The Uncommon Life escrita por Espiador Multiversal


Capítulo 9
Chapter 9 - The Uncommon Trouble


Notas iniciais do capítulo

Espero que vocês tenham gostado! Percebi que a história parecia estar fugindo um pouco do foco que tinha antes. Demorei um tempo para planejar esse capítulo, então por favor, comentem o que acharam! :D



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Mais um dia surgiu em nossa nova vida. Nossa nova rotina começara relativamente bem. Amy estava entusiasmada com a primeira apresentação no trabalho.

Ver ela um pouco mais feliz fez com que me sentisse bem. De uns dias de escola para cá, Amy parecia estar mais desanimada. Me arrependo de nunca ter perguntado o que tinha acontecido, mas o olhar dela ficava mais triste quando olhava para meninas conversando juntas animadamente.

"Me decidi!", pensei. "Vou ajudar Amy a ter mais amigos."

Estava determinado a fazer o possível e o impossível para ver ela feliz. Naquela manhãm acordei um pouco mais cedo e preparei um café da manhã um pouco mais projetado.

Amy, quando acordou, logo disse que o cheiro estava muito agradável. Foi bom ter feito uma refeição especial de torradas, já estávamos cansados de comer porcarias de lojas de convêniencia. Também pude experimentar minhas habilidades na cozinha. Amy pareceu aprovar.

Após o café, fomos à escola conversando sobre como as pessoas no restaurante foram animadas e receptivas.

A sala de aula mantinha-se na mesma bagunça de sempre: conversa alta e brincadeiras violentas.

Kanto, acompanhado por Rin, aproximou-se da mesa em que nós nos encontrávamos.

– Bom dia, pessoal! - Falou.

Rin, silenciosa como sempre, apenas acenou com a cabeça, como um "olá".

– E aí, Kanto. - Falei. - Tudo bem?

Amy recuou um passo. Ainda estava desacostumada com outras pessoas. Esboçou um leve sorriso e apontou o olhar para o chão.

– Soube que vocês dois estão juntos, não é? - Disse Kanto em um tom mais de afirmação do que de interrogação.

– Até você acha isso?

– Vocês se parecem muito com um casal.

A palavra "casal" parece ter ecoado na mente de Amy, pois ela corou logo após ter ouvido o que Rin falou. Expliquei há algum tempo o significado de casal, usando os comuns exemplos de filmes românticos.

Não deixei passar limpo:

– Mas você e Kanto não parecem muito longe disso...

Ambos se entreolharam rapidamente e Kanto logo mudou de assunto:

– Bom... queríamos saber se vocês estão afim de almoçar comigo e com a Rin.

– Parece ser uma boa ideia! - Nem precisei perguntar para Amy, seus olhos estavam brilhando. - Mas alguém tem alguma ideia de onde podemos almoçar?

– Eu sei! - Falou Amy animadamente, perdendo a vergonha. - Podemos ir no Spring's Rain!

– Dizem que a comida lá é muito boa. - Falou Rin, pensativa e quase inexpressiva.

O professor entrou na sala interrompendo a conversa. Passei o resto da manhã prestando realmente atenção na aula. A época de provas estava para chegar e só então nossa responsabilidade seria testada.

Amy estava tendo facilidade para aprender tudo o que precisava. Talvez tivesse um pouco mais dificuldade em matemática, mas com certeza ia muito bem com história.

A aula finalmente acabou. Partimos do colégio conversando alegremente. Amy ainda não falava muito, mas já estava se soltando um pouco mais com Rin.

Nos afastamos da escola. Nossa conversa foi interrompida.

– Parem! - Era a voz de Kai. - Olha o que vocês fizeram com a minha irmã!

Permanecemos por um instante sem entender muito bem o que estava acontecendo. O grito havia vindo de um beco escuro, e foi para lá que Kanto correu.

Eu e Amy seguims atrás, enquanto Rin caminhava calmamente em direção ao grito. Quando chegamos, nos deparamos com uma cena assustadora: Kai estava ajoelhado e machucado ao lado de uma menina inconsciente de mais ou menos um ou dois anos mais nova que nós. Ao lado de ambos, dois homens com feições sarcásticas e malvadas se encontravam em pé.

– Deixa ela vir com a gente, mané! - Disse um dos homens em um tom alto demais. - A gente cuida bem dela!

Aquilo pareceu acender as chamas de raiva dentro de Kai. Ele percebeu nossa presença e e perguntou ameaçadoramente:

– O que vocês estão fazendo aqui?

Quando eu pensava em responder, Kanto se moveu em um salto e se agarrou nas costas de um dos agressores. Kai, na mesma velocidade, percebeu que era uma boa oportunidade para reagir também. Ergueu a perna como um relâmpago e acertou os documentos secretos do homem que não estava sendo atacado. O mesmo caiu, sabendo que teria ovos mexidos para o jantar.

O ataque duplo incapacitou os inimigos, que recuaram ainda com uma expressão de dor e surpresa.

– O chefe vai ficar sabendo disso! - Falou um deles enquanto se afastava com cautela. - Pode ter certeza!

Ambos correram, com medo do que poderia acontecer.

– O que houve? - Perguntou Rin, que tinha chego no local pouco depois dos outros homens terem fugido.

– Conto para vocês depois. - Disse Kai enquanto pegava sua irmã no colo. - Se vocês querem ajudar, venham comigo.

Tudo aquilo estava muito confuso. Kai nunca sequer pediria a juda. Muito menos para nós. Ele começou a andar, nos guiando sem abrir a boca em nenhum momento. Por vinte minutos, aguentamos o silêncio, mas após isso, Kanto perguntou:

– Você vai nos contar ou não?

