Winter Storms escrita por Jor Di Macelli


Capítulo 2
The Onset of Madness




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2011

Belfast - Maine


Sou uma garota de 17 anos, meu nome é Charlotte Armaros, estou terminando o ensino médio. Meu cabelo é comprido e loiro médio, meus olhos são pretos, tenho 1.70 de altura, tenho o humor um pouco negro, sarcástica ao extremo, enfim isso é um pouco de mim.

Agora pretendo lhes contar uma historia um pouco sinistra, mas não sei exatamente se o final vai ser feliz.

Leiam e descubram.

O zunido do despertador tocou me despertando do pesado sono, o desliguei querendo mais cinco minutos, mas já podia escutar minha mãe me chamando.

Então resolvi levantar e me aprontar para a maldita prisão, – a melhor escola particular de Belfast, Santa Quitéria - a qual eu estava condenada, mesmo que fosse por apenas mais alguns meses, junto com aqueles bandos de adolescentes mimados que pensam que a vida se resume em quem gasta mais, sendo totalmente materialistas e supérfluos.

Para os garotos tudo se resume em três coisas: carros, bebidas e mulheres gostosas cheias de silicone por todo o corpo sendo que praticamente nada é real ou verdadeiro. Para as garotas tudo também se resume em três coisas: ser popular, ou seja, ter um monte de garotos aos seus pés, ter cartão de créditos ilimitados e passar os dias em salões de beleza.

É realmente uma tortura ter que conviver com aqueles supérfluos, ainda bem que existe o Anthony, o único amigo verdadeiro, o único que não é como os outros, ele é bolsista então não é milionário, nem fútil como os outros. Eu o adoro, ele é meu confidente, nós somos melhores amigos e sinceramente ele me entende melhor do que as amigas que já tive, ele é meu irmão de coração. Ele é alto, cabelos escuros e encaracolados, olhos verdes, de pele clara, mas não pálido. Além de ser bonito e forte por causa do futebol, o que eu não ligo muito, ele é super engraçado, compreensivo, meigo, inteligente e sempre esta presente quando eu preciso.

...

Levantei da cama e fui tomar um banho, deixei a água quente escorrer pelo meu corpo até que se formou uma nuvem de vapor, meu corpo acordou de verdade e eu desliguei o chuveiro.

Em frente ao meu closet vesti o uniforme típico de escolas particulares como a minha, camisa branca, saia quadriculada nos tons de vermelho, azul marinho e cinza, gravata vermelha a qual eu me recusava a usar às vezes, como hoje por exemplo. Completei ao uniforme com uma meia calça branca até o joelho com um laçinho vermelho na ponta. Com um All Star de cano alto preto e um casaco preto por causa do frio que faz aqui em Maine hoje, por exemplo, estávamos em um dia que poderíamos chamar de quente, mesmo fazendo 15 graus.

Bem vocês devem estar achando que eu sou pobre e por isso tenho esse “preconceito” com gente rica. Na verdade meus pais são ricos, eu já sou outra historia. Vou admitir, gosto de fazer compras, mas as minhas roupas não têm que ser exatamente de grifes famosas ao contrario algumas são de brechós da cidade. Hoje é o primeiro dia de aula depois das férias de meio de ano. Tenho que aquentá-los por mais alguns malditos meses e depois iria passar em Harvard e cursar a faculdade de direito e então seria independente e sem nenhuma ajuda dos meus pais.

Depois quero viajar pelo mundo e conhecer lugares como o Egito, a Austrália, o Caribe entre outros países interessantes.

Bem meus pais acham que o fato de eu querer ser independente é bobeira da minha parte, mas eu realmente não acho que carros e lojas de roupas e sapatos vá me trazer felicidade ou responsabilidade. Eu recebo sim uma mesada, mas não é absurda, além disso, não deixo meus pais em darem nada desde os dez anos, eu compro todas as minhas roupas, sapatos, acessórios e tudo mais que preciso com ela. E o meu carro que comprei ano passado, foi com o dinheiro que junto desde pequena.

