My Heart Is Bleeding escrita por Mimia R


Capítulo 21
Confrontos e Conflitos


Notas iniciais do capítulo

Hey, mais um capítulo. Será que a Joy vai encontrar o Tony? E como ele vai reagir? Hmm, muita tensão vem pela frente para nossa vampira. Espero que gostem. Boa leitura! :DD



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Agora que eu estava na rua, não sabia o que iria fazer. Eu tinha saído na esperança de encontrar o Tony. Mas isso queria dizer encontrar todo o grupo, e meu irmão também. E ele provavelmente iria tentar me matar de novo, e o Marcus não estaria ali para me salvar.

E pensando no Marcus, me senti uma idiota. Alguns minutos atrás eu estava na cama com ele, e logo em seguida eu saí para ir atrás de outro cara. Que tipo de pessoa eu estava me tornando? Uma qualquer. Minha cabeça estava em uma batalha constante entre o certo e o errado. O que eu estava fazendo?

Eu caminhei e caminhei, sempre atenta a qualquer movimento. Não queria encontrar nenhum humano, não queria acabar matando alguém. E principalmente não queria que alguém do ‘Estaca de Sangue’ me pegasse desprevenida. Eu ainda não tinha certeza do que estava fazendo. Mas quando me dei conta, estava parada numa praça. A mesma praça de sempre. Àquela onde eu e o Tony sempre ficávamos. E eu localizei nossa árvore.

A primeira coisa que me passou pela cabeça foi subir na árvore e esperar, para ver se ele iria aparecer. Mas eu descartei essa ideia logo. Aquilo seria suicídio imediato. Eu olhei de um lado para o outro, e decidi que era melhor continuar caminhando. De repente eu não estava mais tão confiante para encontrar com o Tony. Ver a expressão de mágoa no rosto dele novamente seria tortura.

Andei mais um pouco à frente e foi quando ouvi um barulho. Me concentrei mais, e percebi que era um confronto. Duas pessoas, só um coração batendo. Um caçador e um vampiro. Fiquei apreensiva, mas comecei a seguir o som. Não estava muito longe, então cheguei ao local em menos de um minuto. Estava um pouco escuro. Eu olhei ao redor e vi uma árvore próxima. Corri e subi para o mais alto que consegui. E fiquei observando.

Meu coração teria disparado no momento que eu reconheci o caçador. Era meu irmão, o Jason. Ele estava com um atirador de estacas apontado para uma vampira. O rosto dele tinha uma expressão horrível. Ele parecia um pouco insano. Não parecia com o Jason que eu conhecia. Eu podia sentir que a vampira estava nervosa. Mas do Jason eu só sentia fúria.

– Eu estou com muita sede. – A vampira rosnou. Suas presas estavam expostas em ameaça.

O Jason deu uma gargalhada que me deixou um pouco nervosa.

– Engraçado, eu também. – Ele falou. – Estou com sede de matança.

Vi a vampira vacilar um pouco, mas ela tentou não demonstrar fraqueza. No segundo seguinte o Jason atirou uma estaca na direção dela, mas a garota conseguiu desviar. Ela ficou com mais raiva. Eu franzi a testa pensando por que ela não corria, mesmo que ele fosse atrás dela. E foi então que percebi que ela estava com um corte na perna. E provavelmente tinha veneno se espalhando ali que a impedia de conseguir fugir.

– Eu não vou morrer pelas mãos de um caçador. Nunca! – Ela gritou.

O Jason não riu dessa vez. Ele atirou outra estaca na direção da vampira. Ela tentou se virar, mas acho que sentiu uma dor na perna, porque soltou um gemido e a estaca se cravou em sua barriga. Ela gritou. Eu arregalei os olhos ao ver a cena. Jason deu um passo na direção da garota. Ela estava de joelhos no chão. Vi quando suas mãos agarraram a estaca e a arrancou do corpo. Ela soltou outro grito. Eu cerrei os olhos.

Eu estava com pena da garota, mas dentro de mim, o instinto de caçadora ainda gritava que aquilo era o que ela merecia, e que era para o Jason enfiar logo uma estaca no coração morto dela. Mas aí eu pensei em mim mesma. Podia ser eu ali no lugar dela. O que eu deveria fazer então? Tentar ajudar a menina? Eu dei um soco num galho da árvore, frustrada, me esquecendo por um momento da minha força. O galho se partiu e caiu no chão.

Jason e a vampira olharam imediatamente para cima. E me viram. Meu irmão arregalou os olhos surpreso. A vampira franziu a testa quando viu que eu era igual a ela. Depois eu só vi um sorriso surgir de leve em seus lábios. Ela aproveitou que o Jason ainda me olhava chocado e se levantou pronta para atacá-lo. Eu não precisei pensar duas vezes. Eu pulei da árvore e me atirei contra a vampira, que já estava em cima do Jason.

Eu não pude ver a cara do meu irmão, pois estava me atracando com a garota. Ela estava com raiva e tentava me dar golpes. Nós estávamos brigando feito duas peruas. Só faltava agarrar os cabelos uma da outra. A vampira conseguiu me colocar no chão debaixo dela. Eu tive um momento para ver o Jason. Ele ainda estava chocado, mas ele tinha o atirador de estacas apontado para nós duas.

