Sonhadora escrita por Caroline Barboza


Capítulo 8
Capítulo 8- Alguém que poderei contar...


Notas iniciais do capítulo

Oiiii pessoal, fiquei muito feliz com os comentários =) kkk

Queria agradecer a todos *--*

Infelizmente eu vou demorar um pouquinho a postar... essa semana eu estou cheia de provas e não vai dar tempo =( Mas pode deixar que assim que puder eu posto mais um capítulo!!!

Ps: Não esqueçam de comentar ali em baixo e de recomendar ok? *risos*

Boa leitura ^^



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Fico um tempo olhando para o visor sem ter reação, meu coração acelera e tenho medo das pessoas ouvirem . Acho que eu devo ter ficado pálida já que na mesma hora Richard olha para mim.

–Quem é? - pergunta Richard , talvez por perceber a minha expressão de assustada.

–É a minha...- dou uma pausa de alguns segundos, eu não conseguia pensar em o que fazer, será que deveria atender?

–É a minha mãe. - Digo finalmente depois de um tempo.

–Você não vai atender? - ele pergunta parecendo realmente preocupado.

–Eu... não sei, acho que não. - Aperto o botão de desligar e fico mais aliviada. Espero alguns minutos mas como ela não liga novamente começo a ficar relaxada.

–Bom... o que você queria falar comigo?

Ele fica um pouco quieto, desvia o olhar do meu e finalmente começa a falar

–Quando eu tinha 6 anos o meu pai... ele começou a beber e ... - O interrompo na mesma hora.

–Porque você está me contando isso?

–Bom... Alice quando a gente se conheceu e você me contou sua história eu disse que iria te ajudar a fugir. Eu sei que você deve ter achado estranho e me achado esquisito, já que eu mal te conhecia, mas é que eu sei o que você sofreu, eu também vivi uma coisa parecida, e então eu achei que era melhor te contar a minha história- Percebo que nessa hora ele tem dificuldade de falar, como se tivesse relembrando alguma coisa muito dolorosa, mas ele logo continua a contar sua história.

–Quando ... eu tinha seis anos meu pai começou a beber, no começo era só por diversão e era de vez em quando. Mas ele começou a se viciar, ele chegava a noite muito bêbado e isso passou a ser vício. Teve uma noite... eu estava dormindo quando ele chegou e acordei ouvindo gritos. Eu me assustei e fui ver. - Ele dá uma pausa- Mas essa foi a pior coisa que eu fiz, os gritos estavam vindo da sala, e quando eu cheguei lá só deu tempo de ver minha mãe jogada no chão chorando muito. Quando ela me viu ali parado ela olhou dentro dos meus olhos... eu nunca esqueço esse olhar, era de espanto e medo. Talvez pelo o que eu iria ver, ou porque ela tinha medo do que iria acontecer comigo mas no mesmo instante - Ele começa a falar com raiva- Nessa hora, ele apontou uma arma para a cabeça dela e a matou.

–Você sabe quais foram as últimas palavras?

Nego com a cabeça.

–Eu te amo...filho. Eu nunca mais esqueci disso. A partir desse dia ele começou a beber mais ainda, eu fiquei sobre a guarda dele e era obrigado a ficar naquele lugar, ele me batia e eu tinha que trabalhar... para ele.- Seus olhos começam a se encher de lágrimas.

–Você não precisa continuar a contar- digo segurando seu rosto o obrigando a olhar para mim.

–Mas eu quero... continuando, teve um dia que eu surtei, eu comecei a discutir e ele ficou irritado. Por isso, ele me mandou para cá, estou aqui desde meus 12 anos.

–Nossa- digo espantada. -A sua história é muito triste.

–Eu sei- ele fala enquanto enxuga uma lágrima.. Eu o abraço, eu meio que sabia o que ele estava sentindo. Muitas vezes eu desejei ter alguém para me abraçar e dizer: -Eu te entendo Alice, tudo vai dar certo, mas eu nunca tive.

–Obrigada por me ouvir, eu acho que nunca contei isso para ninguém.

–Não tem de que, mas sempre que você precisar pode contar comigo- Ele fica um tempo mudo mas logo depois dá um leve sorriso.

–Você está com fome?–Digo que sim- dando um sorriso.

- Na verdade, estou faminta.

–Vem- ele diz se levantando e me estendendo a mão.–Vou te mostrar um lugar que você vai adorar.

Seguro a sua mão e penso que talvez não seria tão ruim ficar ali, nessa hora fico aliviada, pela primeira vez ter alguém que podia me entender.

Fomos andando de mãos dadas até uma estradinha que levou a uma lanchonete.

–As refeições são feitas aqui?

–Não - ele diz rindo. -Todos nós comemos no refeitório, a alguns anos essa lanchonete era aberta e vivia cheio de gente... mas foram obrigados a fecha-la.

–Mas se está fechada o que estamos fazendo aqui?

–Eu vou cozinhar para você.

–O que ? - pergunto surpresa.

–Eu não sou muito bom, mas vou tentar- ele diz rindo.

–Não sabia que tinha tantos talentos- digo fazendo careta.

–Não ria Alice- ele diz tentando fazer cara de sério.

–Tudo bem- Vou tentar me controlar.

–Alice...Me promete uma coisa?

–Depende, o que?

–Que quando me conhecer de verdade... não vai se apaixonar.

Começo a rir

–Tudo bem, eu vou fazer esse esforço- digo em tom de ironia.



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Notas finais do capítulo

´´Controle-se. disse a Lagarta. Alice pensou que podia muito bem esperar, já que não tinha mais nada a fazer e talvez, afinal, ela dissesse alguma coisa que valesse a pena ouvir.``

(Alice no país das maravilhas)