Quando acordei me dei conta de que não sabia aonde estava, minha cabeça doía muito e eu só tinha uma certeza: Eu havia bebido demais. Tinha bebido o equivalente para toda minha vida, é claro, eu quase nunca bebia e quando uma pessoa chutava logo o pau da barraca, seria meio obvio que morreria de dor pelos próximos mil anos.

- Toma isso, vai te ajudar! – abri meus olhos com dificuldade, mas reconheci aquele perfume.

- O que... Onde eu estou? – perguntei confusa, o Antony estendeu o copo pra mim, e eu tomei o café. Fiz careta. – ta ruim! – eu disse cuspindo de novo.

- Toma tudo, vai te fazer ficar melhor. – ele empurrou a xícara pra minha boca de novo, tomei metade da xícara com muito esforço.

- Não quero beber mais. – empurrei a xícara pra ele.

- Eu também não quero muito coisa Ana. – Antony me encarou irritado.

- Do que você está falando? – perguntei confusa.

- Da sua ligação ontem, me dizendo tudo, do seu choro, de você quase ter sido atropelada, é disso que estou falando, e eu não quero mais isso. – o encarei chocada. – tem noção do medo que senti quando aquele carro quase te acertou? – ele me encarava.

- Eu... Eu não me lembro. – engoli em seco.

- É uma pena, porque muitas coisas foram ditas ontem. – ele se levantou e caminhou até a cozinha, me sentei com muita dificuldade e pude reconhecer a casa aonde eu estava, era a minha casa. Um pouco irreconhecível, mas minha casa.

- O que foi dito ontem? – perguntei quando ele ia subir as escadas.

- Vou pegar suas roupas, é melhor você tomar banho aqui embaixo. – ele não me respondeu e subiu, eu estava cansada demais e com dor demais para discutir, mas queria sim saber, o que diabos houve ontem... Porque a última memória que eu tinha, era do Matheus pedindo mais uma dose de tequila, provavelmente eu devo te feito algo péssimo, ou falado algo péssimo. Antony voltou e me pegou no colo, me levando para o banheiro.

- O que eu disse? – perguntei curiosa.

- Você não se lembra mesmo? – ele me colocou sentada no vaso e tirou minha bota.

- Não, e minha cabeça dói... – encostei a cabeça no vaso e fechei meus olhos por alguns segundos.

Flash Black.

Eu estava em uma avenida, estava chovendo muito, Antony me seguia.

- Ana, espera! Do que você está falando? – eu me virei pra ele ainda zonza.

- Da sua idiotice, do modo como você faz as coisas para me provocar... Eu estou bêbada! Meu Deus, como eu te odeio! – bati meus dois braços no seu peito.

- Para de falar isso, você não me odeia, vem comigo! Você não está em condições de nada, os garotos vão levar o Matheus e você eu levo... – empurrei ele.

- Eu não quero nada de você, nada entendeu? – gritei e sai correndo para a avenida, foi quando vi o carro vindo na minha direção e fechei meus olhos, já prevendo a batida, mas o carro freou dois centímetros antes, cai no chão rindo, Antony gritou nervoso e saiu me puxando pelo braço para seu carro.

Fim do Flash Black.

- Eu ainda sei tirar minha própria blusa Tony. – murmurei de olhos fechados e completamente envergonhada pelo Flask Black que eu acabará de ter.

- Eu sei, me desculpe, pensei que estava dormindo. – ele se levantou e eu abri meus olhos.

- Eu me lembrei. – afirmei.

- Do que? – ele perguntou um pouco eufórico demais.

- Do quase acidente, me desculpe, eu sinceramente não sei como você foi parar lá. – ele sorriu desapontado.

- Entendo. – ele virou as costas para sair do banheiro.

- O que? – perguntei curiosa.

- O porque de você só conseguir lembrar disso. – ele riu baixo.

- Há algo mais que eu tenho que lembrar? – perguntei tirando minha blusa.

- Não sei Ana, será que tem? – ele se virou e eu nem me constrangi por estar só de sutiã em sua frente.

- Antony... – perguntei nervosa.

- Tome um banho, depois você ficará melhor. – ele fechou a porta e eu me sentei no vazo desesperada por lembrar algo, algo que ele queria que eu lembrasse... E não em veio nada, eu não iria conseguir lembrar.

Maldita bebida! Maldito Antony!

 Tentei meditar sobre o banho, mas foi em vão, quanto mais eu tentava pensar, pior ficava minha dor de cabeça, e o pior era que eu sabia que tinha feito algo muito feio, sabe aquela sensação de que tinha feito merda? Pois é, eu estava com ela... Eu sabia que eu tinha feito algo muito muito idiota, e sabia que o Antony queria que eu me lembrasse, até para talvez me zoar, não tenho certeza... 

