Acordei cedo, 8:00 da manhã, me levanto e vou até a cozinha ver se Chris já está acordado, encontro as luzes apagadas, ele ainda não havia levantado, também quem acordaria a esse horário em plenas férias?! Só eu mesmo, porque vou na livraria com a Maria e seu irmão Frank. Então fui tomar um banho pra acordar, vesti uma blusa do Red Hot Chili Peppers e uma calça skinny.

...

            - Ana! Anda logo! – grita Maria me apressando

            - Estou indo calma! Tenho que terminar esse bilhete pro Christian, senão ele vai levantar, não vai me ver e vai ficar maluco! – comecei a rir

            Finalmente consegui terminar o tal bilhete, passei pela porta, trancando a mesma, e avistei Frank, MEU DEUS QUE CARA LINDO! Cabelos negros como a noite, olhos verdes claros, parece até de mentira, algumas tatuagens nos braços, simplesmente l-i-n-d-o ! Eu devo ter ficado com aquela cara de cachorro de padaria, eu estava imersa em pura beleza por dentro, mas ele tem 21 anos, e eu 14, mas pera aí...eu estou realmente gostando do irmão da Maria?! Ana, esqueça isso e tire essa olhar boba da cara!

            Como o dia havia amanhecido chuvoso, fomos de carro, passei o caminho inteiro ouvindo a Maria falar, mas entrava por um ouvido e saía pelo outro, pois eu só consegui prestar atenção naquele Deus Grego dirigindo, ás vezes ele sorria, pois ao contrário de mim, devia estar ouvindo o que a Maria falava, um sorriso tão delicado e doce...e ah Ana pare com isso! Daqui 3 meses você vai embora e vai se obrigada a esquecer tudo isso! Só de lembrar que eu não vou ver mais a Maria, me dá uma tristeza, ela é uma das pessoas mais legais que eu conheci, ela sabe como eu me sinto e não me julga pela minha aparência, ou estilo, ou hábitos estranhos, acabei soltando um riso abafado.

            - Ana você está me ouvindo?! – perguntou Maria um pouco irritada

            - Desculpa, estava pensando em como está minha mãe sozinha lá em L.A – menti descaradamente, afinal não poderia dizer “desculpa, estava vendo o quão lindo e maravilhoso é o seu irmão”

            - Então vou repetir: nós vamos passar na casa da minha cunhada Adrienne ok?

            Merda. Ele tem namorada...mas é lógico que tem, um homem bonito desse não deve ficar solteiro muito tempo. Fiz que sim com a cabeça para a Maria, e me dei conta de que estávamos quase chegando.

...

Saímos da livraria, Frank tinha pegado um livro qualquer pra faculdade, e eu e Maria só olhamos os livros, fomos rumo á casa da tal “Adrienne”, não era muito longe, pra falar a verdade chegamos bem rápido até a casa dela.

            Frank disse que iria demorar um pouco, ele tem que terminar um trabalho com ela, então ele aconselhou que descêssemos do carro, entrássemos na casa dela.

*ding dong*

            - Oi amor, oi Maria, e oi... – Adrienne abriu a porta e logo notou minha presença

            - Essa é a Ana, amiga da minha irmã – respondeu Frank

            - Oi Ana, eu sou a Adrienne, namorada do Frank, mas me chame de Addie

            -Oi Addie, prazer em conhece-la – na verdade prazer nenhum né, mas afinal eu tinha que ser um pouco educada e simpática

            Nisso, Addie nos convidou para entrar, era uma casa bem grande e bonita, aparentemente ela mora sozinha, e acho que deve ser uns 3 anos mais velha que o Frank, mas por algum motivo achei ela uma pessoa legal e amável, eu e Maria sentamos no sofá, enquanto Frank avisava que iria para o escritório com Addie, no andar de cima finalizar o trabalho. Passamos umas 3 horas conversando e vendo TV, quando finalmente eles descem

            - E aí meninas, demoramos um pouco mas terminamos...que horas são? – indaga Frank

            - Meio-dia e meio! Ficamos aqui 3 horas inteiras! – respondeu Maria um pouco irritada

            - Desculpem meninas, mas tivemos que refazer boa parte do que já estava pronto, que tal todos sairmos pra almoçar? – sugeriu Addie

            Maria e eu concordamos com a cabeça, saímos e fomos até um restaurante ali perto, comemos, jogamos conversa fora, me perguntaram várias coisas sobre a Califórnia e os ares americanos, também perguntei pra eles sobre a Inglaterra, Londres, Liverpool...acho que devia ser umas 14:00 horas quando resolvemos voltar pra casa.

