Más Intenções - Litor escrita por Mari W


Capítulo 60
Capítulo 60 - Eu Nunca Disse Adeus




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/335490/chapter/60

Como esperado, Vitor não deu notícias diretamente ao pessoal do Rio. Sal dava recados à Fatinha de vez em quando, e assim um mês se passou. Lia e Fatinha se matricularam na faculdade e a piriguete acabou sendo presenteada com um carro, por seu pai.
Como primeiro passeio, Fatinha decidiu levar Lia de surpresa para Brasília, poucos dias antes de começarem as aulas, aproveitando para visitar Vitor e dar um apoio nessa hora tão difícil. Usando dos dados de cadastro que Vitor tinha deixado na clínica de Raquel, as duas conseguiram achar o hospital em Brasília no qual a mãe de Vitor estava.
Assim que chegaram na cidade, foram para o hospital. As duas dirigiram por horas na madrugada, chegando lá perto do meio dia. Subiram para o andar indicado, como visitantes e observaram pelo vidro a mulher abatida, deitada na cama de hospital, com Sal dormindo na poltrona ao lado de sua cama. As duas acordaram Sal silenciosamente, que não acreditava no que via. Aí que elas perceberam o quanto ele parecia cansado, com a barba por fazer, os olhos com olheiras e os cabelos mais crescidos. Ele abraçou forte as duas e chamou elas pra conversar fora do quarto.

- Vocês são doidas de virem aqui!
- A gente queria dar um apoio pra vocês. – Disse Fatinha.
- É ótimo isso. O Vitor logo vai vir, a gente tá revezando as noites aqui. Soube que passaram na Federal... Parabéns. – Disse ele, fazendo um esforço para sorrir. Quando Vitor surgiu no fim do corredor, ao longe, o coração de Lia acelerou. Ele só percebeu o que acontecia quando viu Lia correr em sua direção e o peso do mundo parecer cair de suas costas. A abraçou com força e deu um beijo demorado em sua boca.
- Você é doida. – Ele disse, abrindo um sorriso. Vitor estava com a barba mais crescida, igual a Sal, e a combinação com o cabelo desleixado o deixava ainda mais lindo.
- Eu tive que vir. Você não dá notícias. – Ela disse, batendo no ombro dele.
- Desculpa, Lia. Eu tô vivendo 24h pra minha mãe. Eu odeio distância e manter contato, você sabe disso.
- Eu sei, mas você devia pensar no meu lado.
- Eu penso nisso todo dia, meu amor. – Ele disse, a desarmando. – Eu penso em você todo dia. Mas eu não sei, isso é uma situação delicada.
- Tá... A gente conversa depois. Eu quero conhecer minha “sogrona”, pode ser?

Vitor e Lia esperaram, junto de Fatinha e Sal, que a mãe dos dois acordasse, coisa que demorou algumas horas.
Ela parecia muito abatida, mas mesmo assim animada em conhecer Lia, já que só ouvia Vitor falar nela. As duas se deram muito bem, já que Dona Julia, como Lia referenciava respeitosamente a sogra que mais parecia irmã mais velha de Vitor, curtia rock desde pequena, só não sabia tocar nenhum instrumento.
Vitor e Sal melhoraram muito com a visita de Lia e Fatinha, que ajudavam a cuidar da mãe dos dois como se fosse a mãe delas. Os dois ficavam admirados com o quanto as três se deram bem em tão pouco tempo.
As duas perceberam que pelo terceiro dia, não tinham mais condições de ficar em Brasília, muito menos naquele estado de hospital quase todo tempo, pra ajudar Sal a ir um pouco pra casa, já que Vitor fazia questão de continuar lá. Lia chamou Vitor para conversar na cafeteria do hospital, sabendo que teria que ir embora no dia seguinte por causa do começo das aulas. Os dois se sentaram e o clima de tensão começou. Vitor sabia do que se tratava.

