Sonhadora escrita por Caroline Barboza


Capítulo 2
Capítulo 2- Cansada... de vocês.


Notas iniciais do capítulo

Oii pessoal =) Eu queria MUITO agradecer aos comentários!! Fico muito feliz que tenham gostado ^^

Ouçam essa música enquanto lerem esse capítulo, vocês não vão se arrepender...

http://www.youtube.com/watch?v=TQ_DPm8dmlo

Boa leitura!!!



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"Vamos, não adianta nada chorar assim!" — disse Alice a si mesma, num tom áspero. "eu a aconselho a parar já" — em geral dava conselhos muito bons a si mesma (embora raramente os seguisse), repreendendo-se de vez em quando tão severamente que ficava com lágrimas nos olhos...

(Alice no país das maravilhas )


Assim que caio no chão duro e frio sinto a dor do impacto. Sinto uma leve vontade de permanecer ali estática naquele chão, mas, levanto correndo e percebo somente alguns arranhões no meu corpo. Era perigoso ficar ali, tinha que fugir, impreterivelmente para bem longe. Pego a minha mochila e estava me preparando para correr quando sinto alguém me puxar pela cintura. Olho para trás e vejo meu pai. Seu rosto expressava ódio e confesso que fiquei com medo.

 –Onde pensa que vai mocinha?

        

          –Eu vou fugir- digo tentando me soltar de seus braços. Mas meus esforços eram em vão, pelo simples fato de seus braços me apertarem tanto que chegava a doer os meus ossos.


        –É muito feio uma garota sair de casa escondida a essa hora de casa.


      –Eu não quero ficar aqui- digo soluçando.


       –Não quer ficar com seus pais?

–Como ousa dizer isso? Vocês não são e nunca serão os meus pais...E eu te odeio, estou cansada de vocês.- Ele aperta ainda mais meus braços e solto um grito de dor, ele me arrasta até a porta de entrada.

–Vem você vai ficar de castigo... Mas antes sua mãe quer falar com você.- Ele solta uma mão para abrir a porta, eu não conseguia raciocinar direito por isso agi por impulso. Dou um chute em sua perna que faz com que ele perca o equilíbrio e caia

–Ai- ele começa a gritar de dor.– Você vai ver o que sua mãe vai fazer com você.

Com todo o barulho a minha mãe aparece, e quando percebe toda a situação me puxa para dentro me obrigando a ficar sentada no sofá.

–O que você estava pensando em fazer?

–Eu ia fugir- digo sem esconder nada.- Não estava meio obvio?

–Olha o jeito que fala comigo- ela repreende- E você acha que ia conseguir?

–Não sei- nessa hora lágrimas começam a escorrer dos meus olhos.

Ela não diz nada. Apenas me deixa ali encarando as paredes e entra no escritório com meu pai. Algum tempo se passa e eles voltam, ambos com a expressão séria.


–Alice você não nos deu opção... A não ser de te colocar em um colégio interno, até chegar a hora de fazer o transplante. 

–O que? – Pergunto incrédula, eles eram pessoas malucas só podiam ser, ela falava aquilo naturalmente, como se fosse a coisa mais normal do mundo. Será que eu morta não fazia diferença para ninguém?


–Eu não quero ir- digo gritando.


–Queridinha- ela diz apertando meus braços me forçando a levantar.–Você não tem opção... Agora vá para seu quarto que eu vou fazer sua reserva.


Não digo nada, apenas subo correndo as ainda chorando, sento na minha cama e fico olhando a foto de quando éramos felizes, me enrolo na minha coberta ouvindo música e acabo adormecendo.

Acordo e ainda era de madrugada . Fico olhando pela janela, era inverno e a neve caia devagar cobrindo todo o jardim, eu adorava aquele jardim, acho que iria sentir falta. Pego minha caixinha de música e dou corda, essa era a única lembrança da minha verdadeira mãe, já que todas as outras foram queimadas junto com o incêndio. Eu ganhei a caixinha de aniversário quando eu tinha 6 meses. Pelo menos foi o que Clarisse me disse. Porque meus pai foram morrer no incêndio? Talvez eu tivesse uma vida melhor hoje em dia.

