– Tem alguma noticia boa? – ele perguntou enquanto acariciava meu rosto, com as costas de sua mão.

– Sim, quer dizer, nem sei se é sim. Adivinha? – falei animada, deixando um leve suspense.

Ele fingiu pensar um pouco. Dei uma risada de sua cara. Ele me olhou, e soltou uma risada.

– Fala logo. – falou ele entre as risadas.

– Minhas amigas me convidaram para uma viagem a Florida. – falei com um sorriso no rosto. Nesta mesma hora, ele fechou a cara. Isso me preocupou.

Jacob nunca ficou assim. Não, ele já ficou, mas dessa vez parece que ele ficou magoado de verdade.

– Meu amor, o que houve?

– Você vai me abandonar. – ele falou abaixando a cabeça.

– Meu lindo, a gente pode ver, se você vai junto. – ele levantou a cabeça.

– Eu duvido. – ele falou na duvida.

– Só tem uma coisa a fazer... – falei pegando meu celular.

Fui à lista de contatos, procurei por “Patrícia”, ela era quem planejava a viagem, e liguei. Demoraram uns dois toques e ela atendeu.

– Oi. – ela falou, coloquei no viva voz.

–Paty, posso levar uma pessoa?

–Quem é? – Heloisa se intrometeu. Era incrível como essas meninas sempre estavam juntas.

–Onde vocês estão?

–Na casa da Mayara, a gente vai dormir aqui. – Bianca explicou.

– Ah, entendi.

– Tá, e agora, quem é que você quer levar para a viajem? – Mayara perguntou ansiosa.

– É o Jacob, meninas.

Ouvi uma risadinha atrás do telefone. Fiquei sem graça.

– Tá, mas você vai? – perguntou Mayara.

– Acho que vou. Ainda nem falei com meus pais. Agora eu tenho que desligar o celular. O Jake está aqui.

– Ah, a gente pode falar com ele?

– Por quê? Ele é tímido. – dei uma desculpa, elas iriam encher o menino de pergunta.

– É mãe. – esqueci de que eu era como a mãe da Mayara. A gente tinha uma ligação enorme que inventava uma família como se estivéssemos no primário. Eu era mãe da Heloisa, da Patricia e da Mayara. Era irmã da Bianca, e a Yara ( ou Nena) era minha irmã siamesa. Ela inventou isso um dia que disse que ficaria grudada comigo para sempre. – Você tem que apresentar ele para nós, porque ele é nosso pai.

Jake engasgou com a própria saliva. Ele ficou envergonhado. Ele me olhou, pedindo uma explicação.

– É que a gente meio que brincava lá.

– Que coisa de louco. Ou melhor, de loucas. – Ri com ele, depois voltei a falar no telefone.

– Ele é meu cunhado. – falou Bianca. Estava uma discussão atrás da linha delas.

– Ele é nosso pai.

– MENINAS... – gritei. – Já chegam né? Vocês irão falar com ele na viagem. E pronto. Agora tenho que ir. Boa noite.

– Boa noite. – elas falaram juntas, formando um coral perfeito, e esplendido.

Desligamos. Ele me olhou.

– Desculpe-me pelas loucuras dela.

– Tudo bem, mas quem são os meninos de quem elas falaram num dia ai? – ele estava com ciúmes. Eu lembro que ele ouviu, mas nada perguntou.

– Nossa como você fica fofo com ciúmes. – falei fazendo biquinho e beijando sua bochecha. – Eles são meus amigos. O Matheus é meu melhor amigo, um dos Gustavos eu já fiquei, e o outro eu não gosto muito, na verdade não gosto demais.

– Como eles são?

– São lega... – ele não deixou terminar.

– Você entendeu. Eles são bonitos?

– Não tanto quanto você. – falei beijando-o.

Alguém bateu na porta. Me afastei de Jake, e entrei em pânico. A porta foi se abrindo lentamente.

– Eu sei que ele está ai. – disse meu pai, enquanto adentrava o quarto.

