My Heart Is Bleeding escrita por Mimia R


Capítulo 8
A Vez da Caça


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Mais um capítulo disponível! O que será que vai acontecer? Pelo final do capítulo anterior não dá para esperar coisa boa... Espero que gostem e fiquei MUITO curiosos pelo próximo! :DD



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Quando chegamos lá fora, ficamos surpresos e imediatamente tensos com o que vimos. O portão estava escancarado e uma quantidade enorme de vampiros estava parada lá. Do lado que eu estava parecia que todos os caçadores também estavam reunidos. Cada um deles com estacas, facas envenenadas e outras armas na mão. Eu e o Tony fomos para frente do grupo e encontramos o meu irmão lá.

– O que eles estão fazendo? – Tony perguntou para o Jason.

– Não sei. Mas o Marcus parece estar no comando disso, como sempre.

Meu coração se apertou.

– Vai para trás, Joy. – Jason disse para mim.

Eu não conseguia me mexer.

– O que vocês pensam que estão fazendo? – Eu reconheci o Sr. Kadan, pai do Kevin e um dos superiores do ‘Estaca de Sangue’.

Marcus saiu do meio dos vampiros e caminhou alguns passos em nossa direção. O Jason e o Tony se postaram a minha frente.

– Não é hoje ainda que viemos para causar outro massacre. – Marcus falou, sua voz com um tom de ironia. - O que viemos fazer aqui é muito mais simples do que isso.

– Nós não fazemos acordos com vampiros! – O Sr. Kadan disse. – É melhor vocês saírem enquanto tem chance, ou vamos acabar com todos vocês.

Marcus riu, e alguns vampiros fizeram coro de sua risada também.

– Vocês é que têm uma chance aqui. Uma chance de evitar um novo massacre. Na verdade, uma pessoa específica pode evitar que qualquer mal aconteça.

Eu sabia que ele falava de mim. Todos sabiam. Tinha certeza que meu coração ia sair pela minha boca. Eu agarrei uma estaca com força e passei na frente do Jason e do Tony. Marcus me viu na mesma hora e deu um sorriso debochado.

– E parece que ela é inteligente o suficiente para se manifestar e proteger os seus queridinhos amigos.

Todos olharam para mim. Tony agarrou meu pulso e me puxou de volta para o lado dele.

– Você vai estar morto antes de ter a chance de tocá-la. – Ele gritou para o Marcus.

O vampiro parecia estar se divertindo com tudo isso. Pelo que eu conseguia ver, ele era o único que não estava mostrando as presas. Todos os outros estavam. Isso indicava que ele estava completamente confiante.

– Ela vem com a gente, e ninguém precisará morrer. – Marcus disse.

Ouve um coro de choque no meio dos caçadores. Jason pegou minha mão e segurou firme. Ele deu uma olhada para mim e eu pude ver medo em seus olhos. Senti uma pontada de dor no peito.

– Nós não temos a noite inteira. – Marcus falou. – Decida-se logo, querida Joyce.

Eu me virei para olhar para os dois caras ao meu lado. Jason soube na hora a decisão que eu ia tomar.

– Joy, eu sei que você ainda não perdeu completamente sua cabeça. – A voz dele cotinha desespero.

– O quê? – Tony perguntou. – Ela não está pensando...

– Não tem outra opção. Vocês sabem que ele não vai parar até conseguir o que quer.

– De jeito nenhum! – A Ally falou aparecendo ao meu lado também. – Você não vai fazer o que ele quer.

– Ninguém vai morrer por minha causa. – Eu disse.

– Joyce. – O Sr. Kadan apareceu ao meu lado. – Você não vai com ele.

Ouvimos um falso tossido e todos voltamos os olhares para o Marcus.

– Acho que o senhor vai mudar de ideia com isto. – Ele disse e fez um gesto para um vampiro.

O Kevin apareceu preso por dois vampiros, seu rosto estava vermelho por causa do próprio sangue. O Sr. Kadan prendeu a respiração quando viu o filho. Eu fiquei sem reação.

– Ou ela, ou seu filho. – Marcus disse firme.

Em seguida um vampiro mordeu Kevin, que deu um grito. O Sr. Kadan soltou um som abafado e deu um passo em direção ao filho, mas eu agarrei o braço dele, impedindo-o de ir até lá. Ele olhou para mim e eu pude ver lágrimas em seus olhos. Meu peito se apertou mais ainda.

Eu olhei para os meus amigos. Jason tinha a expressão agoniada, eu tinha certeza que ele estava segurando as lágrimas. A Ally já não era tão boa, as lágrimas escorriam por seu rosto. Eu a puxei para um abraço apertado. Eu estava com muita vontade de chorar, pedir desculpas por estar os fazendo sofrer. Mas eu tinha que ser forte. Como sempre.

Olhei para o resto do meu grupo. Achei ter visto até a Erika com lágrimas nos olhos. Depois olhei para o Tony. Ele encarava o chão. Eu peguei em sua mão. Ia falar algo, mas ele passou na frente.

– Eu sei que você não tem opção, e essa é a atitude correta. – Ele disse baixo. – Mas... você não pode ir... Tudo parece tão confuso... Se você me deixar agora...

A voz dele ganhava um tom de desespero. Eu mordi meu lábio. Uma lágrima conseguiu escapar do meu olho e escorreu pela minha bochecha. Eu levantei o queixo dele, fazendo-o olhar para mim. Eu pensei em dizer algo, mas palavra nenhuma saiu de minha boca.

