Más Intenções - Litor escrita por Mari W


Capítulo 51
Capítulo 51 - Opções




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Vitor ficou alguns segundos viajando dentro de sua mente. Aquilo estava mesmo acontecendo? Porque, há uns dias atrás, ele cogitava até mesmo considerar a possibilidade de ter Lia de volta algo simplesmente impossível. E agora ela estava ali, falando que sentia o que ele sentia. Era tão difícil pra ele falar isso, já que ele nunca teve certeza do que era sentir algo assim ou de que algo assim poderia ser verdade... Vitor tinha agora certeza, e parecia tão fácil.

- Bom, eu acho isso também. - Ele disse, a provocando. - Tirando o fato de que eu tenho certeza. - Ele sorriu.

Os dois trocaram alguns olhares e sorrisos e começaram a se concentrar em dormir. E o melhor seria acordar e ainda estar dentro do sonho. 

Vitor foi acordado com um leve e cuidadoso cutucão de Raquel, que fez um sinal pra ele ir até a sala com ela. Vitor se apressou, agradecendo mentalmente por estar de roupas e numa cama separada da de Lia. Se sentou à mesa,  percebendo que Tatá ainda dormindo e Raquel o ofereceu uma xícara de café.

- Claro que aceito. - Respondeu ele. - Mas me diz... É algo urgente o que você tem pra me falar? - Raquel se sentou à mesa, servindo uma xícara para Vitor.

- É, mais ou menos. É que eu não sei se vou ter outra oportunidade de conversar com você sobre isso, já que o senhor não trabalha mais pra mim... Vitor... - Ela agora falava mais baixo. - Domingo é o aniversário da Lia.

- É sério? - Ele disse, dando um gole na bebida.

- Sim. Achei que você ia querer saber.

- Claro, claro. Pelo jeito ela gosta tanto de aniversários quanto eu. - Ele riu.

No colégio, Lia e Vitor desistiram de disfarçar qualquer coisa e decidiram andar de mãos dadas e fazer coisas que qualquer casal normal faz em público. O que os outros pensavam ou o que iriam dizer, pouco importava. Os alunos se empolgaram com a viagem de fim de ano, que seria para Bariloche, na Argentina. Vitor sempre quis ver algum lugar com neve, apesar de negar qualquer oferta que a mãe fizesse de pagar uma viagem pra ele pra realizar esse desejo. 

Na saída, Fatinha exibiu o maior sorriso ao encontrar Bruno, que era encarado por Vitor, que mantinha seu posto de protetor. Sua expressão só mudou quando viu Lia saindo da sala e correndo para dar um beijo nele.

- Tá escapando da aula sem mim por que? Veio se encontrar com alguma vadia? 

- Claro, né. Com duas, na realidade. - Ele riu, levando um tapa no rosto de brincadeira. - Só existe você, felizmente. - Ele sorriu.

- Acho bom! Mas então... - Disse ela, enquanto percorria o ombro de Vitor com a ponta do dedo. - Tava pensando se você não quer estudar lá em casa hoje de tarde. E estudar significa qualquer outra coisa menos estudar. - Ela olhou pra ele dando uma piscadinha.

- Ahh, assim é covardia! Mas eu já marquei de encontrar o Sal no apartamento, tenho que pegar mais coisas pra ir pro Orelha de vez.

- Ah, mas passa lá depois.

- Passo sim.

Vitor fez questão de acompanhar Lia até a porta de casa, tentando a agradar ao máximo. Pegou dali um ônibus para poder chegar até a casa de Sal. Não ligaria pra avisar, já que não queria carona do irmão, agora que seu orgulho com ele estava cada vez maior. Ao entrar no apartamento, Vitor fez questão de mostrar uma postura superior, esbanjando alegria ao ver o irmão sentado no sofá da sala com um notebook no colo. No fundo, queria provocar o irmão com sua vitória pessoal. Sal suspeitou que Vitor queria que ele perguntasse o porque dessa felicidade toda, mas não quis dar o gostinho ao irmão também.

- Suas coisas tão separadas em cima da cama. - Disse Sal, voltando os olhos pro monitor. Vitor continuou na sala, esperando que Sal voltasse a olhar pra ele, o que não aconteceu.

- Porque não me falou que a Lia veio me procurar aqui? Podia ter me ligado.

- Pra que? Você viria aqui, do outro lado da cidade?

- Sei lá, ela veio, não veio? Porque eu não faria o mesmo?

- Sei lá, talvez porque você nunca corre atrás de nada, já que tem tudo na mão. - Disse Sal, finalmente olhando pro irmão e botando o notebook do lado do sofá, em uma mesinha. Vitor estava começando a gostar, no fundo queria arranjar briga. O ressentimento pelo irmão querer justamente Lia, ainda não tinha passado.

- EU que tenho tudo na mão? - Vitor forçou uma risada. - Eu já te falei que é diferente. Você deve estar com uma raivinha por dentro... Tudo bem. - Disse ele, dando um sorriso e começando a se mover até o quarto.

- Raiva porque? - Sal perguntou, fazendo Vitor voltar.

- Ué, ela me quis, somente eu. Deve ser difícil não ter tido nem chance. 

- E o que te faz pensar que eu não tive? - Sal o provocou.

- O fato de que você não teve, talvez.

- Então porque ela me beijou aqui, nesse sofá, pouco antes de você chegar aquele dia? - Vitor perdeu qualquer expressão vitoriosa que antes tinha no rosto. Sabia que seu irmão não estava mentindo. - Eu imagino o que você não teria feito se tivesse chegado uns minutos antes... Me socado, talvez. Deve ser difícil saber que você foi só uma opção, como eu fui. Ela te escolheu, parabéns. Os motivos dela eu ainda não sei. Talvez eu seja muito velho pra ela. Talvez ela queira exibir o garoto mais pegador do colégio. Vai saber. Pode ser qualquer coisa. - Ele ironizou. - Eu não me importo, não estou apaixonado por ela mesmo. Mas ela beija muito bem, você tem sorte. - Observou o punho de Vitor se fechar com força e uma veia saltar de seu pescoço. - Se vai partir pra cima de mim que nem um moleque, seja homem e faça logo. - Ele disse, seriamente.

Vitor pegou um taco de baseball que era exibido na parede e Sal se levantou, temendo que o irmão fosse louco o suficiente pra acertar ele com o pesado pedaço de madeira. Porém o irmão de Sal se virou e entrou no elevador. Assim que conseguiu pegar o elevador e ir até o saguão, Sal perguntou ao porteiro onde Vitor havia ido e este informou que o elevador tinha ido direto pro subsolo. E então o pensamento veio à cabeça de Sal. Será que o irmão seria louco a esse ponto? Sim. A resposta era clara, quando Sal chegou no estacionamento e encontrou Vitor quebrando o último vidro que sobrava de sua BMW. 
 

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Aviso: Amanhã (se tudo der certo) rola por aqui o primeiro capítulo da fanfic curta da Alice e do Gui, que se chamará Apenas Bons Amigos. Não sei ao certo quantos capítulos terá, mas não passa de 10. O formato será 1ª pessoa, os capítulos serão postados, a princípio, dia sim/dia não e a história vai conter muitos fatos verídicos que serão explicados nas notas finais sempre. Espero que curtam! Se quiserem dar sugestões por aqui, sintam-se a vontade!
 


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