‒ Pegue ela ‒ ele mandou.

Jake saiu correndo, me deixando cair no chão, ele foi pra cima de Aro.

‒ Não ‒ ouvi meu pai gritar.

Todos correram em direção aos Volturi, mas de repente, começou a sair pessoas detrás das árvores correndo em direção a minha família. Eu continuava no chão, desde que Jacob saiu correndo e me derrubou. Eu olhava a cena com medo. Tudo isso estava acontecendo por conta de mim. Eu era a culpada. Se eu não tivesse nascido... Minha família não estaria prestes a morrer, assim como os lobos. Jacob estaria de paz, realmente, com Sam e a matilha. Uma das Denali, Irina, não teria morrido. Mamãe não teria virado vampira do nada. Jake não estaria preso a uma híbrida, filho de seus inimigos. Nada disso teria acontecido. Tenho que achar um jeito... Pensa Renesmee, pensa.

‒ Parem! ‒ gritei. Não sei como todos pararam. Tirei todas as minhas forças para este grito. E pelo jeito funcionou.

Andei até Aro que estava frente-a-frente com vovô Carlisle. Olhei para ele com medo. Ele me olhava ansioso. Estiquei minha mão até seu rosto, e, por meio de meu poder, falei:

Não machuca minha família. Eles são importantes para mim. Aro, sinto muito se algo aconteceu em seu passado para você ser assim. Mas veja o que acontece aqui. O que acontece de diferente de onde você é. De onde diz ser seu lar. Aqui tem amor. Se continuar com isso, alguns até podem morrer, mas vocês também morrerão. A diferença é que a gente morrerá sabendo que morremos por amor. E vocês morrerão por conta da ambição. Se você continuar vivo, e muitas pessoas morrerem, pessoas inocentes, pode ter certeza que outras se virarão contra você por raiva. Você fez pessoas inocentes morrerem. É isso que rodará o pensamento de todos que perderam alguém querido. Não se deixe levar pela ambição. Você nunca me terá. Porque se alguém querido meu morrer, eu morrerei junto.

‒ Por favor ‒ falei quando terminei.

Olhei para seu rosto. Ele estava chocado. Isso era bom sinal.

‒ Não vencemos a guerra ‒ ele disse alto e claro para todos. ‒, mas perdemos a luta hoje. Vamos todos voltar. Precisamos esperar pra guerra, e nos preparar!

Quando todos estavam saindo, não aguentei, e num golpe com o pé, tirei a cabeça de Aro. Todos olharam chocados, por um tempo que me pareceu a eternidade mas sei que fora apenas um milésimo de segundo. Logo todos estavam agitados, uns correndo, fugindo de minha família e de mim. Outros, Jane, Alec, os da guarda, se revoltaram e saíram correndo em minha direção ‒ todos juntos. Me desesperei e procurei rapidamente por Jacob que vinha correndo em minha direção. Senti uma pontada no ventre e do nada apaguei.

Quando abri os olhos, estava na neve da clareira. Olhei em volta ‒ mesmo com a visão embaçada ‒ e não vi nenhum Volturi. Só havia minha família. Jake chorava sobre mim e dizia repetidas vezes:

‒ Você vai ficar bem anjo. Mantenha os olhos abertos. Se concentre no coração batendo. ‒ eu tentava, a todo custo, fazer isso que ele mandava.

Notei que estava rodeada de manchas de sangue pela neve. A dor no meu ventre estava mais forte. Eu gritava!

‒ Ai!

E gritava mais, e mais, alto. Gritava para todos ouvirem. Gritava tanto que me causava agonia. Acho que o Brasil ouviu meus gritos.

‒ Salvem meus bebês. ‒ eu só pensava isso.

Meu avô foi para minha frente com uma faca. Olhei assustada para ele, com os olhos arregalados.

‒ Não dá tempo de o calmante fazer efeito ‒ ele disse com os dentes cerrados para meu pai.

‒ Espere mais! ‒ meu pai mandou, devolvendo com os dentes cerrados também.

‒ Edward não dá ‒ meu vô disse calmo.

‒ Ela vai morrer ‒ completou vovó.

‒ Não a deixem morrer! ‒ Jake gritou.

‒ Tirem meu bebê ‒ eu mandei.

Vovô enfiou a faca na minha barriga, arrastando-a, fazendo um corte. Eu sentia minha pele pegando fogo. A dor era imensa. Quando ele terminou de rasgar soltei um suspiro aliviado, porém a dor continuava. Logo, sem eu a menos ver os outros procedimentos, ouvi um choro. Olhei para frente e lá vi um bebê, cheio de sangue.

‒ Menina ‒ ele avisou.

Tia Rose foi até ele e pegou meu bebê. Ela estava com uma cobertinha branca, mas que dava pra esquentar minha filha. Sorri ao pensar isso. Minha filha. Vovô fez novamente algo e tirou mais um. Nossa, quantos!

‒ Mais uma menina ‒ vovô disse orgulhoso.

Essa mamãe foi e pegou, fazendo o mesmo que tia Rose com o pano. Olhei em volta e não vi tio Emmet, tio Jasper e nem tia Alice. Estava apenas vovó, vovô, Jake, meus pais, e tia Rose. Eles sabiam que eu ia dar a luz, aqui e agora.