Ouço um barulho e olho para trás, eu não tinha percebido mas a governanta estava arrumando as minha malas.

–Não Lídia, pode deixar eu arrumo minhas roupas. - Ela vai embora e me deixa sozinha, fico olhando para a parede pensando em como conseguiria fugir em um lugar daqueles. Ouço um barulho destrancando a porta, sento correndo na cama e vejo meu pai entrar.

–Pai- pela primeira vez em anos o chamo assim - Corro até ele e começo a chorar.

–Por favor, não me deixe ir, eu quero ficar aqui morando com você. - Talvez se eu mentisse dizendo que queria ficar ele atendessem meu pedido. E em casa seria muito mais fácil fugir do que em um colégio interno.

– Alice!- ele diz gritando- nós já conversamos , por isso, você vai para o colégio interno, e eu não vou mudar de opinião, estou te esperando lá em baixo, o jantar já está na mesa.

–Porque está fazendo isso comigo? - Agora eu começo a gritar.

–Eu te odeio! Se vocês não tivessem me adotado daqui a alguns anos eu estaria viva e quem sabe teria uma família. Eu quero que você morra.- Assim que termino de dizer me arrependo, na mesma hora vejo uma lágrima escorrer do seu rosto e ele vai embora sem dizer uma única palavra.

Pego minha luvas, visto minha botas e desço até o jardim eu precisava me acalmar. E pelo menos disso ele não me privavam, além do mais a casa era cercada e não tinha como fugir pelo jardim. Começo a andar pela neve e chego na pracinha. Sento no banco e começo a chorar. Vocês devem se perguntar porque eu simplesmente não me levanto e vou embora, mas não é tão simples. Eles sempre foram ricos o que o faz ter seguranças em todas ruas, por mais que eu me sinta sozinha sempre estou sendo vigiada. E porque eles simplesmente não compram um coração já que tem tanto dinheiro. Eu definitivamente não sei. Sou obrigada a afastar meus pensamentos Quando sinto uma mão no meu ombro, olho para traz e eu não podia acreditar.

–O que você está fazendo aqui?

–Alice... Eu tenho que falar com você.

–Mas eu não quero.

–Me desculpe.

–Não... A culpa é sua, foi por sua culpa que minha vida está a pior possível.

–Alice me perdoa- ela diz chorando e se sentando ao meu lado.

–Não Fernanda! Eu não vou te perdoar. E sabe a novidade? Eu vou ter que ir para um colégio interno.

–O que? -ela pergunta chocada. –Mas...

–Eu não quero mais falar com você.

–Espera... - ela diz puxando minha mão –Aqui- ela diz colocando um papel na minha mão.–Se algum dia você me perdoar e precisar da minha ajuda, me liga- ela se vira mas antes me dá um abraço.

–Eu sinto muito mesmo.

Fico um pouco tentando absorver tudo... Não eu não iria perdoa-la, pego o papel para rasgar, mas acho melhor não, dobro-o e coloco no bolso da minha jaqueta. Vou para casa e me tranco no meu quarto, se queriam me expulsar, também não iria mais falar com eles, me deito na cama e durmo pensando em como minha vida seria horrível a partir do dia seguinte.

Assim que amanhece, olho para o relógio, eu estava atrasada. Pego as minhas malas, não podia esquecer a fotografia da cabeceira e a minha caixinha de música, meus pais estavam trancados no quarto por isso nem ouso bater na porta, me despeço de Lídia, e por milagre a porta da entrada estava destrancada, penso em fugir quando dou de cara com o segurança.

–Bom dia Alice- ele diz com uma alegria que nunca havia visto na vida.

–Bom dia - digo secamente.

Coloco minha mochila nas costas e vou rumo ao ônibus sem ao menos olhar para trás.

Subo no ônibus e não pude conter o espanto, para minha surpresa estava lotado, tento procurar um lugar mas não acho, vou até o final e vejo um lugar, sento rapidamente ainda um pouco assustada, coloco meus fones de ouvido e sou interrompida quando olho para o lado e vejo um par de olhos azuis me observando.

–Oi- digo meia tímida



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Notas finais do capítulo

O que acharam ?? u.u Comentem =)