– E por que não veio e brigo comigo e com ele? – perguntei desconfiada.

– Porque eu e seu pai, conversamos e nos perdoe por tudo. É claro que ele te ama, e não posso separar vocês dois. – falou minha mãe enquanto adentrava o quarto, e ia para o lado de meu pai que já estava de frente para a cama.

– Serio? – falei enquanto arregalava os olhos. – Obrigada, Obrigada Obriga! – falei me levantando da cama e abraçando eles, depois voltei e beijei Jacob fortemente.

– Mas sem cenas desse tipo na nossa frente, por favor. – papai implorou. Ri da cara dele.

–Agora... Posso pedir algo... Que me fará mega feliz?

– Ela quer viajar com as amigas para a Florida. – Edward explicou para minha mãe.

– Podemos ir junto, quero dizer, podemos visitar minha mãe. – falou Bella olhando meu pai.

– Não mãe. Quero uma viagem minha e das meninas, pode?

– É claro, depois a gente visita. – ela aceitou.

– E meu amor, seu pai só te vê porque ele sabe sobre Jacob, e já falou que você estava diferente e ele sabe aceitar a explicação “Só o necessário” – ele imitou a voz de minha mãe – mas sua mãe te encheria de perguntas.

– É verdade. Então vá, se um dia vê-la minta.

– Não precisará, ela pode falar que é nossa filha. Mas lembre de que você foi adotada.

– E o Jacob pode... ir comigo?

– Sem adulto? Claro... – sorri – que não.

– Mas pai, vai ter minhas amigas. – tentei.

– E suas amigas, vão segurar seus hormônios? – ele estava sendo irônico?

– Como assim? Pai, por favor! – implorei. – A gente vai curtir a Florida, vou ver minha avó, ou melhor, conhecer. Irei às compras. Por favor...

– Bella, você que sabe. – ele olhou para mamãe.

– Irei deixar, mas se lembre, que atos geram consequências, e se fizer besteira terá que arcar com as consequências que ela irão trazer. – me envergonhei, o que ela estava falando?

– Mãe, não sei do que fala, e nem quero saber. Então eu posso?

– Sim. Quando? – agora era papai que falava.

– Daqui dois meses.

– Vá dormir, precisa caçar amanhã, para não ter sede, e precisa de compras. – falou mamãe enquanto me dava um beijo de boa noite.

– Que isso, está parecendo tia Alice? – falei espantada.

– Era isso que ela diria.

Rimos. Ela saiu do quarto, me deixando com Jake.

– Eles deixaram? – perguntei surpresa.

– É, mas você nem perguntou se eu queria ir.

– Desculpa amor. Você quer ir viajar comigo?

– Claro, né?!

– Te amo!

– Te amo, minha mostrinha.

Nos beijamos.

– Tenho que tomar banho. – parei nosso beijo.

– Eu também.

– Vai você primeiro. – eu estava ofegante.

– Minha intenção era outra. – ele abriu um sorriso malicioso.

– Eu também queria, mas não podemos.

– Podemos sim. Vamos vai?

– Jake... Para por favor... – eu implorei.

– Ness... – ele começou a me beijar de novo.

– Pare. – falei entre os beijos.

– Não.

– Você é impossível... Lobinho. – sai correndo até o banheiro, me tranquei.

Ele começou a bater na porta com força, achei que derrubaria a porta. Comecei a tirar a roupa, quando ele parou, eu estava apenas de roupas intimas. Ele abriu a porta. Dei um pulo de susto.

– Como você conseguiu? – falei ofegante.

Ele estava de boca aberta. Me olhava de cima a baixo. Com os olhos arregalados. Me toquei. Peguei imediatamente uma toalha, e me cobri.

– Desculpa, achei que ainda estava de roupa. – ele se envergonhou.

– Não a culpa na verdade é minha. Quer dizer, esqueço que tem vampiros e lobisomens aqui em casa.

– Tem um belo corpo. – corei. Abaixei a cabeça deixando os cabelos com cachos cai na frente do rosto.