Sonhadora escrita por Caroline Barboza


Capítulo 15
Capítulo 15- O espetáculo, Julieta... O frasco!


Notas iniciais do capítulo

Oiie *--* Como vocês estão??


Muito obrigada pelos comentários, fico muito feliz que estejam gostando!!
Please, não esqueçam de deixar um comentário


OBS: QUERIA AGRADECER AO FORTEEURI PELA AJUDA NO DESENVOLVIMENTO DA IDÉIA DE UMA PARTE DO CAPÍTULO!! :) MT OBG!



Xoxo^^
Boa leitura!!



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A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.

(Charles Chaplin)


As luzes são tão fortes direcionadas a mim que por um momento ofuscam minha visão. Fecho os olhos rapidamente por alguns segundos e os abro lentamente. Aos poucos vou me acostumando com a luz e minha visão volta ao normal. Eu estava em pé de frente para a platéia. Era muitas pessoas, meu coração começa a acelerar e penso que não conseguiria dançar. Penso em sair dali e inventar qualquer desculpa mas nessa hora meus olhos percorrem todas as pessoas e eu o vejo. Ele estava na primeira fileira e estava sorrindo para mim... Ele sussurra algumas palavras que eu imediatamente consigo entender.


–Você está linda!

Sem perceber abro um enorme sorriso e ele parece notar. Foi então que fechei os olhos e imaginei estar em um salão escuro em que somente ele estava me vendo dançar. Meu coração desacelera e então me deixo levar pela canção vinda do piano. Minhas pernas me levam e eu flutuo sob as pontas dos pés pelo enorme palco. Não sabia a reação das outras pessoas, se elas estavam gostando ou rindo de mim, pois meus olhos estavam fixados somente nele, no Richard.

As outras bailarinas entram no palco e em alguns minutos a cortina se fecha, era a vez de eu trocar de roupa. Saio do palco ainda contagiada pela emoção. Dessa vez minha fantasia era diferente, coloco um vestido negro, com plumas pretas. O homem ao meu lado ergue as cortinas e eu novamente começo a dançar. Eu estava gostando, pois pela primeira vez na vida eu me sentia livro. Meus olhos estavam concentrados no Richard. Era a tão esperada hora do giro, me concentro um pouco mais e começo a girar. Sorrio de leve enquanto o vento fazia meu cabelo voar. Eu estava tão feliz, mas a minha felicidade dura pouco. Por apenas um segundo desvio o olhar do Richard e vi a pessoa que eu menos queria ver nessa hora. Levo um susto enorme que acabo tropeçando e caindo. Todos ficam olhando fixados para mim, mas eu não choro, apenas levanto e recomeço a dançar.

–O que ela estava fazendo aqui? -Eu não esperava ver minha mãe tão cedo.

Termino a apresentação e todos aplaudem de pé, fico feliz na hora, mas então me lembro da minha mãe e começo a ficar com medo. Vou para o meu camarim e ela estava lá, me esperando.

–Minha filha, você estava linda- ela diz com um sorriso falso estampado em seus rosto.

–O que você está fazendo aqui?

–Eu não tenho uma notícia muito boa...

–O que aconteceu?

–O seu pai teve uma complicação no coração e teve que ser internado as pressas... Alice, chegou a hora que você fazer o transplante.

O que? Eu não podia acreditar, eu sabia que minha vida tinha prazo de validade, mas tinha durado tão pouco. Não consigo pensar em nada, apenas saio correndo e a deixo sozinha. Lágrimas escorrem dos meus olhos enquanto procuro por Fernanda, eu precisava da sua ajuda.

–Fernanda!- dou um leve sorriso ao encontra-la .

–Alice... a apresentação foi tão linda e... espera, você está chorando?

Apenas digo que sim com a cabeça. Ela vem até mim e me dá um abraço.

–O que houve?

–A minha mãe- digo soluçando.- Ela está aqui e disse que chegou a hora de eu fazer o transplante.

– O que? Mas já?

–Fernanda, por favor eu preciso da sua ajuda... eu não sei o que fazer.

–Espera...

–O que foi?

–Eu tive uma ideia- ela diz me puxando.

–Para onde estamos indo?

–Para a enfermaria, eu acho que vai dar certo.

Fomos andando até um sala que ficava no fim do corredor, eu só havia estado lá um vez, mas Fernanda por querer ser médica, era voluntária e ficava quase todo os dias cuidando dos alunos que se machucavam.