Kai parou em uma pequena praça, deitou sua irmã em um banco e sentou-se ao seu lado.

– Acho melhor vocês irem em bora. - Sugeriu ele.

– Deixe de ser criança. - Kanto falou com uma surpreendente severidade. - Caminhamos até aqui para ajudar e vamos ajudar.

– Tudo bem, estou confiando em vocês. - Disse com um olhar confiante. - Mas se contarem para alguém, acabou com vocês.

Nós concordamos, relutantes, em mantêr segredo.

– Tudo começou quando minha mãe morreu, há alguns anos atrás. - Começou ele com uma feição cansada, como a de um cachorro abandonado. - Desde então, meu pai começou a gastar todo o dinheiro da ex-família com bebidas e apostas.

Escutávamos tudo indignados. Kai continuou:

– Alguém tinha que por comida na mesa para minha irmã, Shinobu. - E ajeitou a cabeça dela em seu colo. - Então comecei a fazer uns trabalhos sujos para uma gangue da região. O líder da gangue bateu o olho na minha irmã e decidiu pegar ela para ele.

Foi possível perceber o tom de raiva em sua voz.

– E é lógico que eu não permiti! O que fariam com uma menina de treze anos? O idiota mandou seus homens tentarem pegar ela.

Eu e Amy estávamos espantados. Se soubéssemos, poderíamos ter ajudado antes. Nem trinta segundos se passaram quando homens mal encarados apareceram. Eram em torno de quinze. Todos estavam empunhando bastões, correntes e socos ingleses.

– O chefe falou de uma menina, mas pelo visto tem outras duas! - Gritou um com sarcasmo. - Vamos nos divertir um pouco mais depois!

Aquilo foi suficiente para me deixar irritado, mas permaneci calmo. Lembre-me dos princípios do karate: manter a cabeça no lugar e proteger quem é importante. Estava preocupado com Amy.

"Vou proteger Amy a qualquer custo.", pensei.

– Vamos começar a brincadeira! - Falou outro, com uma altura acima da média.

Todos eles gritaram e avançaram como macacos em busca de bananas. Nos dividimos em dois grupos. Kai, Kanto e Rin em um lado da praça, enquanto eu e Amy ficamos do outro.

Cinco deles vieram em nossa direção. Não deram muito trabalho. Abati três deles com velocidade, mas dois foram atrás de Amy. Ela levantou a perna em um reflexo rápido e acertou o estômago do marginal com uma joelhada.

– Desculpe! - Falou Amy com uma verdadeira preocupação ao jovem caído.

Os outros dez foram em direção do outro grupo. Rin roubara uma vassoura de um homem que limpava o chão tranquilamente. Ela a quebrou e a segurou como se fosse um bastão.

– Bojutsu Tenshin Shoden Katori Shinto Ryu! - Gritou Amy brandindo sua arma. Ela dominava a arte da luta com o bastão.

Deixou ser cercada por cinco homens e em um movimento veloz, girou o bastão por cima de sua cabeça como a hélice de helicóptero de forma impressionante. Abateu todos os homens ao mesmo tempo com o golpe.

Trabalhando em conjunto, Kai e Kanto derrotaram os outros homens. Após quase todos estarem caídos no chão, o homem gigante falou enquanto carregava seus companheiros para longe:

– Não pense que você vai se safar dessa, Kai!

Os que restaram de pé desapareceram e pouco tempo depois, a irmã de Kai acordou.

– O que aconteceu, maninho?

Ela falava com uma voz de uma menina muito nova, mas era quase mais alta que eu.

– Aqueles bandidos vieram atrás de nós. - E pela primeira vez, pude ver seus olhos se iluminarem. - Mas meus amigos nos ajudaram.

"Agora entendo porque ele é tão violento.", pensei. Olhei para Amy. Ela estava feliz por ter sido considerada amiga de alguém. Kai olhou para nós.

– Muito obrigado por ajudarem a proteger a Shi. - Ajudou ela a se levantar. - Desculpe por ter sempre implicado com vocês.

– Tudo bem, cara. - Falou Kanto esticando mão. - Amigos.

Os olhos de Kai reluziram ainda mais e correspondeu ao aperto de mão de Kanto.

– Posso considerar vocês meus amigos? - Perguntou para nós, hesitante.

– Claro que sim! - Percebendo uma boa oportunidade, continuei: - Nós quatro podemos ser ótimos amigos, não é, Amy?

Ela sorriu e concordou. Parece que a missão estava cumprida. O almoço pode não ter dado certo, mas com certeza valeu a pena ter ajudado Kai. A irmã dele agora estava segura e Amy também tinha amigos. Ele parecia estar feliz. Talvez, assim como eu, sempre teve que fazer tudo sozinho.

Mas falando em almoço... a barriga de Amy ronca como o rugido de um dragão.

– É verdade! - Exclamou Kanto. - Perdemos o almoço! É quase quatro horas da tarde!

– Quatro horas? - Perguntei indignado. - Temos que ir para o trabalho!

Segurei a mão de Amy e começamos a correr em direção à estação de metrô. De relance, pude ver que os quatro que permaneceram continuavam conversando como bons amigos.

No caminho, passamos na frente de uma banca de revistas. Apontei para um jornal aberto em exposição. Amy raciocinou por um momento e depois entendeu, gargalhando.

Na primeira página, estava escrito em letra de forma bem grande: "Menina rouba vassoura de um velhinho e espanca quinze estudantes!"





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Notas finais do capítulo

Espero que vocês tenham gostado! Percebi que a história parecia estar fugindo um pouco do foco que tinha antes. Demorei um tempo para planejar esse capítulo, então por favor, comentem o que acharam! :D



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