o tempo todo mais longe da bola possível fiquei quase o tempo todo tentando puxar conversa com o goleiro que descobri também que tinha tanto medo da bola quanto eu. Até que por uma infelicidade do destino a bola veio parar no meu pé, é no meu pé!
PORRA!
– CHUTA! - um garotinho de uns cinco anos gritou. - CHUTA A BOLA! - meu pé congelou, eu fiquei paralisado então foi questão de fração de segundos quinze crianças vieram pra cima de mim... AQUILO ERA FUTEBOL AMERICANO POR ACASO? Eles me derrubaram e nada menos que CINCO MINUTOS a bola foi para o outro lado do jogo, eu estava acabado, sujo e completamente pisoteado.
– Ai. - murmurei, ouvi uma risada alta vindo do canto e vi a Ana se aproximando de mim.
– Você... Ta bem? - ela perguntou tentando segurar a risada. Sorri ironicamente.
– To ótimo Ana! - gritei ainda deitado, ela começou a gargalhar muito alto, suas pernas cederam e ela caiu sentada no meu lado rindo muito, a gargalhada dela era tão contagiante. Tive que rir também, acabou que os dois começaram e rir feito dois palhaços.
– Tony... - ela limpou as lágrimas que caiam. - você não sabe chutar a bola? - eu a olhei.
– Não sei jogar futebol. - ela se levantou e me ajudou a levantar.
– Você não sabe jogar futebol? - ela perguntou assustada.
– Não tive uma boa infância. - conclui.
Finalmente, mais um motivo para ela rir de mim.
– Eu vou te ajudar nisso, vem! - ela pegou na minha mão e eu sorri de lado, saímos da Ong e ela me enfiou no carro dirigindo para Deus sabe onde.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reviews?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Because, I Love You." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.