Bem agora tenho que ir tomar café da manha e ir dar carona para o Tony – é assim que chamo Anthony – e então irmos para a maldita escola.

Desci as escadas da nossa casa que não é gigante, pois minha mãe quis fazer uma coisa mais “aconchegante” como se diz ela, para não parecer tão vazia e austera. A casa é toda decorada no estilo renascentista um dos meus preferidos – um dos motivos para eu amar arte é que minha mãe é formada em artes e que me ensinava tudo desde pequena –.

A cozinha é toda revestida de pedra bege e a mesa com as seis cadeiras são da renascença, os utensílios são de ultima geração e o prata contrasta peculiarmente com o resto.

Robert, meu pai é um grande juiz e tem uma empresa de advocacia a Armaros Advocacy (AA), ele só tem tempo e paciência para aquela maldita empresa. Nossa relação nunca foi muito boa, ele é um machista que acha que o mundo ainda esta parado na idade média, que nós mulheres não devemos ter os mesmo direitos que eles, pois segundo a sua concepção nós mulheres somos seres inferiores aos homens. Francamente, por isso nós nunca temos uma conversa civilizada e eu já nem tento discutir com ele. Ele nunca me deu sequer um abraço ou um afago que seja, nunca escutei um “eu te amo”, nem nada parecido e ele adora me humilhar dizendo o quanto ele tem orgulho do filho enquanto eu só o faço ter desgostos, adora me jogar na cara que devia ter nascido um homem e não eu.

Enfim, Luise, minha mãe da aula em uma faculdade e trabalha de decoradora nas horas vagas como distração, é totalmente o oposto do meu pai, nós damos muito bem. Ela é carinhosa e sempre tenta amenizar as coisas entre eu e meu pai. Se bem que apesar de tudo ele realmente a ama.

Ambos estavam sentados a mesa tomando seus cafés da manha, mamãe lia sua revista sobre arte que recebia semanalmente, Laura - nossa governanta- acabava de preparar o café da manha.

Meu irmão, o preferido do papai, não estava presente, pois graças as minhas orações foi estudar em uma faculdade do outro lado do país, já que é dois anos mais velho que eu. Ele é exatamente igual ao meu pai, só é alguns anos mais novo que Robert.

“Bom dia!” disse acenando para todos.

Fui até o armário e peguei um saco de Doritos, me sentei à mesa em frente à mamãe. Tomei um copo de suco de laranja e comecei a comer meu salgadinho me deliciando com o sabor, mesmo com minha mãe me olhando feio por causa dos meus hábitos alimentares. Terminei meu café e subi para meu quarto.

Escovei os dentes e peguei minha mochila.

Buzinei a porta da pequena casa amarela de Anthony, logo os olhos verdes e adormecidos dele apareceram à porta. Ele caminhou vagarosamente pela calçada meio molhada. Estava com o seu habitual casaco de moletom cinza com uma parte da camisa aparecendo por baixo.

“Bom dia, – Disse Tony bocejando- esta ansiosa para voltar para o castelo encantado?”

“Nossa, você nem imagina o quanto. – minha voz carregada de sarcasmo- Estou louca para ver minha amigas, principalmente a Aryele.”

Dei um grande e caloroso abraço nele, percebendo que eu tinha sentido muito mais falta dele do que admitia.

Nós fomos o caminho toda para a escola dando risada, então me dei conta de como me fazia falta aquele som. Subimos a escada de pedra que ficava a frente da escola.

Nossas aulas são todas juntas, quero dizer, demos um jeito para que isso acontecesse. A primeira delas era com o professor Snoop que nos ensina música.

Ele é negro, de cabelos pretos e olhos castanhos brilhantes, não pode ter mais de 30 anos e é ótimo professor.

Entramos e nos sentamos nas costumeiras cadeiras no fundo da sala meio isolada dos “grupos de elite” da sala.

Sentados em baixo de uma arvore Tony e eu estávamos almoçando quando o momento foi estragado por Aryele chegando, junto com seu bando de seguidoras zumbis sem cérebro. Ela tinha personalizado todo o uniforme novamente, tinha tanta coisa rosa que nem parecia mais as mesmas peças, plumas e lantejoulas pulavam por todo o lado.

