Tudo Que Lourdes Viu E Tinha Vergonha De Contar escrita por Cíntia


Capítulo 1
Ùnico


Notas iniciais do capítulo

Laured- Laura e Edgar -Novela Lado a Lado ---Tudo que Lourdes viu e ouviu e tinha vergonha de contar



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Meu nome é Lourdes, há algum tempo comecei a trabalhar na casa do senhor Edgar Vieira. Ele me pareceu um homem bom, jovem e bonito. Um pouco triste e reservado, é verdade, mas aparentava ser um cavalheiro distinto.

O trabalho na casa era simples, como ele vivia sozinho, a bagunça não era muita. E na grande maioria das vezes só precisava fazer refeições para uma pessoa. De vez em quando, um amigo o visitava, a mãe ou a filha, sendo que essa, as vezes, também dormia na casa. Mas eram visitas ocasionais, e o serviço tranqüilo.

Um ou outro cliente aparecia, mas mal os via, a menos que ele me pedisse para levar um café.

Raras vezes, ele recebia mulheres, a não ser uma vez que uma moça vestida de preto almoçou com ele. E hummm.... logo no início, quando comecei a trabalhar, outra moça chamada Laura aparecia, e até dormia na casa, mas foi por pouco tempo e eles eram bem discretos.

Mas aí chegou o carnaval e as coisas mudaram completamente. A tal moça, Laura, reapareceu.

Sei que não deveria olhar, mas fui acordada pelo barulho. Não consegui distinguir o que eles conversavam, mas os via claramente.

Eles se beijavam, agarravam, se tocavam em partes íntimas, sem controle. A sala e o sofá era o local apropriado para fazer isso? Não sei, esses jovens faziam tais coisas lá como se fosse natural, enquanto se embebedavam com vinho.

Então eles subiram, mas mesmo assim não consegui dormir. Os barulhos vindo do quarto me impediam. E dentre risadas, suspiros, gritos, movimento de móveis e outros objetos. Só consegui pegar no sono de madrugada.

Mas pela manhã estava de pé. E mais uma vez escutei sons vindo do quarto, dentre risadas, gemidos e gritos. Esses jovens não param? Passaram a noite toda assim e continuam pela manhã? Hummm, as vezes, chego a ter inveja dessa juventude. Ahhh, esquece essa frase... por favor.

D. Laura foi embora, mas não ficou fora por muitas horas. Eu não pretendia ver mas foi difícil não assistir. Ambos passaram o resto do dia, beijando e se agarrando no sofá. Sem importar, com a campainha, ou comigo passando pela sala para atender a porta. Realmente não demonstravam qualquer vergonha ou constrangimento.

Depois de receberem uma visita acabaram saindo. E eu os escutei chegando mais tarde... Estavam carregando malas, as dela, aparentemente ela estava de mudança para a casa.

Aí eles começaram a se beijar e a agarrar de forma bem insinuante nos quatro cantos da residência. Era um fogo que não acabava, já haviam passado as ultimas horas juntos, mas parecia que a vontade deles só aumentava. Até nas escadas eles se agarraram antes de entrar no quarto.

E mais uma vez, barulhos reveladores chegaram em meus ouvidos: risadas, gemidos, suspiros, gritos, a cama se movendo e balançando, coisas caindo ao chão, e outros barulhos de objetos e móveis.

Passaram quase que a noite toda assim, continuando pela manhã e nos dias seguintes. Quase não saiam do quarto ou do banheiro, e das vezes que os vi pela casa, em sua grande maioria estavam se agarrando com muita energia. Nada parecia acabar com a “fome” deles.

Estava ficando confusa em relação ao dr. Edgar. Ele não me parecia mais tão distinto e discreto. E quem era aquela D. Laura? Cheguei a pensar que fosse uma meretriz, mas apesar das últimas coisas que vira e escutara dela. Ela não me parecia vulgar, pelo menos nas situações normais.

Seria ela a esposa dele? Dr. Edgar usava aliança, mas ela não, eu nunca vira a esposa dele, e isso me deixava confusa. Mas se ela não usava aliança, não devia ser.

Seria uma amante? Uma mulher como D. Laura se sujeitaria a ser amante, mesmo de um homem tão bonito e gentil como o Dr.? Apesar de tudo, ela me parecia fina, gentil e bem criada, mas poderia ter sido seduzida por ele. E ele a levaria para morar em sua casa assim, sem se preocupar com a sociedade?

Os dois pareciam viver em um incêndio constante, mas ao mesmo tempo conseguiam ser doces e carinhosos entre si. Ele colhia e levava flores de alecrim para o quarto. Sempre conversando, sorrindo, brincando e se agarrando. E aquela tristeza do seu Edgar, havia ido embora. Aliás, ambos pareciam bem felizes.

Eu não conseguia entender o que acontecia entre eles. Mas havia uma pessoa que talvez pudesse me esclarecer. Matilde, a minha amiga que trabalhara com Dr. Edgar antes e me indicou para esse emprego. Decidi procurá-la agora após o carnaval, tenho certeza que pelo menos alguma coisa ela deveria saber.


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