A vampira agarrou meu pescoço, enfiando suas unhas em minha pele. Minhas presas cresceram imediatamente. Eu ia acabar com aquela vadia. Mas ela não largava meu pescoço. Comecei a sentir uma leve dor. Eu olhei para o Jason novamente.

– Atira. – Eu gritei.

Ele parecia estar hesitante, como se estivesse com medo de atirar em mim, e não quisesse me matar como no outro dia. Eu consegui imobilizar a vampira um pouco. Ela largou meu pescoço, que agora sangrava.

– Atira logo, Jason! – Eu gritei novamente.

A vampira ficou alerta e deu uma olhada para o Jason. Ele não hesitou e puxou o gatilho do atirador. No mesmo instante a vampira me virou, me fazendo de escudo e eu senti a estaca entrar nas minhas costas. Eu soltei um berro. A dor era imensa. Eu não consegui ficar de pé. A vampira me deu um chute e correu em direção ao Jason. Ouvi ele atirar mais uma estaca. E depois silêncio. Eu olhei para trás vi que as estacas tinham acabado. Ele estava vulnerável agora.

Eu me obriguei a levantar. A dor pareceu dominar todo meu corpo. Eu cerrei os olhos e mordi os lábios. Dei um passo e mais outro. Tinha uma estaca no chão perto de mim. Eu peguei. Eu queria gritar por todo o esforço que estava fazendo, mas fiquei de boca fechada. A vampira não prestou atenção em mim.

– Você já era, desgraçada! – Eu falei, e ela se virou.

Eu enfiei a estaca no peito dela, fazendo-a abrir a boca em um grito abafado de surpresa e dor. Ela olhou para o peito ainda sem acreditar. E um tempo depois caiu morta no chão.

Eu caí de joelhos ao lado dela logo em seguida. O Jason olhava o corpo da garota lá inerte, um pouco afastado de mim. Eu fechei os olhos e deixei escapar um gemido de dor. Depois levantei a cabeça e olhei para o meu irmão. Ele arregalou um pouco os olhos e eu percebi que era por causa das minhas presas. Recolhi-as. Ele não falou nada.

Eu encostei uma mão no chão para me apoiar, e levei a outra até as costas. Apertei os lábios e fechei os olhos novamente. Segurei a estaca e achei melhor puxar de uma vez. Me segurei para não soltar um grito mais alto do que o que dei. Joguei a estaca longe. Jason continuou calado. Eu fiquei parada por um tempo, para ver se me recuperava. Sentia que o ferimento estava começando a se curar.

– Jason! – Ouvi a voz de Erika aparecer ali.

Eu olhei e vi a menina arregalar os olhos para mim, enquanto se abraçava ao namorado. Em seguida ela pegou seu atirador e apontou para mim. Fiquei um pouco apreensiva, não podia confiar se ela ia ou não atirar. Eu me levantei e os dois deram um passo para longe. Eu queria falar alguma coisa, dizer que não ia machucá-los de jeito nenhum. Queria poder abraçar meu irmão, e o ouvir dizer que ia ficar tudo bem. O que eu não queria era o ódio dele. Isso doía mais do que aquela estaca que esteva em minhas costas.

Eu comecei a me afastar, mas sempre olhando para eles. Os dois continuaram parados. A expressão do Jason era indecifrável. Ele tinha o maxilar cerrado e um brilho no olhar. Vi ele abrir a boca e esperei que ele fosse dizer algo, o que me deu um pouco de esperança. Mas ele nada disse. Então eu me virei e corri para longe deles.

Eu cheguei novamente àquela praça. Dessa vez nem hesitei, subi na árvore que eu ficava com o Tony. Me aconcheguei num galho, baixo mesmo e abracei minhas pernas. Coloquei a cabeça nos joelhos e fiquei lá. Queria chorar, mas é claro que isso não aconteceu. Senti raiva.

Eu estava tão distraída, que só ouvi um coração batendo muito forte, nervosamente, algum tempo depois. Eu olhei rapidamente para um galho mais acima de mim.

Ele me olhava com olhos um pouco arregalados. Meu coração devia estar apertado demais naquele momento. Eu engoli em seco e não soube o que fazer. Eu podia ver a estaca que ele segurava firme em uma das mãos. Ele também parecia não saber o que fazer.

– Tony. – Eu sussurrei.

O rosto dele se contorceu, como se eu dizer o nome dele o fizesse sentir dor. Ele cerrou o maxilar e fechou os olhos. Eu mordi o lábio sem saber mais o que fazer. Então falei novamente:

– Tony...

Ele abriu os olhos e encontrou meu olhar. Depois se mexeu. Eu fiquei um pouco alerta. Ele começou a descer e um segundo depois estava sentado na minha frente. Mais uma vez eu engoli em seco, sem saber em como aquele momento se desenrolaria.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Querem mais? O que acham que vai ser desse encontro? Bom, mandem REVIEWS, REVIEWS!!! :DD