“Ta vendo o que da namorar com um perdedor, acaba em lugares como esse. - Disse a loira oxigenada a minha frente e carregando a voz de desprezo continuou. - Almoçando debaixo de uma arvore. Dividindo migalhas com as formigas.”

“Anthony não é um perdedor e eu gosto desse lugar exatamente por causa de estar bem longe de gente da sua laia. - Respondi já perdendo a paciência com ela. – Vocês me dão náuseas e esse seu senso de moda é tão ruim que daqui uns dias ele vai acabar levando alguém à morte. E se chamar Anthony de perdedor ou qualquer tipo de coisa do gênero de novo, eu não me responsabilizo pelos meus atos.”

Percebi que já estava de pé com as unhas cravadas nas palmas de minhas mãos que estavam em punhos. Anthony depois de ouvir minha ameaça estava ao meu lado pronto para me ajudar como sempre fazia.

“Nossa, mas o amor é cego mesmo. Eu não entendo o que vê nessa coisa que você trata como gente. Você tem status, seus pais são ricos e ainda sim você anda com esse tipo de gente - Aryele começou a chegar perto de mim enquanto continuava a falar. - Cuidado ele pode ter doenças viu, vivendo junto com ratos e esses tipos de animais, é perigoso chegar...

Ela nem teve tempo para acabar de falar, uma raiva insana tomou conta do meu corpo e eu não pude me controlar. Já estou agüentando essa garota mimada há alguns anos e minha paciência tinha acabado, alias me admirava muito ela ter durado tanto tempo, minha paciência era bastante curta.

Avancei sobre a loira, a derrubando com um soco. Escutei um barulho de algo quebrando quando minha mão acertou seu nariz, ela caiu e eu também. Agarrei tochas do seu cabelo e a fiz ficar de pé.

O nariz sangrava e parecia deformado. Fiz ela andar ainda segurando fortemente tochas loiras de seus cabelos, a pus de frente com Tony, que parecia atônito e me olhava com os olhos esbugalhados.

“Peça desculpa a ele agora.” Quase rosnei para Aryele.

Ela começou a choramingar se negando a se redimir diante de Tony. Puxei seu cabelo com mais força e ela pareceu entender que não estava de brincadeira.

“D-desculpa.” Ela disse com muito custo ainda choramingando.

“Agora vai embora antes que eu arranque o resto do seu cabelo ou quebra mais algum osso seu.” Disse soltando seu cabelo e a empurrando novamente de encontro ao chão. Suas amigas que passaram o episódio caladas e com os olhos mais esbugalhados que Anthony a ajudaram a se levantar. Quando já estava de pé ela se virou para mim a uma distancia segura com uma raiva fulminante nos olhos.

“Você quebrou meu nariz sua vaca, você me paga.” Disse a loira ensangüentada a minha frente.

“Buuu.” Disse avançando para ela e isso foi o bastante para ela se mandar correndo junto com o seu bando de desmioladas.

“Ecaaaaa tem cabelo oxigenado em minhas mãos que nojo, acho que vou vomitar.” Disse percebendo o tufo de cabelos em minhas mãos.

Tony começou a rir descontroladamente e eu me juntei a ele depois de tirar os cabelos de minhas mãos.

Nos sentamos novamente encostados a árvores sem forças de tanto rir. Mas no fundo algo me dizia que o que tinha acabado de acontecer não era normal, tudo bem que ela tinha merecido, mas por mais que minha paciência seja bastante curta eu nunca tinha perdido o controle como fiz agora. Algo em dizia que da próxima poderia ser que Aryele não saísse com vida dali.

Quando conseguimos parar de rir, o que demorou muito, pois Tony continuava a lembrar como tinha ficado a cara da loira oxigenada e eu não agüentava de tanto rir, voltamos para a sala de aula.


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Notas finais do capítulo

E ai, acham que da pro gasto? Bom se tiver ruim, pensem que vai melhorar porque o Alex nem apareceu ainda ;xx



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