–O que estamos fazendo aqui?- digo me sentando em uma das macas.

–Alice... você confia em mim?

–Confio.

–Você conhece a história de Romeu e Julieta?

–É claro que sim, mas o que isso tem haver?

–A Julieta para não se casar bebe um remédio que faz com que ela pareça que está morta por 2 horas e 45 minutos não é?

Apenas concordo com a cabeça deixando a terminar de explicar.

–Eu estou a muito tempo trabalhando aqui na enfermaria... por isso descobri esse frasco- ela diz indo até a estante e me trazendo um pequeno frasco transparente que continha um líquido vermelho.

–Esse remédio é igual ao que Julieta tomou, ele faz com que o coração da pessoa pare, os membros fiquem duros e a pele pálida. A minha ideia era que você o tomasse e dormisse em um sono profundo, assim sua mãe pensaria que você está morta e te deixaria em paz, e então assim que o remédio fizesse o efeito você poderia se esconder... eu sei parece uma ideia boba mas o que você acha?

–Fernanda... eu amei a ideia- digo pegando o frasco de sua mão.

–Pode deixar que a noite eu vou toma-lo com certeza.

–Você tem certeza?

–Você tem alguma dúvida?

Na mesma hora, um ruído vem da porta e fico com medo.Será que era minha mãe?

Escondo o remédio no meu bolso e consigo perceber o espanto de Fernanda. A porta se abre, mas quem entra para minha surpresa era Richard e Lucas.

–O que vocês estão fazendo aqui? - pergunto surpresa.

–Nós também queremos fazer isso.

–Isso o que?

–Também vamos tomar o remédio... não podemos deixar você fazer isso sozinha.

–Mas... não precisa.

–Alice... podemos montar uma cena parecendo que aconteceu um acidente e então a Fernanda poderia ajudar...

–Tudo bem, Alice acho que eles tem razão.

–O que? Mas Fernanda...

–Alice, a ideia deles é bem melhor...se planejarmos um acidente entre vocês três iria parecer muito mais real, do que se você aparecesse ´´morta`` no quarto.

Penso um pouco mas acabo percebendo que eles tinham razão.

–Acho que você tem razão.

Fernanda vai até o armário pegar mais alguns vidros para distribuir para os meninos e me deixa sozinha com o Richard. Tomo coragem e finalmente pergunto:

–Richard... porque você está fazendo isso? é arriscado.

–Alice...- ele diz olhando dentro dos meus olhos.

–Eu faço qualquer coisa para te ajudar...

–Muito obrigada-digo dando um abraço bem forte nele.

Ficamos um olhando para o outro por um tempo, fico quieta sem falar nada, até que ele quebra o silêncio.

–Alice... eu tenho um presente para você.

–Sério?

–Eu iria te dar depois da apresentação... mas não deu tempo

Ele puxa do bolso uma pequena caixinha, com muito cuidado abro- a e não pude conter a surpresa. Dentro da caixinha havia um lindo cordão com um pingente de coração.

–Nossa, é muito lindo.

–Você gostou?

–Claro- digo dando um sorriso.

Ele pega a caixinha da minha mão e coloca o cordão no meu pescoço.

Muito obrigada- digo dando mais um abraço nele.

Fernanda volta e entrega os frascos para eles.

–Mas... e você Lucas.. porque está fazendo isso?

–Bom... Alice, é uma forma de te pedir desculpas por tudo o que aprontei.

Deixo uma lágrima escorrer mas dessa vez era de esperança.

–Eu não sei como agradecer...

–Alice, não precisa agradecer- Fernanda diz segurando minha mão.

–Você merece, mas agora vá dormir, e assim que der 00:00 tome o remédio.

–Tudo bem.

Me despeço deles e vou para o meu quarto, as meninas já estavam dormindo, então me deito sem fazer barulho e fico um tempo observando o frasco.

Será que aquilo iria dar certo? Não, eu não podia desistir, não agora. Essa era a minha única chance de tentar. O relógio marca meia noite em ponto. Pego minha caixinha de música e dou corda, respiro fundo abrindo o pequeno frasco.



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Notas finais do capítulo

"se você beber de uma garrafa que diz 'veneno' é quase certo que isso fará algum mal, cedo ou tarde."

[Alice]