Vovô repetiu o ritual e tirou mais um.

‒ Um menino Renesmee. ‒ o primeiro menino. Me senti emocionada. Senti uma lágrima solitária cair. Nem notei quando meu avô fez o mesmo e tirou mais um.

‒ Esse é o último. É um menino. ‒ ele disse. Dei um sorriso enorme. Meus filhos. Meus filhos nasceram.

Vovó foi até meu vô e pegou meu filho com cuidado. Procurei o primeiro menino e vi que estava com meu pai. Ele estava com cara de bobo.

‒ Eu os quero ‒ pedi desesperada para Jake. Ele estava com um sorriso maior que o meu todo cheio de orgulho.

‒ Vamos levar a todos para casa, inclusive você dona Renesmee. Lá você os vê. Precisamos saber o que eles são. Qual a dieta deles. Tudo! ‒ meu pai explicou calmo. ‒ Precisamos fazer exames em você, pra ver se você está bem. E te dar sangue humano. Você está muito fraca.

‒ O que aconteceu? Os Volturi? Cadê? ‒ perguntei ansiosa e agitada.

‒ Matamos a todos. Só sobrou Jane. Ela está na casa com sua tia Alice. Ela está triste pela perda do irmão, Alec. Ela está confusa.

‒ Temos que mata-la ‒ disse rapidamente.

‒ Não Renesmee. Ela é inocente. Vamos para casa e conversamos.

Jake me pegou no colo. Abracei seu pescoço e enfiei minha cabeça no vão de seu pescoço. Minha respiração naquela região fez os pelos de sua nuca arrepiarem. Dei um sorrisinho malicioso. O senti sorrindo também. Ele começou a caminhar, lentamente. Todos foram muito rápido, com suas velocidades vampiresca.

‒ Vamos rápido Jake. Quero ver meus filhos ‒ pedi animada.

‒ Eles ainda vão fazer os exames. Vamos com calma. ‒ ele pausou. ‒ Não é bom.

‒ O que? ‒ perguntei rindo da cara que ele fez.

‒ Poder falar: nossos filhos.

‒ É a melhor sensação do mundo. Obrigada Jake. Você me deu as coisas mais lindas da minha vida.

‒ Nem os viu ‒ ele rebateu.

‒ Mas sei que são lindos. Ainda mais se puxarem o pai.

‒ Como ficarão os nomes Renesmee?

‒ Não sei. Vamos vê-los e assim eu decido tá? ‒ ele concordou.

***

Quando chegamos em casa, ainda estavam fazendo exames nos meus filhos. Vovô mandou Jacob me levar até meu quarto e me deitar na cama. Mandou, também, ele me trocar, colocar uma camisola solta. Eu fiquei meio constrangida com uma piadinha maliciosa que tio Emmet contou.

Jake subiu, me deixou na cama, colocou minha camisola, curta, de seda, azul, me dando beijinhos no corpo, o que me causava arrepios. Ele se voltou e deitou ao meu lado. Minha família entrou pela porta trazendo meus bebês. Tia Rose me deu uma das meninas, e um dos meninos. Minha mãe fez o mesmo com o Jake ‒ uma das meninas e um dos meninos. Olhei a menina que estava no meu colo. Sua pele era clara, seus olhos chocolates, seus traços eram perfeitos, ela puxou de Jake, seus cabelos eram lisos e cor cobres como de meu pai. Sorri.

‒ Você vai ser a minha Marie ‒ disse orgulhosa. Jake sorriu concordando. E mamãe, que não sabia dessa surpresa, sorriu emocionada. Se pudesse estaria chorando.

Olhei para o menino em meu colo. Ele tinha os traços de Jake, os olhos de Jake, até a boca ele tinha puxado de Jake, apenas tinha puxado de mim a cor da pele e do cabelo.

‒ Você vai ser... Hum ‒ pensei. Fiquei confusa. Havia escolhido Marie para a menina porque ela tinha cabelo do meu pai, e minha mãe é apaixonada pelo cabelo de meu pai. Mas e esse menininho. Ele pode ser o Peter. Olhei para o outro menino, que se encontrava no colo de Jake. Ele tinha a pele morena como a de Jake. Os olhos ele puxou de mim, assim como a boca e nariz. Seus cabelos eram da mesma cor que os do Jake. Como ele era mais moreno que esse que estava em meu colo, colocaria de Peter. Anthony seria o que estava no meu colo, já que esse nome veio de meu pai, e meu pai tem a pele mais clara, bem mais clara! ‒ Esse aqui é o Anthony. ‒ meu pai sorriu emocionado. Ele sabia em tudo que eu estava pensando, já que é um leitor de mente. Ele sibilou um “obrigada” e eu, em resposta, sorri.

‒ E esses meu amor? ‒ Jake perguntou olhando os que estavam em seu colos.

‒ Esse menininho será o Peter. E essa menininha aqui ‒ olhei para a menina delicada de pele morena como a de Jacob, de olhos escuros como os de Jake, de cabelo igual ao meu e traços como o meu. ‒ é a Melanie. Nossa Mel ‒ sorri orgulhosa.

‒ Bem vindos ao mundo Melanie, Peter, Anthony e Marie ‒ vovó disse docemente. Abri um sorriso, mas logo depois apaguei. Senti o escuro me abatendo.