Sai do banho muito decepcionada por não conseguir lembrar o que havia acontecido, quando encontrei Antony sentado na cama segurando minha blusa...

Espera, ele tinha entrado no banho para pegar minha blusa?

- Antony? - eu chamei sua atenção, ele assustou e soltou minha blusa na hora, me encarando. 

- Lembrou? - ele perguntou baixo. 

- Não. - respondi. 

- Acho que vou te dar uma ajuda então. - ele se aproximou de mim lentamente e me rodeou, sua boca beijou meu pescoço delicadamente e eu arrepiei. 

Queria pedir pra ele parar, mas estava tão gostoso. 

- Ontem você pediu pra eu te beijar assim... - ele entrelaçou a mão nos meus cabelos com força. - pra eu te pegar com vontade... - ele puxou minha cintura com força pra ele. - pediu pra eu te beijar até você sentir vontade de tirar a roupa. 

Eu corei, na hora me veio os flashs da noite passada. 

Flash Black. 

Eu estava tonta, minha cabeça doia muito. 

- Que lugar é esse? - perguntei pro Tony. 

- É um motel, você toma um banho e depois te levo pra casa... - sorri. 

- Sabe o que se faz em um motel Tony? - perguntei andando até ele. 

- Nã... Não. - ele gaguejou e começou a andar pra trás. 

- Deixa eu te mostrar... - eu segurei no cos da sua calça e o puxei pra mim...

~Continua~

O Antony me empurrou até a cama e me deitou nela lentamente, minha respiração estava acelerada, era muito lembrança vindo o tempo todo. 

- Você me fez fugir de você ontem Ana... - ele alisou minha coxa e se deitou por cima de mim lentamente. - mas me fez de querer duas vezes mais... - ele beijou meu pescoço. 

- Tony... - soltei um gemido baixo quando sua mão alisou minha coxa até a altura da cintura. 

- Coloquei lingerie foi? - ele perguntou baixinho no meu ouvido. 

- Tony... - chamei ele mais uma vez. 

- Ana! - ele chamou meu nome, seu rosto se aproximou do meu e seu lábio roçou no meu. - você me excita. - ele mordeu meu lábio. 

Meu estomago girou, era pra eu estar gostando daquilo? Ou não era?

~Continuação do Flash Black.~

- Não faz isso Ana... Você não está bem... - ele segurou meus braços. 

- Você é que não está bem Tony. - eu empurrei ele na cama e sentei com as pernas em volta da sua cintura. 

- Não faz isso... Não faz isso... - ele pediu virando o rosto para o outro lado e apertando os olhos. 

- Faço... Faço sim. - beijei seu pescoço e ele gemeu baixo, em seguida aproximei o rosto do seu ouvido e sussurrei - deixa eu te beijar até você sentir vontade de tirar a roupa? - ele segurou minha cintura e me colocou sentada na cama. 

- Fica aí! - ele mandou, eu o olhei e vi a excitação em seus olhos. 

- Porque se não, você não resiste? - perguntei rindo e me joguei na cama. 

- Porque se não, eu vou fazer a maior besteira da sua vida Ana. - ele murmurou rouco enquanto olhava os meus seios. 

- Para com essa viadagem e vem aqui? - coloquei meu pé na sua barriga e subi sua blusa com o mesmo. 

- Vou te levar pra tomar um banho. - ele me pegou no colo. 

- Ui. Banho a dois, eu gosto. - eu comecei a rir e alisar sua nuca com as unhas. 

Fim do Flash Black.

- Tony! - empurrei ele de cima de mim e me levantei respirando pesado. 

- Lembrou? - ele perguntou respirando tão pesado quanto eu. 

- Lembrei, e é melhor você sair. - eu disse apontando a porta. 

- Eu também acho. - ele ficou sério e se levantou da cama, ele deu dois passos em direção a porta, quando de repente voltou e puxou minha mão fazendo nossos corpos se chocarem com vontade, ele não deu nem tempo para eu reagir e me beijou com desejo, sua mão enlaçou minha cintura desnuda e sua outra mão os meus cabelos, o beijo dele era cheio de desejo e ele alisou toda a extensão das minhas costas até o fecho do sutiã, onde ele brincou com o mesmo. Paramos o beijo respirando pesado e ele levou sua boca até o meu ouvido. - A gente termina isso outro dia. - ele sorriu maliciosamente e saiu do quarto em passos rápidos, minutos depois ouvi a porta bater e então sentei na cama, assustada e completamente constrangida. 

Eu estava completamente louca. Eu tinha gostado e o pior, eu queria mais!