Nós ficamos nos olhando por um tempo, o Tony não conseguiu segurar algumas lágrimas. Já eu não deixei que mais nenhuma escapasse. Podia ouvir muitas pessoas chorando perto de mim. E todas elas com raiva, revoltadas.

– Essa é uma cena muito triste, mas eu tenho pressa! – Marcus falou com um tom de falsa piedade.

Eu dei uma olhada rápida para ele e senti um ódio ferver dentro de mim. Voltei minha atenção para o Tony e o beijei. Na verdade, apenas toquei seus lábios e me afastei. Puxei minha mão que o Jason segurava e dei uma última olhada para ele.

Não acenei, não falei palavras de adeus para ninguém. Apenas virei às costas e caminhei em direção aos vampiros, com uma falsa coragem e meu coração muito apertado.

No meio do caminho, Marcus me mandou parar.

– As estacas. – Ele disse.

Eu joguei no chão todas as estacas que estavam comigo. Eles soltaram o Kevin, que foi logo amparado pelo pai. Marcus fez um sinal para dois vampiros irem até mim. Eu me preparei para o que quer que fosse acontecer.

Os dois vampiros agarraram meus braço e fizeram eu me ajoelhar no chão. Marcus se aproximou de mim, um sorriso perverso em seu rosto.

– Agora vejam, todos vocês, vampiros e caçadores. – Ele disse alto. – Quem é a caça agora? Quem está completamente a nossa mercê agora?

Muitos vampiros fizeram um coro de uivos. Alguns deles cuspiram em minha direção. Eu estava sendo humilhada na frente de todos. Era claro que o Marcus não iria deixar passar essa oportunidade. Ele chegou perto de mim, agarrou meu queixo e me puxou, fazendo-me ficar de pé novamente, com os dois vampiros ainda segurando meus braços.

– Nós temos um presente para essa caçadora. – Ele disse. – Um presente parecido com os que vocês, caçadores, já deram para vários vampiros.

Outro vampiro surgiu por trás do Marcus. Ele trazia, pendurado por algo parecido com um alicate, uma algema. Eu perdi o fôlego quando vi que a algema estava fervendo em brasa. Marcus deu um sorriso. Eu comecei a me debater, tentando me soltar. Mas não conseguia.

– Sabem os brinquedinhos que vocês envenenam para nos torturar? Nós fizemos algo parecido.

Ele voltou a olhar para mim.

- Um presente feito com muito carinho. – Ele disse, e eu senti seus olhos me queimarem, como aquela algema iria fazer em seguida.

Os dois vampiros juntaram meus braços, eu tentando me libertar sem conseguir. O Marcus veio com a algema. Ele a colocou em meus pulsos e quando eu senti ela tocar minha pele, o grito que saiu de minha boca foi involuntário.

A dor era insuportável, infernal, indescritível. Minha pele estava derretendo, literalmente. Uma enxurrada de lágrimas começou escorrer pelo meu rosto. Eu tinha certeza de que ia perder os sentidos. A dor era horrível, em nível extremo, e eu não conseguiria aguentar. Gritos continuavam rugindo pela minha garganta.

Eu teria caído no chão se os vampiros não estivessem me segurando.

Eu acho que ouvi alguém gritar meu nome, um som desesperado que me deixou mais agoniada. Vi alguns vampiros se agitarem. Mas minha cabeça estava concentrada na dor que eu sentia.

Após vários murmúrios, que eu não entendia, eu comecei a ser arrastada e vi todos os vampiros andarem também. Alguns me olhavam e riam, sentindo prazer em me ver sofrer. Outros olhavam ainda desconfiados, como se eu fosse me erguer a qualquer momento e atacá-los.

Eu gemia de dor, de vez em quando soltando gritos abafados e às vezes mais altos. Estava tão desesperada. Acho que cheguei a implorar que tirassem a algema de mim.

Lágrimas escorriam ao extremo pelo meu rosto. Implorei mais uma vez, e mais uma e mais uma. Não conseguia ficar calada. Era como se eu estivesse tentando encontrar um meio de distrair a dor, mas nada funcionava. Dava para sentir cheiro de queimado. A pele acima e aos lados do meu pulso estava completamente derretida.

Em certo momento eu comecei a delirar. Pensei ter ouvido as vozes dos meus amigos, do meu irmão. Senti o Marcus chegar ao meu lado. Eu tentei olhá-lo, mas minha visão estava turva. Só que o meu ódio continuava ativo.

– Seu desgraçado... – Eu tentei falar mais coisas, só que minha voz estava fraca e rouca, eu não tinha forças. Não consegui continuar.

Marcus só me observou com sua expressão completamente vazia. Ele não ria mais. Acho que ele ficou me olhando durante todo o caminho, até chegarmos a algum lugar.

– Seja bem vinda ao inferno, caçadora. – Eu o ouvi falar. Sua voz estava estranha. Mas podia ter sido alucinação da minha cabeça, porque finalmente, para meu alívio, eu acabei perdendo os sentidos.


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Notas finais do capítulo

Então? O que acharam desse capítulo? Estão nervosos querendo o próximo? Me digam! Mandem reviews!!! O próximo capítulo sai na terça-feira! REVIEWS!!! :DD