Ame As Pessoas, Use As Coisas escrita por Lucas C
Ali naquele cômodo frio, estavam eu e Fernando encarando a televisão ligada. O noticiário reportava sobre a morte de um adolescente, este foi morto carbonizado por um raio que atingiu sua casa. Contudo, o mais impactante não era isso e sim o depoimento da melhor amiga da vítima. Ela falava entre choros:
- Eu passei na casa dele meia hora antes do acidente. Estava chamando-o para sair... Para irmos num shopping, comer algo, nos divertir... - ela soltou uma lufada de ar da boca, toma fôlego e continua:
- Ele não quis ir. Disse que ia ficar em casa com seus livros, filmes e jogos. Recusou minha companhia... Trocou-me por coisas - mais lágrimas brotaram de seus olhos - Deem valor às pessoas que vocês amam. Obrigado - a jovem saiu aos prantos para os braços de alguém
- Muito obrigada, Rosa. Quem vos fala é Sandra Passarinho. É com você, Patrícia - a repórter encerra e a televisão volta a retratar o estúdio e os âncoras estão horrorizados
- Estou horrorizado. Este realmente é um fato trágico... - a fala chegou a ser completada por que eu desliguei o aparelho.
Eu e Fernando continuamos em silêncio, um ao lado do outro no sofá, ambos olhando para o nada.
- Poderia ter acontecido comigo -balbuciei
- O que você disse, Celso?
- Poderia ter acontecido comigo. Fiz isso com você centenas de vezes. É um milagre que eu não tenha sido amaldiçoado - falei mais alto enquanto sentia os olhos marejarem
- Você acredita nisso? - ele perguntou me encarando com aquelas orbes verdes que chamava de olhos
- Nisso o quê?... Maldições? Talvez...
- Então por que Deus não te puniu?
Ficamos calados por um incômodo silêncio que parecia interminável, porém durou apenas dois minutos
- Acho que talvez... Ele esteja me dando uma segunda chance
- Chance pra quê?
- Prestar menos atenção nas coisas e me importar mais com as pessoas... Familiares... Amigos...
- Melhores amigos também? - ele indagou já tendo conhecimento da resposta
- E claro... Os melhores amigos...
Não consegui mais segurar as lágrimas, mesmo sendo um homem-feito. Enquanto gotas quentes rolavam por minha face, extingui a distância entre nós dois com um abraço apertado. Um abraço puro. Pura amizade
- Me perdoa por todos os meus defeitos ridículos?
- Se não te perdoasse, por que estaria aqui?
Um imenso sorriso apareceu nos nossos lábios e envergonhado enxuguei as lágrimas. E ele perguntou amistoso:
- E então, vamos sair?
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