- Vitor... Você sabe porque eu te chamei aqui.
- Sim, a gente tem que conversar.
- É... Eu preciso voltar pro Rio.
- Eu sei. Lia, eu não sei quando vou poder voltar, se é que eu vou poder. Eu tenho que ficar aqui o tempo todo com ela, ela tá piorando aos poucos e isso tá acabando comigo.
- Eu tô vendo, eu sei, tá bom? – Ela disse, passando a mão carinhosamente no rosto de Vitor. – Eu preciso de uma posição sua. Você vai continuar sem atender telefone, sem dar notícias... O que vai acontecer?
- Lia... Isso é uma situação tão inesperada, sabe. Eu achei que tava tudo perfeito pra gente.
- A gente não tem controle sobre essas coisas.
- Infelizmente. Lia eu... Eu não sei como dizer isso, mas... Eu não acredito em namoro a distância. Isso vai fazer a gente sofrer mais. – Lia tirou a mão de Vitor, se encolhendo na cadeira.
- Já sei onde isso vai parar.
- Meu amor, eu queria ficar com você. Mas eu tô de um jeito que você vai sair sempre machucada. Eu não tenho tempo aqui, eu tô estranho, sem paciência. Tudo mudou. Eu não quero te prender numa situação dessas.
- Vitor, isso quem escolhe sou eu.
- Você não quer isso também. Lia... – Vitor parou de falar, percebeu que não tinha muito a ser dito.
- Eu tô tentando não ter raiva de você porque eu já esperava isso. Mas é difícil. Porque eu não acredito em distância também. Ainda mais quando se trata da gente, que mal consegue ficar junto quando tá por perto. – Vitor a olhou com uma expressão triste. – É triste, né?
- O que? – Ele perguntou.
- A gente. – Ela pegou sua bolsa e saiu.


Lia implorou para Fatinha e ela pegarem a estrada e dormirem em algum hotel no meio do caminho. Fatinha acabou concordando depois que Lia explicou a situação toda, e elas se despediram de Sal, que apenas olhou para Lia como se compreendesse a situação toda e pedisse paciência.
No caminho da volta, Lia pegou o anel que Vitor havia a presenteado meses atrás e o escondeu no bolso.

Como as duas estudavam juntas e Ju havia se mudado para os Estados Unidos com Gil, elas acabaram se aproximando muito e marcando de irem juntas para a faculdade sempre.
Lia pensava em Vitor o tempo todo, e vice-versa, mas tentava encher sua cabeça com os estudos e o foco em conseguir uma vaga de estágio na redação de um jornal dos seus sonhos. Vitor assistia sua mãe ficar cada vez mais fraca e abatida pela doença, começando a precisar da ajuda dele e de Sal para caminhar.
Lia topava praticamente todo convite para sair e tentar se distrair, mas era Fatinha quem a ajudava nas horas em que queria chorar de saudade ou quebrar um telefone por vontade de ligar para Vitor. 
Um menino chamado Lucas havia se aproximado de Lia, era o mais aplicado de sua turma e era a cara de um dos One Direction, o que fazia a turma toda pegar no pé dele. Usava óculos e era o sonho de consumo de quase toda a garota de sua turma, e Lia era uma das que realmente não tinha nenhum interesse no garoto. E era exatamente nela que ele queria investir.
Em uma das saídas da aula, Fatinha passou pelo prédio de Lia no campus, depois de Lia se despedir de Lucas.

- Que gatinho, ein.
- É, todas as meninas pensam isso.
- Tá rolando algo?
- Ah, Fatinha... O garoto tentou me beijar em um dos grupos de estudo. Ele é monitor, sabia?
- Monitor... Você só arranja esses.
- É. - Disse Lia, a olhando torto.
- E porque não beija ele? Ele é gato, legal, inteligente... Pelo jeito.
- É... Pode ser.
- Você precisa sair dessa fossa, Lia. Dizem que só um novo amor pra apagar outro. Qual é o problema?
- O problema é que ele não é o Vitor.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Prometo muita coisa aqui mas acabo às vezes não conseguindo postar, mas aí vai... É última semana da fanfic e não postei ontem, mas tenho plano pra mais uns 5 caps, então não sei se vocês preferem que eu continue postando semana que vem o que falta ou se preferem tipo 2 caps em um dia, essa semana. Avisem! Beijos