...

            Já no prédio me despedi de Maria e do “sir sedutor de menininhas” vulgo Frank, e entrei finalmente em casa.

P.O.V Christian

            Acordei tarde, 10:00 horas, o dia já começou estranho, não sou de acordar essas horas, fui até a sala com a intenção de achar Ana, mas ela não estava lá, não estava na cozinha, não estava no quarto, foi aí que eu comecei a me desesperar, comecei a andar pela casa a passos curtos e apressados, fiquei imaginando hipóteses horríveis, fiquei com medo de ela que tivesse fugido, fiquei com medo de ela ter sido sequestrada, fique com medo de perde-la...aí achei um pequeno bilhete na mesa de centro com os seguintes dizeres

            “ Chris, fui até a livraria com a Maria e o irmão dela, volto logo”

            Me acalmei, tomei banho, tomei café, e esperei, esperei, esperei mais um pouco e comecei a entrar em pânico novamente, já são 12:37 e ela ainda não voltou. Resolvi almoçar sozinho, apesar do medo ter levado minha fome sem deixar rastros, enquanto estava comendo me dei conta de que meus pensamentos sobre a menina estranha que eu conheci 3 dias atrás haviam mudado um pouco, especialmente durante seu sumiço, afinal por que eu estou com medo de não vê-la nunca mais? Por que eu estou tão preocupado com ela? Não sei responder a essas perguntas e isso me assusta um pouco, mas deve ser só a pressão de ter que me virar sozinho com uma “mini – encrenqueira- de-cabelos-coloridos”. Resolvi assistir TV para me distrair, mas não consigo tirar os olhos do relógio, quase 2:00 da tarde e nem sinal da Ana, até que a campainha toca.

P.O.V Ana

            - Hey Christian! – falei vendo ele com um olhar nervoso

            - Como você desaparece desse jeito?! Eu quase tive um ataque cardíaco, por pouco não liguei para a polícia! – ele estava realmente nervoso

            - Calma, eu só fui na livraria, só que o Frank tinha que terminar de fazer um trabalho, então fomos na casa da namorada dele, Addie – expliquei

            - É mas podia ter me ligado né! Você podia ter sido sequestrada, estuprada, abduzida, sei – lá, eu quase morri pensando no que podia ter acontecido! – gritou alterado

            - Você não é meu pai! você nem se quer é algo meu! Não te devo satisfações da minha vida, eu faço o que eu quero! – gritei

            - Ah vai ser assim então? Ótimo. Você faz o que você quer, se você morrer, eu não vou estar nem aí. – falou convencido

            Me virei drasticamente e fui em direção ao meu quarto, sabia exatamente o que fazer, peguei meu CD, Nimrod do Green Day, e coloquei a música Platypus a todo volume, ela tem um refrão que retrata exatamente o que eu estava sentindo:

Ninguém vai com a sua cara, e você sabe disso

E não finja que você gosta disso ou não liga

Porque agora eu não vou mentir ou dizer todas as coisas que você gostaria de ouvir

Porque eu te odeio (x4)

Dickhead, fuckface
Cock smoking, mother fucking asshole
Dirty twat, waste of semen
I hope you die*

            Deixei a música tocando, e deitei na cama pra tentar esvaziar a cabeça, conforme o CD foi tocando,fui ficando com sono e acabei adormecendo.

 ...

            Acordei, já estava quase escurecendo, levantei, olhei para a sala, Christian estava lendo para variar, aquela cena me fez lembrar da briga que tivemos mais cedo, e voltei a ficar com raiva, fui para o banheiro tomar um banho. Já de pijamas voltei para meu quarto e decidi pegar meu notebook e checar meu Facebook, fiquei na internet até tarde, como foi um dia cansativo decidi ir dormir novamente.

*não traduzi essa parte da música porque contém muitos palavrões, então se você quiser pode usar um tradutor.