Seus olhos. Tudo é sobre os seus olhos. Eles me hipnotizam, eles me fazem acreditar em uma verdade que existe apenas em meus sonhos, sonhos esses que não admito que tenho. Seus olhos. O âmbar deles me fascina. O âmbar deles já me enganou. O âmbar deles quase me fez morrer. Seus olhos. Lembro como se fosse hoje do jeito assustado como eles me encararam quando quase te deixei morrer. Quando salvei sua vida porque era o certo a se fazer (ou seria por fraqueza, pois sabia que, mesmo sendo meu inimigo, é bom saber que você está são e salvo?).

Seus olhos. Os mesmos olhos da víbora que matou meus pais. Da víbora que tentou me matar diversas vezes. Da víbora a qual você chama de mãe. Seus olhos. Os mesmos olhos que me encararam semanas atrás enquanto sua boca pronunciava "adorável" a poucos centímetros de distância da minha. Lábios esses que, ao roçar nos meus, deram-me um pouco de esperança. Esperança essa que se esvaiu completamente quando você me deixou naquela caverna para morrer. Tudo porque confiei em seus olhos.