P.O.V Christian

            Eu estou estranho, ontem pouco antes de voltar para casa sentia um aperto no coração...uma saudade, aí quando eu cheguei em casa e vi Ana, eu fiquei radiante imediatamente, veio uma felicidade inexplicável  dentro de mim, como se eu não tivesse mais que me preocupar com nada no mundo, só ficar olhando para o sorriso de Ana,  que havia se formado quando ela me viu entrar, me senti hipnotizado, só que descobri que Frank havia sofrido um acidente, mas por incrível que pareça eu só conseguia olhar para a Ana, então deixei ela falando sozinha e fui para o meu quarto, estava muito confuso, aliás, ainda estou, que tipo de sentimento é esse?! Eu me sinto tão vulnerável...

P.O.V Ana

            Agora pouco Maria me ligou avisando de Frank recebera alta do hospital, me perguntou se eu não queria ir até lá e voltar com eles, mas achei melhor ficar em casa, está fazendo muito frio, e convenhamos que não é legal sair na rua com o termômetro marcando 0 graus as 7 da manhã, então fui até o apartamento de Maria e arrumei ele todo, pendurei um cartaz de boas vindas e colei algumas tiras de papel crepom nas paredes, e me sentei no sofá para esperar eles chegarem, fiquei pensando, daqui para frente algumas coisas vão ser difíceis para o Frank, ele vai ter que andar de cadeira de rodas, desde pequena é meu sonho andar em uma, mas só de pensar que eu não poderia andar por quase 2 meses me agonio toda.

...

            - Ana! – gritaram Frank e Maria felizes da vida

            - Bem vindo de volta Frank!

            - Legal, só o Frank que ganha oi, muito amiga você – riu Maria

            - Oi pra você Maria! – ri

            - Nossa fez um cartaz e tudo hein! – disse Frank impressionado

            - É que certas pessoas – apontei para a Maria – me acordaram as 7 da manhã né, aí eu não tinha nada para fazer então decidi decorar um pouco o apartamento – respondi

            Conversamos um pouco, e resolvi voltar para casa, deixar o Frank se adaptar a sua condição de cadeirante temporário, assim que entrei em casa percebi que Chris me encarava como quem queria achar uma resposta em mim, achei estranho, fiz uma careta e fui para o meu quarto, precisava dar um jeito nele, era roupa jogada aqui, papéis rabiscados ali, estava uma verdadeira bagunça, então já que eu teria que começar a arrumar tudo coloquei o There Is Nothing Left To Lose  do Foo Fighters para tocar e comecei a recolher todas as coisas do chão , arrumei a cama, o armário, a escrivaninha, quando vi já era quase meio-dia.

            Fiz strogonoff, uma das poucas coisas que eu sei quando se trata de culinária, enquanto eu e Christian comíamos em silêncio, percebi que desde que eu havia chegado nunca tinha visto o quarto do meu pai e da Grace, então resolvi perguntar:

            - Chris, porque o quarto do meu pai e da Grace está com a porta fechada desde que eu cheguei?

            - Não entre lá, não me pergunte mais sobre isso, talvez um dia eu conto, mas apenas fique longe dele, NÃO OUSE ABRI-LO OK? – respondeu Christian, com uma cara estranha

            - Ok então...

            Resolvi ficar longe do quarto, Chris parecia bem sério, mas o que poderia ter demais em um quarto? Bom, quando ele sair eu abro, agora ele me deixou curiosa, mas não vou fazer isso enquanto ele estiver em casa. Passei o resto do dia com Maria, só jogando conversa fora, Frank tinha ido para a faculdade, ele vai se formar daqui um mês, eu acho, talvez um pouco mais, Maria estava um tanto preocupada pois não sabia se ele iria ficar em Londres ou voltariam para Liverpool, afinal Frank veio para Londres estudar, e agora que acabou ela está insegura quanto a seu futuro. Não fiz nada de mais o dia todo, apenas voltei para casa e fiquei refletindo sobre o que Chris disse sobre o quarto, sobre quando eu voltar para L.A...