Más Intenções - Litor escrita por Mari W
Vitor saiu rapidamente. O pessoal logo se encontrou no Misturama, mesmo sendo umas 11h de um sábado conseguiram reunir Marcela, César, Jorge, Rosa, Nando, uns 7 alunos do Quadrante e uns vizinhos. Dinho estava lá.
- Eu realmente acho que se trata de uma das fugas dela... Logo ela aparece, pessoal. - Disse César, despreocupado.
- Você tá louco? Ela passou a madrugada por aí. Você acha que é brincadeira? Temos que agir logo! - Disse Dinho, alterado.
- Calma, pessoal. Eu acho que sendo fuga ou não, ela corre perigo. Ela pode ter tentado voltar e não ter conseguido. A gente vai se dividir em grupos pra procurar pela redondeza e mais longe. - Disse Nando.
- Bom, Dinho, se quiser pode ir comigo. - Disse César, um dos únicos que tinha carro por ali.
Enquanto os dois procuravam por ela na Zona Sul, Lia tinha passado a noite escondida nos fundos de um posto de gasolina, e acordou com a luz do sol no rosto. A esse ponto ela já não tinha ideia de onde estava e queria muito ir pra casa. A dor de cabeça a matava e ela percebeu que havia vomitado muito perto dali, saiu dali cambaleando pelas ruas. A noite já tinha chego e nada de Lia. Vitor e Dinho não pararam de procurar nem por um segundo, mesmo exaustos. Vitor percebeu que não tinha dinheiro algum e que a gasolina poderia dar somente para ele voltar. Parou um pouco pra pensar e seu celular tocou.
- Oi, Raquel! Alguma notícia? - Perguntou Vitor.
- Acharam ela! Pode voltar, Vitor.
- Certo! Que ótimo. - Respirou ele, aliviado.
Vitor chegou na frente do prédio de Lia, onde todos que haviam procurado por ela estavam. Procurou por Lia mas nada.
- Oi, querido. - Disse Raquel, com cara de quem não dormiu a noite toda e acabadona.
- Onde ela tá, Raquel?
- Ah, ela já tá chegando. - Disse ela. Foi quando o carro parou por ali e Lia saiu, apoiada em Dinho, aparentemente muito fraca. Vitor ficou muito triste ao ver Lia com Dinho, mas mais ainda por Dinho a ter encontrado e ele não. Lia se aproximou e beijou o rosto de Vitor.
- Passa aqui amanhã? - Lia falou baixo em seu ouvido.
- Não posso, prometi pro Axel que ia ajudar na oficina amanhã pra compensar umas horas. - Respondeu Vitor, recebendo um olhar de Dinho, que ele poderia jurar que era de superioridade.
- Tudo bem. - Disse Lia, um pouco triste. - Te vejo no colégio então.
Raquel abraçou a filha forte e agradeceu a todos por terem ajudado e Lia prometeu que não faria isso de novo. Dinho subiu junto e Raquel preparou um lanche para ele.
Aquilo não era uma competição para Vitor, mas se fosse, ele teria perdido. Queria muito ser aquele que ia salvar a Lia, ser o cara que sempre estaria ali pra proteger ela, mas não conseguiu.
- Obrigada novamente, Dinho. - Disse Raquel.
- Sem problemas. Bom, você deve estar querendo ter aquela conversa com a Lia então vou lá dar um tchau e ir embora, ok? Obrigada pela comida. - Disse ele, indo pro quarto.
Dinho entrou devagar, sem saber direito o que o esperava. Lia tinha acabado de sair do banho e estava de pijama, penteando o cabelo. Ela percebeu Dinho no quarto e deu um sorriso sem graça pra ele.
- Bom... Obrigada por ter me achado.
- Tudo bem.
- Eu estava realmente com medo daquilo. Tava bem perdida.
- É, deu pra perceber pelo jeito que me abraçou quando eu te achei. - Lia ficou sem jeito. - Dá pra gente voltar a se falar, Lia? Por favor.
- Não sei, Dinho. Não força a barra.
- Tá bem. Quando quiser pode me procurar. Vou indo nessa.
- Tchau...
- Boa noite. - Despediu-se Dinho.
Na segunda-feira, Dinho acordou mais cedo para esperar Lia sair de casa para o colégio. A abordou na calma, querendo acompanhá-la até o colégio.
- Bom dia, fujona.
- Ah, oi Dinho... Tá me perseguindo agora? - Disse Lia, brincando.
- Nada disso. Só queria te acompanhar até o colégio, posso?
- Tudo bem...
- Ficou tudo bem com a sua mãe?
- Ah, ela passou sermão mas normal. Ela não briga muito porque tem medo de me afastar ainda mais.
- Entendo... Tá sendo barra, né?
- É difícil... Perdoar, sabe. - Lia lançou aquele olhar de indireta pra Dinho. - Mas vamos mudar de assunto. - Os dois chegaram na porta do colégio.
- Eu senti saudades, sabia? - Disse Dinho.
Vitor estava dentro do colégio e só via Lia, sabia que ela estava conversando com alguém mas não via quem. Sorriu ao ver ela, mas quando estava a alguns metros dela que viu que ela falava com Dinho e seu sorriso sumiu aos poucos.
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