Más Intenções - Litor escrita por Mari W


Capítulo 58
Capítulo 58 - Prepara




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Ao chegar no hotel com um ônibus do aeroporto, todos ficaram pasmos com a beleza do lugar. Ninguém do grupo estar acostumado a tanto frio, ainda mais naquele período em que a neve cercava todo metro quadrado possível. O hotel era composto de alguns prédios de três andares alinhados em cima de um pequeno morro, em um terreno enorme rodeado por árvores e... mais neve.  O colégio garantiu aos pais que botaria os meninos em prédios separados dos quartos das meninas, então Lia acabou ficando em um quarto com Fatinha e Ju, enquanto Vitor ficou com Orelha, Fera e Pilha em um quarto maior do que os outros.
A maioria dos professores foram junto, mas a responsabilidade com os alunos e atividades de recreação ficavam todas por conta de Robson, que decidiu chamar todos os alunos para encontrá-lo descendo o morro do hotel, perto de uma pequena floresta.
Robson propôs uma guerra de bolas de neve para iniciar bem a viagem (na qual, quando alguém fosse atingido, teria que sair), pedindo assim pra dois alunos serem voluntários e escolherem suas respectivas equipes. Depois que Kika foi a primeira a se pronunciar, Lia, sem pensar duas vezes, se ofereceu para escolher o outro grupo, dando um olhar de desafio para a primeira oponente.
Ganhando no par ou ímpar, Kika escolheu Vitor de primeira, fazendo Lia não conseguir disfarçar sua raiva pra ninguém. Fatinha, Ju, Gil, Fera ficaram no grupo de Lia também. Robson estabeleceu uma grande distância para poderem arremessar, sem machucar ninguém, mas lá pelo meio da guerra, já com vários fora dos dois grupos, Robson percebeu que de nada havia adiantado sua recomendação. Os dois grupos se aproximavam cada vez mais, devido às poucas pedras e árvores para se esconder. No fim, apenas Kika e Vitor sobraram um grupo e Lia com Fatinha no outro. Lia olhou para Fatinha, que entendeu que Vitor teria que sair daquela disputa interna. Fatinha conseguiu o acertar na bunda, fazendo toda a turma rir, enquanto Lia já pensava em como faria para acertar Kika, que tinha uma pontaria péssima. De repente, Lia e Fatinha tinham sumido da vista de Kika, que ao olhar pra trás, foi atingida por uma bola de neve jogada por Lia e logo em seguida outra, jogada com força por Fatinha, em seu rosto. O grupo vencedor comemorou muito, enquanto Kika reclamava da jogada de Fatinha.

- Isso não vale! Entrou neve no meu olho! Olha o que você fez, garota! – Disse Kika, confrontando Fatinha.
- Meu bem, como diria Clarice Lispector: “se não tá mais a vontade, sai por onde entrei”. Chora, perdedora!! – Fatinha foi comemorar com o grupo, ganhando um agradecimento de Lia.

Quando já anoitecia e a maioria do terceirão do Quadrante Rio se concentrava no lobby do hotel, um bilhete começou a circular, alertando os alunos de uma tentativa de festa da turma no quarto de Vitor, mas para que acontecesse, teriam que dar um jeito em Robson – que teimava em rondar sem parar.
Nessa primeira noite, ninguém conseguiu pensar em nada de imediato, mas no dia seguinte, Vitor tinha acordado com uma ideia um tanto quanto absurda, mas que provavelmente funcionaria.
Depois do café, os alunos pegaram um ônibus de excursão que os levariam até um ponto famoso de ski, não muito longe dali.
Vitor optou por tentar, mas desistiu no primeiro tombo. A maioria foi guiada por instrutores, mas Lia decidiu dar de rebelde pra variar e caiu um tombo feio de snowboard, ao tentar fugir do instrutor, fazendo Vitor rir, mesmo bem longe da confusão. Vitor correu até o local, mais na descida do morro, pra ver se Lia havia se machucado seriamente.

- Machucou? – Ele perguntou, se abaixando.
- Não, eles não me deixam fazer o negócio sozinha. – Disse ela, tentando fingir que o pé não doía.
- Você tá a ponto de chorar. Vamos embora, já tão chamando todo mundo. – Lia tentou levantar como se nada tivesse acontecido, mas acabou fazendo cara feia quando viu que não conseguiria sem uma ajudinha. – Quer ajuda, lindinha? – Ele disse, pra provocar, fazendo ela olhar feio pra ele.
- Não tenho muita escolha.

Vitor carregou Lia com cuidado até o ônibus, ficando do lado dela até chegar no hotel. Deu um tempo para Robson parar de rondar os dormitórios femininos e bateu na porta.

- Com licença. – Disse ele, já entrando.
- Ah, pessoal... Eu e a Ju vamos lá... Ver os gatos do outro colégio... – Disse Fatinha, se enrolando ao puxar Ju para saírem do quarto e deixarem Vitor e Lia sozinhos.
- Eu tenho namorado, Fatinha! – Disse Ju.
- Eu também, esperta. – Ela cochichou, saindo do quarto com Ju.
- Digamos que você não se daria bem em esportes radicais.
- Fala o cara que desistiu com um tombinho. – Ela riu, fazendo Vitor se aproximar da cama que ela deitava, sem medo. Sentou em uma cadeira do lado da cama, mantendo uma certa distância. – Esqueci de te agradecer pelo presente de aniversário.
- Que presente? – Vitor se fez de desentendido.
- A guitarra. E não adianta negar.
- O Sal falou que não ia contar nada...
- Mas você esqueceu que tem uma amiguinha um pouco fofoqueira, né? – Vitor riu.
- Ah, é claro... Fatinha. Como não suspeitei?
- Não tenho ideia... Foi o melhor presente do mundo.
- Fico feliz que tenha gostado.
- Eu queria te explicar o porque de eu não ter ido no seu aniversário.
- Vitor...
- Sério.

Robson abriu a porta do quarto, parando de braços cruzados na parede.

- Acha que ia me enganar, garotão? Vazando!
- Droga... – Disse Vitor, dando um beijo no rosto de Lia e em seguida sussurrando. – Hoje vai rolar aquele lance e é melhor você ir. – Ele piscou, sendo tirado do prédio por Robson.


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Notas finais do capítulo

1 - Não resisti ao título, desculpem ahahaha
2 - Queria ter escrito mais sim, pessoal... Mas percebi que tô um pouco ferrada pra uma prova de sexta, então sejam pacientes!! Compensarei qualquer hora dessas. Beijo!