Más Intenções - Litor escrita por Mari W


Capítulo 11
Capítulo 11 - A Volta (parte 2)




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Lia chegou no colégio e foi falar com Vitor. O encontrou abrindo seu armário e ela o fechou, fazendo Vitor olhar pra ela no susto.

– Ah... Oi, Lia. Não precisa dizer nada, ok? Tá arrependida e tal. Tudo bem, sem problemas...
– Não é nada disso, idiota. - Disse ela sorrindo.

Lia pegou Vitor pela mão e o arrastou até o banheiro feminino, deixando ele na porta sem entender nada.

– Não tem ninguém, vem. - E pegou ele pela jaqueta, o arrastando pra uma das cabines.

Lia jogou Vitor contra a parede e começou a beijar ele, tomando o controle da situação. Vitor queria participar da disputa, botando Lia contra a outra parede e começou a beijar o pescoço dela, que passava a mão no cabelo dele, dando leves puxões. Vitor mal conseguia se controlar e os dois não deram muita bola quando ouviram o barulho da porta se abrindo. Uma grupo de meninas tinha entrado no banheiro, então pra disfarçar o barulho, Vitor parou de beijar Lia, mas não deixava de a olhar nos olhos, e ela retribuía o olhar mordendo o lábio para provocar o motoqueiro, que só sorria. Do nada Lia abriu a porta da cabine e saiu, deixando Vitor lá dentro sem saber o que fazer. Ele acabou saindo também, sorrindo sem graça pras meninas que riam e comentavam dos dois. Quando alcançou Lia no pátio, perto da entrada da sala, a puxou pelo braço, fazendo-a se virar.

– Você quer me deixar louco, é isso?
– Ah... Então funcionou? - Disse ela, sorrindo. - Pelo jeito eu sou diferente né?
– Como assim?
– Você disse que não gostava de ficar com a mesma menina duas vezes... E já são três. - Lia desarmou Vitor, que só conseguir rir do comentário dela.

Lia olhou por cima do ombro de Vitor, em direção ao portão do colégio, e ficou branca, sua expressão sumiu completamente. Vitor estranhou o susto dela e olhou pra trás, pra ver o que era. Ninguém precisava dizer pra ele quem era o garoto parado no portão. Vitor já ouviu sobre como Dinho era, e a cara de Lia entregava. Dinho ficou nervoso quando viu Lia, mas não evitou sorrir pra ela, que saiu correndo pra sala de aula. Dinho estava acompanhado de Orelha, e Vitor ficou observando os amigos em comum chegando para dar um abraço em Dinho. Vitor pensou que nada pior poderia acontecer. Fatinha chegou por trás dele, o abraçando. Ele continuava sem muita reação, mas tentou sorrir pra periguete não perceber seu desconforto.

– Você não tá bem hoje, ein gato.
– É... - Fatinha olhou pra onde Vitor olhava e viu Dinho.
– Ah, esse é o Dinho, cê sabe né? Ex da Lia e tal... Voltou, dá pra acreditar? Vai ficar lá no hostel.
– É, que legal... Ele voltou porque?
– Ah, ele tava pra ir pra Miami com os pais mas como aula nos Estados Unidos começa sempre no meio do ano, veio visitar os amigos. Eu tenho que te apresentar ele, você vai adorar!
– Aposto que sim. - Disse Vitor, irônico.

Os dois foram pra sala e Vitor notava claramente que Lia estava em outro mundo. Se sentou e não sabia se era certo tentar puxar conversa com ela, naquele estado. De tarde, saindo da oficina, Vitor passou na casa de Lia para buscar sua moto e Fatinha o chamava da porta do hostel. Ele entrou lá e deu de cara com Dinho, sentando na recepção.

– Vou te apresentar o Dinho. Dinho, esse é o Vitor, o amigo que eu te falei. - Os dois se cumprimentaram. Vitor estava com a maior cara de tédio para Dinho.
– Tudo bem, cara? A Fatinha falou coisas ótimas de você. - Falou Dinho.
– É, tudo bem.
– Tava combinando aqui com o Dinho e planejei uma festa de boas vindas pra ele no Misturama sexta, toda a galera do colégio. Cê vai, né?
– Mal posso esperar. - Disse Vitor, sorrindo pra Dinho.
– Então Dinho, continua a falar da sua viagem. - Disse Fatinha.
– É, cara. Soube que você se mandou com uma Argentina gata... - Disse Vitor, fazendo Dinho ficar sem o que falar. Fatinha percebeu que Vitor estava querendo provocar. - Deixou uma namorada por aqui e foi ver o mundo. Acho legal, cara. Se você não gostava dela, tinha que ter feito isso mesmo.
– Olha, cara. Eu gostava dela. Eu gosto dela. - A última frase fez Vitor se irritar mais.
– Ah, veio aqui pra limpar a bagunça que deixou?
– Vem cá, qual é o seu problema? - Disse Dinho.
– Vitor, qual é... - Fatinha tentava acalmar os dois.
– Relaxem! Só to tentando conversar. Então, Dino...
– É Dinho.
– Foi um prazer, cara. Mas tenho que ir nessa, essa conversa tá me dando sono. Até outra hora. Tchau Fatinha. - Fatinha se despediu e Vitor saiu.

Vitor começou a caminhar e desistiu de pegar a moto na casa de Lia. Precisava pensar. Porque se sentia assim? Ninguém nunca o tirou do sério como Lia. Vitor achou um matagal perto da rua e decidiu entrar, para ver o que tinha lá. Era uma área coberta incrível, e Vitor, que sempre adorou a natureza, achou ali um refúgio. Ao mesmo tempo que isso acontecia, Ju foi visitar a amiga, já que durante a aula não conseguiu conversar direito com Lia.

– Posso entrar? - Disse Ju, parada na porta do quarto da roqueira.
– Claro, amiga. Senta aí. - Ju sentou-se na cama e deu um abraço na amiga.
– Como você tá?
– Ah, tô péssima né. Não tinha hora pior pra isso acontecer.
– É... Você virou notícia hoje.
– Imagino. Mas ninguém pegou no meu pé, não.
– Amiga, você não viu o TV Orelha que acabou de sair...
– Ah, Ju, fala sério! Eu vou matar aquele nerd idiota!
– Calma, ele nem fala muito do Dinho. Só fala que ele voltou e tal, nada relacionado à vocês dois...
– Tá, então foi o que?
– Ué, você e o Vitor se pegando no banheiro feminino! Fala sério, amiga. Tá assim o negócio?
– Ai, Ju... Esqueci totalmente disso. - Mentiu Lia. - Foi só uma ficada, nada demais.
– A sua cara Lia. Simplesmente mostrando pro garanhão do colégio quem é que tem pegada. - Disse Ju, rindo.
– Mas sério. Pra você eu não preciso mentir. Poxa, o cara é lindo, sabe. É um babaca quando quer, mas é lindo. Mas é só isso.
– Eu sei amiga, pior que te entendo. Mas enfim... Quanto ao Dinho, melhor se preparar porque tenho certeza que ele quer conversar com você.
– É, eu sei... Não sei o que pensar quanto à isso. Mas eu tenho tanta coisa entalada aqui, sabe?
– Sim, com certeza. Só toma cuidado pra não piorar as coisas. Tenta pegar leve.
– Como se fosse fácil...


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